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Isabella Cristinna-medicina UFAL/P3 
Sistema Nervoso 
 
 
 Histologia 
 
As funções fundamentais do sistema nervoso são: (1) 
detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações 
geradas pelos estímulos sensoriais representados por 
calor, luz, energia mecânica e modificações químicas 
do ambiente externo e interno; (2) organizar e 
coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de 
quase todas as funções do organismo, entre as quais as 
funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas. 
Assim, o sistema nervoso estabiliza as condições 
intrínsecas do organismo, como pressão sanguínea. 
Anatomicamente, este sistema é dividido em: 
(1) sistema nervoso central (SNC), formado pelo 
encéfalo, constituintes neurais do sistema 
fotorreceptor e medula espinal, e 
(2) sistema nervoso periférico (SNP), formado pelos 
nervos e por pequenos agregados de células nervosas 
denominados gânglios nervosos. 
Fisiologicamente pode ser dividido em: 
1- Sistema nervoso somático(SNS), proporciona a 
inervação motora e sensorial a todas as partes do 
corpo com exceção das vísceras, musculo liso e 
glândulas. 
2- sistema nervoso autônomo(SNA), constitui nas 
partes autônomas do SNP e SNC. Pode ser dividido 
em simpático e parassimpático. 
Composição do tecido nervoso; 
O tecido nervoso apresenta dois componentes 
principais, os 1) neurônios e 2) vários tipos de 
células da neuroglia. 
Neurônios 
São células responsáveis pela recepção, 
transmissão e processamento de estímulos. Além 
disso, influenciam diversas atividades do organismo 
e liberam neurotransmissores e outras moléculas 
informacionais. Apesar da sua complexidade a 
maioria possui os seguintes componentes básicos: 
•Dendritos: prolongamentos numerosos, 
especializados na função de receber os estímulos do 
meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de 
outros neurônios. 
• Corpo celular ou pericárdio: é o centro trófico da 
célula e também capaz de receber estímulos. 
 
Morfologicamente os neurônios podem ser 
classificados em: 
 Neurônios multipolares: que apresentam mais de dois 
prolongamentos celulares; representa a maioria dos 
neurônios 
 Neurônios bipolares: que têm um dendrito e um axônio; 
são encontrados nos gânglios coclear e vestibular, na 
retina e na mucosa olfatória. 
 Neurônios pseudounipolares: que apresentam próximo 
ao corpo celular, prolongamento único, mas este logo se 
divide em dois, um para periferia e outro para o SNC. Os 
dois prolongamentos das células pseudounipolares, por 
suas características morfológicas e eletrofisiológicas, são 
axônios, mas as arborizações terminais do ramo 
periférico recebem estímulos e funcionam como 
dendritos; são encontrados nos gânglios espinais, que são 
gânglios sensoriais situados nas raízes dorsais dos nervos 
espinais, e também nos gânglios cranianos. 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto a função podem ser classificados em: 
Isabella Cristinna-medicina UFAL/P3 
Sistema Nervoso 
 
 Neurônios motores: controlam órgãos efetores, tais 
como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras 
musculares, são neurônios multipolares. 
 Neurônios sensórias: recebem estímulos sensoriais do 
meio ambiente e do próprio organismo, são neurônios 
pseudounipolares, encontrados na retina do olho e nos 
gânglios do nervo vestibulococlear da orelha. 
 Neurônios Inter neurônios: estabelecem conexões entre 
outros neurônios, formando circuitos complexos; são 
neurônios multipolares. 
 
 Corpo celular 
 
Ou pericário: é a parte do neurônio que contém 
o núcleo e o citoplasma. É um centro trófico mas 
também tem função receptora e integradora de 
estímulos, recebendo estímulos excitatórios ou 
inibitórios gerados em outras células nervosas. 
Próximo ao nucléolo ou à membrana nuclear observa-
se, no sexo feminino, cromatina sexual, sob a forma de 
um grânulo esférico. O corpo celular dos neurônios é 
rico em retículo endoplasmático granuloso, sua 
quantidade varia com o tipo e o estado funcional dos 
neurônios, sendo particularmente mais abundante nos 
neurônios motores; que forma agregados de cisternas 
paralelas, entre as quais ocorrem numerosos 
polirribossomos livres. Esses conjuntos de cisternas e 
ribossomos se apresentam ao microscópio óptico como 
manchas basófilas espalhadas pelo citoplasma, os 
corpúsculos de Niss . O complexo de Golgi localiza-se 
exclusivamente no pericário, e consiste em grupos de 
cisternas localizadas em torno do núcleo. As 
mitocôndrias existem em quantidade moderada no 
pericário, mas são encontradas em grande quantidade 
no terminal axônico. Os neurofilamentos são 
filamentos intermediários (10 nm de diâmetro), 
abundantes tanto no pericário como nos 
prolongamentos. Em determinados preparados, esses 
neurofilamentos se aglutinam, e, sobre eles, ocorre urna 
deposição de prata metálica, aparecendo assim as 
neurofibrilas O citoplasma do pericário e dos 
prolongamentos também apresenta microtúbulos 
semelhantes aos encontrados em outros tipos celulares. 
Em determinados locais os pericários contêm grânulos 
de melanina, pigmento de significado funcional ainda 
desconhecido nesse tipo celular. Outro pigmento às 
vezes encontrado nos corpos dos neurônios é a 
lipofuscina de cor parda, que contém lipídios e que se 
acumula ao longo da idade e consiste em resíduos de 
material parcialmente digerido pelos lisossomos. 
 
