vulnerabilidade

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Vulnerabilidade social é um termo cujo núcleo semântico desdobra- se sobre o social, num misto de opressão e violência, combinados com conceitos que também integram sua semântica, como corrupção, miserabilidade, desemprego, estagnação social, doenças, entre outros, historicamente presentes na realidade brasileira tão cheia de antagonismos. Essas incompatibilidades sociais provocam rupturas que não se descontroem apenas com crescimento econômico, mas sobretudo, com educação, investimento em qualidade de vida, planejamento urbanístico, políticas públicas, etc.
 São riscos presentes no Brasil, desde que o europeu pisou seus pés em solo nacional, trazendo consigo segregação racial, escravidão, corrupção, machismo, em fim, ideologias eurocêntricas de dominação social. A intransponível barreira que emoldura o status quo dos indivíduos, é uma das características da vulnerabilidade social, que condena pessoas tanto pelo seu potencial econômico, como pelo inacesso a políticas públicas de valorização e proteção à vida.
 Existe uma superestrutura que condiciona não aleatoriamente, pessoas a viver em vulnerabilidade social no Brasil. E, para mitigar essa tragédia histórica, necessário se faz mudar o pensamento, desconstruir o olhar colonialista, eurocêntrico, escravocrata, patriarcal, machista, meramente consumista, reconhecendo a história de dores e as sangrias sociais que mantém o sistema ,
 As fragilidades sociais que alimentam a geografia das desigualdades econômicas merecem um olhar mais fixo daqueles que estudam e procuram entender o fenômeno da vulnerabilidade. Despir o judiciário e a política brasileira da arrogância da usurpação da propriedade seria uma das maneiras de cercear as limitações sociais através do respeito às normas constitucionais e ao dever do Estado em não somente garantir, mas em se responsabilizar por lesões ou ameaça de lesões ao direito do cidadão brasileiro.
 Descontruir a égide capitalista de necessariamente parecer pertencer a uma classe dominante e suntuosa (porém rasa e cruel) mesmo que isso signifique explorar o trabalho de famílias pobres à exaustão seria uma das múltiplas maneiras de tentar equalizar a balança da desigualdade. Necessário de faz mitigar estes males com acesso a educação, lazer, saúde, trabalho digno, etc, produzindo em decisões políticas e jurídicas o ambiente necessário para promover igualdades de oportunidades.
 É necessário entender o mapa da vulnerabilidade e suas reais dimensões para que os investimentos não construam ou fortaleçam o estado de dependência e calamidade que se perpetua no tempo. Elaborar um dimensionamento real das calamidades e necessidades , para enfim, propor políticas públicas positivas seria a melhor maneira de se promover a realização da diminuição do abismo social que separam as classes no Brasil. A vulnerabilidade não apenas reflete seus tentáculos nas camadas mais pobres da sociedade, pois, por exemplo, vários tipos de doenças e a violência podem migrar para polos diversos, causando seus impactos, ainda que em menor proporção àqueles que pensam estar imunes ou protegidos das catástrofes sociais. 
 É inegável que determinada camada social sofra intensamente os males das vulnerabilidades em escala inversamente proporcional à outras. É inegável também que os riscos sociais como mortalidade infantil, fome, violência, racismo, homofobia, analfabetismo, entre outros, estejam diretamente relacionados a determinadas camadas da sociedade. Destarte, é importante salientar que as variáveis sociais que solidificam essa realidade também tem geografia definida. No topo da pirâmide social habita aquele que faz a lei, assim como aquele que a julga. Essa determinante, por si só, explica, como mantem o olhar disperso do que sofre, assim como o sentimento de obediência e aceitação do que procura não contender as regras impostas. 
 Contra o fluxo internacional de políticas públicas, no Brasil, a desaceleração de mecanismos positivos no combate a vulnerabilidade social ocorre atualmente a passos curtos, porém, invoca atenção de todos na fiscalização de programas, investimentos em âmbito geral, para que tal decréscimo não continue a vigorar ao longo dos anos. Diante do exposto, tem-se como causa principal de tal inflexão, a renda do trabalhador, diminuída, pelo desemprego e pela inflação, que reflete a crise econômica e política que vive o Brasil. Mulheres negras e rurais tem sentido bastante a consequência do retrocesso em investimentos , pois , diante das características das vulnerabilidades sociais brasileiras, são, juntamente com as crianças, os principais alvos da violência social.