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1 
WWW.FOCANORESUMO.COM 
 MARTINA CORREIA 
CONSTITUCIONALISMO 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Pedro Lenza + Marcelo Novelino + Gilmar Mendes + Revisaço DPU + Questões de Concursos 
 
 CONSTITUCIONALISMO 
 
- Para Canotilho, constitucionalismo é a teoria ou ideologia que ergue o princípio do governo 
limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-
social de uma comunidade. É técnica específica de LIMITAÇÃO DO PODER COM FINS 
GARANTÍSTICOS. Obs.: o CESPE já apresentou assertiva com a redação exatamente igual a essa 
definição. 
- Já Kildare Carvalho vê o constitucionalismo sob duas perspectivas: 
a) Sob a perspectiva jurídica, constitucionalismo reporta-se a um SISTEMA NORMATIVO, 
ENFEIXADO NA CONSTITUIÇÃO, E QUE SE ENCONTRA ACIMA DOS DETENTORES DO PODER. 
b) Sob a perspectiva sociológica, seria o MOVIMENTO SOCIAL QUE DÁ SUSTENTAÇÃO À 
LIMITAÇÃO DO PODER. 
- Para André Ramos Tavares, o constitucionalismo pode ser entendido de 4 diferentes maneiras: 
a) Movimento político-social com origens históricas que pretende limitar o poder arbitrário; 
b) Imposição de que haja cartas escritas; 
c) Propósitos mais latentes e atuais da função e da posição das constituições nas diversas 
sociedades; 
d) Evolução histórico-constitucional de um Estado. 
 
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
- A maioria dos autores classifica a evolução histórica do constitucionalismo de acordo com as “eras” 
da história europeia: idade antiga, idade média, idade moderna e idade contemporânea. 
- Já Canotilho estabelece apenas dois grandes movimentos constitucionais: o constitucionalismo 
antigo e o moderno, caracterizando-se este como o movimento político, social e cultural que, 
sobretudo a partir de meados do século XVIII, questiona nos planos político, filosófico e jurídico os 
esquemas tradicionais de domínio político, sugerindo, ao mesmo tempo, a invenção de uma forma 
de ordenação e fundamentação do poder político. 
 
- Idade antiga  Karl Loewenstein identifica entre os HEBREUS surgimento tímido de um 
constitucionalismo no estabelecimento no estado teocrático de limitações ao poder político através 
da legitimidade dos profetas para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites 
bíblicos. 
- Karl Loewenstein liga também o constitucionalismo à necessidade grega de justificar a submissão 
ao poder pela razão, mais do que pela tradição ou conveniência. 
 
- Idade média  a CARTA MAGNA DE 1215 representa o grande marco do constitucionalismo 
medieval, estabelecendo, mesmo que formalmente, a proteção a importantes direitos individuais. 
 
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 MARTINA CORREIA 
- Revisaço DPU: também é dessa época o constitucionalismo whig ou termidoriano, que caracteriza 
a evolução lenta e gradual do movimento constitucionalista, e que se materializou com a ascensão 
de Guilherme de Oranges e do partido whig no Reino Unido, no final do século XVII, também 
marcado pela edição da Bill of Rights (1689). 
 
- Idade moderna  apresenta como marcos históricos e formais a CONSTITUIÇÃO NORTE-
AMERICANA DE 1787 e a CONSTITUIÇÃO FRANCESA DE 1791 (que teve como preâmbulo a 
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1789). 
- De acordo com Pedro Lenza, destacam-se ainda o Petition of Rights de 1628, o Habeas Corpus Act 
de 1679, o Bill of Rights de 1689 e o Act of Settlement de 1701. 
- Na mesma linha, além dos pactos, merecem destaque ainda o que a doutrina chamou de forais ou 
cartas de franquia, também voltados para a proteção dos direitos individuais (diferenciam-se dos 
pactos por admitir a participação dos súditos no governo local – elemento político). 
 
- Quadro europeu  O RECONHECIMENTO DO VALOR JURÍDICO DAS CONSTITUIÇÕES TARDOU NA 
EUROPA. OS MOVIMENTOS LIBERAIS (SÉCULO XVIII) ENFATIZAVAM O PRINCÍPIO DA SUPREMACIA 
DA LEI E DO PARLAMENTO. A CONSTITUIÇÃO NÃO ERA UMA NORMA VINCULANTE. 
 
QUADRO EUROPEU (GILMAR MENDES) 
JEAN BODIN (1529-1596) 
“Os Seis Livros da 
República” 
Teoriza sobre o PODER ABSOLUTO E PERPÉTUO DO SOBERANO. Poder 
perpétuo, porque não pode ser revogado; poder absoluto, no sentido de não 
estar submetido nem a controle nem a contrapeso por parte de outros poderes. 
O poder, no entanto, não é ilimitado, posto que Bodin defende a existência de 
dois limites: 
a) Distinção entre rei e coroa, que impede o rei de alterar as leis de 
sucessão e de alienar os bens que formam a fazenda pública; 
b) Impossibilidade de o monarca dispor dos bens que pertencem aos 
súditos, para não se confundir com um tirano. 
HOBBES (1588-1679) 
“O Leviatã” 
Toda associação política necessitaria de uma lei fundamental, em que o 
soberano fosse individualizado, com a especificação de seus poderes 
irrevogáveis. Assume um viés CONTRATUALISTA, distanciando-se de Bodin ao 
afirmar que os indivíduos, para salvar suas vidas e preservar seus bens, teriam 
instituído um poder soberano comum, que lhes deveria proteger a existência e 
o desfrute da propriedade, e a quem entregariam seus amplos direitos, de que 
dispunham no estado de natureza. 
JOHN LOCKE (1632-1704) No estado de natureza os indivíduos já eram capazes de instituir a propriedade, 
segundo os ditames da lei natural, mas, para preservá-la, não poderiam 
prescindir de estabelecer uma sociedade política. Para Locke, o legislador não 
cria direitos, mas aperfeiçoa sua tutela, no suposto de que esses direitos 
preexistem ao estado. Se opõe à monarquia absoluta, sendo pioneiro em 
formular uma concepção de poder moderado (concepção da fórmula de divisão 
dos poderes como meio de proteger os valores que a sociedade política está 
vocacionada a firmar). Na era moderna, deve-se a Locke a concepção da 
fórmula de divisão dos poderes como meio de proteção dos valores que a 
sociedade política está vocacionada a firmar. Locke não fala de um poder 
judiciário, mas do poder executivo e do poder federativo. Ao executivo caberia 
a execução das leis da sociedade dentro dos seus limites com a relação a todos 
que a ela pertencem, e ao federativo, a gestão da segurança e do interesse da 
comunidade fora dela, no plano do concerto das nações. Locke não vê 
empecilho em reunir nas mesmas mãos estes dois poderes (o executivo 
engloba, também, o poder de julgar). A separação funcional ocorre no plano da 
 
