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Direito e Meio Ambiente Unidade II

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Unidade II
Unidade II
Visões do meio ambiente
O acentuar da presente crise ambiental, percepcionada de forma mais intensa a partir dos anos 1960, 
afastou do domínio da ficção a possibilidade de extinção da própria espécie humana. A gravidade da 
situação explica a ampla produção literária que tem vindo a alertar para os malefícios do nosso modelo 
de desenvolvimento e desencadeado a necessidade de repensar a postura da humanidade em relação ao 
planeta. Nela encontramos uma pluralidade de posições, nem sempre conciliáveis, que tendem a avaliar, 
de modo diferenciado, as causas e as consequências da presente crise ambiental e a estabelecer uma 
prioridade distinta entre os diversos problemas ambientais e suas respectivas soluções.
Apesar dessa pluralidade de posições, podem identificar-se três perspectivas principais acerca 
do modo de contextualizar a relação do homem com a natureza. Embora vários autores acabem por 
fundamentar as suas ideias por meio de argumentos enquadráveis em mais do que uma perspectiva, a 
verdade é que a maioria se insere claramente em uma delas. São elas:
• A Antropocêntrica: defende a centralidade indiscutível do ser humano e valoriza a natureza de um 
ponto de vista instrumental. Pode assumir duas tendências principais nem sempre conciliáveis. 
A primeira vê a natureza fundamentalmente como um recurso econômico; a segunda destaca 
a sua importância na satisfação de uma multiplicidade de interesses que dão significado à vida 
humana, relevando o seu contributo para o desenvolvimento integral do ser humano em termos 
psicossomáticos. É nessa tendência que melhor se integra a tese da biofilia, proposta por Edward 
Wilson (1984), defensora de uma predisposição humana, de origem genética, impulsionadora de 
uma relação empática do ser humano para com os outros seres vivos.
• A Ecocêntrica: defende o valor não instrumental dos ecossistemas e da própria eco-esfera, cujo 
equilíbrio pode obrigar a limitar determinadas atividades humanas. Perante a condição biológica 
e ecológica da espécie humana, considera-a parte integrante da natureza, ao contrário da 
afirmação dual típica do antropocentrismo. Inspira-se nas ideias de Aldo Leopold (1886-1948), 
autor da land ethic, que propôs o alargamento ético à comunidade de forma a incluir solos, 
água, plantas e animais, e em que a terra (land) é um sistema vivo merecedor de consideração 
moral. As teorizações de Baird Callicott (1989), Holmes Rolston III (1994) e Arne Naess (1989) são, 
independentemente das suas especificidades, inseridas nessa perspectiva.
• A Biocêntrica: defende o valor intrínseco das outras formas de vida, independentemente do seu 
interesse para a espécie humana. Manifesta no seu seio uma importante diversidade argumentativa, 
podendo assumir um caráter limitado e confinado aos seres mais complexos, como no caso das 
teorizações de Peter Singer (2000; 2006) e Tom Regan (1983; 1995), ou extensivo e igualitário, 
como no caso da de Paul Taylor (1989).
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DIREITO E MEIO AMBIENTE
Visões do meio ambiente – evolução
De entre os assuntos que têm sido postos a discussão com o desenrolar da presente crise ambiental, 
destacamos o leque de reflexões dedicado ao modo como os seres humanos se relacionam com os 
outros seres vivos nos mais diversos contextos. É nesse âmbito que se insere a presente abordagem 
acerca da existência de jardins zoológicos e parques afins.
Comecemos por analisar os argumentos que melhor caracterizam cada uma das perspectivas 
ambientalistas para o tema em análise e que nos ajudam a repensar a pertinência desses espaços. Por 
meio dessa análise, vamo-nos aperceber como os mesmos fatos podem ser sujeitos a interpretações 
distintas, em que uma vantagem para uma perspectiva se pode transformar em um inconveniente para 
outra. Essa reflexão revela-se fundamental pelo fato de os jardins zoológicos e parques afins constituírem 
locais a que se deslocam, com frequência, professores dos diferentes ciclos de escolaridade, sendo ainda 
escolhidos por muitas famílias como locais de lazer e/ou educativos.
