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1.3.Lesões celulares irreversíveis (2)222

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Lesões celulares irreversíveis
Quando a agressão é suficientemente forte, a célula não consegue mais se adaptar e caminha progressivamente para a morte. É sobre esse caminho que iremos estudar na aula de hoje.
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Morte celular
	“Perda irreversível das atividades integradas da célula com consequente incapacidade de manutenção de seus mecanismos de homeostasia.” Fabris, V.E., 2010
A partir do momento em que ocorre morte celular após uma agressão, havendo incapacidade irreversível de retorno à integridade bioquímica, funcional e morfológica, a célula passa a desencadear uma série de fenômenos bioquímicos e, consequentemente funcionais e morfológicos. 
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Necrose celular
“Sequência de fenômenos bioquímicos, funcionais e morfológicos após a morte celular.”Fabris, V.E., 2010
Autólise
Atuação de enzimas da própria célula;
Heterólise
Enzimas extracelulares (macrófagos e leucócitos);
Essa sequência de fenômenos que ocorrem após a morte celular é denominado necrose celular. A necrose celular pode ocorrer em consequência da atuação de enzimas da própria célula, fenômeno denominado autólise; ou de enzima extracelulares provindas de macrófagos e leucócitos que aportam ao local da morte celular. Nesse último caso, diz-se que a necrose ocorre por heterólise.
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As organelas na agressão celular
Mitocôndrias
Principal fonte de energia da célula;
Mais sensível a agressão;
Isquemia Queda da fosforilação oxidativa;
Aumento na produção de fosfatos de baixa energia;
Inchamento mitocondrial (paralisação da bomba eletrolítica);
A mitocôndria, principal fonte de energia da célula, é uma das organelas mais sensíveis à agressão celular. Rapidamente, após agressão por isquemia, há perda dos grânulos da matriz, que se relaciona funcionalmente com a queda da fosforilação oxidativa e concomitante decrésimo de ATP. A seguir, com o progredir da agressão, ocorre condensação da matriz, com perda das membranas internas relacionadas com o aumento na produção de ADP e AMP, que são fosfatos de baixa energia. Em seguida, há inchamento mitocondrial de baixa e, depois, de alta amplitude. Trata-se do substrato morfológico do movimento da água e íons que entram para o interior da organela proveniente da paralisação da bomba de Na e K, que funciona a custas de ATP. A presença concomitante de depósitos floculentos matriciais traduz a agressão de proteínas desnaturadas e o início da irreversibilidade da lesão mitocondrial. Finalmente, há depósitos de cálcio e fosfatos, transformando a organela em massa amorfa.
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As organelas na agressão celular
Retículo endoplasmático
Dilatação das cisternas (água e íons);
REG degranula-se com dispersão dos ribossomos e polissomos para o citoplasma Queda da síntese proteica;
Peroxidação dos lipídios (figuras de mielina);
Ao mesmo tempo em que essas alterações estão ocorrendo na mitocôndria, observa-se no RE dilatação das cisternas, que são preenchidas por água e íons. Nesta fase, diz-se que há edema celular ou degeneração hidrópica. O REG degranula-se com dispersão dos ribossomos e polissomos para o citoplasma, traduzindo funcionalmente a queda da síntese proteica.O progredir da agressão leva à peroxidação dos lipídeos das membranas celulares, que são liberados e hidratados, dando então, origem a formações laminares concêntricas denominadas de figuras de mielina, observáveis ao ME.
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As organelas na agressão celular
Lisossomos
Alterações tardias;
Aparecimento de vacúolos autofágicos;
Rompimento dos lisossomos;
No sistema lisossomal, notam-se fundamentalmente alterações tardias que ocorrem depois da morte celular, isto é, depois do ponto de não retorno. Começam a aparecer vacúolos autofágicos, isto é, detritos de organelas celulares lesadas dentro de um saco composto por membranas duplas. A membrana externa desse saco pode fundir-se com lisossomos primários ou secundários, dando origem aos chamados corpos residuais, que por sua vez, podem permanecer no interior do citoplasma, se a célula não morrer, sob a forma de pequenos grânulos amarelo-acastanhados conhecidos como pigmento lipofuscínico. Esses pigmentos originam-se da peroxidação de lipídeos polissaturados das membranas subcelulares desintegradas.