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 MARTINA CORREIA 
titularidade do exercício dos poderes legislativo e executivo, uma vez que 
poderia ser tentação excessiva para a fraqueza humana a possibilidade de 
tomar conta do poder, de modo que os mesmos que têm a missão de elaborar 
as leis também tenham nas mãos o poder de executá-las, isentando-se de 
obediência às leis que fazem, e com a possibilidade de amoldar a lei, não só na 
sua elaboração como na sua execução, a favor de si mesmos. Apesar dessa 
distinção, a teoria de Locke não preconiza uma igualdade hierárquica entre os 
poderes – embora conceda que a supremacia última pertence ao povo, argui 
que, quando este se reúne sob um governo, é ao legislativo que cabe o poder 
máximo, porque o que deve fazer leis para os demais deve necessariamente 
ser-lhes superior. 
MONTESQUIEU (1689-
1755) 
“O Espírito das Leis” 
Um regime moderado é aquele cuja constituição é capaz de manter poderes 
diferenciados e, ao mesmo tempo, equilibrados. Para ele, somente sob um 
regime moderado haveria liberdade política. Montesquieu apura o conceito de 
liberdade política, estremando-o da acepção de mera faculdade de fazer o que 
se quer. Montesquieu define a liberdade como o poder de fazer tudo o que se 
deve querer, tudo o que as leis permitem e em não ser constrangido a fazer o 
que não se deve desejar fazer. Essa liberdade necessita ser assegurada por uma 
constituição que previna o abuso do poder, já quetodo homem que tem poder 
é tentado a abusar dele – daí a SEPARAÇÃO ENTRE PODERES, para que um 
contenha o outro. Esses poderes são identificados como legislativo, o 
executivos das coisas que dependem do direito das gentes (poder executivo do 
Estado) e o executivo das coisas que dependem do direito civil (poder de 
julgar). A separação dos poderes tem por objetivo político reparti-los entre 
pessoas distintas, para, por esse meio, impedir a concentração, adversária 
potencial da liberdade. Dessa fonte espiritual decorre a aplicação posterior do 
princípio da divisão de tarefas no Estado, entregue a pessoas e órgãos 
diferentes, como medida de proteção da liberdade. 
ROUSSEAU (1712-1778) 
“O Contrato Social” 
O PODER SOBERANO PERTENCE AO POVO, DIRETAMENTE. Pelo pacto social, 
os indivíduos se transformam em corpo político, mas forjando a liberdade civil, 
que consistiria na garantia de estarem governados por uma lei genérica, fruto 
da totalidade do corpo soberano. Rousseau desconfia dos governos e propõe 
que sejam limitados, para prevenir que se desvirtuem pela busca de fins 
particulares, apartando-se dos objetivos gerais que lhes seriam típicos. 
Propugna por que o povo mantenha sempre a possibilidade de retomar o que 
havia delegado aos governantes. Para Rousseau, não existem nem pode existir 
nenhum tipo de lei fundamental obrigatória para o corpo do povo, nem sequer 
o contrato social. 
 
- Constituição francesa de 1971  preponderância do LEGISLATIVO como vontade geral, na linha da 
doutrina de Rousseau. Essa concepção DEBILITA O VALOR EFETIVO DA CONSTITUIÇÃO, pois a 
supremacia do Legislativo torna impensável o controle judicial das leis. 
- Esse contexto (Constituição com menor valor jurídico) perdurou até as crises do Estado liberal no 
final do século XIX e no primeiro quarto do século XX. A queda, em sucessão, dos regimes 
monárquicos na Europa, coincidindo com a progressiva adoção do parlamentarismo, começou a 
impor uma maior necessidade de uma nova fórmula de proteção dos indivíduos. 
- FOI APENAS COM O FIM DA 2ª GUERRA MUNDIAL QUE O PARLAMENTO PERDEU SUA PRIMAZIA. 
A gravíssima violação dos Direitos Humanos alertou para a debilidade do parlamento em conter 
certas questões. Quando os países se redemocratizaram, a justiça constitucional se alastrou pela 
Europa. Assim, passou-se a não se tolerar a produção de norma contrária à Constituição, porque 
isso seria usurpar a competência do PODER CONSTITUINTE, que passa a ser a voz primeira do povo, 
 
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 MARTINA CORREIA 
condicionante das ações por ele constituídas. A Constituição assume seu ponto mais alto por 
origem – por ser fruto do poder constituinte originário. 
 
- Quadro americano  destacam-se, no início, os contratos de colonização (estabelecimento e 
organização do governo pelos próprios governados). Após isso, ganhou destaque a Declaration of 
Rights do Estado da Virgínia (1776). 
- Desde o início do século XIX é reconhecido o valor normativo da CONSTITUIÇÃO COMO 
DOCUMENTO MÁXIMO DA ORDEM JURÍDICA. 
- Questão da proteção das minorias: exigia que os limites dos poderes estivessem bem delineados 
em um documento vinculante, insuscetível de ser alterado pelas mesmas maiorias contra as quais as 
limitações eram impostas. 
- Havia, ainda, a necessidade de seguir um procedimento mais dificultoso e solene de mudança da 
Constituição, com o objetivo de acentuar a origem superior do poder constituinte originário (sendo 
ele próprio o único capaz de fixar como o texto poderia ser alterado). 
- A concepção da Constituição como norma jurídica suprema criou as condições necessárias para 
que se admitissem AOS JUÍZES A FUNÇÃO DE CONTROLAR A LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DAS 
LEIS. O controle jurisdicional de constitucionalidade foi o instrumento adotado para sancionar uma 
plena e efetiva supremacia da constituição. 
- Doutrina do judicial review  a Constituição é concebida para ser a lei principal do país; cabe ao 
Judiciário a função de interpretar e aplicar a Constituição nos casos trazidos à sua apreciação, 
podendo recusar valia ao ato que infringe a Constituição; a interpretação judicial é final e 
prepondera sobre a avaliação dos demais poderes. 
 
QUADRO EUROPEU QUADRO AMERICANO 
- SUPREMACIA DA LEI E DO PARLAMENTO. 
- A Constituição tem valor normativo fraco. 
- O Judiciário não pode controlar a legitimidade 
constitucional das leis, limitando-se a ser a “boca da 
lei” (supremacia do Parlamento). 
- A primazia da Constituição só ocorreu a partir do 
fim da 2ª Guerra (redemocratização). Supremacia do 
Poder Constituinte. 
- SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO. 
- Para acentuar a supremacia do PODER 
CONSTITUINTE, adotou-se um procedimento mais 
dificultoso e solene de mudança da Constituição. 
- Para garantir a efetiva supremacia da Constituição, 
cresceu o papel do CONTROLE JUDICIAL: ao Judiciário 
cabe fazer a interpretação final e aplicar a 
Constituição (judicial review). 
 