Os neurônios não se dividem, em algumas áreas do 
cérebro, porém, estão presentes células-tronco 
neurais que são capazes de se diferenciar e de repor 
células nervosas lesadas. 
 
 Dendritos 
 
Aumentam consideravelmente a superfície 
celular, tornando possível receber e integrar impulsos 
trazidos por numerosos terminais axonixos de outros 
neurônios. A grande maioria dos impulsos que 
chegam a um neurônio é recebida por pequenas 
projeções dos dendritos, as espinhas ou gêmulas , 
geralmente são formadas por uma parte alongada 
presa ao dendrito e terminam por uma pequena 
dilatação. Essas gêmulas existem em grande 
quantidade e desempenham importantes funções. 
Elas são o primeiro local de processamento dos sinais 
(impulsos nervosos) que chegam ao neurônio. Esse 
mecanismo de processamento localiza-se em um 
complexo de diversas proteínas presas à superfície 
interna da membrana pós-sináptica, que é visível ao 
microscópio eletrônico e recebeu o nome de 
membrana pós-sináptica, muito antes do 
descobrimento de suas funções. As gêmulas 
dendríticas participam da plasticidade dos neurônios 
relacionada com a adaptação, a memória e o 
aprendizado. Essas gêmulas são estruturas dinâmicas, 
com plasticidade morfológica baseada na proteína 
actina, um componente do citoesqueleto que está 
relacionado com a formação das sinapses e com a sua 
adaptação funcional, mesmo em adultos. 
 Axônios 
Geralmente, o axônio se origina de uma 
estrutura piramidal do corpo celular, denominada 
cone de implantação. Nos neurônios cujos axônios 
são mielinizados, a parte do axônio entre o cone de 
implantação e o início da bainha de mielina é 
denominada segmento inicial. Este segmento recebe 
muitos estímulos, tanto excitatórios como inibitórios, 
de cujo resultado pode originar-se um potencial de 
ação cuja propagação é o impulso nervoso. Os 
axônios podem dar origem a ramificações em ângulo 
reto denominadas colaterais, que são mais frequentes 
no SNC. O citoplasma do axônio ou axoplasma 
apresenta-se muito pobre em organelas. Apresenta 
poucas mitocôndrias, algumas cisternas do retículo 
endoplasmático liso e muitos
microfilamentos e 
microtúbulos. A ausência de retículo endoplasmático 
granuloso e de polirribossomos demonstra que o 
axônio é mantido pela atividade sintética do 
pericário. A porção final do axônio em geral é muito 
ramificada e chama-se telodendro. 
Isabella Cristinna-medicina UFAL/P3 
Sistema Nervoso 
 
Existe um movimento muito ativo de 
moléculas e organelas ao longo dos axônios. O centro 
de produção de proteínas é o pericário, e as moléculas 
proteicas sintetizadas migram pelos axônios (fluxo 
anterógrado) em diversas velocidades, mas há duas 
correntes principais: uma rápida (centenas de 
milímetros por dia; p.ex moléculas de tubulina e 
actina) e outra lenta (poucos milímetros por dia; leva 
argonelas limitadas por membranas, como 
mitocôndrias), nesse fluxo ocorre a atuação da 
proteína cinesina. 
Além do fluxo anterógrado existe também 
transporte de substâncias em sentido contrário. Este 
fluxo retrógrado leva moléculas diversas para serem 
reutilizadas no corpo celular, esse fluxo é mediado 
pela dine. Existe o transporte retrógrado rápido. A 
endocitose e o transporte retrógrado explicam 
também por que certos agentes patogênicos, como 
vírus e toxinas, podem atingir o sistema nervoso 
central, após captação pelas terminações axônicas 
periféricas. 
Obs: sinapse será discutida em 
neurofisiologia 
Células da glia 
Calcula-se que haja, no sistema nervoso central, 10 
células da glia para cada neurônio, mas, em virtude 
do menor tamanho das células da neuróglia, elas 
ocupam aproximada· mente a metade do volume do 
tecido. O tecido nervoso tem apenas uma quantidade 
mínima de material extracelular, e as células da glia 
fornecem um microambiente adequado para os 
neurônios e desempenham ainda outras funções. 
Oligodentrócitos e células de Schwann 
 
