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986 Noticias da Construcao SindusCon Novembro de 2013

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48 revista notícias da construção / novembro 2013
corpos de prova
s o l U Ç Õ e s I n o v a D o r a s
A resistência à compressão do concreto é 
normalmente a propriedade mais utilizada nos 
projetos de estruturas de concreto. 
Os modelos de corpos de prova utilizados 
neste ensaio variam de acordo com o país, po-
dendo ser cubos, cilindros e prismas. Os cubos 
são usados na Europa, enquanto os cilindros 
com relação altura(h)/diâmetro(d) igual a 2 
são utilizados no Brasil, EUA e em outras 
nações. Há países que utilizam tanto cubos 
como cilindros. Os prismas, menos utilizados 
nos ensaios, possuem seção quadrada, tendo 
aproximadamente uma relação entre a altura 
e a maior dimensão da seção transversal igual 
à do cilindro
Os resultados de resistência à compressão 
para um mesmo concreto tendem a ser diferen-
tes conforme o formato do corpo de prova. As 
resistências em cubos são maiores do que as 
obtidas em cilindros (h/d=2) e uma das causas 
(além do formato em si) está vinculada à maior 
influência do atrito das placas da prensa no 
cubo por causa da menor relação h/d que é 
cerca de 0,9 (considerando-se a aresta como 
a altura h e o diâmetro equivalente à super-
fície de um lado do cubo). Quanto menor a 
relação h/d, maior será o valor de resistência à 
compressão. Considera-se que, para corpos de 
prova cilíndricos a partir da relação h/d acima 
de 1,7, a ação do atrito é praticamente nula. 
As correlações entre os resultados de 
resistência à compressão de corpos de prova 
cilíndricos e cúbicos têm sido estudadas e 
apresentadas de diferentes formas: através 
de equações matemáticas com variáveis vin-
culadas ao valor da resistência obtida ou por 
meio da relação resistência cilindro/cubo. Um 
trabalho de Giacobbe et. al. (2006) avaliou a 
relação cilindro/cubo de concreto e argamassa 
mediante estudo experimental realizado no 
IPT. 
No Brasil é padronizado pela ABNT, para 
o ensaio de resistência à compressão em arga-
massas e concretos, o uso de corpos de prova 
cilíndricos com a relação h/d preferencial igual 
a 2. Há exceções para a faixa de 2 ≥ h/d ≥ 1 para 
concretos, em casos de dificuldade na obtenção 
da altura recomendada, que é uma ocorrência 
normal para corpos de prova obtidos da ex-
tração em estruturas, para os quais deverá ser 
aplicado um fator de correção. 
Mesmo para o caso de h/d ≤ 1 (caso típico 
de lajes), Bilesky e Tango (2004), em pesquisa 
experimental no IPT, apresentaram resultados 
com cilindros montados que foram posterior-
mente incorporados em procedimento norma-
tivo (anexo A da NBR-7680 da ABNT- 2007).
Sendo o limite inferior da relação h/d ≥ 
1 (ou d ≤ h), a menor dimensão do corpo de 
prova, em praticamente todos os casos, é o 
diâmetro.
A regra básica para o estabelecimento 
de diâmetro mínimo de um corpo de prova 
cilíndrico é a de que seja pelo menos 3 vezes 
a dimensão máxima característica do agregado 
presente na argamassa ou concreto analisado 
(NBR-5738/2003). 
Para a argamassa é consagrado o diâmetro 
envie seus 
comentários, críticas, 
perguntas e sugestões 
de temas para esta 
coluna:
lutha@ipt.br
rafaelfc@ipt.br
raFaeL FranCiSCo 
CarDoSo DoS SantoS 
é engenheiro, mestre em 
eng. Civil e pesquisador 
do Laboratório de 
Materiais de Construção 
do iPt
LUiZ tSUgUio
HaMaSSaKi é enge-
nheiro, Mestre em eng. 