- Idade contemporânea  caracteriza-se pela consolidação de CONSTITUIÇÕES GARANTISTAS, que 
têm como pilar a defesa dos direitos fundamentais. Reafirmação da força normativa da 
Constituição. 
- CESPE: de acordo com o constitucionalismo moderno, as constituições escritas são instrumentos de 
contenção do arbítrio decorrente do exercício do poder estatal. 
- Período é marcado pelas CONSTITUIÇÕES DIRIGENTES, que prescrevem programas a serem 
implementados pelos Estados, normalmente por meio de normas programáticas. 
- Infelizmente, o período acabou manchado por algumas constituições criadas apenas para justificar 
o exercício de um Poder não democrático. Ex.: Carta Polaca de 1937, sustentáculo da Era Vargas. 
Tem-se aí o CONSTITUCIONALISMO SEMÂNTICO, que se busca extrair da Constituição apenas os 
significados que possam reconhecer a tomada e manutenção de Poder por regimes autoritários. 
 
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- Totalitarismo constitucional (Uadi Lâmegos Bulo)  os textos sedimentam um importante 
CONTEÚDO SOCIAL, estabelecendo normas programáticas e destacando-se o sentido de 
CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE defendido por Canotilho. 
- Constitucionalismo da verdade (André Ramos Tavares)  destaca duas categorias de normas 
programáticas: 
a) Normas que jamais passam de normas programáticas e são praticamente inalcançáveis 
pela maioria dos Estados (devem ser erradicadas dos corpos constitucionais); 
b) Normas que não são implementadas por simples falta de motivação política dos 
administradores e governantes (devem ser cobradas do poder público). 
- O dirigismo estatal tende a evoluir para um DIRIGISMO COMUNITÁRIO numa fase de 
constitucionalismo globalizado, que busca difundir a perspectiva de proteção aos direitos humanos e 
de propagação para todas as nações, e a proteção aos direitos de fraternidade ou solidariedade 
(direitos de terceira geração). 
- Constitucionalismo do futuro  caracteriza-se pela consolidação dos DIREITOS HUMANOS DE 
TERCEIRA GERAÇÃO. Valores: fraternidade, solidariedade, verdade, consenso, continuidade, 
participação, integração e universalização. 
 
 NEOCONSTITUCIONALISMO 
 
- A partir do início do século XXI, nasce uma nova perspectiva em relação ao constitucionalismo: o 
constitucionalismo não se resume à limitação do poder político, deve-se buscar a EFICÁCIA DA 
CONSTITUIÇÃO. 
- A Constituição é o CENTRO DO SISTEMA, marcada por uma intensa CARGA VALORATIVA. 
- A norma constitucional adquire o caráter de NORMA JURÍDICA DOTADA DE IMPERATIVIDADE, 
SUPERIORIDADE E CENTRALIDADE, ou seja, tudo deve ser interpretado a partir da Constituição. 
- Como a Constituição é superior na ordem jurídica, dá-se ênfase às CONSTITUIÇÕES RÍGIDAS. 
- Concretização das prestações materiaisprometidas pela sociedade. A Constituição é FERRAMENTA 
PARA IMPLEMENTAR UM ESTADO DEMOCRÁTICO SOCIAL DE DIREITO. 
- O caráter ideológico repousa na tutela de DIREITOS FUNDAMENTAIS (≠ do constitucionalismo 
moderno, que tinha como caráter ideológico a limitação do poder). 
- CESPE: na perspectiva moderna, o conceito de constitucionalismo abrange, em sua essência, a 
limitação do poder político e a proteção dos direitos fundamentais. 
- Onipresença de PRINCÍPIOS E REGRAS. 
- Densificação da FORÇA NORMATIVA (Konrad Hesse). 
- Desenvolvimento da JUSTIÇA DISTRIBUTIVA. 
- MODELO NORMATIVO AXIOLÓGICO. 
- Expansão da JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL e o desenvolvimento de uma NOVA DOGMÁTICA DE 
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL (novas diretrizes hermenêuticas). 
- REAPROXIMAÇÃO ENTRE O DIREITO E A ÉTICA, A MORAL E A JUSTIÇA (“materialização da 
Constituição”). Faz-se uma LEITURA MORAL DA CONSTITUIÇÃO (Dworkin). 
- No Estado Constitucional de Direito, a lei e os poderes públicos devem não só observar a forma 
prescrita na Constituição, mas, acima de tudo, estar em consonância com o seu espírito, o seu 
caráter axiológico e os seus valores destacados. 
- De acordo com Barroso, são marcos fundamentais do neoconstitucionalismo: 
 
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a) Marco histórico  formação do ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO, cuja consolidação 
se deu ao longo das décadas finais do século XX; 
b) Marco filosófico  PÓS-POSITIVISMO, com a centralização dos direitos fundamentais e a 
reaproximação entre direito e ética; 
c) Marco teórico  processo de constitucionalização do direito, que inclui a expansão da 
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL e o desenvolvimento de uma NOVA DOGMÁTICA DA 
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL; ideia de FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO 
(Konrad Hesse). 
 
 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
- Em sentido sociológico (Lassale)  Constituição é o SOMATÓRIO DOS FATORES REAIS do poder 
dentro de uma sociedade, sob pena de se tornar mera folha de papel escrita, que não corresponda 
à Constituição real. 
- CESPE: no sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em uma 
sociedade. 
 
- Em sentido político (Carl Schmitt)  a Constituição decorre de uma DECISÃO POLÍTICA 
FUNDAMENTAL, e se traduz na estrutura do Estado e dos Poderes e na presença de um rol de 
direitos fundamentais. 
- CESPE: a concepção política de Constituição, elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o 
conjunto de normas que dizem respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade 
manifestada pelo titular do poder constituinte. 
- As normas que não traduzirem a decisão política fundamental não serão constituição 
propriamente dita, mas meras leis constitucionais. CONSTITUIÇÃO ≠ LEI CONSTITUCIONAL. 
- CESPE (assertiva errada): na concepção sociológica de Constituição, constituição e lei constitucional 
têm a mesma acepção. 
 
CONSTITUIÇÃO LEIS CONSTITUCIONAIS 
Constituição é apenas a decisão política fundamental 
do titular do poder constituinte (estrutura e órgãos 
do estado, direitos individuais, vida democrática, etc). 
Demais dispositivos inseridos no texto do 
documento constitucional, mas que não contêm 
matéria de decisão política fundamental. 
Corresponde ao sentido material. Corresponde ao sentido formal. 
 
- Em sentido material  o critério definidor é o CONTEÚDO da norma. Constitucional será aquela 
norma que defina e trate das regras estruturais da sociedade, além de seus alicerces fundamentais. 
- Trata-se do que Schmitt chamou de “Constituição”. 
- AO ELEGER O CRITÉRIO MATERIAL, É POSSÍVEL ENCONTRAR NORMAS CONSTITUCIONAIS FORA 
DO TEXTO CONSTITUCIONAL. 
- Ressalva, ainda, Gilmar Mendes, que atualmente a Constituição tem por meta não apenas erigir a 
arquitetura normativa básica do estado, ordenando-lhe o essencial das suas atribuições e escudando 
indivíduos contra eventuais abusos, mas tem por alvo também criar bases para a convivência digna 
de todas as pessoas em um ambiente de respeito e consideração recíprocos. Essa visão reconfigura 
o Estado, somando-lhe às funções tradicionais as de agente intervencionista e de prestador de 
serviços. 
 