Nas células letalmente agredidas, as membranas dos lisossomos primários ou secundários rompem-se, liberando para o citoplasma e espaço extracelular enzimas que podem ser medidas no sangue e colaborar no diagnóstico clínico de várias doenças, como infarto, hepatites... 
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Mecanismos de agressão levando à morte celular
Diminuição da produção de enegia (ATP)
Influxo de cálcio 
Poderoso inibidor da fosforilação oxidativa;
Hipoglicemia;
Hipóxia;
Todas as alterações celulares explicadas até o momento nos levam a entender que as células buscam de todas as maneiras à manutenção de sua vitalidade, todavia quando vários processos atuam principalmente em nível de mitocôndrias (energia), membranas citoplasmáticas (manutenção da fisiologia celular) e núcleo ( síntese proteíca, proteínas de replicação e enzimas = DNA) as células chegam ao processo de necrose. Ex: isquemia (paralisação da bomba de Na+/K+ - ATP).
Influxo de cálcio um evento muito importante que “sela a mote celular” é a difusão do cálcio que estava ligado às membranas do RE e da mitocôndria, e adivindo de fora da célula, para dentro o citosol e para o interior da matriz e cristas mitocondriais. O cálcio é poderoso inibidor da fosforilação oxidativa. Os íons cálcio são biologicamente muito ativos e, ao se acumularem em células moribundas ou mortas, contribuem para as transformações morfológicas encontradas na necrose do tipo coagulativa. Qualquer que seja o papel do cálcio a quebra da permeabilidade da membrana plasmática e o influxo de cálcio parecem constituir o evento crítico na morte celular.
Hipoglicemia a glicose é o principal substrato para a produção de energia na maioria dos tecidos, sendo única fonte energética para as células cerebrais. A falta de glicose nas células por déficit nos níveis de glicose circulante (hipoglicemia)resulta em produção deficiente de ATP, que é mais profunda no cérebro.
Hipóxia a falta de oxigênio às células é mecanismo básico na diminuição da energia celular.
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Mecanismos de agressão levando à morte celular
Alterações na permeabilidade das membranas
Degradação ou diminuição da síntese de fosfolipídios Interferência na permeabilidade seletiva da membrana;
Radicais livres
Peroxidação lipídica;
Enzimas lipolíticas;
Inúmeros mecanismos bioquímicos podem produzir lesões de membrana com diminuição da sua função. Inicialmente, os fosfolipídeos, que são os componentes básicos das membranas e que estão continuamente em processo de ressíntese, podem sofrer processo de degradação ou diminuição da síntese. A degradação está intimamente associada à ativação de fosfolipases endógenas ativadas pelo aumento do cálcio no citosol; a síntese diminuída está associada com o decréssimo na reacilação dos fosfolipídeos. É importante lembrar que, na isquemia, o cálcio encontra-se em níveis elevados no citosol. A isquemia, produzindo queda de oxigênio, diminui a produção de ATP, que é fundamental na ressíntese de novos fosfolipídeos, interferindo, portanto, na permeabilidade seletiva da membrana plasmática.
Radicais livres, interagindo com os lipídeos da membrana celular (peroxidação lipídica), levam a graves alterações desta. Induzem principalmente lesões de membrana. São moléculas altamente reativas que se caracterizam por possuírem um número ímpar de elétrons na órbita periférica.
Enzimas lipolíticas as enzimas com o poder de atuar sobre os lipídios agridem mortalmente as membranas. Um exemplo desse feito é visto quando o pancrêas agudamente inflamado libera lipases, causando extensa necrose nos tecidos locais. 
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Mecanismos de agressão levando à morte celular
Alterações genéticas
O DNA lesado pode levar à falha na síntese de proteínas estruturais, causando necrose celular (radiação, vírus). FABRIS, V.E., 2010
Danos ao DNA e às proteínas
O DNA dos cromossomos
representa a base genética do controle da função celular. O DNA controla a síntese de proteínas estruturais, das proteínas de replicação celular e enzimas. Assim, o DNA lesado pode levar à falha na síntese de proteínas estruturais vitais, causando necrose celular (radiação, vírus). Interferência nas proteínas de replicação leva ao surgimento de anemia (depleção de hemácias) e neutropenia. Falhas na síntese de enzimas resultam em doenças congênitas; se um sistema enzimático vital é afetado, há morte celular. 