A perspectiva antropocêntrica congrega a maior parte dos argumentos favoráveis a essas instituições 
e basta pensarmos no modo como são definidas: jardins zoológicos e parques afins são locais públicos 
que exibem animais com as finalidades recreativa e educativa. Ainda assim, é possível serem evocadas 
razões características dessa perspectiva contrárias à sua existência. Salientamos a esse propósito que 
foi durante o Iluminismo que surgiram as primeiras críticas, porque, historicamente, a manutenção de 
animais em cativeiro constituía um passatempo da aristocracia que por essa via afirmava o seu poder. 
Simultaneamente, essa excentricidade foi considerada vergonhosa, atendendo a que, ao mesmo tempo 
que se despendiam recursos com os animais cativos, muitos seres humanos morriam de fome (BARATAY; 
HARDOUIN-FUGIER, 2002, p. 73). No entanto, se essas razões podem eventualmente continuar a suscitar 
a adesão de algumas pessoas nos dias de hoje, são, como já afirmamos, as vantagens associadas a 
esses espaços que melhor caracterizam essa perspectiva. Chiszar, Murphy e Iliff (apud MAPLE, 1995) 
apresentam seis dessas vantagens, que tradicionalmente se lhe encontram associadas:
1 - Os zoos e os aquários recebem entre 300 a 400 milhões de visitantes em cada ano, providenciando 
os benefícios de uma educação significativa, associada ao seu papel recreativo.
2 - Os zoos têm estado tradicionalmente ligados à educação pública e a resposta favorável dos 
sistemas escolares é um indicador de que valorizam essa associação.
3 - Programas dedicados à sobrevivência de espécies focalizam atenção e recursos nos problemas da 
propagação em cativeiro de espécies ameaçadas e em perigo.
4 - As mostras dos zoos refletem uma consciência ecológica e um apoio público crescentes.
5 - Uma admirável história de sucesso em trabalho clínico, ciência básica e projetos de ampla escala 
têm acontecido, requerendo os esforços combinados e a cooperação de muitos zoos.
6 - Pelo menos doze espécies de animais foram salvas de extinção com os esforços combinados de 
muitos zoos do mundo.
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Unidade II
Conceito legal de meio ambiente
Art. 3º, I, da Lei 6938/91 - É o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem química, 
física e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
A conceituação jurídico-legal da expressão “meio ambiente” 
O conceito de meio ambiente é unitário, na medida que é regido por inúmeros princípios, diretrizes 
e objetivos que compõem a Política Nacional do Meio Ambiente. Entretanto, quando se fala em 
classificação do meio ambiente, na verdade não se quer estabelecer divisões isolantes ou estanques 
do meio ambiente, até porque, se assim fosse, estaríamos criando dificuldades para o tratamento da 
sua tutela. 
Mas exatamente pelo motivo inverso, qual seja, de buscar uma maior identificação com a atividade 
degradante e o bem imediatamente agredido, é que podemos dizer que o meio ambiente, apresenta pelo 
menos quatro significativos aspectos. São eles:
1) natural;
2) cultural;
3) artificial e
4) do trabalho.
Dessa forma, não estamos pretendendo fazer um esquartejamento do conceito de meio ambiente. 
Ao contrário, apenas almejamos dizer que as agressões ao meio ambiente (rectius = bem; ambiental = 
proteção da vida com saúde) podem se processarsob os diversos flancos que o meio ambiente admite 
existir. Nesse diapasão, releva dizer que sempre o objeto maior tutelado é a vida saudável e, se é desta 
forma, esta classificação apenas identifica sob o aspecto do meio ambiente (natural, cultural, trabalho e 
artificial) aqueles valores maiores que foram aviltados.
Aliás, como já tivemos oportunidade de salientar, essa divisão do meio ambiente não é de lege 
ferenda, vez que de lege lata está presente no Texto Constitucional. Portanto, para fins didáticos e 
de compreensão, podemos dizer que o meio ambiente recebe uma tutela imediata e outra mediata. 