Os 
oligodendrócitos 
produzem as bainhas 
de mielina que 
servem de isolantes 
elétricos para os 
neurônios do sistema 
nervoso central. Os 
oligodendrócitos têm 
prolongamentos que 
se enrolam em volta 
dos axônios, 
produzindo a bainha 
de mielina, isso se 
dar por meio da 
emissão de 
prolongamentos na forma de língua, onde cada 
prolongamento se enrola em torno de uma parte do 
axônio, formando segmento intermodal de mielina, 
podendo um único prolongamento mielinizar um 
único axônio ou vários vizinhos. Devido aos nós de 
Ranvier serem maiores no SNC do que no SNP a 
condução saltatória é ainda mais eficiente. 
Células de Schwann, tem a mesma função de 
produção de mielina que os oligondentrócitos só que 
no SNP. Essas células recobrem células não-
mielinizadas através do seu citoplasma. 
 
 
Astrócitos 
 
Os astrócitos são células de forma estrelada 
com múltiplos processos irradiando do corpo celular. 
Essas células apresentam feixes de filamentos 
intermediários constituídos pela proteína fibrilar 
ácida da glia, que reforçam a estrutura celular. Os 
astrócitos ligam os neurônios aos capilares 
sanguíneos e à pia-máter. São conhecidos dois tipos 
os: 
 Astrocitos fibrosos-que são mais comuns na 
substancia branca, possuem prolongamentos 
menos numerosos e mais longos; 
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Sistema Nervoso 
 
 Astrócitos protoplasmáticos-encontrados 
principalmente na substância cinzenta, 
apresentam maior número de 
prolongamentos que são curtos e muito 
ramificados. 
Além da função de sustentação, os astrócitos 
participam do controle da composição iônica e 
molecular do ambiente extracelular dos nemônios. 
Alguns astrócitos apresentam prolongamentos, 
chamados pés vasculares, que se expandem sobre os 
capilares sanguíneos. Admite-se que esses 
prolongamentos transferem moléculas e íons do 
sangue para os neurônios. Prolongamentos com 
dilatações semelhantes aos pés vasculares são 
encontrados também na superfície do sistema 
nervoso central, formando uma camada contínua. 
Estudos in vitro mostraram que os astrócitos 
têm receptores para norepinefrina, aminoácidos 
(como o ácido gama-aminobutírico - GABA), 
hormônio natriurético, angiotensina II, endotelinas e 
outras moléculas. A existência de tantos receptores 
sugere que os astrócitos respondem a diversos sinais 
químicos. Os astrócitos podem influenciar a atividade 
e a sobrevivência dos neurônios, graças à sua 
capacidade de controlar os constituintes do meio 
extracelular, absorver excessos localizados de 
neurotransmissores e sintetizar moléculas 
neuroativas, como peptídios da família do 
angiotensinogênio e encefalinas (precursores de 
opioides). Existem evidências experimentais de que 
os astrócitos transportem compostos ricos em energia 
do sangue para os neurônios e metabolizem glicose 
até o estado de lactato, que é passado para os 
neurônios. 
 Células apendimárias 
As células ependimárias são células epiteliais 
colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o 
canal central da medula espinal. Em alguns locais as 
células ependimárias são ciliadas, o que facilita a 
movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR). 
 Micróglia 
São pequenas e alongadas, com prolongamentos curtos 
e irregulares; são fagocitárias e derivam de precursores 
trazidos da medula óssea pelo sangue, representando o 
sistema mononuclear fagocitário no sistema nervoso 
central. Elas participam da inflamação e da reparação 
do sistema nervoso central. Quando ativadas, as células 
da micróglia retraem seus prolongamento, assumem a 
forma dos macrófagos e tornam-se fagocitárias e 
apresentadoras de antígenos. A micróglia secreta 
diversas citocinas reguladoras do processo imunitário e 
remove os restos celulares que surgem nas lesões do 
sistema nervoso central. 
SNC 
Quando cortados, o cérebro, o cerebelo e a medula 
espinal mostram regiões brancas (substância branca) e 
regiões acinzentadas (substância cinzenta). 
A distribuição da mielina é responsável por 
essa diferença de cor, que é visível a fresco. Os 
principais componentes da substância branca são 
axõnios mielinizados (Figura 9.15), oligodendrócitos e 
outras células da glia. Ela não contém corpos de 
neurônios. A substância cinzenta é formada por corpos 
de neurônios, dendrites, a porção inicial não 
mielinizada dos axônios e células da glia. Na 
substância cinzenta ocorrem as sinapses do sistema 
nervoso central. A substância cinzenta predomina na 
superfície do cérebro e do cerebelo, constituindo o 
córtex cerebral e o córtexcerebela.

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