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1 O lixo eletroeletrônico no município de Catalão/GO: sua análise e aplicabilidade prática e as percepções da sociedade Guilherme Eliziário Dos Santos Resumo As evoluções tecnológicas acendem a cada dia e consequentemente o número de lixo eletroeletrônico também aumenta. O resultado disso são catastróficos prejuízos ao meio ambiente, a saúde das plantas dos animais e do próprio ser humano. Então, contribuir com mais informações e conhecimentos a respeito desse assunto é de suma importância, para toda humanidade e em especial no município de Catalão – GO, onde foi notado uma precariedade de informações e conhecimento da comunidade a respeito desse tema. Portanto, para a elaboração desse, foi realizado uma pesquisa em loco, no aterro sanitário da cidade, onde foram entrevistados o atual diretor do aterro e também o vice- presidente da cooperativa que atua no tratamento de todo o lixo gerado. E além dessa entrevista, também foi aplicado um questionário para 76 pessoas de diferentes bairros da cidade. Apresentou se na conclusão desse trabalho que no aterro sanitário chega se pouco lixo eletroeletrônico, por que muitos catalanos ainda guardam esse tipo de lixo em suas residências por desconhecerem o modo de descarte correto. Palavras-chaves: Lixo eletrônico, Catalão - GO, Política Nacional dos Resíduos Sólidos – PNRS, logística reversa. 1. Introdução A todo momento são criados novos aparatos tecnológicos, com o intuito de prover mais comodidade e facilidade na vida das pessoas. Em consequência desse advento muitos dispositivos se tornam obsoletos e acabam virando lixo eletrônico. Esse tipo de lixo, possui várias denominações, pode ser chamado de lixo eletrônico, lixo digital ou e-waste. (CÂNDIDO E SILVA, 2007) Por sua vez lixo eletrônico é todo tipo de rejeito gerado pelo descarte de equipamentos eletroeletrônicos onde nesse conceito são enquadrados também todos os componentes que são utilizados para o funcionamento dos mesmos. A obsolência dos eletroeletrônicos, acontece devido a três fatores. Ao crescimento econômico dos países, a brevidade do tempo de vida útil dos produtos e devido ao surgimento crescente de novas tecnologias. (GLEYSSON, ABOUT, 2015) A decorrência do crescimento tecnológico acarreta em um problema em âmbito mundial, a respeito da coleta. (SOMMER, 2005) 2 No município de Catalão - GO, tornou se necessário gerar mais discussões sobre esse conceito. Pois o tema lixo eletrônico é ainda pouco discutido e comentado tanto nos meios de comunicação local, no sistema de ensino escolar e também por parte da maioria da sociedade catalana. Nota se a ausência de fontes bibliográficas e de dados quantitativos a respeito do processo do descarte do lixo eletrônico gerado na cidade. O presente trabalho é fundamental pois ajuda a contribuir com o futuro surgimento de novas propostas de gerenciamento e de veiculação das informações a respeito do tratamento do lixo eletrônico em Catalão. Conforme estudos feitos pelo Centro de Tecnologia Mineral – CETEM, aproximadamente, 70% de todo os metais pesados contidos no solo, próximo aos lixões e aos aterros controlados, são decorrentes de sucatas eletrônicas. (ECLYCLE, 2016) As substâncias tóxicas que estão contidos nos produtos eletrônicos são: mercúrio, chumbo, arsênio, alumínio, cobre, cádmio entre outras. É contaminado toda uma população, se essa ingerir água, ou consumir plantas de solos contaminados. (DA SILVA, NEGREIROS RUI JANARI, 2010) Então é de suma importância agregar este presente artigo no meio científico, pois ajuda a contribuir ainda mais com outros conteúdos que buscam expor de forma clara as vertentes negativas que causam o aumento desenfreado da produção dos aparelhos eletroeletrônicos. Para a elaboração desse trabalho foi feito uma visita ao aterro sanitário de Catalão, onde foi visto de perto o processo de tratamento do lixo eletrônico. Nessa