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Necrose celular
Necrose celular X Morte somática
Necrose celular
Indica morte celular ocorrida em organismo vivo,
Lisossomos liberam enzimas capazes de digerir os substratos celulares,
Alterações morfológicas;
Morte somática
Morte do organismo como um todo
O termo necrose é utilizado para indicar a morte celular ocorrida no organismo vivo e seguida de fenômenos de autólise. Quando a agressão é suficiente para interromper as funções vitais, cessam a produção de energia e as sínteses celulares, os lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases no seu interior e estas saem para o citosol, são ativadas pelas altas concentrações de Ca++ no citoplasma e iniciam o processo de autólise. Os lisossomos contêm hidrolases (proteases, lipases, glicosidadases, ribonucleases e desoxirribonucleases) capazes de digerir praticamente todos os substratos celulares. É da ação dessas enzimas que dependem as alterações morfológicas observadas após a morte celular.
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Principais achados microscópicos
Alterações nucleares
Picnose
Retração nuclear,
 Aumento da basofilia (intensa coloração),
 Condensação da cromatina,
 Redução do volume nuclear;
http://bioafgj.wordpress.com/projeto/
Os principais achados microscópicos são as alterações nucleares.
Essas alterações são decorrentes do abaixamento do pH na célula morta, que condensa a cromatina, e da ação de desoxirribonucleases e de outras proteases que digerem a cromatina e fragmentam a membrana nuclear
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Principais achados microscópicos
Alterações nucleares
Cariólise
Digestão da Cromatina,
 Núcleo sem coloração,
Ausência dos núcleos na célula;
http://bioafgj.wordpress.com/projeto/
Os principais achados microscópicos são as alterações nucleares.
Essas alterações são decorrentes do abaixamento do pH na célula morta, que condensa a cromatina, e da ação de desoxirribonucleases e de outras proteases que digerem a cromatina e fragmentam a membrana nuclear
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Principais achados microscópicos
Alterações nucleares
Cariorrexe
Núcleo sofre fragmentação,
 Dispersão da cromatina nuclear,
 Perda dos limites nucleares;
http://bioafgj.wordpress.com/projeto/
Os principais achados microscópicos são as alterações nucleares.
Essas alterações são decorrentes do abaixamento do pH na célula morta, que condensa a cromatina, e da ação de desoxirribonucleases e de outras proteases que digerem a cromatina e fragmentam a membrana nuclear
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Principais achados microscópicos
B-Picnose
C e D-Cariorrexe
E- Cariólise
A-Célula normal
Patoarte - USP
Transformações nucleares e citoplasmáticas observadas nas células de baço que sofreram necrose por coagulação. Em A, observam-se as células normais que compõem o baço; em B, núcleo em picnose, com diminuição de volume e intensa basofilia (hipercromatismo); em C, cariorrexe, ou seja, distribuição irregular da cromatina, a qual se acumula na membrana nuclear; nessa fase, o núcleo pode se fragmentar (D); em E, dissolução da cromatina e desaparecimento da estrutura nuclear. Observa-se também granulação do citoplasma, o qual se torna também intensamente eosinofílico (HE, 1000X).
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Principais achados microscópicos
Alterações citoplasmáticas
Aumento da acidofilia citoplasmática,
Granulação citoplasmática,
Homogeneização citoplasmática,
Ruptura da membrana celular;
As alterações citoplasmáticas são menos típicas na necrose. Geralmente a um aumento da acidofilia, não só pelo desacoplamento dos ribossomos e desintegração dos polissomos como também pela proteólise parcial que expõe grande número de radicais acídicos nas moléculas citoplasmáticas. Com a evolução da necrose, o citoplasma toma aspecto granuloso e tende a formar massas amorfas de limites imprecisos, pois nessa fase as membranas se rompem e o material citoplasmático autolisado se mistura, formando uma massa homogênea 
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Tipos morfológicos de necrose
Necrose por coagulação;
Necrose por liquefação;
Necrose caseosa;
Necrose gomosa;
Necrose gordurosa;
Necrose gangrenosa;
Necrose por coagulação
Tipo mais comum,
Causa:
Isquemia
Predomina a coagulação de proteínas citoplasmáticas, com persistência e manutenção do arcabouço celular;
A necrose de coagulação constitui-se no tipo mais comum das necroses. Como sua causa mais frequente é a isquemia , ela é também chamada de necrose isquemica. Quase sempre, a região necrótica é circundada por um halo avermelhado, hiperemia que tenta compensar a isquemia ocorrida.
