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Estudo De Caso

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GEOLOGIA APLICADA À OBRAS CIVIS
Acadêmicos:
 Daniel Rodrigues Brito
Jayson da Cunha Monteiro
Kaline Carneiro Guimarães
Wellerson Yann Guimarães Castro 
 ESTUDO DE CASO REALIZADO NA PRAIA DA GRACIOSA EM PALMAS, NO TOCANTINS.
Palmas – TO
2017.
RELATÓRIO DE PESQUISA REFERENTE À VISITA TÉCNICA REALIZADA NA PRAIA DA GRACIOSA EM PALMAS, NO TOCANTINS.
Relatório apresentado ao Centro Universitário Luterano de Palmas, como parte das exigências para obtenção da matéria de Geologia Aplicada à Obras Civis, do curso de Engenharia Civil, orientada pelo Prof. Éder Pinto.
Palmas – TO
2017.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
O Estado do Tocantins foi criado no dia 05 de outubro de 1988, e teve como capital provisória a cidade de Miracema do Tocantins. A atual capital do Estado Palmas teve sua pedra fundamental lançada no dia 20 de maio de 1989 e foi construída no centro geográfico do Estado, numa área de 1.024km². 
 
O nome Palmas foi escolhido em homenagem a Comarca de São João da Palma, sede do primeiro movimento separatista da região, instalada em 1809 na barra do rio Palma com o rio Paranã. O grande número de palmeiras, espécie nativa da região, foi outro fator que influenciou na escolha do nome
“A Constituição Estadual, promulgada em 5 de outubro de 1989, definiu Palmas como a capital do Estado, estabelecendo a data de 1º de janeiro de 1990 para a transferência da capital de Miracema do Tocantins para Palmas. ” (Revista UFG / junho 2009 / Ano XI nº 6)
Figura1: Palmas em 1992.
Fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br/to/palmas/historia.htm
Com uma população estimada em 257.904 habitantes(Estimativa IBGE para 2013) Palmas é conhecida como a Capital das oportunidades, sendo repleta de ecossistemas de grande beleza cênica com parques urbanos, como o Parque Cesamar, jardins e áreas verdes estrategicamente projetadas, além de um lago formado pela Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães com 8 km de largura, onde se encontra a Praia da Graciosa, local este que é base do desenvolvimento deste estudo de caso.
A Praia da Graciosa é a principal praia da cidade e conta com estrutura para receber turistas e moradores. São 520 metros de orla que comportam bares e restaurantes, quadras de esporte, marina com atracadouro, píer e vista para a Ponte da Amizade, de 8 Km de comprimento.
Com uma estrutura moderna, a Graciosa serve também, como ponto de realização de eventos culturais, esportivos e de lazer. Mas são suas características geológicas e inúmeras construções, sejam elas edificações, pontes ou aterros que interessam a este trabalho acadêmico.
Figura 2: Pôr do sol na Praia da Graciosa
Fonte: http://www.palmas.to.gov.br/conheca_palmas/praias/praia-da-graciosa/
Figura 3: Praia da Graciosa
Fonte: http://www.alemanhanobrasil.com.br/galeria-fotografo/gisela-carla-almeida--877
Para a obtenção de um lugar belo e com uma infraestrutura tão diferenciada como a Praia da Graciosa além do trabalho da natureza foi preciso a interferência da Engenharia Civil, esta que vem atrelada a Geologia do local, fator muito importante para qualquer alteração construtiva que venha a ser realizada. 
A Geologia Aplicada à Engenharia Civil é a ciência que se dedica a investigar, estudar e solucionar problemas de engenharia e meio ambiente, decorrentes da interação entre obras, atividades do homem e o meio físico geológico, assim como o prognóstico e ao desenvolvimento de medidas preventivas ou reparadoras de riscos geológicos.
“Geociência aplicada é responsável pelo domínio tecnológico da interface entre a atividade humana e o meio físico geológico.” (Santos, 2002).
Todos os processos geológicos estão de certa maneira dependentes das propriedades dos minerais e rochas. Erupções vulcânicas, movimentos tectónicos, os efeitos das acções de erosão e alteração, e mesmo as vibrações sísmicas, envolvem sempre determinadas características dos minerais e rochas. Consequentemente, um conhecimento básico dos materiais constituintes da terra é essencial para a compreensão de todos os fenómenos geológicos. A classificação geológica dos terrenos inclui sempre alguma informação básica sobre o comportamento a esperar destes em relação à implantação de obras de Engenharia Civil.
A rocha, por contraste, pode ser definida simplesmente como um agregado de um ou mais minerais. O termo agregado significa que os minerais se apresentam misturados mas mantendo as suas propriedades individuais. Apesar da maioria das rochas serem compostas por mais de um mineral, alguns minerais podem apresentar-se em grandes quantidades impuras. Nestas circunstâncias são considerados como rochas. Um exemplo comum é o mineral calcite que frequentemente é o constituinte principal de grandes unidades rochosas que são os calcários.
Os minerais são sólidos formados por processos não orgânicos. A maior parte dos minerais possui uma estrutura ordenada de átomos (estrutura cristalina) e uma composição química particular correspondente a um conjunto definido de características. Para a identificação de um mineral são observadas determinadas propriedades físicas que, em geral, não necessitam a utilização de meios
As propriedades vectoriais podem ser contínuas (ex. resistência à compressão) ou descontínuas (ex. clivagem). Relativamente às propriedades direcionais contínuas, se um mineral ou rocha apresentar sempre o mesmo valor para uma determinada propriedade independentemente da direção em que esta é medida o material diz-se isotrópico para essa propriedade. Pelo contrário, se houver uma direção em que a propriedade apresenta um valor máximo e outra em que o valor observado é mínimo o material diz-se anisotrópico. Além das propriedades dos minerais referidas em seguida existem outras que não têm um interesse e influência direta na Engenharia Civil (características de luminosidade, eléctricas e magnéticas por exemplo).
OBJETIVO
OBJETIVO GERAL
O objetivo deste relatório é verificar a importância da geologia de engenharia em obras e serviços de Engenharia Civil.
OBETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar a importância do uso das rochas e dos solos como material de construção civil em obras e serviços de engenharia civil.
Verificar a importância das águas superficiais e subterrâneas em obras e serviços de engenharia civil.
3.1 - Geologia 
A geologia trata-se da ciência que analisa a forma interna e externa da terra. O conceito é advindo dos vocábulos gregos: geo (“terra”) e logos (“estudo”). Assim, a geologia é responsável por estudar as matérias que formam o globo terrestre e os seus devidos processos de formação (Conceito de Geologia, 2012). Como a aplicação da ciência geológica é muito vasta, podemos defini-la em várias áreas: geologia estrutural, geologia histórica, geológica econômica e geologia de engenharia, sendo a ultima a mais importante para esta abordagem. 
Para (TOLEDO, 2002) a Geologia é a ciência natural que ao ser aplicada com as ciências exatas e básicas (Matemática, Física e Química) e diversas ferramentas, se torna possível conhecer o meio natural do planeta, e assim se torna possível a interação também com a Biologia. A autora ainda conclui que a Geologia e Biologia são “ciências naturais que permitem conhecer o nosso habitat e, por consequência, agir de modo responsável nas atividades humanas de ocupar, utilizar e controlar os materiais e os fenômenos naturais”. 
A Geologia tem um importante papel para decisão na qualidade da ocupação e aproveitamento dos recursos naturais, o que vai desde os solos em que se constrói e cultiva alimentos, até os diversos recursos energéticos e matérias primas para funcionamentode indústrias (TOLEDO, 2002). A autora sintetiza os objetivos da geologia da seguinte forma: 
Estudo das características do interior e da superfície da Terra, em várias escalas; 
Compreensão dos processo físicos, químicos e físico-químicos que levaram o planeta a ser tal como o observamos; 
Definição da maneira adequada (não destrutiva) de utilizar os materiais e fenômenos geológicos como fonte de matéria prima e energia para melhoria da qualidade de vida da sociedade; 
Resolução de problemas ambientais causados anteriormente e estabelecimento de critérios para evitar danos futuros ao meio ambiente, nas várias atividades humanas; 
Valorização da relação entre o ser humano e a natureza (TOLEDO, 2002). 
 
3.1.1 – Geologia estrutural 
A Geologia Estrutural em geral trata-se da observação, descrição e interpretação das feições estruturais observadas em afloramentos ou laminas estreitas. Conforme (MANDL, 1988 apud CHEMALE JR; ZERFASS) a Geologia Estrutural se baseia em uma abordagem geométrica e cinemática. Existe ainda outro fator muito importante mencionado no artigo escrito por (CHEMALE JR; ZERFASS) que diz respeito a abordagem mecânica da Geologia Estrutural, que se bem aplicada permite conhecer os processos envolvidos na deformação das rochas. 
O conhecimento das técnicas da Geologia Estrutural pode ser aplicado na investigação do meio físico de regiões que compreendidas por rochas fraturadas, sendo de grande valia para conhecimento do fenômeno da queda de blocos em escarpas, encostas naturais e taludes de corte (CARNEIRO, Celso Dal Ré; PINOTTI, Alexandre Mathias). 
A análise geométrica dessa geologia busca construir um modelo da forma externa e interna de um corpo rochoso, enquanto a cinemática visa construir um modelo dos movimentos das massas rochosas e do das partículas, já a análise estrutural dinâmica é aplicada no levantamento do campo de esforços que resulta num determinado conjunto de estruturas (GEOLOGIA ESTRUTURAL, 2008). 
 