oportunidade também foi realizada uma entrevista com o atual diretor do aterro e também com o vice-presidente da Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos de Catalão – COOTRACAT. Além dessa entrevista também foi aplicado um questionário para 80 pessoas residentes em diferentes locais da cidade. O presente trabalho está dividido em 8 seções, onde na primeira seção é presente a introdução. Na segunda seção é apresentada as doenças geradas pelo contato de substâncias tóxicas presentes nos eletroeletrônicos. Na terceira é apresentada o ranque dos maiores geradores de lixo tecnológico do mundo. Na quarta é mostrada as dificuldades do Brasil para se fazer um acordo setorial dos eletroeletrônicos. Na quinta é realizado a análise da existência de leis que envolvem os eletroeletrônicos para cada estado da região centro-oeste. Na sexta seção contém os detalhes da visita ao aterro sanitário de Catalão e a realização da entrevista. 3 Na sétima está a implantação do questionário para a comunidade e análise dos resultados obtidos. E na oitava contém as considerações finais. 2. As doenças geradas pelo contato de substâncias tóxicas presentes nos eletroeletrônicos Os meios tecnológicos ficam ultrapassados, devido a inviabilidade de dinheiro para o conserto. Além disso, são descartados devido também a brevidade de vida desses produtos. Como exemplos desses temos: celulares, todos os equipamentos de microinformática, eletrodomésticos, rádios, as ferramentas elétricas em geral, incluso também as lâmpadas fluorescentes e outras centenas de milhares de produtos que se enquadram aos equipamentos eletrônicos que são cada vez mais descartáveis. (RODRIGUES, A.C, 2003) E para a fabricação desses eletroeletrônicos é necessária uma quantidade exorbitante de matéria prima se comparados ao tamanho do produto. Para criar um único chip de memória de 32 Mb e que pesa quase 2 g. São necessários: 1.6 quilo de combustível fóssil, 700 g de nitrogênio e de outros gases. Além disso é preciso 32 litros de água potável e 72 g de vários outros produtos químicos. De energia elétrica se gasta 285 quilowatts que é equivalente a 380 banhos de 15 minutos cada utilizando um chuveiro de 3000 watts. (GONÇALVES, 2007) Nota se que há um alto consumo de matérias primas, para a geração de produtos tecnológicos e isso contribui também significativamente com a degradação do meio ambiente. Para a fabricação de eletroeletrônicos é indispensável a utilização de vários elementos da química, como: vanádio, o silício, borracha sintética, alumínio, titânio, berílio, cobalto e vários outros. (CÂNDIDO E SILVA, 2007) Diante disso, nota se que os eletroeletrônicos possuem em sua composição a presença de vários elementos químicos, conforme dito acima por Cândido e Silva (2007). E ainda são extraídos da natureza vários tipos de recursos, para se criar uma única peça, conforme analisado por Gonçalves (2007). Portanto, esses recursos são explorados da natureza para a produção de vários tipos de diferentes de eletroeletrônicos. E isso se torna um grande problema, pois eles acabam voltando a natureza em forma de lixo eletrônico depois de serem considerados ultrapassados ou obsoletos, de acordo com Rodrigues, A.C. (2003). 4 Quando eles voltam ao meio através desse descarte incorreto. Os produtos químicos do lixo eletrônico, causa inúmeros prejuízos a saúde, das plantas, animais e de todos os seres humanos que ter contato com os mesmos, seja de forma direta e indireta. Consequentemente isso se torna um ciclo, onde o causador desse do problema de mal descarte é o ser humano e é ele que por sua vez acaba sofrendo com as variadas consequências. Abaixo é apresentado em forma deum quadro, alguns dos químicos mais contaminantes presentes nos aparelhos eletroeletrônicos e as enfermidades que causados por cada um no corpo de ser humano. Quadro 1. Alguns contaminantes e suas devidas indisposições causadas