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ESTUDO DIRIGIDO DA DISCIPLINA SEGURANÇA PÚBLICA MUNICIPAL REFERÊNCIA: A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA MUNICIPAL NO BRASIL. (CARVALHO, Cláudio Frederico de, Curitiba: InterSaberes, 2017) Neste roteiro destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto estudado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é apenas um material complementar, que juntamente com os vídeos, os slides das aulas e o livro da disciplina compõem o referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível. Bons estudos! *este material destina-se exclusivamente para estudo aos alunos do Curso de Graduação em Segurança Pública junto ao Grupo Uninter, sendo vedada qualquer reprodução ou publicação, sob pena de aplicação das penalidades legais cabíveis. CAPÍTULO 1 – Os primórdios da segurança pública no Brasil. No Brasil já havia a ideia de polícia no período colonial, porém sua atuação era reservada à preservação do território, garantindo o patrulhamento do litoral. À medida que foram instaladas as feitorias ao longo da orla marítima, alguns colonos começaram a povoar a região e a exercer um papel múltiplo, tanto como lavradores quanto como membros da força de defesa do povoado. Com o progresso, ao longo dos anos, a Colônia passou a ter três tipos de tropas. A primeira era voltada a defesa externa, a segunda tinha a função de garantir a defesa interna e a última era composta por voluntários, em sua maioria lavradores, professores e comerciantes, procurava suprir as falhas e as carências das duas anteriores. Com a mudança da Regência Trina Provisória para a Regência Trina Permanente, no dia 18 de agosto de 1831, foi instituída a Guarda Nacional, e extintas as Guardas Municipais, os Corpos Policiais e os Serviços de Ordenanças. Seguindo os passos do governo imperial, foi criado na Província de São Paulo, no dia 13 de dezembro de 1831, por Lei da Assembleia Provincial, proposta pelo Presidente da Província, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, foi criado o Corpo de Guardas Municipais Permanentes, composto por cem praças a pé e por trinta praças a cavalo – ficaram conhecidos como os “cento e trinta de trinta e um”. Em razão dos diversos conflitos que surgiram no período regencial, o contingente das guardas municipais era constantemente incorporado às fileiras das Guarda Nacional, somando-se a esta nas batalhas campais. Em razão dessa atuação de constante enfrentamento e combate, as guardas municipais acabavam assumindo uma outra postura, distanciando-se das origens do policiamento cidadão. A fim de manter a característica fundamental no policiamento das cidades, em 04 de fevereiro de 1836, mediante decreto imperial (Brasil, 1836), foi criada a Guarda Urbana. Com a finalidade de se reforçar o policiamento urbano, fez-se necessária a criação de mais um corpo policial, então em 09 de outubro de 1889, por meio do Decreto n. 10.395/1889 (Brasil, 1989) foi criada a Guarda Cívica, com a finalidade de auxiliar o patrulhamento da capital do Império. (CARVALHO, Cláudio Frederico de, Curitiba: InterSaberes, 2017). Em 1939, com o ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em razão do completo desconhecimento sobre questões policiais e de tráfego viário, o exército brasileiro, na figura do General Zenóbio, procurou aproveitar a expertise de uma Guarda Civil de São Paulo, formando, assim, o núcleo original do Military Platoon Police, o MP, (Pelotão de Polícia Militar da Força Expedicionária Brasileira), .... a Guarda Civil do Estado de São Paulo ... já estava habituada a problemas de tráfego intenso ... Ao término da Segunda Guerra Mundial, ao retornar para o Brasil, o corpo policial militar passou a ser denominado polícia do exército. CAPÍTULO 2 – Defesa social e segurança pública. A Defesa Social é um conjunto de ações promovidas pelo Poder Público, que visam à prevenção de ilícitos penais e à garantia da manutenção do direito à dignidade humana. Essas ações, em sua essência, são flexíveis, pois acompanham o processo evolutivo da nação. Segurança Pública é uma atividade pertinente aos Órgãos estatais, e à comunidade como um todo, realizada com o propósito de proteger a sociedade, prevenindo e controlando manifestações de criminalidade e de violência, efetivas ou potenciais, e garantindo o exercício pleno da cidadania nos limites da lei. O conceito de segurança pública, hoje, pode ser dividido em duas correntes, sendo uma que que trata sobre o dever do Estado, e a outra que se refere à responsabilidade de todos. Assim pode-se ter um conceito mais moderno e em harmonia com a legislação vigente. De acordo com Leib Soibelman seguem os conceitos de: 1.Polícia ostensiva, “é a que age de