3.1.2 – Geologia histórica 
A geologia histórica é o ramo da geologia que estuda as transformações que a Terra tem sofrido, desde sua formação. Para estabelecer um marco temporário absoluto, os geólogos têm desenvolvido uma cronologia a escala planetária dividida em éons, eras, sistemas ou períodos, épocas ou séries e idades ou andares. Esta escala baseia-se na estratigrafia, isto é, no estudo e interpretação dos estratos, apoiada nos grandes eventos biológicos e geológicos. Por exemplo, para a datação da transição entre Pérmico e Triásico usa-se o evento de extinção em massa o Pérmico-Triásico. As etapas da Terra anteriores ao Fanerozóico das que não se dispõe de registos fósseis fiáveis são definidas cronometricamente, isto é, fixando um valor de tempo absoluto. As rochas são a autêntica memória da Terra, porque nelas ficaram registrados os diferentes processos geológicos que ocorreram durante a história geológica do planeta. Um dos problemas com os que se encontra a geologia é o de datar estes processos. 
Anteriormente pensava-se que a Terra se tinha formado em seis dias e que sua idade não superava os 6000 anos. Agora sabe-se que os processos geológicos se caracterizam por sua lentidão, chegando a ser imperceptíveis para um observador, dando a sensação de permanência e imutabilidade da paisagem, embora há processos geológicos que se produzem subitamente: uma erupção vulcânica, um terremoto, uma avalanche, a crescida de um rio, etc. Estes fenômenos súbitos deram a pensar que as grandes catástrofes eram as únicas que modificavam o relevo terrestre: levantando montanhas, dando local a súbitas invasões marinhas sobre os continentes. Mas os agentes geológicos externos modelaram a superfície até dar-lhe a configuração atual e seguirão fazendo-o de forma continuada e imperceptível. Em um século geologicamente não é nada e não se chegam a observar diferenças notáveis. 
Vinte séculos também não é tempo geologicamente apreciável, embora já fique perceptível algumas modificações: um rio pode haver mudado seu curso, uma falésia pode haver retrocedido formando-se uma praia onde antes não existia, ou uma língua glaciar pode haver retrocedido se formando um lago em seu extremo. Por isso, possivelmente, a maior dificuldade que implicam os estudos nas diferentes ciências geológicas consiste no uso de escalas de espaço e tempo não usuais em outras ciências, desde magnitudes muito pequenas a outras muito grandes. 
A unidade de tempo em geologia é o milhão de anos. Neste período de tempo já pode realmente mudar a face da Terra. O milhão de anos supera muito largamente a todos os intervalos de tempo de referência que o homem costuma utilizar. Um dos princípios mais importantes que ficam subjacentes nas escalas de tempo geológico é o princípio de sobreposição de estratos, proposto pela primeira vez no século XI pelo geólogo persa Avicena (Ibn Sina). Mais tarde no século XI, o naturalista chinês Shen Kuo (1031-1095) reconheceu também o conceito de tempo geológico". 
Este princípio foi redescoberto no final do século XVII por Niels Stensen. O princípio de sobreposição de estratos estabelece que as capas de rocha (ou estratos) estão estabelecidas em sucessão, que a cada estrato representa uma "ranhura" de tempo e que qualquer estrato é provavelmente mais antigo que os que tem em cima e mais jovem que os de embaixo. Mas ainda que o princípio é simples, sua aplicação real às rochas resultou bastante complexa. 
Em decorrência do século XVIII os geólogos deram-se conta que: 
As sequências de estratos estão com frequência corroída, distorcida, inclinadas ou inclusive investidas, o que tem lugar após sua deposição. 
Os estratos depositados ao mesmo tempo em diferentes lugares podem ter uma aparência completamente diferente. 
Os estratos da cada área representam só uma pequena parte da longa história da Terra. 
As primeiras tentativas sérias para estabelecer uma escala de tempo geológico que pudesse aplicar a qualquer lugar na Terra tiveram lugar no final do século XVIII. O mais influente das primeiras tentativas (defendido por Abraham Gottlob Werner, entre outros) divide as rochas da crosta terrestre em quatro tipos: primárias, secundárias, terciárias e quaternárias. A cada tipo de rocha, de acordo com a teoria, formou-se durante um período específico na história da Terra. Portanto, é possível falar de um "Período Primário", bem como de rochas do Primário". 
Em 1785 James Hutton, o fundador da geologia moderna, propõe que o interior da Terra está quente e que esse calor é o motor que impulsiona a formação de novas rochas, logo as rochas são corroídas pelo ar e a água e os sedimentos depositados em capas no mar, o calor então consolida os sedimentos em rochas e levanta novas terras. Esta teoria denominou-se Plutonismo em contraste com a Netunismo, que considerava que todas as rochas se depositaram ao mesmo tempo em decorrência de uma imensa inundação. 
A identificação de estratos pelos fósseis que contêm, realizada pela primeira vez por William Smith, Georges Cuvier, Jean d'Omalius d'Halloy e Alexandre Brogniart a princípios do século XIX, permitiu aos geólogos a dividir a história da Terra com maior precisão. Também lhes permitiu correlacionar os estratos a nível nacional (ou inclusive continental). Se dois estratos distantes no espaço ou diferentes em sua aparência contêm os mesmos fósseis, há uma alta probabilidade de que tenham sido depositados ao mesmo tempo. Os estudos detalhados dos estratos e fósseis da Europa que se realizaram entre 1820 e 1850 deram lugar à sequência de períodos geológicos que se segue utilizando hoje em dia. 
O processo esteve dominado pelos geólogos britânicos, e assim se reflete nos nomes dos períodos: Cámbrico (o nome romano de 
Gales), Ordovícico e Silúrico (nomes de antigas tribos galesas) foram definidos utilizando sequências estratigráficas de Gales. Devónico procede do condado inglês de Devon e Carbonífero de carvão. O Pérmico foi estabelecido por um geólogo escocês e procede de Perm, Rússia. No entanto, alguns períodos foram definidospor geólogos de outros países. O Triásico foi baptizado assim em 1834 pelo geólogo alemão Friedrich August von Alberti pelas três capas diferentes (do latín tríade) que apresentava o terreno: arenitos vermelhos, dolomitas com conchas e argilas cinzas, encontradas em toda a Alemanha e Noroeste da Europa. O "Jurásico" foi estabelecido pelo geólogo francês Alexandre Brogniart em base ao amplo calcário exposto nos montes Jura. O Cretáceo (do latín Creta que significa "tiza") foi definido por vez primeira pelo geólogo belga Jean d'Omalius d'Halloy em 1822, utilizando os estratos da bacia de Paris e denominado assim pelos amplos depósitos de giz (carbonato cálcico depositado pelas conchas de invertebrados marinhos). 
Inicialmente, a escala de tempo podia estimar-se só de forma muito imprecisa. Os diversos tipos de taxas de mudança utilizados nas estimativas eram muito variáveis. Ainda assim, os primeiros geólogos sugerem milhões de anos para os períodos geológicos e inclusive alguns sugerem uma idade quase infinita para a Terra, o que contrasta com as datas em torno de seis ou sete mil anos de idade para a Terra que tinham proposto os criacionistas se baseando na Bíblia. 
Desde então, geólogos e paleontólogos têm construído a escala geológica sobre a base das posições relativas dos diferentes estratos e fósseis e sobre as estimativas das escalas de tempo baseadas no estudo das taxas de diversos tipos de Intemperismo, erosão, sedimentação e litificação. A descoberta da radiatividade em 1896 e o desenvolvimento de suas aplicações à geologia através da datação radio métrica durante a primeira metade do século XX (por geólogos tais como Arthur Holmes), permitiram uma datação absoluta da idade das rochas. 
 
3.1.3 – Geologia econômica 
A Geologia Economica é um ramo da Geologia que tem como objetivos estudar e entender a formação de recursos naturais, em especial os minérios metálicos , as formas de seus corpos, suas gêneses e controles geológicos, bem como os diferentes tipos de minérios segundo processos de formação a localização tectônica, o tempo de formação, descrever a gênese e o controle de depósitos de metais e outras matérias-primas para sustentar o desenvolvimento global e promover melhorias nas condições de vida da humanidade (SUITA, M. T. F., 2011). 
Em seu trabalho o geólogo econômico utiliza dados, subsídios e métodos de toda a Geologia, em especial da Mineralogia, Petrologia, Geoquímica, Geofísica e de outras áreas do saber humano: Economia, Química, Física, Engenharias, entre outras (Dicionário Livre de Geociências, 2013). 
A Geologia Economica tem como objetivos estudar e entender a formação de recursos naturais, em especial os minérios metálicos , as formas de seus corpos, suas gêneses e controles geológicos, bem como os diferentes tipos de minérios segundo processos de formação a localização tectônica, o tempo de formação, descrever a gênese e o controle de depósitos de metais e outras matérias-primas para sustentar o desenvolvimento global e promover melhorias nas condições de vida da humanidade (SUITA, M. T. F., 2011). 
 
A distribuição dos depósitos minerais na crosta terrestre acompanha, grosso modo, a divisão geotectônica da Terra. Dessa forma as feições geotectônicas correspondem a um dos principais controles da distribuição das mineralizações que ocorrem em nosso planeta. Atualmente sob a ótica da Tectônica de Placas, que compartimentou a crosta de um modo bem detalhado, observa-se que um conjunto de mineralizações, ou um determinado tipo de mineralização, às vezes, encontra-se condicionado não só a um único, mas a mais de um tipo de feição tectônica. (SUITA, M. T. F., 2011) Desde os primórdios da busca pelo homem dos recursos minerais que o interessavam, observou-se que a determinados tipos de minérios relacionavam-se certos litotipos específicos. Dessa forma pôde-se estabelecer uma série de associações entre litologias x mineralizações como, por exemplo:granito x cassiterita e rochas ultrabásicas x cromita, etc (SUITA, M. T. F., 2011). 
 