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Necrose por coagulação
Características macroscópicas
Área necrótica bem delimitada,
 Colaboração pálida da área necrótica,
 Consistência endurecida do tecido necrótico;
Necrose por coagulação
ROBBINS & COTRAN, 2010
Necrose coagulativa no rim, apresentando coloração amarelada em formato de cunha
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Necrose por coagulação
Características microscópicas
As células preservam o arranjo arquitetural,
 Citoplasma eosinofílico e granuloso,
 Núcleo em cariólise;
Nas fases iniciais do processo, os contornos celulares são nítidos, sendo possível identificar a arquitetura do tecido necrosado; mais tarde, toda a arquitetura tecidual fica perdida.
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Necrose por coagulação
ROBBINS & COTRAN, 2010
Aspecto microcópico, na parte inferior temos células renais normais (N) e células necróticas, mostrando contornos preservados, com ausência de núcleo e células inflamatórias que são difíceis de vizualizar nesse aumento
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Necrose por Liquefação
Apresenta consistência mole, semifluida ou liquefeita,
Liberação de grande quantidade de enzimas lisossômicas,
Formação de pus,
Ex. Infarto cerebral, infecção por bactérias piogênicas;
Também chamada de necrose liquefativa, ela apresenta a área necrótica de consistência mole; na maioria das vezes, o tecido morto encontra-se mesmo liquefeito. A liquefação é causada pela liberação de grande quantidade de enzimas lisossômicas. É comum após anóxia no tecido nervoso, na supra-renal ou na mucosa gástrica.
Essa necrose resulta da ação de enzimas lisossômicas, com dissolução rápida e total dos tecidos mortos.
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Necrose por liquefação
FRANCO, et al., 2010
Pele com abscesso. O material purulento amarelado corresponde a necrose de liquefação por heterólise, de etiologia bacteriana. Histologicamente, o pus corresponde a uma grande quantidade de leucócitos (neutrófilos), associada a fibrina, restos celulares e bactérias associadas.
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Necrose por liquefação
www.anatpat.unicamp.br
Nos microabscessos há duas áreas distintas: uma região central densa e fortemente basófila (roxa), que é constituída por uma colônia de bactérias. Em volta há um halo espesso de células inflamatórias, basicamente neutrófilos. O conjunto constitui o microabscesso. O fato de que há bactérias visíveis é evidência de que a reação inflamatória não foi suficiente para conter a proliferação das mesmas. Isto pode ser por depressão das defesas ou porque a virulência dos germes ou o tamanho do inóculo são muito grandes. 
A necrose liqüefativa é vista em fibras do miocárdio vizinhas aos microabscessos. As fibras necróticas aparecem como material eosinófilo anucleado e são relativamente escassas, pois as enzimas proteolíticas logo as digerem. 
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Necrose caseosa
Estrutura necrosada se assemelha a massa de queijo;
Massa amorfa, esbranquiçada, sem brilho, de consistência pastosa, friável e seca;
Tuberculose;
A necrose caseosa ou necrose de caseificação é outra forma peculiar de necrose. Ela recebe esse nome porque a estrutura necrosada se assemelha grosseiramente
à massa de queijo.
Apresenta-se como uma massa amorfa, esbranquiçada, sem brilho, de consistência pastosa, friavél e seca.
É basicamente resultado da agressão celular pelo bacilo de Koch; portanto, essa necrose é a marca registrada da tuberculose. Mas pode ser encontrado também na paracoccidioidomicose.
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Necrose caseosa
Necrose caseosa. Pulmão tuberculoso com uma grande área de necrose caseosa contendo restos branco-amarelados e semelhantes a queijo
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Necrose caseosa
Aspectos microscópicos
Massa homogênea acidófila,
Núcleos picnóticos,
Núcleos fragmentados na periferia (cariorrexe),
Perda da nitidez dos contornos celulares,
Reação inflamatória adjacente;
Necrose caseosa
Bogliolo, 2009.
Necrose caseosa em granuloma da tuberculose. A área de necrose, com aspecto acidófilo e homogêneo, apresenta núcleos picnóticos na periferia.