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 MARTINA CORREIA 
- CESPE: conceitua-se a Constituição, quanto ao aspecto material, como o conjunto de normas 
pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao exercício da autoridade, à 
forma de governo e aos direitos individuais e sociais da pessoa humana. 
- CESPE (assertiva errada): do ponto de vista material, o que importa para definir se uma norma tem 
ou não caráter constitucional será a forma como ela tenha sido introduzida no ordenamento jurídico, 
independentemente do conteúdo dessa norma. A questão fala do ponto de vista formal, não 
material. 
 
- Em sentido formal  o critério definidor é a FORMA, INDEPENDENTE DO SEU CONTEÚDO: 
CONSTITUIÇÃO É QUALQUER NORMA QUE TENHA SIDO INTRODUZIDA POR MEIO DE UM 
PROCESSO CONSTITUINTE ESPECÍFICO (MAIS DIFICULTOSO). 
- É o que Schmitt chamou de “leis constitucionais”. 
- O BRASIL ADOTOU, NUM PRIMEIRO MOMENTO, O SENTIDO FORMAL. CONTUDO, ISSO FOI 
ATENUADO COM A EC 45/03, QUE ESTABELECEU QUE DESDE QUE SEJAM OBSERVADOS OS 
REQUISITOS FORMAIS, É POSSÍVEL QUE TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS 
(MATÉRIA) POSSUAM EQUIVALÊNCIA COM AS EMENDAS CONSTITUCIONAIS. 
- CESPE: normas materialmente constitucionais encerram disposições a respeito de matéria 
tipicamente constitucional, isto é, de elementos inerentes à Constituição, ao passo que as normas 
formalmente constitucionais, embora não tratem de matéria constitucional, são constitucionais, do 
ponto de vista eminentemente formal, somente porque integram a Constituição. 
- CESPE (assertiva errada): Constituição, em sua acepção formal, corresponde ao documento solene 
que disciplina as normas superiores elaboradas por um processo constituinte específico, sendo as 
normas integrantes da CF/88 caracterizadas como formalmente e materialmente constitucionais. 
Para o CESPE, A CF/88 É FORMAL. 
 
- Constituição jurídica (Kelsen)  utiliza a constituição em dois sentidos: 
a) Lógico-jurídica  é a norma fundamental hipotética pura, cuja função é servir de 
fundamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva (plano 
lógico); 
b) Jurídico-positiva  é norma posta, norma positiva suprema, conjunto de normas que 
regula a criação de outras normas, leis nacionais do seu mais alto grau (plano positivo). 
- CESPE: para Kelsen, a palavra constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De 
acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de 
fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à 
norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no 
seu mais alto grau. 
- CESPE: em sentido jurídico, a constituição é considerada norma pura, puro dever ser. 
- CESPE: no sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política 
ou filosófica. 
 
- Constituição culturalista (J. H. Meirelles Teixeira)  Constituição é produto de um fato cultural, 
produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir. É uma formação objetiva de cultura. 
Relaciona-se com o conceito de constituição total, que apresenta, na sua complexidade intrínseca, 
 
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aspectos econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos, a fim de abranger o seu conceito em uma 
perspectiva unitária. 
 
- Constituição aberta (Häberle)  relativiza-se a função material de tarefa da constituição e justifica-se a desconstitucionalização de elementos substanciadores da ordem constitucional. Caberia à 
constituição o papel de ordenar o processo da vida política fixando os limites às tarefas do estado e 
recontando dimensões prospectivas traduzidas na formulação dos fins sociais mais significativos e na 
identificação de alguns programas da conformação constitucional. 
 
- Constituição pluralista (Gustavo Zagrebelsky)  dotada de princípios universais, segundo as 
pretensões acordadas pelas “partes”. Caracteriza-se pela capacidade de oferecer respostas 
adequadas ao nosso tempo ou, mais precisamente, da capacidade da ciência constitucional e 
encontrar essas respostas na Constituição. 
 
- Constituição simbólica (Marcelo Neves)  a legislação simbólica aponta para o predomínio, ou 
mesmo hipertrofia, no que se refere ao sistema jurídico, da função simbólica da atividade legiferante 
e do seu produto, a lei, sobretudo em detrimento da função jurídico-instrumental. Com base Harald 
Kindermann, Marcelo Neves formula o modelo tricotômico para a tipologia da legislação simbólica, 
classificando-a quanto ao seu conteúdo e apontado as seguintes funções: 
a) Confirmação de valores sociais: o legislador assume uma posição em relação a 
determinados conflitos sociais e, ao consagrar um certo posicionamento, para o grupo que 
tem a sua posição amparada na lei, essa “vitória legislativa” se caracteriza como verdadeira 
superioridade da concepção valorativa, sendo secundária a eficácia normativa da lei; 
b) Demonstração da capacidade de ação do estado no tocante à solução dos problemas 
sociais (legislação-álibi): busca a legislação-álibi dar uma aparente solução para problemas 
da sociedade, mesmo que mascarando a realidade; destina-se a criar a imagem de um estado 
que responde normativamente aos problemas reais da sociedade, embora as respectivas 
relações sociais não sejam realmente normatizadas de maneira consequente conforme o 
respectivo texto legal; nesse sentido, pode-se afirmar que a legislação-álibi constitui uma 
forma de manipulação ou de ilusão que imuniza o sistema político contra outras alternativas, 
desempenhando uma função ideológica; 
c) Adiamento da solução de conflitos sociais através de compromissos dilatórios: as 
divergências entre grupos políticos não são resolvidas por meio do ato legislativo, que, 
porém, será aprovado consensualmente pelas partes envolvidas, exatamente porque está 
presente a perspectiva da ineficácia da respectiva lei; o acordo não se fundamenta, então, no 
conteúdo do diploma normativo, mas sim na transferência da solução do conflito para um 
futuro indeterminado. 
 
- QUANTO A ORIGEM: 
 
OUTORGADAS PROMULGADAS CESARISTAS PACTUADAS 
Impostas, de maneira 
unilateral, pelo agente 
revolucionário, que não 
recebeu do povo a 
Também denominadas 
de democráticas, 
votadas ou populares, 
são fruto de uma 
São outorgadas por um 
ditador ou imperador e 
posteriormente 
submetidas à aprovação 
Surgem através de um 
pacto nos casos em que 
o poder constituinte 
originário se concentra 
 
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 MARTINA CORREIA 
legitimidade para atuar em 
nome dele. São também 
denominadas de Cartas. 
No Brasil: 1824 (Império), 
1937 (Vargas), 1967 
(Militar). 
Assembleia 
Constituinte, eleita 
pelo povo, para, em 
nome dele, atuar. No 
Brasil: 1891 
(República), 1934, 1946 
e 1988. 
popular por plebiscito ou 
referendo. Também 
chamada de Bonapartista, 
Plebiscitária ou 
Referendária. 
nas mãos de mais de um 
titular. Ex.: Carta Magna 
Inglesa de 1215, que os 
barões ingleses 
obrigaram João Sem 
Terra a jurar. 
 