uma forma visível, pelo público, que se opõe a polícia secreta e é a que obtém resultados preventivos pela simples ação de sua presença; 2.Polícia de segurança “é a que protege o ordenamento jurídico e a integridade do Estado. Órgão encarregado da proteção da ordem pública e social. Função administrativa destinada a proteger a segurança e tranquilidade pública; 3.Polícia preventiva refere-se a: medidas adotadas pela Administração Pública para prevenir comprometimento da segurança, higiene, moralidade ou economia pública. A centenária Polícia Ferroviária Federal, muito embora esteja quase em extinção em razão da privatização de grande parte das ferrovias federais, ainda tem como atribuição exercer o patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. Visando regulamenta o texto constitucional, em 08 de agosto de 2014, entrou em vigor a Lei n. 13.022, definindo como competência das guardas municipais a função de proteção municipal preventiva, por meio do patrulhamento preventivo nas cidades. CAPÍTULO 3 – O município como entidade federativa. Em 1937, com o golpe ditatorial do Estado Novo, o Brasil passou a viver um período de intervenção nos estados e nos municípios, ficando as ações de governo concentrados no Poder Executivo. Os governadores dos Estados indicavam os Prefeitos, as decisões dos municípios eram controladas pelo Conselho Administrativo estadual. Nesse período o retrocesso foi muito significativo, e os municípios perderam toda e qualquer forma de autonomia. Após o período do Estado Novo, com a Constituição de 1946, a nação brasileira voltou a se inspirar nos movimentos mundiais da democracia e passou a contar com uma constituição mais moderna, atualizada e voltada em especial à distribuição de poderes de forma equitativa e equilibrada e à descentralização da administração pública. Com a Constituição de 1988, os municípios resgataram sua autonomia e foram elevados, nas palavras de Hely Lopes Meirelles (2006) ao status de “entidade de terceiro grau”, ocupando uma função de destaque, ao lado da União, dos estados e do Distrito Federal, ou, de forma mais clara, ente federativo. O artigo primeiro da Constituição de 1988 define que a República Federativa do Brasil é formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituindo-se em Estado Democrático de Direito, apresentando cinco fundamentos, os quais são: 1. soberania. 2.cidadania. 3.dignidade da pessoa humana. 4. valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 5.pluralismo político. No rol de competências do município, encontramos a competência privativa, com a capacidade de legislar sobre assunto de interesse local;a competência concorrente, como executar atos administrativos e ações em prol da saúde e da educação; e a competência suplementar, relacionadas as legislações federal e estadual. Com relação ao controle de trânsito das cidades, o Código Nacional de Trânsito (lei n.9.503, de 23 de setembro de 1997) outorga essa competência para os municípios, inserindo-os no Sistema Nacional de Trânsito atribuindo-lhes, entre outras, a função de realizar o policiamento e a fiscalização das vias públicas das cidades. A Lei Orgânica Municipal equivale a uma constituição municipal e, seguindo o princípio da hierarquia das leis, no âmbito de sua circunscrição, equipara-se à Constituição Federal e à Constituição Estadual. O município deve ser administrado seguindo o que for estabelecido na sua lei orgânica, e esta, por sua vez, somente pode ser promulgada após seguir o rito próprio para sua aprovação, desde que seu conteúdo respeite princípios já estabelecidos, na Constituição Federal e na Constituição Estadual; CAPÍTULO 4 – Guarda Municipal. Na categoria de bens de uso comum do povo, encontra-se os rios, mares, estradas, ruas e praças. Os bens de uso especial são os edifícios ou terrenos destinados a serviços ou estabelecimentos da administração municipal, inclusive suas autarquias. Quanto aos bens dominicais são os que “constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades como por exemplo as terras devolutas e os bens que pertencem ao patrimônio privado da administração pública. Conforme legislação, o porte funcional de arma de fogo, deve ser conferida a todos os servidores das guardas municipais das capitais dos estados da federação, das cidades com mais de 50 (cinquenta) mil habitantes e dos municípios das regiões metropolitanas, mesmo que não atinjam um número mínimo de 50 mil habitantes. Também conforme legislação, a periodicidade do teste de capacidade psicológica será feita a cada dois anos para os guardas municipais. Enquanto isso, o cidadão comum deve realizar uma nova avaliação somente após um período de três anos. É competência da Polícia Federal fiscalizar e controlar o