Mediatamente, seria o próprio artigo 225, caput, que determina o conceito de meio ambiente, bem 
ambiental, o direito ao meio ambiente, os titulares desse direito, a natureza jurídica deste direito, 
princípios de sua política (PNMA junto com a Lei 6.938/81) etc. Assim, bastaria esta norma para que já 
se efetivasse por completo o direito em tela. Todavia, o legislador constituinte não parou por aí, já que 
procurou, por via dessas divisões, que não são peremptórias ou estanques, alcançar a efetiva salvaguarda 
desse direito, fazendo, pois, o que didaticamente denominamos de tutela imediata.
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DIREITO E MEIO AMBIENTE
Meio ambiente artificial
Por meio ambiente artificial entende-se aquele constituído pelo espaço urbano construído, 
consubstanciado no conjunto de edificações (espaço urbano fechado) e dos equipamentos públicos 
(espaço urbano aberto). Assim, vê-se que tal “tipo” de meio ambiente está intimamente ligado ao próprio 
conceito de cidade, vez que o vocábulo “urbano”, do latim urbs, urbis significa cidade e, por extensão, 
os habitantes da cidade. Destarte, há de se salientar que o termo urbano nessa sede não está posto 
em contraste com o termo “campo” ou “rural”, já que qualifica algo que se refere a todos os espaços 
habitáveis, “não se opondo a rural, conceito que nele se contém: possui, pois, uma natureza ligada ao 
conceito de território”.
No tocante ao meio ambiente artificial podemos dizer que, em se tratando das normas constitucionais 
de sua proteção, recebeu tratamento destacado, não só no artigo 182 e segs. da CF, não desvinculado 
sua interpretação do artigo 225 deste mesmo diploma, mas também no art. 21, XX, no art. 5º, XXIII, 
entre outros. Portanto, não podemos desvincular o meio ambiente artificial do conceito de direito à 
sadia qualidade de vida, bem como aos valores de dignidade humana e da própria vida, conforme já 
fizemos questão de explicar. Todavia, podemos dizer, para fins didáticos, que o meio ambiente artificial 
está mediata e imediatamente tutelado pela CF. Mediatamente, como vimos, a sua tutela expressa-se na 
proteção geral do meio ambiente, quando refere-se ao direito à vida no art. 5º, caput, quando especifica 
no art. 225 que não basta apenas o direito de viver, mas também o direito de viver com qualidade; 
no art. 1º, quando diz respeito à dignidade humana como um dos fundamentos da República; no art. 
6º, quando alude aos direitos sociais, e no art. 24 quando estabelece a competência concorrente para 
legislar sobre meio ambiente, visando dar uma maior proteção a estes valores, entre outros. Assim, 
neste diapasão, de modo didático em relação ao meio ambiente artificial, poderíamos dizer haver uma 
proteção mediata. Reservaríamos a proteção constitucional imediata do meio ambiente artificial aos 
artigos 182, 21, XX e 5º, XXIII.
Conceito legal de meio ambiente – desenvolvimento 
Ao cuidar da política urbana, a CF/88, invariavelmente, acabou por tutelar o meio ambiente artificial. 
E o fez não só voltada para uma órbita nacional como também para uma órbita municipal. Partindo do 
maior para o menor temos o art. 21, inciso XX:
“Compete a União: [...]
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e 
transportes urbanos”.
Tal competência da União terá por fim delimitar as normas gerais e diretrizes que deverão nortear 
não só os parâmetros, mas principalmente os lindes constitucionais da política urbana que os Estados e 
Municípios deverão possuir. Nesse caso diz tratar-se de uma política urbana macrorregional.
Todavia, em sede municipal, temos o artigo 182, da CF, que acaba por trazer a própria função da 
política urbana, como se vê:
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Unidade II
“A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes 
gerais fixadas em Lei tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade 
e garantir o bem-estar de seus habitantes”.