- CESPE: denomina-se Constituição cesarista a Constituição outorgada submetida a plebiscito ou 
referendo. 
- CESPE (assertiva errada): uma Constituição do tipo cesarista se caracteriza, quanto à origem, pela 
ausência da participação popular na sua formação. 
 
- QUANTO À FORMA: 
 
ESCRITA OU INSTRUMENTAL COSTUMEIRA OU CONSUETUDINÁRIA 
Formada por um conjunto de regras sistematizadas e 
organizadas em um único documento, estabelecendo 
as normas fundamentais de um Estado. 
É formada por textos esparsos, reconhecidos pela 
sociedade como fundamentais, e baseia-se nos usos, 
costumes e jurisprudência. Ex.: Constituição inglesa. 
 
- CESPE: a distinção entre o que é constitucional só na esfera formal e aquilo que o é em sentido 
substancial só se produz nas constituições escritas. 
 
- QUANTO À EXTENSÃO: 
 
SINTÉTICAS, CONCISAS OU SUMÁRIAS ANALÍTICAS, EXTENSAS OU PROLIXAS 
Veiculam apenas os princípios fundamentais dos 
Estados. Tendem a ser mais duradouras. Ex.: 
Constituição Americana. 
Abordam todos os assuntos que os representantes 
do povo entendem fundamentais. Ex.: CF/88. 
 
- CESPE (assertiva errada): por expressar apenas as regras básicas de organização do Estado e os 
preceitos referentes aos direitos fundamentais, a CF é considerada como uma constituição analítica. 
Está errado: a questão conceituou a sintética e classificou como analítica (CF/88). 
- CESPE: a CF regulamenta diversas matérias que não dizem respeito a princípios e normas gerais 
de regência, razão por que é classificada como analítica. 
- CESPE (assertiva errada): a CF vigente, que contém, exclusivamente, as regras básicas de 
organização do Estado brasileiro, é classificada, quanto à extensão, em prolixa. 
- CESPE (assertiva errada): em relação ao conteúdo, a CF deve ser classificada como analítica. Está 
errado porque analítica é quanto à extensão, não ao conteúdo. 
 
- QUANTO AO CONTEÚDO: 
 
MATERIAL FORMAL 
O texto contém apenas as matérias constitucionais, 
que são os Direitos Fundamentais, a Estrutura do 
Estado e a Organização dos Poderes (DEO). 
Constituição que elege como critério o processo de 
sua formação, e não o conteúdo de suas normas. Ex.: 
CF/88. 
 
- QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: 
 
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DOGMÁTICAS OU SISTEMÁTICAS HISTÓRICAS 
São sempre escritas. Partem de teorias pré-
concebidas, de planos e sistemas prévios, de 
ideologias bem declaradas, de dogmas políticos. São 
elaboradas em um só momento pela Assembleia 
Constituinte. Ex.: CF/88. 
Constituem-se através de um lento e contínuo 
processo de formação ao longo do tempo, reunindo 
a história e as tradições do povo. Ex.: constituição 
inglesa. 
 
 
- CESPE: a CF/88 é dogmática porque é escrita, foi elaborada por um órgão constituinte e 
sistematiza dogmas ou ideias da teoria política de seu momento histórico. 
- CESPE: as Constituições históricas, apesar de serem juridicamente flexíveis, são, normalmente, 
politicamente rígidas. Explicação: de acordo com José Afonso da Silva, as constituições históricas são 
juridicamente flexíveis, pois podem ser modificadas pelo legislador ordinário, mas, normalmente, são 
política e socialmente rígidas. Raramente são modificadas. 
 
- QUANTO À ALTERABILIDADE/ESTABILIDADE/CONSISTÊNCIA: 
 
RÍGIDAS FLEXÍVEIS SEMIRRÍGIDA OU SEMIFLEXÍVEL 
Exigem, para sua alteração, um 
processo legislativo mais 
dificultoso que o processo de 
alteração de normas não 
constitucionais. Ex.: CF/88. 
A rigidez constitucional está no art. 
60. 
A dificuldade em alterar 
a Constituição é a mesma 
encontrada para alterar 
uma lei. 
Exige para algumas matérias um processo 
mais dificultoso, enquanto outras não 
requerem tal formalidade. Ex.: a 
Constituição de 1824 previa que as matérias 
ligadas aos limites e atribuições dos 
Poderes, aos direitos políticos e individuais 
teriam um procedimento de alteração 
rígido, enquanto o resto podia ser alterado 
sem tais formalidades. 
 
FIXAS OU SILENCIOSAS TRANSITORIAMENTEFLEXÍVEIS 
IMUTÁVEIS, 
PERMANENTES OU 
GRANÍTICAS 
SUPER-RÍGIDAS 
Não estabelecem, 
expressamente, o 
procedimento para sua 
reforma. Logo, somente 
podem ser alteradas por 
um poder de 
competência igual 
àquele que as criou, isto 
é, o poder constituinte 
originário. Têm apenas 
valor histórico. Ex.: 
Estatuto do Reino da 
Sardenha, de 1848. 
São as suscetíveis de 
reforma, com base no 
mesmo rito das leis 
comuns, mas apenas 
por determinado 
período. Ultrapassado 
este, o documento 
constitucional passa a 
ser rígido. 
Vedam o processo de 
modificação. 
Além de possuírem um 
processo legislativo 
diferenciado para a alteração 
de suas normas (rígidas), 
excepcionalmente algumas 
matérias apresentam-se como 
imutáveis. Não é o caso da 
CF/88: o STF tem admitido a 
alteração das matérias 
contidas no art. 60, §4º, 
desde que a reforma não 
tenda a abolir os preceitos ali 
resguardados e dentro de 
uma ideia de razoabilidade e 
duração. 
 