Contaminantes Enfermidades causadas Alumínio Convulsões e disfunções neurológicas. Arsênio Vômito, diarreia e vermelhidão da pele. Berílio Calafrios, febre e tosse dolorosa. Cádmio Perda do olfato e debilitação dos ossos. Chumbo Fraqueza, astenia e náuseas. Cobre Tontura, taquicardia e hemorragia digestiva. Estanho Dor de cabeça, irritação nos olhos e pele. Ferro Lesão direta na mucosa intestinal e fadiga Lítio Vômitos, ataxia e arritmias cardíacas. Mercúrio Ardência no aparelho digestivo e glossite. Níquel Rinite crônica e síndrome de Leoffler. Prata Hemólise e insuficiência na medula óssea. Selênio Cegueira, taquicardia e arritmias cardíacas. Vanádio Dor de cabeça, palpitações e sudorese. Zinco Mal-estar, cansaço e ulcerações gástricas. Fonte: ECLYCLE, 2016 - Adaptada Conforme o Quadro. (1) acima, são apresentados 15 elementos contaminantes que se em contato com os mesmos, tem o poder de reagir desorganizar o funcionamento do organismo dos seres humanos. 5 Essas enfermidades podem se agravar se o contato for feito pela mistura de vários tipos de contaminantes. Após analisar esta tabela se faz necessário informar que existem diversos outros tipos de contaminantes, que não foi apresentado nesse e que também são altamente prejudiciais à saúde dos seres humanos. 3. O ranque dos maiores geradores de lixo tecnológico do mundo Conforme a denominação do lixo eletrônico feita anteriormente por Cândido e Silva (2007) ele pode ser chamado de lixo digital, tecnológico, e-wast ou e-lixo no português. Portanto, os dados quantitativos sobre a produção de lixo tecnológico no mundo são exorbitantes, conforme o desenvolvimento da tecnológica esse montante se acende cada vez mais. No mundo são um total de aproximadamente 49 milhões de toneladas de aparelhos rejeitados no meio ambiente. Estima se que esse descarte, terá um aumento aproximado de 33% até o final do ano de 2017. (G1, 2013). Ainda segundo dados do G1 (2013) essa quantidade é semelhante a 200 edifícios como o Empire State de Nova York e pode ser comparado com 11 pirâmides de Giza juntas. No gráfico a seguir, destaca se o total em milhões de toneladas de e-lixo gerados no mundo e a média de cálculo feita conforme o número de habitantes de cada país. Gráfico 1.. Os 10 maiores produtores de e-lixo do mundo Fonte: AOQUADRADO, 2012 – Adaptada 6 Observa-se na Gráf. (1), que é o montante de e-lixo que determina as posições dos países nesse ranque e não pela quantidade de kg por pessoa. Então, analisando os dados mencionados pelo site AOQUADRADO (2012), é notável que nessa Gráf. (1) os países que mais produziram e-lixo no mundo foi liderado pelos Estados Unidos da América, que acumulou um total de 9,4 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Esse valor equivale a quantidade de 29,8 kg desse tipo de lixo gerado por cada pessoa. A China ocupou o segundo lugar no ranque por descartar 7,3 milhões de toneladas, o que representa um total de 5,4 kg de e-lixo por habitante. Ainda de acordo com as informações do site ECYCLE (2014), Os Estados Unidos e a China, no ano de 2012, juntos representaram um terço de toda a parcela de lixo eletroeletrônico do mundo. Até então, conforme esses dados, o Japão ficou em terceiro lugar, com 21,5 kg/pessoa e completando um montante de 2,7 milhões de toneladas. Os alemães geraram, cada um, 23,2 kg ocupando o quarto lugar com 1,9 milhões totais. Os russos por sua vez com 10,4 kg/pessoa, somando 1,5 milhões em toneladas. O Brasil ocupou o sexto lugar com 1,4 milhões totais e 7,1 kg/pessoa. Ficando à frente da Inglaterra, França, Austrália e África do Sul, que foram as últimas colocadas nesse ranque. 