Civil epesquisador
do Laboratório de
Materiais de
Construção do iPt
Corpos de prova de diferentes dimensões (h/d=2) de 
um mesmo concreto extraído (simulação em escala)
49revista notícias da construção / novembro 2013
de 50 mm. Um dos usos dos corpos de prova 
de diâmetro de 50 mm e altura de 100 mm é 
referente aos ensaios de resistência à compres-
são para o controle de qualidade do cimento 
Portland (cimento: areia normal padrão IPT) 
(NBR-7215/1996).
Para o controle da resistência do concreto 
estrutural, em geral, são mais utilizados os 
corpos de prova moldados de diâmetro de 100 
mm, enquanto para os extraídos de estruturas 
acabadas (NBR-7680/2007) prevalecem os 
cilindros de 100 mm e 75 mm. 
O estabelecimento de um diâmetro mí-
nimo de 100 mm apresenta uma configuração 
normal para os corpos de prova moldados, caso 
típico do controle da resistência do concreto. A 
situação muda radicalmente no caso de corpos 
de prova obtidos de extrações em estruturas 
acabadas, onde a extração de cilindros (tes-
temunhos) de concreto afeta potencialmente 
a segurança estrutural, pela possibilidade de 
corte de armaduras, além do vazio deixado 
pela extração, a ponto de em alguns casos ser 
necessário o escoramento da peça estrutural 
até a reposição do concreto extraído alcançar 
a resistência exigida. 
Essa questão direcionou a pesquisas na 
utilização de corpos de prova com diâmetros 
menores de 50 mm e de 25 mm (h/d sempre 
igual a 2), não atendendo a regra do tamanho 
máximo do agregado graúdo. 
Pesquisas sobre o assunto demonstram 
que os minicilindros de concreto, em deter-
minados casos, podem ser utilizados na ava-
liação da resistência à compressão, desde que 
se estabeleçam procedimentos adicionais de 
avaliação. Um trabalho sobre este tema pode 
ser verificado na publicação de Vieira Fº e 
Helene (2004) que encontraram resultados de 
resistência à compressão simples em cilindros 
de 50 mm e 25 mm compatíveis com resulta-
dos em cilindros normalizados de 100 mm. 
No caso dos minicilindros de 25 mm, houve 
uma maior dispersão dos resultados, porém 
considerado dentro de limites aceitáveis. O 
estudo foi realizado em concreto de resistência 
de referência de 50 MPa. 
A revisão em andamento da NBR 7680 
(Extração, preparo e ensaio de testemunhos de 
concreto) tende a tratar a questão da utiliza-
ção dos cilindros de 50 mm e principalmente 
os de 25 mm, para o ensaio de resistência à 
compressão, de forma cautelosa ao envolver 
o tecnologista de concreto e o projetista es-
trutural da obra. 
Os resultados obtidos em minicilindros de 
25 mm em vários estudos têm mostrado pontos 
positivos na avaliação da capacidade resistente 
de estruturas. No entanto, é preciso ressaltar 
que, além de conhecer o tamanho máximo do 
agregado, é essencial o conhecimento prelimi-
nar da resistência de referência deste concreto 
e da composição do concreto (cimento: areia: 
brita) para a análise inicial da relação brita/tra-
ço de concreto. Quanto mais alta esta relação, 
assim como o tamanho máximo do agregado, 
maior será a dificuldade para a utilização do 
cilindro de menor diâmetro.
Corpos de prova de altura 
200 mm e diâmetro de 
100 mm em posição 
na prensa para o 
ensaio de resistência à 
compressão: a) corpo 
de prova moldado 
e b) corpo de prova 
preparado pela colagem 
de 2 testemunhos 
extraídos (note a linha de 
argamassa no centro)
Fotos com minicilindros 
de concreto de 25 mm 
(preparação, ruptura no 
ensaio de resistência e 
após o ensaio)

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