- CESPE (assertiva errada): se o art. X da Constituição Y preceituar, na parte relativa às emendas à 
Constituição, que só é constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos 
poderes políticos, e aos direitos políticos, e individuais dos cidadãos, e que tudo o que não é 
 
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constitucional pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias, nessa 
hipótese, a Constituição Y será uma constituição flexível. Está errado, será semirrígida. 
- CESPE (assertiva errada): as chamadas Constituições flexíveis são aquelas que exigem requisito 
especial de reforma, ou seja, não podem ser emendadas pelo mesmo processo que se emprega para 
fazer ou revogar a lei ordinária. 
- CESPE: a CF pode ser classificada, quanto à mutabilidade, como rígida, uma vez que não pode ser 
alterada com a mesma simplicidade com a qual se modifica uma lei. Atenção: o CESPE muitas vezes 
coloca a CF/88 como semirrígida. É rígida! 
- CESPE (assertiva errada): a CF é do tipo semirrígida, pois prevê determinados tipos de normas que 
não podem ser alteradas, as chamadas cláusulas pétreas. 
- CESPE: a CF/88 é considerada pela maior parte da doutrina constitucionalista como uma 
constituição rígida. Há, no entanto, visão que - atentando para o fato de a CF ter um núcleo imutável, 
que não se submete a modificações nem mesmo por emenda - a classifica como super-rígida. 
- TODA CONSTITUIÇÃO RÍGIDA É ESCRITA, POIS NÃO HÁ RIGIDEZ EM UMA CONSTITUIÇÃO 
COSTUMEIRA. 
- NEM TODA CONSTITUIÇÃO ESCRITA É RÍGIDA, pois a Constituição formada por um texto pode ser 
imutável, fixa, rígida, flexível ou semiflexível. 
- TODA CONSTITUIÇÃO COSTUMEIRA É FLEXÍVEL. 
- CESPE: a supremacia formal ou jurídica somente existe nas constituições rígidas. 
- CESPE: a constituição flexível não adota o princípio da supremacia da constituição. 
- CESPE: em um país que possua uma constituição flexível, caso seja editada uma lei com conteúdo 
contrário ao texto constitucional, essa lei será válida e acarretará alteração da Constituição. 
- CESPE: a constituição denominada fixa ou silenciosa no que se refere à estabilidade somente pode 
ser modificada pelo mesmo poder que a criou. 
 
- QUANTO À DOGMÁTICA (Pinto Ferreira): 
 
ORTODOXAS ECLÉTICAS 
Uma só ideologia. Ex.: Constituição soviética de 1977. Ideologias conciliatórias. Ex.: CF/88. 
 
- QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (Karl Lowenstein): 
 
NORMATIVAS NOMINALISTAS SEMÂNTICA 
Dotada de valor jurídico legítimo. 
A CF/88 “pretende ser” normativa. 
Sem valor jurídico, apenas social. É 
a que Lassale chamava de “folha de 
papel”. 
É criada para justificar o 
exercício de um poder não 
democrático. 
 
- CESPE (assertiva errada): diferentemente das constituições sintéticas, as quais se limitam às regras 
básicas constitucionais, as constituições semânticas extrapolam o essencial para constitucionalizar 
variadas matérias adicionais e estabelecer, de forma dirigente, objetivos a serem atingidos pelo 
legislador ordinário. Está errado (são as analíticas ou prolixas). 
- CESPE (assertiva errada): na denominada constituição semântica, a atividade do intérprete limita-se 
à averiguação de seu sentido gramatical-literal. 
 
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- CESPE: segundo a doutrina, quanto ao critério ontológico, que busca identificar a correspondência 
entre a realidade política do Estado e o texto constitucional, é possível classificar as constituições em 
normativas, nominalistas e semânticas. 
- CESPE: segundo a classificação ontológica de Karl Loewenstein, as constituições podem ser divididas 
em normativas, nominais ou semânticas, conforme o grau de correspondência entre a pretensão 
normativa dos seus preceitos e a realidade do processo de poder. 
 
- QUANTO AO SISTEMA (Diogo de Figueiredo Moreira Neto): 
 
PRINCIPIOLÓGICAS PRECEITUAIS 
Predominam os princípios. Ex.: CF/88. Predominam as regras. 
 
- QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO (Miguel Galvão Teles): 
 
HETEROCONSTITUIÇÕES AUTOCONSTITUIÇÕES 
Decretadas de fora do Estado por outro Estado ou por 
Organizações Internacionais. Ex.: Constituição do 
Chipre (acordos entre a Grã-Bretanha, a Grécia e a 
Turquia). 
Elaboradas dentro do próprio Estado que irão reger. 
 
- QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO (André Ramos Tavares): 
 
LIBERAIS OU NEGATIVAS SOCIAIS OU DIRIGENTES 
Surgem com o triunfo da ideologia burguesa (direitos 
humanos de 1ª geração + absenteísmo estatal). São 
também chamadas de constituições negativas. 
Refletem o Welfare State (Estado do Bem Comum: 
direitos humanos de 2ª geração + atuação positiva do 
estado). 
 
- CLASSIFICAÇÃO DE MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO: 
 
GARANTIA BALANÇO DIRIGENTE 
Visa garantir a liberdade, limitando 
o poder. 
Descreve e registra a organização 
política estabelecida (registra um 
estágio das relações de poder). 
Estabelece um plano para dirigir 
uma evolução política. 
 
- CLASSIFICAÇÃO DE RAUL MACHADO HORTA: 
- Expansivas  acrescem temas novos e ampliam tratamento de temas permanentes. Tal 
expansividade pode ser aferida em três planos distintos: quanto ao conteúdo anatômico e estrutural 
da constituição, numa comparação constitucional interna (em relação às constituições precedentes) 
e comparação constitucional externa (em relação às constituições estrangeiras). 
 
- CESPE: a CF, quanto à origem, é promulgada, quanto à extensão, é analítica e quanto ao modo de 
elaboração, é dogmática. 
- CF/88 = PROMULGADA, FORMAL, ESCRITA, RÍGIDA, ANALÍTICA, DOGMÁTICA, ECLÉTICA, 
REDUZIDA, NORMATIVA, PRINCIPIOLÓGICA, DEFINITIVA, GARANTIA, DIRIGENTE SOCIAL e 
EXPANSIVA. 
- Dica do QC: nossa CF é PRADEF (Promulgada, Rígida, Analítica, Formal, Escrita, Dogmática). 
 
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- CESPE: a CF sofreu, ao longo de sua existência, enorme quantidade de emendas; apesar disso, ela é 
classificada pela doutrina como rígida, escrita, democrática, dogmática, eclética, formal, analítica, 
dirigente, normativa, codificada, social e expansiva. 
 
 ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES (JOSÉ AFONSO DA SILVA) 
 
- ELEMENTOS ORGÂNICOS  regulam a estrutura do Estado e do Poder. 
- CESPE: os elementos orgânicos que compõem a Constituição dizem respeito às normas que regulam 
a estrutura do Estado e do poder, fixando o sistema de competência dos órgãos, instituições e 
autoridades públicas. 
 
- ELEMENTOS LIMITATIVOS  direitos fundamentais, que limitam a atuação do Estado, protegendo 
o povo. 
- CESPE: consideram-se elementos limitativos da Constituição as normas constitucionais que 
compõem ocatálogo dos direitos e garantias individuais 
- CESPE: os direitos e garantias fundamentais são considerados elementos limitativos das 
constituições. 
 
- ELEMENTOS SÓCIO-IDEOLÓGICOS  revelam o compromisso do Estado em equilibrar os ideais 
liberais e sociais ao longo do texto constitucional. 
- CESPE: o dispositivo constitucional que arrola os princípios gerais da atividade econômica, como o 
da propriedade privada e sua função social, é considerado elemento socioideológico da constituição, 
revelador do compromisso de um Estado não meramente individualista e liberal. 
 
- ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL  asseguram a solução de conflitos 
institucionais entre Poderes, e também protegem a integridade do Estado e da própria 
Constituição. 
- A ADI e o processo de intervenção integram os elementos de estabilização constitucional, pois 
buscam manter a normalidade institucional e a paz coletiva, eliminando conflitos constitucionais. 
- CESPE: as normas que versam sobre a intervenção federal nos estados e no DF, bem como dos 
estados nos municípios, incluem-se entre os chamados elementos de estabilização constitucional. 
 
- ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE  referem-se às regras de interpretação e aplicação da 
Constituição, a exemplo do preâmbulo, do ADCT, e a aplicabilidade imediata dos direitos e 
garantias fundamentais. 
- CESPE: quanto aos elementos, o ADCT configura exemplo de elemento formal de aplicabilidade da 
CF. 
 
 CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
- AUTOPRIMAZIA NORMATIVA (CANOTILHO)  as normas constitucionais não têm sua validade 
aferida pela sua compatibilidade com outra norma jurídica que lhe esteja acima em uma escala 
hierárquica. Essa característica de superioridade das normas constitucionais têm um aspecto 
 
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positivo (condicionam o conteúdo das normas inferiores, ainda que de modo não exaustivo) e um 
aspecto negativo (geram a invalidade dos atos que as contrariam). 
 
- DENSIBILIDADE E APLICABILIDADE  as normas constitucionais modernas são abertas à mediação 
do legislador, apresentando uma regulamentação deliberadamente lacunosa, a fim de ensejar 
liberdade para a composição de forças políticas no momento de sua concretização. Com isso, 
também viabiliza-se a adequação das normas às novas necessidades de cada tempo. Percebe-se no 
texto constitucional, entretanto, que essa abertura à ação complementar e integradora do legislador 
não ocorre sempre de modo idêntico. Há, no conjunto das normas constitucionais, variações de grau 
de abertura às mediações do legislador. Há normas densas, em que a disciplina disposta pelo 
constituinte é extensa e abrangente, dispensando ou pouco deixando para a interferência do 
legislador no processo de concretização da norma. A liberdade de conformação, porém, é ampla nas 
normas concebidas a partir de conceitos indeterminados, como nas normas abertas, vazadas, por 
várias vezes, com termos de múltiplos significados, ou naquelas formuladas de modo genérico e 
lacunoso. A maior abertura da norma tende a ser uma opção do constituinte para atender a um 
juízo sobre a conveniência de se confiar a concretização da norma à composição posterior de 
forças políticas relevantes. A diferença de abertura e densidade das normas constitucionais afeta 
ainda o grau de exequibilidade em si mesmas e dá ensejo a uma classificação que toma por critério o 
grau de autoaplicabilidade das normas. 
 
- SANÇÃO IMPERFEITA  as normas constitucionais caracterizam-se ainda pela especificidade dos 
meios de tutela e das sanções jurídicas que as cercam. São, nesse sentido, chamadas de normas 
imperfeitas, porque a sua violação não se acompanha de sanção jurídica suficiente para repor a 
sua força normativa, até porque não há nenhuma instância superior da ordem jurídica que lhe 
assegure a observância pelos órgãos de soberania. As normas constitucionais dependem da vontade 
dos órgãos de soberania de respeitá-las e cumpri-las. 
 
 MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS x REFORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
- O sentido da Constituição interpretada pode se mostrar inadequado. Poderão, então, ser 
observadas alterações tanto do ponto de vista formal (reforma constitucional) como informal 
(mutações constitucionais). 
 
REFORMA CONSTITUCIONAL MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Processo FORMAL Processo INFORMAL 
Alteração do TEXTO constitucional, 
através de emendas. 
Alterações no SIGNIFICADO e SENTIDO interpretativo do texto 
(permanece inalterado). Esse novo sentido pode decorrer de uma 
mudança na realidade fática ou de uma nova percepção do 
direito. 
 
- Para que seja legítima, “a mutação precisa ter lastro democrático, isto é, deve corresponder a uma 
demanda social efetiva por parte da coletividade, estando respaldada, portanto, pela soberania 
popular” (Barroso). 
- CESPE: tratando-se de mutação constitucional, o texto da constituição permanece inalterado, e 
alteram-se apenas o significado e o sentido interpretativo de determinada norma constitucional. 
 
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- Barroso identifica como mecanismos de mutação a interpretação (judicial e administrativa), a 
atuação do legislador (que, por ato normativo primário, procura alterar o sentido já dado a alguma 
norma constitucional) e os costumes constitucionais. Quanto a estes, dá o exemplo da possibilidade 
de o Chefe do Executivo negar a aplicação de lei que de modo fundamentado considere 
inconstitucional. 
- Vamos supor que o §3º do art. 226 da Constituição – que reconhece a união estável entre homem e 
mulher como entidade familiar – viesse a ser interpretado no sentido de considerar vedada a união 
estável entre pessoas do mesmo sexo. Se a lei ordinária vier a disciplinar esta última possibilidade, 
chancelando as uniões homoafetivas, terá modificado o sentido que vinha sendo dado à norma 
constitucional. 
- A mutação e a nova interpretação não podem afrontar os princípios estruturantes da CF. 
 
 REGRAS E PRINCÍPIOS 
 
- As normas (gênero) do sistema jurídico podem revelar-se sob a forma de princípios, de regras e de 
postulados. 
 PRINCÍPIOS 
 NORMAS CONSTITUCIONAIS REGRAS 
 POSTULADOS 
 
- Canotilho refere-se à Constituição de Portugal como “um sistema normativo aberto de regras e 
princípios”. 
- NORMAS E PRINCÍPIOS NÃO GUARDAM HIERARQUIA ENTRE SI, ESPECIALMENTE DIANTE DA 
UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO. 
- Os princípios são fundamentos das regras, são normas que estão na base ou constituem a ratio de 
regras jurídicas, desempenhando, por isso, uma função normogenética fundamentante (Canotilho). 
 
REGRAS PRINCÍPIOS 
Grau de abstração reduzido. Grau de abstração elevado. 
São suscetíveis de aplicação direta. Carecem de mediações concretizadoras. 
Podem ser normas vinculativas com um conteúdo 
meramente funcional. 
São standards juridicamente vinculantes radicados nas 
exigências de justiça ou na ideia de direito. 
Relatos descritivos de condutas a partir dos 
quais, mediante subsunção, chega-se à 
conclusão. 
A previsão dos relatos dá-se de maneira mais abstrata, 
sem se determinar a conduta correta, já que cada caso 
concreto deverá ser analisado para que o intérprete dê o 
exato peso entre os princípios em choque. 
São mandamentos ou mandados de definição: 
são sempre ou satisfeitas ou não satisfeitas (tudo 
ou nada). 
São mandados de otimização (Alexy): devem ser 
realizados na maior medida do possível. Podem ser 
satisfeitos em graus variados, a depender das 
possibilidades jurídicas. 
Uma das regras em conflito ou será afastada pelo 
princípio da especialidade, ou será declarada 
inválida. 
A colisão resolve-se pelaponderação ou balanceamento 
de princípios. 
 