4. As dificuldades encontradas pelo Brasil para criar um acordo setorial dos eletroeletrônicos Para que possa haver um acordo setorial dos eletroeletrônicos é preciso sensibilizar primeiro a população e depois reorganizar toda a estrutura do mercado eletroeletrônico que envolve os importadores, fabricantes, consumidores, distribuidores e os próprios comerciantes. (G1, 2015) Além dessa reorganização na estrutura de mercado é preciso sem dúvida que aconteça uma logística reversa. Os setores dos materiais elétricos são subdivididos em grupos. Conforme G1 (2015), a linha branca é constituída pelas geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupas. A marrom (televisores, câmeras e DVDs). A azul (liquidificadores e fornos elétricos) e pôr fim a linha verde (computadores, impressoras e celulares). Portanto, o que dificulta a implantação de um esquema de logística reversa, para se fazer a reciclagem de resíduos eletrônicos é a ausência de um acordo setorial. 7 Ainda conforme G1 (2015) o país enfrenta diversos tipos de obstáculos para essa implantação. Primeiro a porção geográfica do país por ser demasiada grande, encarece o transporte desses rejeitos até os centros de reciclagem. Segundo as tarifas altas de impostos que são cobradas, ao cruzar cada estado, sendo que para alguns estados é considerado proibido a passagem desses tipos de resíduos. Terceiro as definições que deve ser dada as cargas perigosa, que acabam exigindo veículos específicos e documentos de licenças especiais. E enfim é preciso estabelecer o tempo de quando que um produto eletrônico começa a gerar risco a saúde humana. No Brasil, até o momento existem 3 acordos setoriais, para outros tipos de resíduos. E de acordo com o Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – SINIR (2016), esses acordos prevalece, na atualidade, apenas para os produtos do tipo: Embalagens Plásticas de óleo Lubrificante, firmado no ano de 2012, para os produtos como lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, assinado em 2014 e, para as embalagens em geral, feito no ano de 2015. De acordo com o G1 (2015), no setor de eletroeletrônicos, existe uma cadeia de obstáculos que dificulta por completo a criação de um acordo específico para esses tipos de produtos. Primeiro há um sério problema em englobar nos acordos setoriais os computadores que são montados com peças de outras linhagens, esses que compõe a linha cinza. Outra questão é como anexar todas as importadoras, que estão presentes no mercado brasileiro e que representa uma parcela de 23% desse comércio, sabendo se que essas importadoras não possui uma associação o que impede o processo de implantação de um acordo setorial para os eletroeletrônicos. 5. A análise da existência de Leis que envolvem os eletroeletrônicos na região centro- oeste Após 20 anos de análises e estudos por parte do poder público, com o objetivo de mitigar os reflexos negativos ocasionados ao meio ambiente, devido ao crescente número de descarte incorreto de alguns tipos de materiais ou resíduos sólidos, foi então instituído a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS ou Lei Federal nº 12.305 e regulamentada no mês de dezembro do ano de 2010, pelo decreto nº 7.404. (AEDB, 2014). 8 A Lei PNRS descreve as obrigações e responsabilidades que os geradores de resíduos sólidos, diretos e indiretos, devem ter com relação a gestão ambientalmente correta de descarte de resíduos no meio ambiente. (INSTITUTO, PNRS, 2015). Além dessa Lei PNRS que atual em âmbito nacional. Existem também os Planos Estaduais de resíduos sólidos – PERS. O PERS tem como objetivo, orientaros municípios, quanto ao gerenciamento de todo o lixo. (SECIMA, 2015) Na Tabela 1. Apresentada a seguir, demonstra todos os estados da região centro-oeste, onde o Plano Estadual de resíduos sólidos – PERS, está em elaboração ou não, juntamente com a apresentação de algumas Leis que envolve os eletroeletrônicos. Tabela 1. Região centro-oeste e o PERS Estado Plano Estadual de Resíduos Sólidos Lei Data Decreto Data Menciona Resíduos Eletrônicos? GO Em elaboração Lei Estadual Nº 14.248 29 de julho de 2002 - - Lei Nº 17.242 de 27 de dezembro de 2010 inclui equipamentos de informática