Percebe-se que o próprio Texto Constitucional alude à existência de uma lei fixadora de diretrizes 
gerais e, ademais, desde já, estabelece o verdadeiro objetivo da política de desenvolvimento urbano, qual 
seja, o desenvolvimento das funções sociais da cidade e o bem-estar dos seus habitantes.
Invoca-se, de plano, que em sendo a cidade entendida como o espaço territorial onde vivem os 
seus habitantes, que inclusive o direito de propriedade deverá ser limitado, no exato sentido que deverá 
atender às suas funções sociais, como bem esclarece o art. 5º, XXIII, da própria CF. Na verdade, o que 
ocorre é que em sede de direito à vida, que é o sentido teológico dos valores ambientais, matriz e nuclear 
de todos os demais direitos fundamentais do homem, não há que se opor outros direitos. Ao revés, todos 
os demais direitos surgem da própria essência do estar vivo.
Exatamente porque relacionado com o objetivo maior - vida - , a tutela do meio ambiente - onde se 
insere o artificial - há que estar acima de quaisquer outras considerações a respeito de outras garantias 
constitucionais como: desenvolvimento, crescimento econômico, direito de propriedade etc. Isso porque, 
pelo óbvio, aquela é a essência e pressuposto de exercício de qualquer direito que possa existir, e, neste 
ponto, a tutela ambiental, por possuir a função de instrumentalizar a preservação de tal direito, deve, 
inexoravelmente, sobrepor-se aos demais.
Aduz-se, por exemplo, essa conclusão, quando de uma rápida leitura do artigo 170, que coloca a 
proteção ao meio ambiente como princípio da ordem econômica, ou ainda, mais expressa e diretamente, 
quando no artigo 5º, XXIII, atrelado à proteção do direito à vida estabelecido no caput, determina que a 
propriedade deverá atender a sua função social.
Com relação ao artigo 182, podemos desde já destacar que não se trata simplesmente de uma regra de 
desenvolvimento urbano, mas também de estabelecer uma política de desenvolvimento, ou seja, assume 
fundamental importância na medida que deve estar em perfeita interação com o tratamento global 
reservado ao meio ambiente e a defesa de sua qualidade. Destarte, significa ainda que o desenvolvimento 
urbano deverá ser norteado por princípios e diretrizes que orientem a sua consecução, ou seja, por se 
tratar de matéria afeta ao meio ambiente, são estes, e não outros princípios, que deverão nortear sua 
implementação. Aliás, outro não é entendido quando de uma análise dissecada da norma in baila.
Dois são os objetivos da política de desenvolvimento urbano:
a) Pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
b) Garantia do bem-estar de seus habitantes.
a) em se tratando de desenvolvimento, que há de ser pleno, das funções sociais da cidade devemos 
nos reportar, inicialmente, ao art. 5º, caput, quando estabelece que todos possuem direito à vida, 
segurança, liberdade, igualdade e prosperidade; e, posteriormente ao art. 6º, da CF, que estabelece 
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DIREITO E MEIO AMBIENTE
e garante a todos os direitos sociais à educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência 
social, maternidade, infância, assistência aos desempregados, entre outros, e por fim, ao art. 30, 
VIII, que diz ser competência do Município, no que couber, o adequado ordenamento territorial, 
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
 Tudo isso, ligado ao fato de que possui o município a competência suplementar residual (art. 30, 
I e II) em face das matérias estabelecidas no artigo 24, I, V, VI, VII, VIII, XII, XV, nos faz notar que 
a função social das cidades está ligada às normas citadas acima e, portanto, ao próprio artigo 
225, de forma que o direito à vida com saúde, com lazer, com segurança, com infância, com a 
possibilidade de maternidade, com direito ao trabalho, com direito à propriedade etc., devem ser 
condições sine qua non da própria existência da cidade. O não atendimento desses valores implica 
em dizer que a cidade não cumpre o seu papel.