- Já se discute a aplicação “tudo ou nada” aos princípios e a possibilidade de as regras serem 
ponderadas (Barroso). 
 
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- Revisaço DPU: a colisão ocorrida em âmbito constitucional não pode ser considerada na mesma 
perspectiva do conflito entre leis ordinárias, ou seja, como um “conflito aparente de normas” para 
cuja solução seriam utilizados os critérios cronológico, hierárquico ou da especialidade, na forma do 
“tudo ou nada”. Essa solução é inaplicável aos princípios, que não se sujeitam a esses critérios 
apontados pela doutrina, tampouco podem ser afastados um em razão do outro. Assim, em toda 
colisão de princípios deve ser respeitado o NÚCLEO INTANGÍVEL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
concorrentes, mas sempre se deve chegar a uma posição em que um prepondere sobre outro (mas, 
sem eliminá-lo). A colisão deve ser resolvida por CONCORDÂNCIA PRÁTICA (Konrad Hesse), com 
aplicação do princípio da PROPORCIONALIDADE (tradição alemã) ou pela DIMENSÃO DE PESO E 
IMPORTÂNCIA (Dworkin), com aplicação do princípio da RAZOABILIDADE (tradição norte-
americana). 
 
 POSTULADOS NORMATIVOS OU METANORMAS 
 
- O reconhecimento da força normativa da Constituição, a expansão da jurisdição constitucional e o 
desenvolvimento de uma nova dogmática pós-positivista de interpretação constitucional são alguns 
dos fatores apontados para a ascensão institucional e teórica do direito constitucional. O 
deslocamento da Constituição para o centro do sistema jurídico fez com que ela passasse a ter um 
papel imprescindível na interpretação de todos os demais ramos do direito, dando origem a uma 
FILTRAGEM CONSTITUCIONAL (“leitura” da ordem jurídica sob a lente da Constituição, de modo a 
realizar os valores nela consagrados). 
- Alexy concebe um sistema jurídico de 3 níveis: os princípios, as regras e a argumentação jurídica. As 
metanormas estão situadas no nível da argumentação jurídica. Elas não estabelecem diretamente 
um dever de adotar um comportamento (regras) ou de promover um estado ideal de coisas 
(princípios), mas sim o modo como esse dever deve ser realizado. METANORMAS SÃO NORMAS 
SOBRE A APLICAÇÃO DE NORMAS (status metodológico). 
- Os postulados são denominados, pela maioria da doutrina, como princípios, mas não têm a mesma 
função dos princípios. São NORMAS DE SEGUNDO GRAU UTILIZADAS PARA SE INTERPRETAR OS 
PRINCÍPIOS E REGRAS CONSTITUCIONAIS (NORMAS DE PRIMEIRO GRAU). Não estão na 
Constituição, por isso não são aplicados diretamente. 
- CESPE: conforme a moderna teoria constitucional, postulados normativos são normas metódicas, 
ou de segundo grau, que devem ser utilizados na interpretação e aplicação de princípios e regras 
presentes na constituição. 
 
 DERROTABILIDADE (DEFEASIBILITY) 
 
- Humberto Ávila justifica, por vários argumentos, a obediência às regras (eliminação da controvérsia, 
da incerteza; redução da arbitrariedade que pode surgir com a aplicação direta de valores morais; 
evita problemas de coordenação, deliberação e conhecimento). “As regras devem ser obedecidas 
porque sua obediência é moralmente boa e porque produz segurança, paz e igualdade”. 
- Apesar dessa constatação, muitos autores começam a reconhecer a derrotabilidade das regras, 
superando o modelo de “tudo ou nada” de Dworkin. A possibilidade de superação das regras 
(afastamento de sua aplicação em determinado caso) costuma ser admitida em certas situações 
excepcionais. 
 
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- A ideia de derrotabilidade é atribuída a HART. Atenção: esse termo ainda não foi utilizado pelo STF. 
- O TRF1 entendeu derrotada a norma segundo a qual se há remoção de servidor estudante no 
interesse da administração, deve haver transferência da escola particular para outra particular e de 
pública para pública (mesma natureza). No caso concreto, não havia na localidade instituição da 
mesma natureza. 
- Ana Paula Barcellos distingue duas situações envolvendo regras nas quais uma delas poderia ser 
afastada com o emprego da ponderação. A primeira seria aquela em que a incidência da regra no 
caso produz uma injustiça tão grave que parece intolerável. A segunda, mais incomum, seria a 
hipótese de colisão de regras insuperável pelas técnicas tradicionais da hermenêutica jurídica. 
Nesse caso, restaria ao intérprete optar por uma das regras. 
 
 LACUNAS 
 
- Lacuna é a situação constitucionalmente relevante não prevista. Pode ocorrer nas seguintes 
hipóteses: 
 
1) Situação não regulada pela Constituição, quando seria de esperar que ela o fizesse  pode ser 
que o constituinte tenha deixado de disciplinar uma matéria justamente para que o legislador o faça 
(liberdade de conformação do legislador, assunto extraconstitucional). 
- Em outros casos há o SILÊNCIO ELOQUENTE: o constituinte não quis atribuir ao caso a mesma 
consequência que ligou às hipóteses similares. Nesse caso, terá sido o resultado do objetivo 
consciente de excluir o tema da disciplina estatuída. 
- Pode ocorrer também um lapso do constituinte (LACUNA DE FORMULAÇÃO). 
 
2) O fato se encaixa perfeitamente no que a norma impõe, mas o intérprete sente que os 
resultados da incidência da norma são inadequados  nesse caso, há uma LACUNA AXIOLÓGICA: 
há uma solução formal para o problema, mas o intérprete a tem como insatisfatória porque 
percebe que a norma não tomou em conta uma característica do caso á uma que tem perante si, a 
qual, se levada em consideração, conduziria a outro desfecho. 
 
LACUNAS 
O constituinte 
deixou de 
disciplinar a 
matéria para 
permitir que o 
legislador o faça. 
O constituinte não tratou da 
matéria porque não quis atribuir-
lhe a mesma consequência que 
ligou às hipóteses similares que 
tratou explicitamente. É o 
SILÊNCIO ELOQUENTE, que obsta a 
extensão da norma existente para 
a situação não regulada 
explicitamente. 
Houve um lapso do 
constituinte, que não 
pretendia excluir a 
categoria de fatos em 
apreciação da incidência 
da norma. É a LACUNA DE 
FORMULAÇÃO. 
O fato se encaixa 
perfeitamente no que 
a norma impõe, mas a 
incidência desta leva a 
uma solução injusta 
ou inadequada. É a 
LACUNA AXIOLÓGICA.

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