entre resíduos especiais: responsabilidade de fabricantes, importadores e representantes MT Em elaboração Lei Estadual Nº 7.862 19 de dezembro de 2002 - - Resíduo eletroeletrônico - REE são considerados resíduos especiais: Os fabricantes ou importadores de produtos ou serviços que gerem resíduos especiais são responsáveis pelo gerenciamento desses resíduos MS Em elaboração Lei Estadual Nº 2.080 13 de janeiro de 2000 - - Não DF - Lei Estadual Nº 3.232 3 de dezembro de 2003 Decreto nº 29.399 14 de agosto de 2008 Menciona REE no decreto: responsabilidade do gerador de resíduos Fonte: AEDB, 2014 – Adaptada 9 Nota se nessa Tabela 1, que dos 4 estados que fazem parte da região centro-oeste, apenas 1, o Distrito Federal – DF, possui o PERS. Enquanto os outros 3 estados de Goiás – GO, Mato Grosso - MT e Mato Grosso do Sul - MS, está em faze de elaboração. A lei Nº 14.248/2002, no estado de GO, tem como finalidade oferecer as normas e diretrizes para que se possa prevenir a degradação do meio ambiente. (GABINETECIVIL, 2002). A Lei Nº 7.862/ 2002, do estado do MT, também se diz a respeito ao PERS. (CUIÁBA, 2016). A Lei Nº 2.080/2000, no estado MS, a respeito de todo tipo normas de armazenamento, criação, procedimentos e critérios e quanto à destinação final dos resíduos sólidos. (SUCATAS, 2014). A Lei Nº 3.232/2003, se diz a respeito da política distrital dos resíduos sólidos. (PEDERNEIRA, 2016). Portanto, além da lei PNRS, a maioria dos estados brasileiros já dispõem de uma outras Lei específicas, que vigora em cada município. E em cada uma dessas leis estaduais, também fica mencionado as devidas tratativas que cabe o fim dos resíduos eletroeletrônicos. (AEDB, 2014). Então conforme o que foi dito acima, por AEDB (2014), existem diferentes tratativas para com os resíduos eletroeletrônicos, de acordo com cada Lei aplicada em um determinado estado. Portanto, nota se que o objetivo da análise dessa Tab. (1), foi justamente mostrar a existência de algumas leis que tratam a respeito desse tema e não de mostrar todas as leis existentes desse, pois afinal não se trata de um trabalho da área do direito e sim de um artigo colaborativo que leve ao leitor o conhecimento da existência de algumas Leis relacionadas aos eletroeletrônicos. 6. Análises e resultados a respeito da visita e da entrevista realizada com os gestores do aterro sanitário de Catalão Para fazer esses estudos foi imprescindível a escolha do local e da criação de métodos de pesquisas através da elaboração de uma entrevista que foi aplicada ao diretor e vice-diretor da COOTRACAT. 10 Quanto a escolha do local: A escolha desse local para a realização dessa visita, aconteceu mediante dos seguintes passos: Primeiramente a necessidade de conhecer o lugar para onde é destinado todo o lixo da população catalana; ter ciência da quantidade de lixo eletrônico gerado pela cidade; conhecer as técnicas ou os métodos que são utilizados no tratamento do lixo eletrônico; se os resíduos eletroeletrônicos são descartados de forma correta; se há processos de reciclagem para esse tipo de lixo; ter conhecimento da estrutura física do local; do número de funcionários que trabalham no aterro sanitário da cidade e se eles fazem uso correto dos EPI’s (Equipameno de Proteção Individual). O objetivo da preparação da entrevista: A entrevista foi preparada, com o intuito de mostrar com exatidão todo a aplicabilidade prática do processo de tratamento do lixo eletrônico da cidade. Como dito anteriormente, essa foi destinada ao diretor e vice-presidente da COOTRACAT, com o intuito de recolher respostas objetivas e sucintas. Quanto ao desenvolvimento das perguntas: As perguntas da entrevista foram elaboradas a fim de coletar dados técnicos a respeito da existência e da localidade dos pontos de coleta de lixo eletrônico na cidade, da quantidade, da separação, dos processos de descarte, do destino desses materiais; se há planejamentos