Na medida em que nos dois casos citados, verificou-se que nem todos os granitos apresentavam-se mineralizados em estanho, e nem todas as rochas ultrabásicas continham depósitos de cromita, houve uma tendência a uma melhor caracterização dos tipos rochosos partindo-se então para uma melhor definição dos ambientes de formação dessas rochas.São com esses dados que hoje o geólogo econômico trabalha, de modo que a evolução da litosfera e seus processos de formação devem de ser bem compreendidos para que se possa entender o real significado da presença de certo tipo de mineralização em um determinado segmento da crosta terrestre (PEREIRA, R.M.). 
 
3.2 – Geologia de engenharia 
Geologia de Engenharia é a ciência dedicada à investigação, estudo e solução dos problemas de engenharia e meio ambiente decorrentes da interação entre as obras e atividades do Homem e o meio físico geológico, assim como ao prognóstico e ao desenvolvimento de medidas preventivas ou reparadoras de riscos geológicos” (IAEG). Pode –se dizer que ela é responsável pela interface tecnológica entre as atividade humanas e o meio físico. 
 
Define – se então alguns campos de aplicação: 
Barragens; 
Obras ViáriasObras Subterrâneas; 
Fundações; 
Taludamento, Desmonte, Escavações; 
Cidades; 
Exploração Mineral; 
Agricultura; 
Portos, Vias Navegáveis, Lagos e Canais; 
Impactos Ambientais - Disposição de Resíduos; 
Riscos Geológicos; 
Materiais Naturais de Construção; 
Estabilidade de Taludes e Encostas; 
Estabilidade de Maciços; 
Erosão e Assoreamento; 
Colapso e Subsidência; 
Hidrogeotecnia; 
Métodos de Investigação de Terrenos e Materiais; 
Instrumentação Geológico- Geotécnica; 
Cartografia Geotécnica; 
Informática Aplicada; 
Geofísica Aplicada; 
Geologia Histórica / Dinâmica Externa / Interna; 
Ensino; 
Arqueologia / Paleontologia; 
Espeleologia; 
Exploração Espacial. 
 
 
3.3 – Estrutura interna da terra 
Sabe-se que a Terra, uma esfera ligeiramente achatada, não é homogênea. Como se pode conhecer as camadas geológicas abaixo de nossos pés e outras estruturas localizadas no interior e no centro da Terra, situado a cerca de 6370 km de profundidade? Por meio de perfurações o homem tem acesso, direto, apenas, aos primeiros 15 quilômetros. Daí, para baixo, são, principalmente, as ondas sísmicas, que revelam conhecimentos sobre o interior de nosso Planeta (CPRM – Serviço Geológico do Brasil). 
 
Figura 1: estrutura interna da Terra 
 
Fonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasil 
A propagação das ondas sísmicas produzidas pelos terremotos ou fontes artificiais varia de velocidade e de trajetória em função das características do meio elástico em que trafegam. A correta interpretação do registro dessas ondas, através dos sismogramas, permite inferir valores de velocidade e densidade tanto em rochas no estado sólido, ou parcialmente fundidas, como naquelas situadas próximas da superfície ou em grandes profundidades. Dessa forma, é possível comprovar suposições sobre o estado dessas estruturas internas e outros processos geológicos dentro do interior da Terra. Elas mostram que nosso planeta é formado por três camadas de composição e propriedades diferentes: a crosta, o manto e o núcleo. Essas camadas, por sua vez, possuem algumas variações e são, por isso, subdivididas em outras. Essas camadas foram descobertas pela análise da refração e da reflexão de ondas sísmicas (OBSIS, UNB). 
 
3.3.1 Crosta Terrestre 
A crosta é a camada mais externa, delgada e conhecida da Terra. Ela é tão fina em relação ao restante do planeta que pode ser comparada à casca de uma maçã em relação à maçã inteira. Sua espessura é variável, sendo maior onde há grandes montanhas e menor nas fossas oceânicas. Sob os oceanos, a crosta costuma ter cerca de 7 km de espessura; sob os continentes, ela chega a 40 km em média. As espessuras extremas estão em 5 e 70 quilômetros (CPRM – Serviço Geológico do 
Brasil). 
Está dividida em crosta continental e crosta oceânica, com composiçõesdiversas e espessuras diferentes. 
A crosta continental é formada essencialmente de silicatos aluminosos e tem uma composição global semelhante à do granito. Mede 25 a 50 km de espessura e as ondas sísmicas primárias nela propagam-se a 5,5 km/s. 
A crosta oceânica é composta essencialmente de basalto, formada por silicatos magnesianos. Tem 5 a 10 km de espessura e é mais densa que a crosta continental por conter mais ferro. As ondas sísmicas têm nela velocidade de 7 km/s. 
O limite entre a Crosta e o Manto foi descoberto pelo sismólogo croata Andrija 
Mohorovicic, em 1909 e é chamado de Descontinuidade de Mohorovicic, ou Moho. Na passagem entre eles, a velocidade das ondas sísmicas primárias sofre brusca elevação (CPRM – Serviço Geológico do Brasil). 
 
3.3.2 Manto 
O manto divide-se em manto superior e manto inferior. O superior tem, logo abaixo da crosta, uma temperatura relativamente baixa (100 °C) e uma consistência similar à da camada acima, com velocidade de ondas sísmicas de 8,0 km/s. No manto inferior, porém, esta velocidade aumenta para 13,5 km/s, com temperatura bem mais alta, chegando a 2.200 ºC perto do núcleo. Essa diferença na velocidade sísmica traduz uma mudança na composição química das rochas. 
No período de 1965 a 1970, os geólogos e geofísicos concentraram seus esforços para pesquisar as primeiras centenas de quilômetros abaixo da superfície terrestre como parte do Projeto Internacional do Manto Superior. Muitas descobertas importantes foram feitas entre elas a definição de "litosfera"e "astenosfera" com base em 	modelos 	de 	velocidades 	das 	ondas 	S. 
Litosfera: É uma placa com cerca de 70 km de espessura que suporta os continentes e áreas oceânicas. A Crosta é a camada mais externa dessa porção da Terra. A litosfera é caracterizada por altas velocidades e eficiente propagação das ondas sísmicas, implicando condições naturais de solidez e de rigidez de material. A litosfera é a responsável pelos processos da Tectônica de Placas e pela ocorrência dos terremotos. Astenosfera: É também chamada de zona de fraqueza ou de baixa velocidade pela simples razão do decréscimo da velocidade de propagação das ondas S. Nessa região, em que se acredita que as rochas estão parcialmente fundidas, as ondas sísmicas são mais atenuadas do que em qualquer outra parte do Globo. A astenosfera, que se estende até 700 km de profundidade, apresenta variações físicas e químicas. É importante assinalar que é o estado não sólido da astenosfera que possibilita o deslocamento, sobre ela, das placas rígidas da litosfera. 
Assim como o manto e a crosta estão separados pela Descontinuidade de Mohorovicic, o manto e o núcleo estão separados por outra, a Descontinuidade de Gutenberg, que fica a 2.700-2.890 km de profundidade. 
 
3.3.3 Núcleo 
A composição do Núcleo foi estabelecida comparando-se experimentos laboratoriais com dados sismológicos. Assim, foi possível determinar uma incompleta, mas razoável aproximação sobre a constituição do interior do Globo. 
 Em 1936, Inge Lehman, sismóloga dinamarquesa, descobriu o contacto entre o Núcleo Interno e o Núcleo Externo. O núcleo externo tem 2.200 quilômetros de espessura e velocidade sísmica um pouco menor que o núcleo interno. É provável que esteja no estado líquido, porque nele não se propagam as ondas S, e as ondas P têm velocidade bem menor que no manto sólido. 
O núcleo interno deve ter a mesma composição que o externo, mas, devido à altíssima pressão, pode ser sólido, embora com uma temperatura de até 5.000 °C. 
Tem 1.250 km de espessura. 
O núcleo da Terra gira, como todo o planeta, e os cientistas acreditam que isso gere uma corrente elétrica. Como uma corrente elétrica gera sempre um campo magnético, estaria aí a explicação para o magnetismo terrestre, que faz nosso planeta comportar-se como um gigantesco ímã. Estudos recentes mostram que o núcleo interno gira um pouco mais depressa que o resto do planeta (CPRM – Serviço Geológico do Brasil). 
 
3.3 – Tectônicas de placas 
De acordo com a teoria da Deriva Continental, a crosta terrestre é uma camada rochosa descontínua, que apresenta vários fragmentos, denominados placas litosféricas ou placas tectônicas. Essas placas compreendem partes de continentes e o fundo dos oceanos e mares. 
 
Portanto, as placas tectônicas são gigantescos blocos que integram a camada sólida externa da Terra, ou seja, a litosfera (crosta terrestre mais a parte superior do manto). Elas estão em constante movimentação (se movimentam sobre o magma do manto), podendo se afastar ou se aproximar umas das outras.Esses processos são classificados 	em: 
 
Zonas de divergência – as placas tectônicas afastam-se umas das outras. 
 
Zonas de convergência – as placas tectônicas se aproximam, sendo pressionadas umas contra as outras. Esse fenômeno pode ser de subducção ou obducção. Subducção – as placas movem-se uma em direção a outra e a placa oceânica (mais densa) “mergulha” sob a continental (menos densa). 
Obducção ou colisão – choque entre duas placas na porção continental. Acontece em virtude da grande espessura dos trechos nos quais estão colidindo. 
 
Esse movimento das placas tectônicas altera lentamente o contorno do relevo terrestre, elevando cordilheiras e abrindo abismos marinhos. Outra consequência desse fenômeno (causado pelo encontro das placas) são os terremotos e tsunamis (ondas gigantescas). Em 2004, no oceano Índico, um terremoto de 9,3 pontos na escala Richter provocou um tsunami que ocasionou a morte de mais de 230 mil pessoas. 
 
