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MORFOLOGIA II - EMBRIOLOGIA ANDRÉ P. MURALHA AULA 1: 04/08/2009 FORMAÇÃO DO CORAÇÃO • TODOS OS VASOS SE ORIGINAM DO MESODERMA. � Primeiro no Mesoderma Extra-Embrionário (MEE) e depois, da mesma forma, no Mesoderma Intra-Embrionário (MIE). � Células mesenquimais se diferenciam formando as ILHAS SANGUÍNEAS (em vários pontos distintos), que vão se prolongando, formando CORDÕES MESENQUIMAIS maciços. � Ocorre a formação do endotélio e das células sanguíneas e depois começam a ocorrer anastomoses. � Esse sistema cardiovascular primitivo não é o primeiro a se formar, mas é o primeiro a funcionar. � OBS: O coração é um "VASO MODIFICADO", portanto começa a se formar também desse jeito. • PARTE DESSA REDE VASCULAR PRIMITIVA ESTÁ NA ÁREA CARDIOGÊNICA. � Os vasos primitivos na área cardiogênica (1 par) são chamados TUBOS ENDOCÁRDICOS. � Esses vasos se dobram junto com o MIE no dobramento do embrião. Essa dobra toma a forma de um "suspensório" (as partes ventrais são chamadas de TUBOS ENDOCÁRDICOS, enquanto as partes dorsais são chamadas AORTAS DORSAIS). � O embrião, no entanto, ainda sofre dobramento lateral, na direção ventral levando a uma FUSÃO DOS TUBOS ENDOCÁRDICOS (como se segurasse as alças ventrais do suspensório juntas). � Essa fusão ocorre no sentido CEFÁLICO � CAUDAL, formando um CORAÇÃO TUBULAR. � OBS: Acima e abaixo do coração tubular os vasos continuam separados. � OBS2: O coração tubular apresenta uma CAVIDADE ÚNICA. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce • O CORAÇÃO TUBULAR APRESENTA UMA REGIÃO DE ENTRADA E UMA DE SAÍDA � O sangue do corpo do embrião entra pelo SEIO VENOSO, que é dividido em dois cornos (Corno Direito e Corno Esquerdo). Depois o sangue passa para o ÁTRIO PRIMITIVO, seguindo para o VENTRÍCULO PRIMITIVO, e continua pelo BULBO CARDÍACO, o TRONCO ARTERIAL e o SACO AÓRTICO. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce • VENTRÍCULO PRIMITIVO E BULBO CARDÍACO CRESCEM MAIS RAPIDAMENTE -- CURVATURA OU DOBRAMENTO DO CORAÇÃO PRIMITIVO. � VENTRÍCULO PRIMITIVO e BULBO CARDÍACO crescem mais rapidamente e por isso vão cair, se posicionando mais ventralmente. � Quando os dois dobram, o VENTRÍCULO PRIMITIVO se desloca discretamente para a ESQUERDA. � VENTRÍCULO PRIMITIVO VAI FORMAR O VENTRÍCULO ESQUERDO E O BULBO CARDÍACO VAI FORMAR O VENTRÍCULO DIREITO. � OBS: Esse dobramento é APENAS do coração tubular. • PAREDE CARDÍACA. � O ENDOTÉLIO desse coração tubular vai se desenvolver e virar o Endocárdio. � O MESÊNQUIMA ao redor do endotélio começa a se concentrar e suas células vão formar a estrutura muscular do coração. � Entre essas duas camadas é formada a GELÉIA CARDÍACA, que alguns acreditam atuar para coordenar o dobramento cardíaco. � OBS: TRADUZINDO � TODO o coração é formado a partir do MESODERMA ESPLÂNCNICO. � OBS2: A camada que recobre o coração perifericamente tem origem do MESOTÉLIO (epitélio que recobre o celoma). � OBS3: O celoma da área cardiogênica é o CELOMA EPICÁRDICO. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce • SEPTAÇÃO ATRIAL E VENTRICULAR. � Inicialmente existe uma cavidade única então existe um único canal Átrio- Ventricular. � No meio desse canal começam a se desenvolver "PILARES", os COXINS ENDOCÁRDICOS, que separam o canal único em CANAL ÁTRIO-VENTRICULAR DIREITO e CANAL ÁTRIO-VENTRICULAR ESQUERDO. � AINDA TENHO UM ÁTRIO E UM VENTRÍCULO. � OBS: Os coxins endocárdicos se unem e alguns acreditam que o desenvolvimento deles é coordenado pela Geléia Cardíaca. � OBS2: A septação dos Átrios e dos Ventrículos ocorre simultaneamente. • SEPTAÇÃO ATRIAL. � Começa a se formar o SEPTO I (membranoso), que segue em direção ao coxim endocárdico. Esse septo não se fecha instantaneamente e enquanto isso está presente o Forame I. � Enquanto o Septo I vai se fechando, ele próprio sofre uma degeneração, formando o FORAME