futuros para a implantação de um processo de logística reversa e quais as dificuldades encontradas pela gestão no tratamento desses tipos de resíduos. Através da entrevista chegou se as seguintes respostas: Na cidade de Catalão, há dois pontos de coleta de lixo eletrônico (eco pontos), onde acontece a coleta seletiva que é realizada uma vez por semana nos bairros residenciais e em todos os dias na região central. Essa coleta seletiva é realizada pelo grupo Seleta (empresa prestadora de serviços na área de saneamento básico do município), que é responsável por todo recolhimento desse tipo de material reciclável. Quanto a quantidade desse tipo de lixo, há apenas dados aproximados (cerca de 150 kg a cada 6 meses). Já a separação do material eletrônico, acontece manualmente por 38 funcionários da COOTRACAT, que são divididos em dois turnos, no qual esses realizam a triagem e a separação dos lixos orgânicos e dos materiais provenientes da coleta seletiva. Os lixos eletrônicos que são encontrados são vendidos para empresas terceiras proveniente de outros estados. Logo, este processo de 11 logística reversa, de acordo com o diretor do aterro sanitário, se inicia quando acontece a comercialização desses tipos de resíduos. Enfim, conforme dito pelo diretor, são encontradas duas dificuldades por parte da gestão: a primeira é fazer com que o lixo eletrônico chegue de forma correta ao aterro sanitário ou a cooperativa. A segunda é ter contato com empresas que trabalham e tenham interesse em comprar esse tipo de material. A seguir a Fig. (2) mostra a localidade do bairro santa Helena II e a Fig. (3) a localidade do bairro jardim primavera em forma de mapas que agregam informações pertinentes quanto ao ponto de coleta ou eco pontos que existem na cidade. Fig. (2) Bairro - Santa Helena II Fonte: MAPS, GOOGLE, 2016 – Adaptada Conforme a Fig. (2), mostra a localidade do bairro Santa Helena II. Onde se encontra um eco ponto. Fig. (3) Bairro – Jardim Primavera 12 Fonte: MAPS, GOOGLE, 2016 – Adaptada Na Fig. (3), mostra a localidade do bairro Jardim Primavera, onde se localiza o segundo o eco ponto. Os dois ecos pontos (pontos de coletas de material reciclável) da cidade de Catalão, funcionam atualmente de segunda à sexta – feira das 8hrs até 16hrs, de acordo com as informações fornecidas pelo diretor do aterro. 7. Conhecimentos da população sobre o lixo eletrônico Foi elaborado um questionário com 12 perguntas, aplicado para 76 moradores de diferentes locais de Catalão, afim de recolher informações dos conhecimentos dos mesmos a respeito do lixo eletrônico. De acordo com as pesquisas realizadas obteve se os seguintes gráficos: 13 Gráf. (1). Conhecimentos gerais – lixo eletrônicoFonte:. Elaboração própria Conforme análise do Gráf. (2), sobre os conhecimentos gerais do lixo eletrônico, percebe que na pergunta de número 1, 56 pessoas tem entendimento do que é o lixo eletrônico, enquanto as outras 20 não souberam responder. Na questão 2, as mesmas pessoas que responderam sim na questão 1, sabem que o lixo eletrônico pode causar impactos no meio ambiente e o restante desconhecem as substâncias químicas contidas nos mesmos. Nas questões de número 3 e 4, foi avaliado de acordo com essa pesquisa que a maioria do público, possuem em suas residências um lixo eletrônico e não efetuam o descarte correto, pelo fato de não conhecerem o local adequado para descartar esses detritos eletrônicos. 