Os movimentos das placas tectônicas foram comprovados através de pesquisas realizadas com satélites artificiais. Foi detectado, por exemplo, que a América do Sul afasta-se 3 cm por ano do continente africano. 
As placas tectónicas podem incluir crusta continental ou crusta oceânica, sendo que, tipicamente, uma placa contém os dois tipos. Por exemplo, a placa Africana inclui o continente africano e parte dos fundos marinhos do Atlântico e do Índico. A parte das placas tectónicas que é comum a todas elas, é a camada sólida superior do manto que se situa sob as crustas continental e oceânica, constituindo conjuntamente com a crusta a litosfera. 
Conforme foi referido acima, as placas movem-se graças à fraqueza relativa da astenosfera. Pensa-se que a fonte da energia necessária para produzir este movimento seja a dissipação de calor a partir do manto (Geografando, 2014). 
Figura 2: placas tectônicas 
 
Fonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasil 
 
Há essencialmente duas forças que o podem conseguir: o atrito e a gravidade. 
Atrito 
As correntes de convecção do manto são transmitidas através da astenosfera; o movimento é provocado pelo atrito entre a astenosfera e a litosfera. 
Sucção nas fossas: correntes de convecção locais exercem sobre as placas uma força de arrasto friccional, dirigida para baixo, em zonas de subducção nas fossas oceânicas. 
 
Gravidade 
Ridge-push: O movimento das placas é causado pela maior elevação das placas nas cristas meso-oceânicas. A maior elevação é causada pela relativamente baixa densidade do material quente em ascensão no manto. 
Slab pull: o movimento das placas é causado pelo peso das placas frias e densas, afundando-se nas fossas. Alguns modelos mais antigos para a tectônica de placas previam as placas sendo levadas por células de convecção, como em bandas transportadoras. Porém, hoje em dia, a maior parte dos cientistas acredita que a astenosfera não é suficientemente forte para produzir o movimento por fricção. 
 
Atrito lunar 
Num estudo publicado em Janeiro-Fevereiro de 2006 no boletim da Geological Society of America, uma equipa de cientistas italianos e estado-unidensesdefende a tese de que uma componente do movimento para oeste das placas tectónicas é devida ao efeito de maré produzido pela atração da Lua. À medida que a Terra gira para este, segundo eles, a gravidade da Lua vai pouco a pouco puxando a camada superficial da Terra de volta para oeste. Isto poderá também explicar porque é queVênus e Marte não têm placas tectónicas, uma vez que Vênus não tem luas e as luas de Marte são demasiado pequenas para produzirem efeitos de maré sobre este planeta (Placas Tectônicas, 2010). 
 
 
3.4 – Tempo geológico 
O planeta Terra tem aproximadamente 4,54 bilhões de anos. Existem duas principais escalas de tempo: a do tempo geológico e a do tempo histórico. Como são escalas diferentes, a medição delas também o é, de forma que a proporcionalidade entre uma e outra é bastante distinta em termos de amplitude. Quando falamos em tempo geológico, referimo-nos a uma escala de tempo que costuma ser medida nos milhões ou até bilhões de anos, tal a classificação das eras e seus respectivos períodos. Já quando falamos em tempo histórico (incluindo, aí, a Pré-História), referimo-nos ao período de surgimento da humanidade, o que corresponde ao uso de medidas de dezenas, centenas e até milhares de anos. 
 Esse longo intervalo de tempo, chamado de tempo geológico, foi dividido pelos cientistas, para fins de estudo e de entendimento da evolução da Terra, em intervalos menores, chamados unidades cronoestratigráficas: éons, eras, períodos, épocas e idades. A palavra éon significa um intervalo de tempo muito grande, indeterminado. A história da terra está dividida em quatro éons: Hadeano, Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico. Com exceção do Hadeano, todos os éons são divididos em eras. Uma era geológica é caracterizada pelo modo como os continentes e os oceanos se distribuíam e como os seres vivos nela se encontravam. 
O período, uma divisão da era, é a unidade fundamental na escala do tempo geológico. Somente as eras do éon Arqueano não são divididas em períodos. A época é um intervalo menor dentro de um período. Somente os períodos das eras do éon Proterozoico não são divididos em épocas. 
A idade, por fim, é a menor divisão do tempo geológico. Ela tem duração máxima de 6 milhões de anos, podendo ter menos de 1 milhão. Somente as épocas mais recentes são divididas em idades. Considerando todas essas transformações sobre as quais a Terra passou, podemos ficar perplexos ao descobrirmos que os primeiros humanos em suas formas atuais surgiram apenas no período quartenário, o último deles. Isso significa que, ao passo em que o planeta possui quatro bilhões e meio de anos, os seres humanos habitam-no há apenas alguns conjuntos de milênios. 
Dessa forma, quando falamos, por exemplo, que o relevo do Brasil é geologicamente antigo, significa que ele tem uma data de formação que leva mais tempo do que a de outros lugares. Por outro lado, quando falamos que os dobramentos modernos são formações recentes, isso não significa que eles tenham surgido há pouco tempo em termos históricos, mas há algumas centenas de milhares de anos, o que é muito pouco comparado à idade da Terra. Por esse motivo, é muito importante sabermos a diferença entre tempo histórico e tempo geológico (Carneiro, C.D.R.; Mizusaki, A.M.P.; Almeida, F.F.M. de. 2005). 
Observe a tabela a seguir, que indica a sucessão dos diferentes períodos e eras da escala geológica do tempo: 
 
Tabela 1: escala geológica do tempo 
 
Fonte: Brasil Escola 
3.5 – Noções de estratigráfica 
Estratigrafia vem do latim stratum e do grego graphia. E é o ramo da Geologia que se dedica ao estudo e interpretação da composição, natureza, génese e distribuição no espaço e no tempo das rochas ou estratos, procurando determinar os seus ambientes, processos de formação, ausências de deposição, fases de erosão, etc., (Geologia às Camadas, 2010). 
Ao falarmos em estratigrafia devemos ter sempre presente a definição de estrato, assim, define-se como estrato ou camada os conjuntos diferenciados de corpos líticos com características que os distinguem de outros que os precedem ou sucedem (Estratigrafia e Paleontologia, 2010). 
Tal área não está relacionada apenas com a posição ou sucessão original das camadas rochosas, assim como não se limita às relações de idade das mesmas. Esta ciência trata também das relações de forma, arranjo interno, distribuição geográfica, composição litológica, conteúdo fossilífero, propriedades geoquímicas e geofísicas, entre outras características e propriedades das camadas de rochas, e ainda com a sua interpretação genética, ambiental e a sua história geológica (Geologia – A ciência da Terra). 
O objetivo fundamental da estratigrafia é através da observação das unidades litológicas e das suas propriedades chegar ao seu modo de origem estabelecendo a sua evolução temporal e espacial. Fundamentalmente a estratigrafia estuda as relações no espaço e no tempo dos conjuntos líticos e dos acontecimentos neles registrados, de modo a chegar à reconstituição da história na Terra (Estratigrafia e Paleontologia, 2010). 
 
Figura 3: seção da crosta contintal e oceânica 
 
Fonte: OBSIS – Observatório Sismológico, UNB. 
 
Para ajudar a esse estudo foram criados os Princípios Fundamentais da 
Estratigrafia, que são: 
 
Princípio do Uniformitarismo – “o presente é a chave do passado”, ou seja, todos os acontecimentos que acontecem no presente também aconteceram no passado. 
Princípio da Sobreposição – salvo exceções, todo o estrato que está sobreposto a outro é mais recente que ele. 
Principio da Continuidade Lateral – um estrato tem a mesma idade em todos os seus pontos, o que implica que os seus limites inferior e superior representem superfícies isócronas. 
Princípio da Identidade Paleontológica – estratos com o mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade, ou seja, estratos que contenham fósseis estratigráficos ou fósseis característicos, pois estes têm uma rápida evolução, curta longevidade, vasta repartição geográfica, ocorrência frequente e identificação simples. 
Princípio da Intersecção – toda a unidade geológica que intersecta outra é-lhe posterior, por exemplo, falhas, filões, etc. 
Princípio da inclusão – se um clasto de uma rocha está incluído noutra rocha, então o clasto é mais antigo que a rocha que o incluí (Geologia às Camadas, 2010). 
 
A estratigrafia pode ser dividida em diferentes áreas, como: 
 
Litostratigrafia – baseia-se na litologia sem tomar necessariamente em conta o tempo de deposição ou formação. Define características como composição mineralógica, granulometria e mesmo a cor. 
Biostratigrafia - Estuda as sucessões fossilíferas existentes nas rochas e a sua correlação espacial. 
Cronostratigrafia - Estuda a idade relativa das camadas de rochas. 
Aloestratigrafia - Estudo dos estratos que podem ser definidos e identificados das descontinuidades que limitam os mesmos e que, podem ser mapeados. 
Estratigrafia de sequência - Ramo que subdivide e correlaciona os depósitos sedimentares entre discordâncias numa variedade de escalas, e explica estas unidades estratigráficas em termos de controlo de variação relativa do nível do mar. 
Magnetoestratigrafia - Este ramo visa determinar a polaridade do campo magnético da Terra no momento da deposição do estrato 
(Estratigrafia e Paleontologia, 2010). 
 