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Necrose gordurosa
Necrose que ocorre no tecido adiposo
Ação lítica de enzimas
Pancreatite aguda
Consequência de traumatismo
Na necrose gordurosa ou necrose enzimática ou esteatonecrose é a necrose que ocorre no tecido adiposo. Na maioria das vezes, é o resultado da ação lítica de enzimas pancreáticas extravasadas dos ácinos pancreáticos (necrose gordurosa enzimática); outras vezes essa necrose aparece como consequência da agressão mecânica traumática no tecido gorduroso (necrose gordurosa traumática)
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Necrose gordurosa
A aparência macroscópica é de pingos de vela sobre o tecido gorduroso. 
Necrose gordurosa na pancreatite aguda. A liberação e ativação das enzimas pancreáticas lipolíticas levam à necrose do tecido adiposo circundante. A hidrólise dos triglicerídios libera ácidos graxos livres, os quais precipitam-se sob a forma de sabões de cálcio (saponificação) nos restos necróticos que macroscopicamente são depósitos amorfos , esbranquiçados, de consistência dura e cor basofílica na coloração pela HE.
Histologicamente, a esteatose toma a forma de focos necróticos nos quais se notam os contornos imprecisos da célula gordurosa morta cujo conteúdo lipídico foi lipolisado.
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Necrose gordurosa
Necrose enzimática gordurosa (NE) em pâncreas. Há intensa liberação de lipases nesse órgão, as quais podem atingir o próprio tecido adiposo pancreático, destruindo-o. A ligeira basofilia observada no tecido adiposo necrosado indica um leve grau de mineralização (depósito de cálcio) nessa região. A calcificação secundária à necrose é um dos caminhos que o tecido necrótico pode assumir. Adjacente ao foco necrótico, observa-se infiltrado inflamatório crônico.
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Necrose gomosa
Massa necrosada apresenta-se:
Compacta, uniforme e elástica (borracha)
Raramente fluida e viscosa (goma-arábica)
Síflis terceária
A necrose gomosa é um tipo de necrose mais rara. Esse é o tipo de necrose encontrado especialemente na síflis tardia ou terceária e na síflis congênita, quando então é chamada goma sifilítica.
A área necrótica apresenta-se compacta, uniforme e elástica como uma goma, isto é, uma borracha, ou mais raramente fluida e viscosa como goma-arábica.
O que necrosa nesse caso é o tecido inflamado em resposta ao agente da síflis, que é o Treponema pallidum (bactéri)a. Esse tecido de granulação é rico em vasos, tecido conjuntivo, plasmócitos e linfócitos e, quando sofre necrose, mantém, de certa forma, as estruturas conjuntivas e vasculares, que acabam dando uma consisência firme e borrachuda à necrose.
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Necrose gangrenosa
Ação de agentes externos;
Gangrena seca ou mumificação
Desidratação do tecido necrosado,
Cordão umbilical,
Ocorre nas extremidades;
www.wikipédia.com.br
Gangrena é uma forma de evolução de necrose que resulta da ação de agentes externos sobre o tecido necrosado. 
 Gangrena seca ocorre pela desidratação da região necrosada, especialmente quando em contato com o ar, tomando a área lesda aspecto de pegaminho, semelhante ao observado nos tecidos das múmias. Ocorre preferencialemente nas extremidades dos dedos, dos artelhos e ponta do nariz.
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Necrose gangrenosa
Gangrena úmida
Infecção e putrefação do tecido necrosado,
 Ex: Infecção dentária, abscessos;
Gangrena gasosa
Infecção do tecido necrosado por bactérias produtoras de gases,
Clostridium;
Gangrena úmida ou pútrida decorre de invasão da região necrosada por microrganismos anaeróbios produtores de enzimas que tendem a liquefazer os tecidos mortos e a produzir gases de odores fétidos. É comum na necrose do tubo digestivo, pulmões onde as condições de umidade favorecem. 
Gangrena gasosa é secundária à contaminação do tecido necrosado com germes do gênero Clostridium que produzem enzimas proteolíticas e lipolíticas e grande quantidade de bolhas gasosas. É muito comum nas feridas infectadas e foi muito frequênte na primeira guerra mundial. 
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Evolução da necrose
Drenagem: fístulas, 
Cicatrização: substituição por cicatriz fibrosa,
Mineralização: calcificação distrófica,
Absorção: fagocitose pelos macrófagos,
Encistamento: pseudocisto, especialmente no encéfalo;
O tecido necrótico comporta-se como algo estranho ao organismo, que procura eliminá-lo de todas as formas. A maneira de se proceder a esse descarte varia também na depêndencia do local necrosado, da extensão e da causa da necrose.