armamento e a munição utilizados pelas guardas municipais. Quem autoriza a aquisição de armamento, munição, insumos e máquina de recarga de munição para o fim exclusivo de suprimento das guardas municipais é o comando do Exército. A formação continuada das guardas municipais encontra amparo legal em várias legislações, sendo uma delas a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006), que em seu artigo oitavo, inciso VII, tratou da obrigatoriedade de inserir no currículo da capacitação permanente dos integrantes das guardas municipais, entre outros profissionais da segurança pública, questões relacionadas a gênero, raça ou etnia, como forma de capacitar o profissional para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Via de regra as guardas municipais e as guardas civis municipais, seguindo sua história institucional procuraram preservar as graduações e as divisões de níveis, já consagradas, da seguinte forma: graduação de guarda para o nível operacional, graduação de supervisor para o nível gerencial e graduação de inspetor para o nível estratégico. Conforme artigo 28 do Estatuto do Desarmamento, Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003, é proibido o porte de arma à pessoa com idade inferior a 25 anos, exceto para os integrantes das guardas municipais das capitais e das cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes. Segundo o Estatuto Geral das Guardas Municipais, as oito formas de prevenção de competência específica das guardas municipais são: Prevenção social. Prevenção universal. Prevenção compreendida. Prevenção escolhida. Prevenção localizada. Prevenção primária. Prevenção secundária. Prevenção focalizada. CAPÍTULO 5 – Instrumentos da Gestão Municipal. Em junho de 2000, foi implantado o Plano Nacional de Segurança Pública com o objetivo principal de aperfeiçoar o sistema de segurança pública, buscando assegurar ao cidadão um dos seus direitos fundamentais: o direito à segurança. Considerando os estudos da disciplina de Segurança Pública Municipal, sabe-se que o Plano Nacional de Segurança contém 124 ações para melhorar a segurança pública no Brasil, agrupadas de acordo com suas áreas de influência em quinze compromissos fundamentais, os quais, por sua vez, estão divididos entre quatro medidas, de acordo com a esfera de atuação, as quais são: 1. Medidas no âmbito do Governo Federal; 2. Medidas no âmbito da cooperação do Governo Federal com os Governos Estaduais; 3. Medidas de natureza normativa; 4. Medidas de natureza institucional. O programa Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) foi criado visando uma política nacional de segurança, estabelecendo os parâmetros mínimos de atuação das forças de segurança no Brasil. E como forma de incentivo financeiro aos entes federados, a União passou a destinar recursos, provenientes do FNSP, aos entes federados, desde que estes venham a aderir ao SUSP. Sendo que o SUSP apresenta seis eixos iniciais, os quais são: 1. Gestão unificada de informação; 2. Gestão do sistema de segurança; 3. Formação e aperfeiçoamento das forças policiais; 4. Valorização das perícias; 5. Prevenção; 6. Ouvidorias independentes e corregedorias unificadas O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) destina-se a articular ações de segurança pública para a prevenção, o controle e a repressão da criminalidade. Para aderir ao PRONASCI o município deve aceitar as condições pactuadas no instrumento de cooperação, comprometendo- se com algumas ações, as quais podemos citar: 1. Reservista-cidadão; 2. Proteção de jovens em território vulnerável; 3. Mulheres de paz; 4. Bolsa- formação A legislação sobre a proteção e a defesa civil estabelece que é dever da União, dos estados, do Distrito federal e dos municípios adotar medidas necessárias à redução dos riscos de desastres, incorporando as ações de proteção e de defesa civil aos seus respectivos planejamentos. Todos os estados da federação possuem um órgão responsável pelo desenvolvimento das atividades de proteção e de defesa civil, o qual é a Coordenadoria Estadual de Proteção e de Defesa Civil. E, atendendo a legislação em vigor, os municípios, por sua vez, têm constituído suas Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil, responsáveis pela execução, pela coordenação e pela mobilização de todas as ações de proteção e de defesa civil no município. Os municípios, seguindo o estabelecido em lei, criaram órgãos executivos de trânsito para gerenciar e exercer funções técnicas, as quais são: 1. Planejamento; Administração; 2. Normatização; 3. Pesquisa; Educação; 4. Engenharia; 5. Operação do sistema viário; 6. Julgamento de infrações e recursos; 7. Aplicação de penalidades.
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