3.6 – Minerais 
Mineral é um corpo natural sólido e cristalino formado em resultado da interação de processos físico-químicos em ambientes geológicos. Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais que o compõem. Em resultado dessa distinção, materiais com a mesma composição química podem constituir minerais totalmente distintos em resultado de meras diferenças estruturais na forma como os seus átomos ou moléculas se arranjam espacialmente (como por exemplo: o grafite e o diamante). Os minerais variam na sua composição desde elementos químicos, em estado puro ou quase puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de formas conhecidas (SARMENTO, A.M.; SOUSA, L.D.A., 2009) .
Embora em sentido estrito o petróleo, o gás natural e outros compostos orgânicos formados em ambientes geológicos sejam minerais, geralmente a maioria dos compostos orgânicos é excluída. Também são excluídas as substâncias, mesmo que idênticas emcomposição e estrutura a algum mineral, produzidas pela atividade humana (como por exemplos os betões ou os diamantes artificiais). O estudo dos minerais constitui o objeto da mineralogia (SARMENTO, A.M.; SOUSA, L.D.A., 2009). 
Com tudo isso se pode classificar, conforme (MENDONÇA, T.), os minerais conforme suas propriedades e características, que são: 
Cor 
É uma característica extremamente importante dos minerais. Pode variar devido a impurezas existentes em minerais como o quartzo, o corindo, a fluorite, a calcite e aturmalina, entre outros. 
Brilho 
O brilho é a característica dos minerais quando são observados à luz, nas superfícies frescas de fractura do mineral (ou as faces dos seus cristais ou as superfícies declivagem). 
Brilhos não metálicos: 
Acetinado — brilho não metálico que faz lembrar o brilho do cetim; é característico dos minerais fibrosos; 
Adamantino — brilho não metálico que, pelas suas características, nomeadamente a intensidade, se assemelha ao do diamante (são exemplos a pirargirita e a cerussita; 
Ceroso — brilho não metálico que lembra o da cera (é exemplo a variscita); 
Nacarado — brilho não metálico semelhante ao das pérolas (é exemplo a caulinita); 
Resinoso — brilho não metálico que lembra o observado nas superfícies de fractura das resinas (é exemplo a monazita); 
Vítreo — brilho não metálico que lembra o do vidro (são exemplos a fluorita, a halita e a aragonita); 
Brilhos metálicos: 
Metálico — brilho que se assemelha ao dos metais, sendo característico de minerais opacos como a galena, a calcopirita e a pirita; 
Submetálico — brilho que faz lembrar o dos metais, mas não tão intenso, sendo característico dos minerais quase opacos como a cromita. 
Traço 
A cor do traço de um mineral pode ser observada quando uma louça ou porcelana branca é riscada. A clorite, a gipsita (gesso) e o talco deixam um traço branco, enquanto ozircão, a granada e a estaurolita deixam, comummente, um traço castanho avermelhado. 
Clivagem É a forma como muitos minerais se quebram seguindo planos relacionados[1] com a estrutura molecular interna, paralelos às possíveis faces do cristal que formariam. A clivagem é descrita em cinco modalidades: desde pobre, como na bornita; moderada; boa; perfeita; e proeminente, como nas micas. 
Dureza Expressa a resistência de um mineral à abrasão ou ao risco. Ela reflete a força de ligação dos átomos, iões ou moléculas que formam a estrutura. 
Tabela
Fonte: UFJF
Densidade 
 É a medição directa da densidade mássica, medida pela relação directa entre a massa e o volume do mineral. 
Tenacidade 
 Mede a coesão de um mineral, ou seja, a resistência a ser quebrado, dobrado ou esmagado. A tenacidade não reflecte necessariamente a dureza, antes sendo dela geralmente independente: o diamante, por exemplo, possui dureza muito elevada (é o termo mais alto da escala de Mohs), mas tenacidade relativamente baixa, já que quebra facilmente se submetido a um impacto (MENDONÇA, T.) 
 
3.7 – Rochas 
As rochas são conjuntos de um ou mais minerais sólidos que se originam de forma natural na crosta terrestre (MENDONÇA, T.). 
A rocha é uma substância natural sólida que pode ser constituída por um só mineral (rocha monominerálica), vários minerais (poliminerálica) ou outras substâncias naturais (como vidro vulcânico). Outra possibilidade de constituinte para as rochas são restos biológicos agregdos a minerais (como o carvão mineral). (Bernoulli, Geografia vol. 1) 
Tipos de rochas (OLIVEIRA, B. Revista brasileira de geografia, 1960): 
3.7.1 Rochas magmáticas ou ígneas 
Constituem a base dos continentes, sendo formadas pela consolidação do magma. Caso este se consolide antes de alcançar a superfície, dará origem as rochas magmáticas intrusivas.se a consolidação do magma atingir a superfície da terra, dará origem a rochas magmáticas extrusivas 
Figura 4: rocha intrusiva, granito 
 
Fonte: Revista brasileira de geografia, 1960 
 
Figura 5: rocha estrusiva, basalto 
 
Fonte: Revista brasileira de geografia, 1960 
 
3.7.2 Rochas sedimentar 
Sua formação está relacionada ao acúmulo de partículas de origem mineral, animal ou vegetal. São rochas mais abundantes da terra. Podem ser classificadas segundo o processo de sedimentação que as diferencia em: 
Detríticas: 
Rochas constituídas, em sua maior parte, por fragmentos detríticos de rochas e / ou minerais preexistentes, provenientes do intemperismo e da erosão de rochas preexistentes (Exemplo: arenito) 
Químicas: 
Rocha constituída, em sua maior parte, por sedimentos de precipitação química 
Orgânicas: 
Rochas sedimentar originada por ou com o concurso de organismos vivos. 
 
Figura 6: rocha sedimentar, arenito 
 
Fonte: Revista brasileira de geografia, 1960 
 
3.7.3 Rochas metamórficas 
O nome resulta de metamorfoses, que significa “trocar a forma “. As rochas, sob pressão e temperatura, modificam-se na sua composição química, transformando-se em outro tipo de rocha. 
 
Figura 7: rocha metamórfica, mármore 
 
Fonte: Revista brasileira de geografia, 1960 
3.7.4 Ciclo das rochas 
Através da ação dos agentes externos, as rochas preexistentes fragmentam-se, formando sedimentos que serão transportados para região mais rebaixadas, formando as bacias sedimentares. As rochas podem também ser submetidas a condições variadas de temperatura e pressão, que dão origem a rochas metamórficas. Em regiões de grande atividade tectônica, podem ainda fundir-se para transformar-se em magma e, posteriormente, originar uma nova rocha ígnea. O ciclo continua com o regresso à crosta de massas rochosas situadas a grande profundidade que afloram à superfície, formando uma interminável reciclagem da crosta (CAPUTO, V.). 
 
Figura 8: ciclo das rochas 
 
Fonte: fóssil.uc.pt 
 
 
3.8 – Solos 
Estudar o solo tem se apresentado como uma necessidade real, dado a importância no desempenho das atividades humanas, pois desde a antiguidade é dele que a humanidade extrai recursos e dele se apropria para produzir alimentos, fixar moradias e realizar suas atividades em sociedade. (Lepsch, 2002). 
Cobertura mais superficial da crosta terrestre, que contem substancias inorganicas e organicas, tendo sido formada por intemperismo de rochas igneas, metamorficas ou sedimentares. A sua natureza depende da rocha matriz, relevo, clima, etc. e encontra-se em constante transformação sendo os seus estagios geneticos registrados, por exemplo, nas caracteristicas texturais e estruturais do perfil do solo. 
No sentido mais restrito, solo é um material mineral e/ou organico inconsolidado, poroso, finamente granulado, com natureza e propriedades particulares, herdadas da interacao de processos pedogeneticos com fatoresd ambientais envolvendo as variaveis: material de origem, clima, organismos vivos, relevo e tempo. Desse modo, os solos são capazes de dar sustento à vida de vegetais terrestres superiores. (Popp, José Henrique, 2010, p. 7). 
O solo é um dos ecossistemas mais complexos da natureza de facil degradacao e centenas de milhares de anos para sua recuperação. Um solo saudavel é um solo vivo. As influencias externas e internas que ditam os comportamentos que visualizamos na superficie. 
Um exame superficial do solo revelara uma variedade na composicao e estrutura. 
Genericamente, os solos são assim constituidos: 
materia mineral; 
materia organica; 
umidade; 
ar do solo. 
Notamos então que o solo é uma mistura de (a) materia mineral, formada por produtos fisicos e quimicos de meteorizacao das rochas, e (b)materia organica, formada por residuos mais ou menos decompostos de vegetais e, em menor proporcao, por restos e degetos de animais. 
Recurso renovável, ou seja, o solo é um elemento natural que pode ser por diversas vezes utilizado pelo ser humano em suas atividades produtivas, embora a má utilização e a não conservação do mesmo. 
A materia mineral do solo é formada por particulas de vários tamanhos de areias, ate argilas. A mateira coloidal do solo é formada por teores variaveis de argilae materia organica, formando o complexo argil-humos. As solucoes dos solos tem, entre outros, os seguintes componentes: 
SO4, N2O5, CaO, SiO2, K2O e CO2. 
 
 
3.8.1 Formação dos solos 
O desenvolvimento do perfil pode realizar-se simultaneamente com a meteorizacao da rocha. O perfil compoe-se de horizontes definidos desde a superficie terrestre ate a rocha original (rocha mae). 
Para melhor compreender a sua estrutura, foram elaborados os horizontes do solo, assim nomeados: O, A, B, C e rocha mãe. Confira o esquema a seguir: 
 
Figura 9: horizontes do solo 
 
Fonte: Brasil Escola 
 
Os perfis ou horizontes do solo representam diferentes características de um mesmo elemento. Abaixo, um detalhamento das características principais de cada perfil do solo. 
Horizonte O– é o horizonte orgânico formado a partir da decomposição de materiais orgânicos de origem animal e vegetal. 
Horizonte A– é o horizonte mineralógico que, como o nome indica, é composto por compostos minerais oriundos da rocha mãe (a rocha que se decompôs e deu origem ao solo) e também de outras áreas. Geralmente, essa camada apresenta uma boa quantidade de material orgânico decomposto, o que faz com que também se chame de solo humífero. 
Horizonte B– é o horizonte de composição essencialmente mineral. Ele é formado pela acumulação de argila e também de oxi-hidróxicos de ferro e alumínio. 
Horizonte C– é a zona de transição entre o solo e a sua rocha formadora, sendo chamado também de saprolito. É formado por alguns sedimentos maiores e menos decompostos, representando o processo de decomposição da rocha. 
Lepsch (2002) explica que para identificar os horizontes, observa-se primeiramente, na face exposta do perfil do solo, as diferenças maiores existentes na cor, textura, estrutura ou consistência e outras características. Quando se descreve um determinado solo, além das características morfológicas dos horizontes, anotam-se outras da paisagem em que se situa, como inclinação do terreno, vegetação natural, ocorrência de pedras na superfície, grau de drenagem e erosão no local. 
 