II (o Forame I desaparece). � Agora, começa a haver a formação de um septo muscular, o SEPTO II. � O "corredor" formado entre esses septos é o FORAME OVAL. Ele está presente, pois é necessário manter uma comunicação entre os átrios, já que o pulmão ainda não funciona e sangue rico em oxigênio precisa ir ao ventrículo esquerdo. Priscilla Realce Priscilla Realce � O sangue chega com maior pressão no átrio direito e empurra o Septo I, permitindo a passagem do sangue. � Após o nascimento, o pulmão passa a funcionar e o sangue chega com maior pressão ao átrio esquerdo, empurrando o Septo I contra o Septo II, fechando o forame oval. Com o tempo o forame é fechado permanentemente, restando uma impressão com o nome de FOSSA OVAL. AULA 2: 18/08/2009 FORMAÇÃO DO CORAÇÃO • OBS: COXINS ENDOCÁRDICOS � CANAIS ATRIO-VENTRICULARES DIREITO E ESQUERDO • OBS2: SEPTO I � FORAME I � FORAME II � SEPTO II (a direita do Septo I) � FORAME OVAL � FOSSA OVAL • REESTRUTURAÇÃO DO SEIO VENOSO � O coração do embrião começa a ganhar papel real para o transporte de sangue. Devido a isso, as veias do seio venoso vão começar a se modificar. � O SEIO VENOSO DIREITO começa a participar da parede do átrio direito. Isso é visto, morfologicamente, pela presença de uma parte lisa (proveniente do seio venoso) e uma parte rugosa (do átrio primitivo), separada pela CRISTA TERMINAL internamente e pelo SULCO TERMINAL externamente. � A medida que o átrio começa a ser septado, o SEIO VENOSO ESQUERDO involui e forma o SEIO CORONÁRIO e a veia oblíqua do átrio esquerdo. � OBS: O átrio esquerdo também possui uma parte lisa, proveniente da incorporação de parte das veias pulmonares. As veias pulmonares vão sendo incorporadas em suas porções comuns e a parede atrial vai crescendo. No final, quatro veias pulmonares chegam ao átrio esquerdo. � OBS2: As veias pulmonares se originam como brotamento da parede atrial dorsal, à esquerda do septo I. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce • SEPTAÇÃO VENTRICULAR � Primeiro é formado um SEPTO MUSCULAR, que é originado pela simples proliferação da parede ventricular. Depois é formado um SEPTO MEMBRANOSO. � OBS: VENTRÍCULO PRIMITIVO forma o VENTRÍCULO ESQUERDO; BULBO CARDÍACO forma o VENTRÍCULO DIREITO. � O SEPTO MUSCULAR começa a crescer em direção ao coxim endocárdico. Enquanto isso, CÉLULAS DA CRISTA NEURAL migram para a região do BULBO CARDÍACO, levando a um crescimento da parede bulbar na forma de duas "prateleiras", da direita para o centro e da esquerda para o centro. � Essas "prateleiras são as CRISTAS BULBARES e se fundem ao coxim endocárdico para formar o SEPTO INTERVENTRICULAR MEMBRANOSO. � OBS2: Três elementos colaboram para formar o Septo Interventricular Membranoso: CRISTA BULBAR DIREITA, CRISTA BULBAR ESQUERDA e COXIM ENDOCÁRDICO.� OBS3: Acredita-se que efeitos ambientais, externos, podem influencias na capacidade de diferenciação das células da crista neural, prejudicando esse desenvolvimento. � OBS4: Por diferenciação da parede ventricular surgem ainda MÚSCULOS PAPILARES e CORDAS TENDÍNEAS. � O Bulbo Cardíaco ainda está associado ao TRONCO ARTERIAL, que precisa originar a AORTA e o TRONCO PULMONAR. O tronco arterial precisa então ser septado. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce • SEPTAÇÃO DO TRONCO ARTERIAL � O BULBO CARDÍACO se continua com o TRONCO ARTERIAL, que se continua com o SACO AÓRTICO, de onde partem os ARCOS AÓRTICOS. Esses arcos estão associados aos arcos faríngeos, sendo cada arco aórtico correspondente a um arco faríngeo. � Como o bulbo cardíaco e o tronco arterial são contínuos, o tronco arterial também vai apresentar a formação de duas cristas, as CRISTAS TRUNCAIS (contínuas com as cristas bulbares). As cristas truncais se unem para formar o SEPTO AORTICOPULMONAR. � OBS: CRISTAS TRUNCAIS também formadas por CÉLULAS DA CRISTA NEURAL. � Devido a uma DIFERENÇA DE PRESSÃO dos lados direito e esquerdo e também uma DIFERENÇA DE FLUXO, essas cristas membranosas crescem de uma forma espiral. � Esse tronco arterial único, então, vai gerar a AORTA e o TRONCO PULMONAR. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce • DESENVOLVIMENTO DAS VÁLVULAS SEMILUNARES � PROLIFERAÇÃO DA PAREDE VASCULAR EM DIREÇÃO AO CENTRO DO VASO. � A parede é remodelada pelo fluxo sanguíneo para a formação do sistema de válvulas. � São formadas por células mesenquimais (alto poder de diferenciação). � Ocorre um pouco depois da septação do tronco, pois precisa que os vasos já tenham paredes bem individualizadas. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce • FORMAÇÃO DO SISTEMA DE CONDUÇÃO � Inicialmente o átrio primitivo atua como um marca-passo provisório do coração. � O sistema de condução se forma a partir da diferenciação de CÉLULAS MESENQUIMAIS DO SEIO VENOSO. � Originalmente, o NÓ SINOATRIAL, está na parede do SEIO VENOSO, mas é incorporado, junto com o seio, à parede do átrio direito. � Após a incorporação do seio venoso, algumas das células de sua parede vão se encontrar na base do Septo Interatrial e, junto com células da região atrioventricular, vão formar o NÓ ATRIOVENTRICULAR e o FEIXE ATRIOVENTRICULAR. � Fibras do FEIXE ATRIOVENTRICULAR passam do átrio para o ventrículo e se dividem, formando o RAMO ESQUERDO e o RAMO DIREITO do feixe. • MALFORMAÇÕES DO CORAÇÃO � DEXTROCARDIA � No deslocamento do coração, o VENTRÍCULO PRIMITIVO se desloca para a direita e não para a esquerda. � ÁPICE voltado mais para a DIREITA. � TRANSPOSIÇÃO do coração e dos grandes vasos, como uma "imagem em espelho". � Não havendo outras anomalias vasculares associadas, esses corações funcionam normalmente. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce � CORAÇÃO ECTÓPICO � Normalmente associada a não formação esternal (ou grande separação das metades do esterno) e cavidade pericárdica aberta. � Forma mais comum: Má formação da parede levando o coração a ficar exposto. � Período de vida geralmente não é muito longo. � Morte comumente por infecção, parada cardíaca ou hipoxemia. � Terapia cirúrgica com cobertura da área com retalhos de pele para evitar infecções. � DEFEITOS DOS SEPTOS ATRIAIS (DSA) � FORAME OVAL PERSISTENTE, se for pequeno e isolado não traz grandes riscos, porém, havendo estenose ou atresia da pulmonar, o sangue é desviado para o átrio esquerdo, causando cianose por causa da oxigenação deficiente. � DSAS DO FORAME II - defeitos na área da fossa oval � DEFEITOS NO COXIM ENDOCÁRDICO COM DSA DO FORAME I - deficiência dos coxins endocárdicos e do septo atrioventricular. Septo I não se funde com os coxins endocárdicos. Forame I persistente e comumente há fenda na cúspide anterior da válvula mitral. � ÁTRIO ÚNICO - Septo Interatrial ausente. � DEFEITOS DO SEPTO VENTRICULAR (DSV) � GERALMENTE associados a defeitos do SEPTO MEMBRANOSO. � Sobrecarga pulmonar. � Hipertrofia ventricular direita. � Estenose pulmonar � Defeito de septação arterial pode estar associado. � TRANSPOSIÇÃO DAS GRANDES ARTÉRIAS (TGA) � Decorrentes da malformação das CRISTAS TRUNCAIS. � Normalmente acompanha defeito de Septo Interventricular Membranoso (CRISTAS BULBARES). � Aorta deslocada mais para a direita, acompanhada de estenose pulmonar. � MISTURA DE SANGUE DIMINUI OCORRÊNCIA DE MORTE. � Correção cirúrgica � HIPERTROFIA DO VENTRÍCULO DIREITO. � INTENSA CIANOSE. Priscilla Realce Priscilla Realce Priscilla Realce � DEFEITOS DE DIVISÃO DO TRONCO ARTERIAL � Deficiência das cristas truncais em se desenvolver normalmente. � TRONCO ARTERIAL ÚNICO se origina do coração e supre as circulações sistêmica, pulmonar e coronariana. � OBS: A MAIORIA DESSAS MALFORMAÇÕES É SUPRIMIDA ATÉ O NASCIMENTO PELA AÇÃO DA CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA. Priscilla Realce
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