14 Ainda de acordo com o Gráf. (2), na questão 5, 40 pessoas desconhecem os pontos de coleta de material reciclável, enquanto as outras 36 só ouviram falar desse termo, mas não sabem onde é localizado. E na última questão nota se que 72 pessoas não sabem da existência de dois ecos pontos, presentes no município de Catalão e apenas 4 tem ciência desses. Gráf. (3). Conhecimentos pessoais – lixo eletrônico Fonte: Elaboração própria No Gráf. (3), é avaliado os conhecimentos pessoais do lixo eletrônico. Na questão 7, mostra que as 56 pessoas agiram com negligência, pois descartaram alguma vez o seu lixo eletrônico de forma incorreta, enquanto 20 responderam que nunca realizaram esse ato. 15 É importante destacar a questão 12, pois essa diz respeito ao conhecimento dos moradores, quanto ao descarte de pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes. É notável que 44 pessoas não entregam esse material corretamente, pois os mesmos desconhecem locais como por exemplo um supermercado ou um outro estabelecimento que é apropriado para o recolhimento desses tipos de resíduos. De acordo com análises feitas por Pivott, Guilherme, et. al (2013), no município de São Borja no estado do Rio Grande do Sul, 88,8% dos entrevistados, disseram que não há fiscalização, enquanto 11,1% contestaram que a fiscalização é presente, porém falha. Portanto, o conhecimento geral da população de muitos lugares no Brasil a respeito dos resíduos eletroeletrônicos é precário, como percebe se também semelhança dos dados encontrado no município de Borja conforme descrito, com os resultados obtidos através dos questionários aplicados, como mostrados nos Gráf. (2) e Gráf. (3), da região da cidade de Catalão – GO. 8. Considerações finais O artigo teve como objetivo contribuir ou colaborar justamente nas questões do tratamento do lixo eletrônico produzidos em Catalão – GO, despontando as facetas negativas que a tecnologia pode oferecer quando acumulada em locais indevidos, prejudicando todo o meio ambiente. Assim para fortalecer essa questão, foi realizado estudos quanto a produção de e-lixo no mundo e suas consequências para a saúde humana. Para a realização desse foi gerado questionário e entrevistas junto com a população local e com a gestão do aterro sanitário da cidade. Por base deste notou se que a sociedade catalana carece de conhecimento a respeito dessa temática que engloba o tratamento do lixo eletrônico na cidade. E foi perceptível também que muitos catalanos preferem guardar o seu lixo eletrônico em suas próprias casas do que descartarem em uma lata de lixo comum, o que proporciona a pouca chegada desses resíduos ao aterro sanitário da cidade, um dos pontos que tem causado muitas inquietações por parte da gestão local. E enfim, o presente trabalho foi criado com o objetivo de ajudar a elevação de novos conhecimentos sobre esse tema e fomentar a geração de futuras discussões, a respeito do processo de tratamento do lixo eletroeletrônico gerado em Catalão e em consequências em todo o mundo. 16 9. Referências bibliográficas AEDB. Documento eletrônico. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/5062027.pdf> Acesso em:11, 2016. AOQUADRADO. Documento eletrônico. Disponível em: < https://aoquadrado.catracalivre.com.br/impacto/pesquisadores-criam-ranking-mundial-da- producao-de-lixo-eletronico/> Acesso em: 11, 2016 Cândido, C. E. de F. & Silva, W. C. da. (2007) Educação Ambiental: O Lixo Eletrônico. Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Instituto de Química. Recuperado em 22 de maio, 2009, de <http://iq.ufrj.br/~recicla_iq/monografia_kadu.pdf> CUIABA. Documento eletrônico. 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Agradeço também a toda a dedicação dos meus familiares (papai, “irmãzinha”, minha sapeca sobrinha, ao famoso “arapuca” e até para ao danado do meu cunhado). Agradeço também a minha linda namorada, que sempre me deu força, pelo seu companheirismo, respeito, amor econfiança. E por fim é claro, não posso esquecer dos meus parentes, amigos e professores, que contribuíram de forma direta e também indireta dando me apoio psicológico, que foram essenciais para o meu desempenho no decorrer deste trabalho e para a minha formação. 11. Responsabilidade pelas informações O autor Guilherme Eliziário dos Santos é o único responsável pelas informações incluídas neste trabalho.
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