3.8.2 Classificação dos solos 
Os elementos e as características do solo costumam seguir uma combinação cronologica de diferentes características, tais como: o tipo de rocha mãe, idade do solo, transporte de sedimentos advindos de outras áreas, presença de matéria orgânica resultante da decomposição de seres vivos, entre outras. Por esse motivo, diferentes classificações são utilizadas com base em diferentes critérios preestabelecidos. 
De acordo com o desenvolvimento dos perfis, a natureza da evolução e o tiopo de húmus, os solos podem ser classificados em não desenvolvidos, pouco desenvolvidos e desenvolvidos. 
Solos não desenvolvidos: são solos que possuem caracteristicas próximas daquelas do material-mae, a rocha originaria. 
Solos pouco desenvolvidos: são solos com pequeno desenvolvimento do perfil horizontal. O seu pequeno desenvolvimento indica ser um solo jovem, ainda na fase inicial de formação, predominando as caracteristicas do material originario. 
Solos desenvolvidos: caracterizam-se por um perfil com horizontes eluviais e iluviais bem diferenciados. 
 
3.8.3 Tipos de solos 
Os tipos de solos encontrados em certo lugar vai depender de vários fatores entre os quais: o tipo de rocha matriz que o originou, o clima, a quantidade de matéria orgânica, a vegetação que o recobre e o tempo que se levou para se formar. 
Todos esses fatores são influentes diretos alem da quantidade predominante dos materiais basicos componentes do solo (areia, silte e argila). A textura e a composicao dos mateiras constituintes do solo que caracterizam a predominancia daquele solo. 
 
3.9 – Águas subterrâneas 
Água subterrânea são toda a água que ocorre abaixo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas, e que sendo submetida a duas forças (de adesão e de gravidade) desempenha um papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos. As águas subterrâneas cumprem uma fase do ciclo hidrológico, uma vez que constituem uma parcela da água precipitada. 
Após a precipitação, parte das águas que atinge o solo se infiltra e percorre no interior do subsolo, durante períodos de tempo extremamente variáveis, decorrentes de muitos fatores (UNIPER, poços tubulares): 
Porosidade do subsolo: a presença de argila no solo diminui sua permeabilidade, não permitindo uma grande infiltração; 
Cobertura vegetal: um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado; 
Inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais rapidamente, diminuindo a possibilidade de infiltração; 
Tipo de chuva: chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem. 
Durante a infiltração, uma parcela da água sob a ação da força de adesão ou de capilaridade fica retida nas regiões mais próximas da superfície do solo, constituindo a zona não saturada. Outra parcela, sob a ação da gravidade, atinge as zonas mais profundas do subsolo, constituindo a zona saturada. 
 
Figura 10: zonas saturadas e não saturadas do subsolo 
 
FONTE: BOSCARDIN BORGHETTI et al. (2004) 
 
3.9.1 Zona não saturada 
Também chamada de zona de aeração, parte do solo que está parcialmente preenchida por água. Nesta zona, pequenas quantidades de água distribuem-se uniformemente, sendo que as suas moléculas se aderem às superfícies dos grãos do solo. Nesta zona ocorre o fenômeno da transpiração pelas raízes das plantas, de filtração e de autodepuração da água. Dentro desta zona encontra-se: 
Zona de umidade do solo: é a parte mais superficial, onde a perda de água de adesão para a atmosfera é intensa. Em alguns casos é muito grande a quantidade de sais que se precipitam na superfície do solo após a evaporação dessa água, dando origem a solos salinizados ou a crostas ferruginosas. Esta zona serve de suporte fundamental da biomassa vegetal natural ou cultivada da Terra e da interface atmosfera / litosfera; 
Zona intermediária: região compreendida entre a zona de umidade do solo e da franja capilar, com umidade menor do que nesta última e maior do que a da zona superficial do solo. Em áreas onde o nível freático está próximo da superfície, a zona intermediária pode não existir, pois a franja capilar atinge a superfície do solo. São brejos e alagadiços, onde há uma intensa evaporação da água subterrânea; 
Franja de capilaridade: é a região mais próxima ao nível d'água do lençol freático, onde a umidade é maior devido à presença da zona saturada logo abaixo (UNIPER, poços tubulares). 
3.9.2 Zona saturada 
É a região abaixo da zona não saturada onde os poros ou fraturas da rocha estão totalmente preenchidos por água. As águas atingem esta zona por gravidade, através dos poros ou fraturas até alcançar uma profundidade limite, onde as rochas estão tão saturadas que a água não pode penetrar mais. Para que haja infiltração até a zona saturada, é necessário primeiro satisfazer as necessidades da força de adesão na zona não saturada. Nesta zona, a água corresponde ao excedente de água da zona não saturada que se move em velocidades muito lentas (em/dia), formando o manancial subterrâneo propriamente dito. Uma parcela dessa água irá desaguar na superfície dos terrenos, formando as fontes, olhos de água. A outra parcela desse fluxo subterrâneo forma o caudal basal que deságua nos rios, perenizando-os durante os períodos de estiagem, com uma contribuição multianual média da ordem de 13.000 km³/ano (PEIXOTO e OORT, 1990, citado por REBOUÇAS, 1996), ou deságua diretamente nos lagos e oceanos. 
A superfície que separa a zona saturada da zona de aeração é chamada de nível freático, ou seja, este nível corresponde ao topo da zona saturada (IGM, 2001). Dependendo das características climatológicas da região ou do volume de precipitação e escoamento da água, essenível pode permanecer permanentemente a grandes profundidades, ou se aproximar da superfície horizontal do terreno, originando as zonas encharcadas ou pantanosas, ou convertendo-se em mananciais (nascentes) quando se aproxima da superfície através de um corte no terreno. 
 
3.9.3 Ocorrência e Volume 
Assim como a distribuição das águas superficiais é muito variável, a das águas subterrâneas também é, uma vez que elas se inter-relacionam no ciclo hidrológico e dependem das condições climatológicas. Entretanto, as águas subterrâneas são aproximadamente 100 vezes mais abundantes que as águas superficiais dos rios e lagos. Embora elas encontrem-se armazenadas nos poros e fissuras milimétricas das rochas, estas ocorrem em grandes extensões, gerando grandes volumes de águas subterrâneas na ordem de, aproximadamente, 23.400 km³, distribuídas em uma área aproximada de 134,8 milhões de km² (SHIKWMANOV, 1998), constituindo-se em importantes reservas de água doce. 
No Brasil, as reservas de água subterrânea são estimadas em 112.000 km³ e a contribuição multianual média à descarga dos rios é da ordem de 2.400 km³ /ano (REBOUÇAS, 1988 citado em MMA, 2003). Nem todas as formações geológicas possuem características hidrodinâmicas que possibilitem a extração econômica de água subterrânea para atendimento de médias e grandes vazões pontuais. As vazões já obtidas por poços variam, no Brasil, desde menos de 1 m³/h até mais de 
1.000 m³/h (FUNDAJ, 2003). 
3.9.4 Qualidade das Águas Subterrâneas 
Durante o percurso no qual a água percorre entre os poros do subsolo e das rochas, ocorre a depuração da mesma através de uma série de processos físico-químicos (troca iônica, decaimento radioativo, remoção de sólidos em suspensão, neutralização de pH em meio poroso, entre outros) e bacteriológicos (eliminação de microorganismos devido à ausência de nutrientes e oxigênio que os viabilizem) que agindo sobre a água, modificam as suas características adquiridas anteriormente, tornando-a particularmente mais adequada ao consumo humano (SILVA, 2003). 
Sendo assim, a composição química da água subterrânea é o resultado combinado da composição da água que adentra o solo e da evolução química influenciada diretamente pelas litologias atravessadas, sendo que o teor de substâncias dissolvidas nas águas subterrâneas vai aumentando à medida que prossegue no seu movimento (SMA, 2003). 
3.9.5 Uso das Águas Subterrâneas 
Segundo Leal (1999), a exploração de água subterrânea está condicionada a fatores quantitativos, qualitativos e econômicos: 
Quantitativo: intimamente ligada à condutividade hidráulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos. Os aqüíferos têm diferentes taxas de recarga, alguns deles se recuperam lentamente e em outros a recuperação é mais regular; 
Qualitativo: influenciada pela composição das rochas e condições climáticas e de renovação das águas; 
Econômico: depende da profundidade do aqüífero e das condições de bombeamento. 
Contudo, o aproveitamento das águas subterrâneas data de tempos antigos e sua evolução tem acompanhado a própria evolução da humanidade, sendo que o seu crescente uso se deve ao melhoramento das técnicas de construção de poços e dos métodos de bombeamento, permitindo a extração de água em volumes e profundidades cada vez maiores e possibilitando o suprimento de água a cidades, indústrias, projetos de irrigação, etc. 
A relação, em termos de demanda quanto ao uso, varia entre os países, e nestes, de região para região, constituindo o abastecimento público, de modo geral, a maior demanda individual (PROASNE, 2003). 
 
3.9.6 Aquíferos 
Formação geológica do subsolo, constituída por rochas permeáveis, que armazena água em seus poros ou fraturas. Outro conceito refere-se a aqüífero como sendo, somente, o material geológico capaz de servir de depositório e de transmissor da água aí armazenada. 
Os aquíferos mais importantes do mundo, seja por extensão ou pela transnacionalidade, são: o Guarani - Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (1,2 milhões de km2); o Arenito Núbia Líbia, Egito, Chade, Sudão (2 milhões de km2); o KalaharijKaroo -Namíbia, Bostwana, África do Sul (135 mil km2); o Digitalwaterway vechte - Alemanha, Holanda (7,5 mil km2); o SlovakKarst-Aggtelek -República Eslováquia e Hungria); o Praded - República Checa e Polônia (3,3 mil km2) (UNESCO, 2001); a Grande Bacia Artesiana (1,7 milhões km2) e a Bacia Murray (297 mil km2), ambos na Austrália. Em um recente levantamento, a UNECE da Europa constatou que existem mais de 100 aqüíferos transnacionais naquele continente (ALMASSY e BUZAS, 1999 citado em UNESCO, 2001). 
 
