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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ Curso: Direito – NOTURNO DIREITO CONSTITUCIONAL – PROF° Nourmirio Bittencourt Tesseroli Filho ERICA CELESTINO Na presente observação acerca dos pontos abordados sobre os casos transgêneros na apresentação do Trabalho discente efetivo e no estudo dos pontos doutrinários constitucionais, é possível afirmar que não existe uma lei positivada na Constituição Federal/88 de forma expressa contra eventual discriminação no Brasil, porém, em se tratando de lei infraconstitucional, é de inteira admissibilidade a incorporação dos seguintes dispositivos: 1. Art. 1°, III: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] III – a dignidade humana [...]” 2.Art. 3º: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária; [...] IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. “ O Princípio da Dignidade Humana, princípio vinculado aos Fundamentos da República, conforme supracitado, é um valor supremo, é a base de todos os demais princípios, fundamentando orientar todo o ordenamento jurídico em relação às garantias e administrando os direitos necessários para se viver com dignidade. 3.Artigo 5° caput CF/88: “ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]” Uma vez que conforme supracitado, a liberdade e a igualdade são garantias de todos os indivíduos, estes assegurados de maneira una, tendo seus direitos invioláveis perante ao Estado e à sociedade. É de nosso entendimento que a atual Constituição Federal, proveniente do Poder Originário Constituinte, promulgada em 1988, que tal documento surge como uma quebra, uma transição dos valores até então praticados pelo regime militar, este extremamente autoritário desde 1964. A sociedade passa a ter seus direitos resgatados e protegidos, garantindo, a consolidação dos valores da dignidade humana até então abarrotados. Outra forma de proteção no que tange à questão inicialmente abordada é a possível Mutação Constitucional, que consiste não em uma reforma de fato na letra do texto, mas sim, a uma nova interpretação do já vigente, uma diferença na forma como se lê e se reproduz tais enunciados, buscando maior condição de validação e eficácia nesses elementos jurídicos. Ainda se pode contar com a Analogia como forma de respaldo à tal ponto, uma vez que a analogia pode e deve ser usada em caso de lacuna de lei, sem previsão específica na lei, analisando casos semelhantes para que esse tenha sua finalidade alcançada.
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