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CENTRIFUGAÇÃO Dijanah Cota Machado Universidade Federal de Pernambuco Centro de Biociências Departamento de Biofísica e Radiobiologia CONSIDERAÇÕES GERAIS Se a matéria for constituída por mais de um tipo de molécula teremos uma mistura. Estas misturas podem ser homogêneas ou heterogêneas Misturas que possuem apenas um único aspecto, ou seja, as mesmas propriedades químicas em toda a sua extensão são denominadas de homogênea. Misturas que apresentam mais de um aspecto, ou seja, tem propriedades distintas em sua extensão são denominadas de heterogênea. CONSIDERAÇÕES GERAIS CONSIDERAÇÕES GERAIS Toda mistura é chamada de dispersão Dispersão Soluto + Solvente Solução verdadeira Suspensão Colóide CONSIDERAÇÕES GERAIS SEDIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA: separação de misturas heterogêneas por ação da força gravitacional (Fg) Fg = m . g A depender das densidades das partículas e do fluido, a separação gravitacional pode ser muito lenta. CONSIDERAÇÕES GERAIS CENTRIFUGAÇÃO CENTRÍFUGA: aumenta muitas vezes a força que atua sobre as partículas, facilitando a separação e diminuindo o tempo de sedimentação. PRINCÍPIO: baseia-se na aplicação de um movimento rotacional à uma mistura, gerando uma força centrífuga que atuará sobre as partículas e promovendo uma mais rápida sedimentação. Equipamento contendo um rotor central formado por cavidades para introdução de tubos contendo as amostras a serem centrifugadas. As moléculas da amostra serão submetidas a um movimento circular uniforme à uma velocidade previamente escolhida. CENTRÍFUGA Movimento Circular Uniforme (MCU) CENTRÍFUGA Força Centrípeta Força Centrífuga • Poucos experimentos são realizados sem pelo menos uma passagem pela centrífuga • Usadas para separar partículas de uma solução • Em laboratórios de pesquisa biológica: Sangue Células Separação de fases Organelas Isolamento de macromoléculas (DNA, RNA, vírus, proteínas) CENTRÍFUGA Aplicações Fracionamento celular Aplicações Plasma rico em plaquetas (PRP) • Acelerar a cicatrização e a regeneração óssea resultantes de procedimentos cirúrgicos; • O plasma é obtido através da centrifugação do sangue e resulta em uma alta concentração de plaquetas em um reduzido volume plasmático; • Os fatores de crescimento que compõe essa substância atuam como moléculas de adesão celular nos processos de migração epitelial, osteoindução e na formação de matriz óssea no tecido conjuntivo; • A coleta do sangue geralmente é retirada do próprio paciente • Os casos tratados possuem cicatrização mais rápida da mucosa e do enxerto e aceleração da regeneração óssea nas regiões de implantes; • A manipulação do sangue para a obtenção do PRF poderá ser feita em centro cirúrgico ou consultório odontológico por cirurgião- dentista desde que o profissional seja comprovadamente habilitado. Anticoagulantes utilizados: • Heparina • Citrato de sódio • ACD-A (solução contendo citrato de sódio, ácido cítrico e dextrose) Realizada para aumentar a concentração de plaquetas Aplicação de plasma rico em plaquetas (PRP) em tratamentos estéticos As plaquetas do PRP liberam uma grande quantidade de substâncias conhecidas como fatores de crescimento nas áreas onde são injetadas, promovendo processos de regeneração, cicatrização, aumento da imunidade, preservação de tecidos, entre outros. Velocidade de Centrifugação Em uma centrífuga, a velocidade de rotação pode ser expressa em: RPM: rotações por minuto (unidade: rpm) Indica o número de giros do rotor por minuto. RCF: força centrífuga relativa (unidade: x g) Indica a força exercida sobre as partículas, sendo esta um múltiplo da aceleração gravitacional (g) 1 g - Sedimentação espontânea por ação da gravidade. 