3.9.7 Tipos de Aquíferos 
A sua constituição geológica (porosidade/permeabilidade intergranular ou de fissuras) é que irá determinar a velocidade da água em seu meio, a qualidade da água e a sua qualidade como reservatório. Essa litologia é decorrente da sua origem geológica, que pode ser fluvial, lacustre, eólica, glacial e aluvial (rochas sedimentares), vulcânica (rochas fraturadas) e metamórfica (rochas calcáreas), determinando os diferentes tipos de aqüíferos. 
Quanto à porosidade, existem três tipos aquíferos (ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas): 
Figura 11: tipos de aquíferos conforme a porosidade 
 
FONTE: BOSCARDIN BORGHETTI et al. (2004) 
 
Aquífero poroso ou sedimentar - aquele formado por rochas sedimentares consolidadas, sedimentos inconsolidados ou solos arenosos, onde a circulação da água se faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila de granulação variada. Constituem os mais importantes aqüíferos, pelo grande volume de água que armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas. Esses aqüíferos ocorrem nas bacias sedimentares e em todas as várzeas onde se acumularam sedimentos arenosos. Uma particularidade desse tipo de aqüífero é sua porosidade quase sempre homogeneamente distribuída, permitindo que a água flua para qualquer direção, em função tão somente dos diferenciais de pressão hidrostática ali existente. Essa propriedade é conhecida como isotropia; 
Aquífero fraturado ou fissural - formado por rochas ígneas, metamórficas ou cristalinas, duras e maciças, onde a circulação da água se faz nas fraturas, fendas e falhas, abertas devido ao movimento tectônico. Ex.: basalto, granitos, gabros, filões de quartzo, etc. (SMA, 2003). A capacidade dessas rochas de acumularem água está relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicação, permitindo a infiltração e fluxo da água. Poços perfurados nessas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora, sendo que a possibilidade de se ter um poço produtivo dependerá, tão somente, desse poço interceptar fraturas capazes de conduzir a água. Nesses aqüíferos, a água só pode fluir onde houver fraturas, que, quase sempre, tendem a ter orientações preferenciais. São ditos, portanto, aqüíferos anisotrópicos. Um caso particular de aqüífero fraturado é representado pelos derrames de rochas vulcânicas basálticas, das grandes bacias sedimentares brasileiras; 
Aquífero cárstico (Karst) - formado em rochas calcáreas ou carbonáticas, onde a circulação da água se faz nas fraturas e outras descontinuidades (diáclases) que resultaram da dissolução do carbonato pela água. Essas aberturas podem atingir grandes dimensões, criando, nesse caso, verdadeiros rios subterrâneos. São aqüíferos heterogêneos, descontínuos, com águas duras, com fluxo em canais. As rochas são os calcários, dolomitos e mármores (ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas). 
Quanto à superfície superior (segundo a pressão da água), os aqüíferos podem ser de dois tipos (ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas): 
: 
Figura 12: tipos de aquíferos quanto a pressão 
 
 
FONTE: BOSCARDIN BORGHETTI et al. (2004), adaptado de IGM (2001) 
 
 
Aquífero livre ou freático: é aquele constituído por uma formação geológica permeável e superficial, totalmente aflorante em toda a sua extensão, e limitado na base por uma camada impermeável. A superfície superior da zonasaturada está em equilíbrio com a pressão atmosférica, com a qual se comunica livremente. Os aqüíferos livres têm a chamada recarga direta. Em aqüíferos livres o nível da água varia segundo a quantidade de chuva. São os aqüíferos mais comuns e mais explorados pela população. São também os que apresentam maiores problemas de contaminação; 
Aquífero confinado ou artesiano - é aquele constituído por uma formação geológica permeável, confinada entre duas camadas impermeáveis ou semipermeáveis. A pressão da água no topo da zona saturada é maior do que a pressão atmosférica naquele ponto, o que faz com que a água ascenda no poço para além da zona aqüífera. O seu reabastecimento ou recarga, através das chuvas, dá-se preferencialmente nos locais onde a formação aflora à superfície. Neles, o nível da água encontra-se sob pressão, podendo causar artesianismo nos poços que captam suas águas. Os aqüíferos confinados têm a chamada recarga indireta e quase sempre estão em locais onde ocorrem rochas sedimentares profundas (bacias sedimentares). 
O aquífero semi-confinado que é aquele que se encontra limitado na base, no topo, ou em ambos, por camadas cuja permeabilidade é menor do que a do aqüífero em si. O fluxo preferencial da água se dá ao longo da camada aqüífera. Secundariamente, esse fluxo se dá através das camadas semiconfinantes, à medida que haja uma diferença de pressão hidrostática entre a camada aqüífera e as camadas subjacentes ou sobrejacentes. Em certas circunstâncias, um aqüífero livre poderá ser abastecido por água oriunda de camadas semiconfinadas subjacentes, ou vice-versa. Zonas de fraturas ou falhas geológicas poderão, também, constituirse em pontos de fuga ou recarga da água da camada confinada. 
Em uma perfuração de um aqüífero confinado, a água subirá acima do teto do aquífero, devido à pressão exercida pelo peso das camadas confinantes sobrejacentes. A altura a que a água sobe chama-se nível potenciométrico e o furo é artesiano. Numa perfuração de um aqüífero livre, o nível da água não varia porque corresponde ao nível da água no aqüífero, isto é, a água está à mesma pressão que a pressão atmosférica. O nível da água é designado então de nível freático (figura 13). 
Figura 13: nível de pressão no aquíferos 
FONTE: BOSCARDIN BORGHETTI et al. (2004) 
 
 
3.9.8 Áreas de Reabastecimento e Descarga do Aquífero 
Um aqüífero apresenta uma reserva permanente de água e uma reserva ativa ou reguladora que são continuamente abastecidas através da infiltração da chuva e de outras fontes subterrâneas. As reservas reguladoras ou ativas correspondem ao escoamento de base dos rios. 
A área por onde ocorre o abastecimento do aqüífero é chamada zona de recarga, que pode ser direta ou indireta. O escoamento de parte da água do aqüífero ocorre na zona de descarga (ANA, 2001). 
Zona de recarga direta: é aquela onde as águas da chuva se infiltram diretamente no aqüífero, através de suas áreas de afloramento e fissuras de rochas sobrejacentes. Sendo assim, a recarga sempre é direta nos aqüíferos livres, ocorrendo em toda a superfície acima do lençol freático. Nos aqüíferos confinados, o reabastecimento ocorre preferencialmente nos locais onde a formação portadora de água aflora à superfície. 
Zona de recarga indireta: são aquelas onde o reabastecimento do aqüífero se dá a partir da drenagem (filtração vertical) superficial das águas e do fluxo subterrâneo indireto, ao longo do pacote confinante sobrejacente, nas áreas onde a carga potenciométrica favorece os fluxos descendentes. 
Zona de descarga: é aquela por onde as águas emergem do sistema, alimentando rios e jorrando com pressão por poços artesianos. As maiores taxas de recarga ocorrem nas regiões planas, bem arborizadas, e nos aqüíferos livres. Nas regiões de relevo acidentado, sem cobertura vegetal, sujeitas a práticas de uso e ocupação que favorecem as enxurradas, a recarga ocorre mais lentamente e de maneira limitada (REBOUÇAS et al., 2002). 
 
 
 
3.9.9 Funções dos Aquíferos 
Os aquíferos podem cumprir as seguintes funções (REBOUÇAS et al., 2002): 
Função de produção: corresponde à sua função mais tradicional de produção de água para o consumo humano, industrial ou irrigação; 
Função de estocagem e regularização: utilização do aqüífero para estocar excedentes de água que ocorrem durante as enchentes dos rios, correspondentes à capacidade máxima das estações de tratamento durante os períodos de demanda baixa, ou referentes ao reuso de efluentes domésticos e/ ou industriais; 
Função de filtro: corresponde à utilização da capacidade filtrante e de depuração bio-geoquímica do maciço natural permeável. Para isso, são implantados poços a distâncias adequadas de rios perenes, lagoas, lagos ou reservatórios, para extrair água naturalmente clarificada e purificada, reduzindo substancialmente os custos dos processos convencionais de tratamento; 
Função ambiental: a hidrogeologia evoluiu de enfoque naturalista tradicional (década de 40) para hidráulico quantitativo até a década de 60. A partir daí, desenvolveu-se a hidroquímica, em razão da utilização intensa de insumos químicos nas áreas urbanas, indústrias e nas atividades agrícolas. Na década de 80 surgiu a necessidade de uma abordagem multidisciplinar integrada da geohidrologia ambiental; 
Função transporte: o aqüífero é utilizado como um sistema de transporte de água entre zonas de recarga artificial ou natural e áreas de extração excessiva; 
Função estratégica: a água contida em um aqüífero foi acumulada durante muitos anos ou até séculos e é uma reserva estratégica para épocas de pouca ou nenhuma chuva. O gerenciamento integrado das águas superficiais e subterrâneas de áreas metropolitanas, inclusive mediante práticas de recarga artificial com excedentes da capacidade das estações de tratamento, os quais ocorrem durante os períodos de menor consumo, com infiltração de águas pluviais e esgotos tratados, originam grandes volumes hídricos. Esses poderão ser bombeados para atender o consumo essencial nos picos sazonais de demanda, nos períodos de escassez relativa e em situações de emergência resultantes de acidentes naturais, como avalanches, enchentes e outros tipos de acidentes que reduzem a capacidade do sistema básico de água da metrópole em questão; 
Função energética: utilização de água subterrânea aquecida pelo gradiente geotermal como fonte de energia elétrica ou termal; 
Função mantenedora: mantém o fluxo de base dos rios (WREGE,1997). 
 