O foco necrótico pode sofrer drenagem através de vias excretoras normais ou neoformadas como são os casos das fístulas. São exemplos de vias excretoras normais a árvore brônquica, o intestino, o colédoco etc.
Uma forma frequente de evolução das necroses é a sua substituição por cicatriz fibrosa. É encontrada comumente nos infartos (necroses isqêmicas) e nas necroses causadas por inflamação.
A mineralização ou calcificação do tecido necrosado é outra possibilidade evolutiva. Há deposição de sais de cálcio no tecido morto. É a chamada calcificação distrófica, cuja patogênese não é inteiramente conhecida.
O encistamento é outra possibilidade evolutiva do foco necrótico. Na verdade, se forma pseudocistos; isto pode ser visto especialemente em algumas necroses do cérebro. Como o tecido nervoso tem pouca capacidade para absorver o produto necrótico e também não há meio para ele ser drenado, a área necrosada passa a constituir uma cavidade cheia de líquido e revestida por tecido vivo circunjagente.
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Apoptose
Apoptose
Morte celular programada;
Depende de energia;
Manutenção do número de células em um tecido
É um fenômeno em que a célula é estimulada a acionar mecanismos que culminam com sua morte. Diferentemente da necrose, a célula em apoptose não sofre autólise; ao contrário, ela é fragmentada, e endocitadas por células vizinhas sem desencadear inflamação. A manutenção do número de células em um tecido é feito pelo controle dos mecanismos de proliferação (mitoses) e de apoptose. Quando ocorre distúrbios da proliferação celular, como no câncer, há não só proliferação descontrolada como também redução na capacidade das células proliferadas de sofrer apoptose.
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Apoptose
Estado fisiológico
Remodelação de órgãos na embriogênese,
Controle da proliferação e diferenciação celular,
Estado patológico
Desencadeada por inúmeros agentes que lesam material genético;
Vírus,
Hipóxia,
Substâncias químicas,
Agressões imunitárias
www.aleitamento.com
 
A apoptose é uma morte celular muito frequente, tanto em estados fisiológicos como patológicos. Participa no controle da proliferação e diferenciação celulares, fazendo com que uma célula estimulada a se diferenciar possa ser eliminada após ter cumprido com sua função, sem causar danos para as demais células do tecido ou órgão. Um bom exemplo é o das glândulas mamárias: terminada a fase de lactação, as células dos ácinos que proliferam e secretaram leite entram em apoptose, restando apenas as células dos ductos mamários
Estado patológico pode ser desencadeada por vírus, hipóxia, substâncias químicas ,agressão imunitária, radiações ionizantes
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Alterações morfológicas na apoptose
Retração celular
A célula é menor em tamanho
O citoplasma é mais denso
Condensação da
cromatina
Característica mais marcante da apoptose
Condensação da cromatina a cromatina se agrega perifericamente, sob a membrana nuclear, em massas densas de várias formas e tamanhos
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Características morfológicas da apoptose. Em A apoptose em uma célula dérmica, na qual encontra-se reduzida em tamanho e contém citoplasma eosinofílico brilhante e núcleo bem condensado. Já em B observa-se nessa micrografia eletônica alguns núcleos com cromatina periférica 
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Patogênese da apoptose
Estímulos desencadeadores
Exógenos,
Endógenos;
Ativação de proteases
Ativação direta de caspases;
Alteração mitocondrial;
Interferência com proteínas reguladoras da apoptose;
A apoptose pode ser desencadeada por estímulos exógenos que agem em receptores de membrana; estímulos endógenos gerados após diferentes agressões, como irradiações (UV ou ionizantes), estresse oxidativo, agressão química e hipóxia. Independentemente do estímulo, a apoptose resulta sempre da ativação de proteases seja induzida por rotas diferentes, de acordo com o fator desencadeante, algumas são mais frequentemente utilizadas: ativação direta de caspases; alterações de mitocôndrias que também resultam na ativação de caspases; interferência com proteínas citosólicas reguladoras de apoptose. 
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Características da necrose e apoptose
Característica
Necrose
Apoptose
Tamanho celular
Aumentado
Reduzido
Núcleo
Picnose
Cariorrexe
Cariólise
Fragmentado
Membrana plasmática
Rompida
Intacta
Inflamação adjacente
Frequente
Ausente
Papel fisiológico ou patológico
Invariavelmente patológico
Frequentemente fisiológico
Adaptado de ROBBINS &COTRAN, 2010
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