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RESUMO DOS ARTIGOS: 158, 159, 168 DO CÓDIGO PENAL Art. 158: O art. 158 do CP pune o delito de extorsão, protegendo, em primeiro lugar, o patrimônio e, secundariamente, a inviolabilidade pessoal da vítima. Muito se confunde a extorsão como constrangimento, no entanto, as finalidades de ambos são diferentes, o primeiro, que busca a restrição da liberdade (eis o fim almejado); já o segundo, o enriquecimento do agente (o constrangimento, aqui, é meio). Vale ressaltar que a conduta criminosa quando cometida mediante a restrição da liberdade da vítima, e se essa condição for necessária para a obtenção da vantagem econômica, a torna qualificada e que se a extorsão for qualificada pela morte será considerada hedionda. Sujeitos do crime: O sujeito ativo, pode ser qualquer pessoa, o sujeito passivo é aquele que suporta diretamente a violência ou a grave ameaça, podendo inclusive, ser pessoa diversa do titular do bem atacado. Conduta: se caracteriza em obrigar, coagir alguém a fazer algo, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Poderá acontecer mediante violência (física) ou grave ameaça, mas não é necessário que a violência seja contra sua integridade física, bastando que o mal prometido seja injusto e capaz de causar efetivo temor. Voluntariedade: deve haver dolo, consistente na vontade consciente de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça. Consumação e tentativa: há divergência doutrinaria acerca do momento da consumação do crime, a minoria sustenta a tese de que o delito é de natureza material, entretanto, o que prevalece é que é de natureza formal ou consumação antecipada, ou seja, no momento do constrangimento é consumado. A tentativa é perfeitamente possível, pois a extorsão não se perfaz num único ato, por ser delito plurissubsistente. Majorantes de pena: a pena será majorada se o Crime for cometido por duas ou mais pessoas; mediante emprego de arma (apesar da divergência doutrinária, prevalece que será considerado arma todo objeto ou utensílio que sirva para matar, ferir ou ameaçar, seja qual for a forma ou o seu destino principal); Qualificadoras: Lesão corporal grave e morte (pode ser causada culposa ou dolosamente); Sequestro relâmpago (quando a restrição da liberdade da vítima, é condição necessária para a obtenção da vantagem econômica). Sequestro relâmpago e a Lei dos Crimes Hediondos: Quando tem resultado morte, há mais uma vez divergência doutrinaria, visto que o código não deixa claro se deverá ser considerado hediondo ou não. Para Guilherme de Souza Nucci o sequestro relâmpago não crime hediondo, em nenhuma de suas formas, já para Rogério Sanches Cunha (e doutrina majoritária), deve ser considerado hediondo, quando ocorre o resultado morte, pois se a extorsão genérica (ou simples) com morte é crime hediondo, como se pode negar que a extorsão qualificada (ou especificada) com morte não seja. Ação Penal: Pública incondicionada Art. 159: O artigo 159 diz respeito a uma forma qualificada da extorsão, praticada mediante sequestro, em que a vítima é privada de sua liberdade como meio para obtenção da vantagem. Na modalidade de extorsão mediante sequestro, seja ela simples ou qualificada, será considerada hedionda. Sujeitos do crime: A exemplo do delito anterior, qualquer pessoa pode figurar no polo ativo, inclusive quem, de alguma forma proporcionar apoios táticos para a execução do crime, de modo concorrente. Os sujeitos passivos serão tanto o indivíduo que tem sua liberdade de locomoção tolhida, quanto aquele que sofre a lesão patrimonial, incluindo-se segundo Rogério Greco, pessoa jurídica. Conduta: impedir que alguém exercite o seu direito de ir e vir, com a finalidade de obtenção de qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Havendo crime ainda que a vítima não seja removida para outro local. Voluntariedade: Deve haver dolo, consubstanciado na vontade consciente de privar a vítima de sua liberdade, com a finalidade de obter ilícita vantagem em troca de sua soltura. Consumação e tentativa: o crime de extorsão mediante sequestro é formal, consumando-se com a privação da liberdade da vítima. Sendo possível a tentativa, quando o agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, não consegue privar a vítima de sua liberdade. Qualificadoras: Ocorre nas hipóteses em que a privação da liberdade da vítima ultrapassa o período de vinte e quatro horas; em que o sequestrado é menor de dezoito ou maior de sessenta anos; ou em que é cometido por bando ou quadrilha (hoje associação criminosa). Para a doutrina majoritária, esses resultados devem recair sobre o próprio sequestrado. Delação premiada (causa especial de redução de pena): É possível para o concorrente da extorsão mediante sequestro que denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, sendo necessário ainda que o crime tenha sido cometido em concurso de pessoas. A ação penal: Pública incondicionada Art.168: O artigo 168 do código penal trata da apropriação indébita, nele o bem jurídico tutelado é a propriedade, o agente, abusando da condição de possuidor ou detentor, passa a ter o bem móvel como seu, dele arbitrariamente se apropriando. Sujeitos do crime: Pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha a posse ou detenção legítima de bem móvel alheio, inclusive o condômino pode figurar no polo ativo. O sujeito passivo será aquele atingido em seu patrimônio pela indevida apropriação, podendo ser pessoa física ou jurídica, não necessariamente aquele que entregou o bem ao agente. Conduta: Trata-se de um crime de ação única que se concretiza com a apropriação da coisa alheia. Para a concretização desse crime, a vítima deve entregar voluntariamente o bem; a posse ou detenção deve ser desvigiada; a ação do agente deve recair sobre coisa alheia móvel; deve haver a inversão do ânimo da posse. Voluntariedade: É o dolo, representado pela vontade consciente de se apropriar de coisa alheia móvel. Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o agente converte a coisa alheia em uso próprio ou de terceiro. Para Rogério Sanches, é possível a tentativa, citando o exemplo de quando o agente é surpreendido pelo proprietário no momento em que está vendendo a coisa sendo impedido de concretizar o negócio. Majorantes de pena: A pena será majorada se o agente recebeu a coisa em depósito necessário; Em razão da qualidade pessoal do agente; Em razão de cargo, ofício, emprego ou profissão. Ação penal: Pública incondicionada.
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