3.9.10 Impactos Ambientais sobre os Aqüíferos 
O manancial subterrâneo acha-se relativamente melhor protegido dos agentes de contaminação que afetam rapidamente a qualidade das águas dos rios, na medida em que ocorre sob uma zona não saturada (aqüífero livre), ou está protegido por uma camada relativamente pouco permeável (aqüífero confinado) (REBOUÇAS, 1996). Mesmo assim, está sujeito a impactos ambientais (CPRM, 2002), tais como: 
Contaminação: ocorre pela ocupação inadequada de uma área que não considera a sua vulnerabilidade, ou seja, a capacidade do solo em degradar as substâncias tóxicas introduzidas no ambiente, principalmente na zona de recarga dos aquíferos. A contaminação pode se dar por fossas sépticas e negras; infiltração de efluentes industriais; fugas da rede de esgoto e galerias de águas pluviais; vazamentos de postos de serviços; por aterros sanitários e lixões; uso indevido de fertilizantes nitrogenados; depósitos de lixo próximos dos poços mal construídos ou abandonados. Entretanto, a mais perigosa, é a contaminação provoca da por produtos químicos, que acarretam danos muitas vezes irreversíveis, causando enormes prejuízos, à medida que impossibilita o uso das águas subterrâneas em grandes áreas (MUSEU DO UNA, 2003).
Superexploração de aquíferos: é a extração de água subterrânea que ultrapassa os limites de produção das reservas reguladoras ou ativas do aquífero, iniciando um processo de rebaixamento do nível potenciométrico que irá provocar danos ao meio ambiente ou para o próprio recurso. Portanto, aágua subterrânea pode ser retirada de forma permanente e em volumes constantes, por muitos anos, desde que esteja condicionada a estudos prévios do volume armazenado no subsolo e das condições climáticas e geológicas de reposição (DRM, 2003). Podendo ainda provocar: indução de água contaminada causada pelo deslocamento da pluma de poluição para locais do aquífero; subsidência de solos, definida como "movimento para baixo ou afundamento do solo causado pela perda de suporte subjacente", provocando uma compactação diferenciada 
do terreno que leva ao colapso das construções civis; avanço da cunha salina definida como o avanço da água do mar em subsuperfície sobre a água doce, salinizando o aqüífero, em áreas litorâneas (MELO et aL, 1996, citado em CPRM, 2002). 
O desenvolvimento de poderosas bombas elétricas e a diesel permitiu a capacidade de extrair água dos aquíferos com maior rapidez do que é substituída pela chuva, sem considerar, ainda, que os aquíferos têm diferentes taxas de recarga, alguns com recuperação mais lenta que outros (CEPIS, 2000). 
Calcula-se que a extração anual dos aqüíferos é de 160 bilhões de metros cúbicos (160 trilhões de litros) no mundo (POSTEL, 1999 citado por BROWN, 2003). 
A utilização de poços, fontes e vertentes deve ter a orientação de um profissional habilitado nessa área, de modo que o seu uso não comprometa o uso futuro desses recursos (seja por uma possível contaminação ou a exploração de uma vazão superior à admissível), e nem exponha a saúde da população abastecida a possíveis doenças de origem ou veiculação hídrica, devido à utilização de mananciais inadequados ou contaminados. Em suma, a compatibilização do uso dessa importante alternativa estratégica de abastecimento com as leis naturais que governam a sua ocorrência e reposição, além de proteger as áreas de recarga de possíveis contaminações poderá garantir a sua preservação e uso potencial pelas gerações futuras (SILVA, 2003). Além disso, conhecer a disponibilidade dos sistemas aqüíferos e a qualidade de suas águas é primordial ao estabelecimento de política de gestão das águas subterrâneas (LEAL, 1999). 
 
3.9.11 Ciclo da Água 
A movimentação constante da água na Terra passando pelos estados líquido, sólido e gasoso, dos oceanos para a atmosfera, desta para a terra, sobre a superfície terrestre ou no subsolo, e o retorno para os oceanos, recebe a denominação de Ciclo Hidrológico. 
O ciclo se inicia quando o sol aquece e evapora a água dos oceanos, rios, lagos e solos. O vapor d’água sobe e junta-se formando as nuvens. Estas, por determinadas condições atmosféricas, condensam-se e precipitam-se em forma de chuva, granizo ou neve. Quando chove sobre os continentes, parte da água é retida pela vegetação e acaba evaporando novamente para a atmosfera. Outra parte escoa diretamente para os rios e lagos, retornando assim aos oceanos ou infiltra-se no solo. 
A parte da água infiltrada é retida pelas raízes das plantas e acaba evaporando através da capilaridade do solo ou através da transpiração desses vegetais; outra parte da água move-se para as camadas mais profundas, por efeito da gravidade, até chegar à chamada zona de saturação. Nessa região do sub-solo todos os poros da formação sedimentar, as fissuras das rochas, enfim os espaços vazios são preenchidos com água, constituindo aquilo que se denomina de Água Subterrânea. 
O ciclo hidrológico acaba fechando-se porque a água subterrânea obedecendo à morfologia do terreno, percorre muito vagarosamente em direção aos rios, lagos e oceanos. 
Figura 14: ciclo da água 
 
Fonte: r7 tv 
 
 
 
3.10 – Investigação de subsolo 
METODOS DE INVESTIGAÇÃO DO SOLO
Métodos de Investigação dos Solos, consiste em compreender os processos atuantes no meio físico tais como, erosão, saturação, estabilidade, etc.
 Nas investigações sobre principais características da qualidade dos solos e maciços rochosos, destacam-se as investigações mecânicas dos solos, através de sondagens a percussão e as identificações litológicas, estado de alteração e fraturamento de rochas. 
Os principais métodos de investigação utilizados são: Sensoriamento remoto; Mapeamento Geológico; Ensaios Geofísicos e; Sondagens Mecânicas. 
 Procedimentos
O passo inicial de qualquer programa de investigação, tanto para a engenharia como para estudos do meio ambiente, geralmente compreende o levantamento bibliográfico, a coleta de mapas e as atividades de campo e de laboratório. 
Após a pesquisa da bibliografia, realiza-se o estudo de fotografias aéreas e de imagens orbitais que, em geral, é seguido de mapeamento geológico-geotécnico preliminar de campo, para melhor direcionar as investigações geofísicas e as sondagens mecânicas.
 À medida que o estudo avança, são realizadas investigações detalhadas com amostragem dos materiais obtidos por meio de poços, trincheiras e testemunhos de sondagens para testes preliminares. Em alguns casos são, ainda, realizados ensaios in situ. 
As investigações podem prosseguir com a execução de sondagens e ensaios geofísicos sobre alvos determinados, como as bases das estruturas previstas, áreas de empréstimo ou para disposição de rejeitos, taludes instáveis, etc. 
Ocasionalmente, realizam-se sondagens mecânicas e ensaios geofísicos nas fases iniciais de investigação, com a finalidade de oferecer subsídios para a escolha de alternativas com concepções de obras diferentes, como por exemplo, estrada em corte ou túnel, desvio de rio por meio de canal ou túnel.
Os principais métodos utilizados são: 
Sensoriamento remoto;
Mapeamento geológico;
Ensaios geofísicos;
Sondagens mecânicas (métodos diretos).
O sensoriamento remoto é um recurso técnico indispensável nos trabalhos de mapeamento geológico-geotécnico, pela possibilidade de obtenção de informações da superfície do terreno, por 
O mapeamento possibilita o acesso direto aos materiais que estão expostos na superfície. Permite identificar os litotipos e delimitar os diferentes corpos presentes na área, caracterizar qualitativa ou quantitativamente as feições estruturais e coletar amostras para ensaios de laboratório.
Em geral, os ensaios geofísicos e o sensoriamento remoto são chamados de métodos indiretos de investigação. Estes métodos utilizam as feições topográficas, as morfológicas e as propriedades físicas do terreno para determinar, indiretamente, a distribuição e o posicionamento dos corpos geológicos e suas características físicas e tecnológicas. Os métodos geofísicos constituem um conjunto de ensaios de campo que não alteram as propriedades físicas do material ensaiado. Estes métodos também apresentam excelente relação custo/benefício, pois possibilitam levantamentos de grandes áreas em curto período de tempo. Os principais métodos geofísicos utilizados na Geologia de Engenharia são: sísmicos, geoelétricos e potenciais. A maioria desses métodos desenvolveu-se a partir da indústria do petróleo e da prospecção mineral, principalmente para garantir maior portabilidade dos equipamentos e aumento de resolução.
Os métodos diretos compreendem as escavações realizadas com o intuito de prospectar os maciços, as sondagens mecânicas e os ensaios. Com as sondagens dos materiais ao longo da linha de perfuração: descrevem-se testemunhos, variações litológicas, estruturas geológicas e as características geotécnicas dos materiais. Quando as condições geológicas indicam possibilidade de variações importantes, na sequência vertical das camadas geológicas, são feitas sondagens estratigráficas para definição do quadro geológico da área.
Os ensaios in situ são realizados em furos de sondagens ou em porções do maciço, em geral, em blocos com tamanho superior a um metro cúbico. Esses ensaios são realizados para a caracterização de permeabilidade e da resistência do maciço ou das estruturas geológicas. Nos laboratórios, realizam-se ensaios em amostras para a caracterização geológica-geotécnica dos diferentes materiais. Para tanto empregam-se equipamentos eletromecânicos comumente acoplados a microcomputadores.

Outros materiais