250 g – Sedimentação a uma aceleração 250 x maior que a da gravidade na Terra. Unidades de Centrifugação Conversão entre RCF e RPM RCF = 11,18 . r. (RPM/1000)2 ou RCF = 1,118 x 10–5 . r. RPM2 Sendo r o raio médio, em cm. TIPOS DE CENTRÍFUGAS QUANTO A VELOCIDADE Centrífugas de baixa velocidade – Velocidade máxima alcançada é de 10 000 rpm. Centrífugas de média velocidade – Velocidade alcançada entre 10 000 e 20 000 rpm. Ultracentrífugas – Velocidade de rotação acima de 20 000, podendo chegar a 150 000 rpm. Normalmente o rotor está situado em câmara à vacuo e refrigerada. OBS: A força RCF irá depender do raio da centrífuga TIPOS DE ROTORES 1. OSCILANTE (CAÇAMBA MÓVEL): os tubos de amostra são carregados em caçambas individuais que ficam suspensas verticalmente quando o rotor está em repouso. Quando em movimento, a força centrífuga gerada posiciona as caçambas horizontalmente. TIPOS DE ROTORES 2. ÂNGULO FIXO: os tubos de amostra são mantido fixos em um ângulo da cavidade do rotor. Quando o rotor começa a girar, a solução no tubo reorienta. OBS: Com este tipo de rotor, pode- se chegar a velocidades mais altas do que as centrífugas de rotor oscilante. Tipos de Tubos Fabricados em vidro (borossilicato) ou plástico (polietileno, polipropileno, policarbonato) com diferentes volumes e grau de resistência variável. Tubos tipo eppendorf (0,5 ou 1,0 mL) Tubos tipo falcon graduados (15 mL ou 50 mL) Tubos de vidro graduados TIPOS DE CENTRIFUGAÇÃO 1. Centrifugação Analítica 2. Centrifugação Preparativa •Diferencial •Zonal •Zonal Isopícnica CENTRIFUGAÇÃO ANALÍTICA Tem o propósito de mensurar as propriedades físicas das partículas, tais como a massa molecular e o coeficiente de sedimentação (S). m - massa partícula Massa m (1 - . d) f - coeficiente fricção Forma S = - viscosidade do meio Densidade f d - densidade do meio O procedimento é realizado em ultracentrífugas cujo rotor tem dois compartimentos, um de referência e outro acoplado à um sistema de leitura óptica (espectrofotômetro). Durante todo o processo, o grau de sedimentação é acompanhado por espectrofotometria e pode ser visualizado por computador. CENTRIFUGAÇÃO ANALÍTICA • Usada para separar e/ou concentrar células, moléculas ou partículas específicas que serão reutilizadas em estudos posteriores. • Pode ser aplicada para obtenção de células de órgãos específicos, de fluidos biológicos (p.ex. Plasma e soro sanguíneo) ou de macromoléculas (p. Ex. Proteínas, glicoproteínas, lipoproteínas, DNA, RNA) CENTRIFUGAÇÃO PREPARATIVA • A amostra a ser centrifugada corresponde a uma solução contendo um ou vários solutos. • Amostra será separada em: Sobrenadante Precipitado (pellet) CENTRIFUGAÇÃO PREPARATIVA Diferencial Centrifugação diferencial Separação de espécies cujas dimensões sejam amplamente diferentes. Exemplos: • Plasma, plaquetas e demais células sanguíneas • Fracionamento celular: • Núcleo, mitocôndrias, grânulos de secreção e ribossomos. As partículas de maior tamanho sedimentam no fundo do tubo CENTRIFUGAÇÃO PREPARATIVA Zonal •A amostra a ser fracionada deve ser aplicada cuidadosamente sobre uma solução contendo um gradiente de densidade. •Gradiente de sacarose (densidades variáveis) •Solução de Ficoll-Hypaque (d=1,077 g/mL) • Com a centrifugação, terá início a sedimentaçãodas partículas de forma diferencial, levando em conta o tamanho, a forma e a densidade. •As partículas se sedimentarão em bandas, em uma região da solução com densidade próxima a sua. Método do gradiente pré-formado Centrifugação em gradiente de densidade Gradientes podem ser utilizados para separar diferentes tipos de células, organelas, ácidos nucléicos, complexos proteicos, etc. Gradiente separação de Ficoll-Hypaque leucócitos Sacarose mitocôndrias Cloreto de césio ácidos nucléicos Separação de linfócitos por densidade, usando um gradiente de Ficoll-Hypaque. CENTRIFUGAÇÃO PREPARATIVA Zonal Isopícnica •Semelhante a centrifugação zonal, entretanto apenas a densidade das partículas terão influência na separação. •A amostra a ser fracionada deve ser misturada a uma solução separadora (ex: Cloreto de Césio) • Com a centrifugação, ocorre a autoformação do gradiente e as partículas se estabilizarão em zonas de acordo com a sua densidade. •Solução de cloreto de césio •Separação de DNA (AT/GC) •Centrifugação de 36 a 48 h a ~10 000 xg Método do equilíbrio Zonal Isopícnica ZONAL ISOPÍCNICA
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