 Em um sentido reverso, podemos ressaltar que, por se tratar de uma obrigação do Poder Público, a 
execução deste programa de desenvolvimento urbano, como bem diz o artigo 182, é um direito da 
coletividade municipal. O desatendimento desses preceitos implica em impor-se ao Poder Público 
a responsabilidade que daí decorre. Apesar da inequívoca conclusão a que chegamos, isso não 
elide o dever também da coletividade de preservar e defender o meio ambiente urbano, já que tal 
regra é orientada pelo artigo 225, e assume o caráter de norma geral.
b) com relação a garantia do bem-estar dos seus habitantes, vale gizar que tal finalidade e 
objetivo da política de desenvolvimento urbano assumem o papel de um plus em relação ao 
desenvolvimento da função social das cidades. Isso porque não basta simplesmente que o Poder 
Público na execução da referida política alcance os ideais elencados no parágrafo anterior, mas 
que, principalmente, esses valores traduzam e alcancem em relação aos seus habitantes o patamar 
elevado de bem-estar. Percebe-se que com isso que não se cria um limite fixo de direito ao lazer, à 
saúde, à segurança etc.; justamente porque é tudo isso somado à sensação de bem-estar de seus 
habitantes. Não procede qualquer crítica ao conceito jurídico indeterminado, justamente porque 
a sua função é de buscar um plus na execução da política urbana.
 Ao não se criar um patamar mínimo de garantia de valores sociais, está se exigindo sempre de 
forma permanente a busca pelo Poder Público desses valores sagrados à coletividade. Outra 
consideração não menos importante diz respeito ao uso do termo habitante que agrega só aquele 
que é domiciliado ou residente na cidade, mas a qualquer indivíduo que esteja naquele território.
Classificação do meio ambiente
O conceito de meio ambiente é, de certa forma, impreciso, visto que requer um conjunto de 
elementos não se resumindo apenas ao aspecto da ecologia (strito sensu), mas envolvendo outros como 
o ambiente do trabalho e o da cultura, daí a razão desta classificação ser tão usada.
Vale acentuar também a crítica feita pelos doutrinadores acerca da palavra “meio ambiente”, pois 
seria a união de dois termos com o mesmo significado “ aquilo que nos circunda”. A maioria entende que 
é assim, pois se quer causa uma ênfase diante desse pleonasmo proposital.
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A classificação fica assim:
*meio ambiente natural
*meio ambiente artificial
*meio ambiente cultural
*meio ambiente do trabalho
*meio ambiente genético ou patrimônio genético (novo)
Meio ambiente natural
A ideia que se tem de meio ambiente natural é justamente aquela ideia ligada à ecologia, sendo o 
que se entende normalmente por meio ambiente. É o conceito estrito dele. A ecologia, nas palavras de 
Edis Milaré, é um ramo da biologia, com status de ciência, que estuda os ecossistemas e sua relação e 
interação com os seres vivos e o seu meio.
Classificação do meio ambiente – desenvolvimento
Meio ambiente natural
A ideia que se tem de meio ambiente natural é justamente aquela ideia ligada a Ecologia, sendo 
o que se entende normalmente por Meio Ambiente. É o conceito estrito do mesmo. A Ecologia, nas 
palavras de Edis Milaré, é um ramo da biologia, com status de ciência, que estuda os ecossistemas e sua 
relação e interação com os seres vivos e o seu meio.
A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente n. 6.938/81, no seu artigo 3°, define o Conceito Legal 
de Meio Ambiente, vinculado ao seu aspecto puramente Natural: “I – meio ambiente: o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege 
a vida em todas as suas formas”.
A nossa constituição também traz no seu artigo 225 uma especial proteção a esse meio ambiente natural:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo 
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies 
e ecossistemas;
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DIREITO E MEIO AMBIENTE
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para 
a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua 
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. [...]
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense 
e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro 
de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos 
recursos naturais.
Nas palavras de Luis Sirvinskas, a ecologia é a ciência que serve como base para o estudo do meio 
ambiente. No entanto, o meio ambiente possui abragência mais ampla, incluindo os aspectos provenientes 
da natureza, os elementos da formação da cultura de uma sociedade, a modificação artificial do ambiente 
natural por meio de construções e a interação do homem com o seu local de trabalho. O ambiente não 
pode ser estudado de modo isolado; depende, necessariamente, das informações trazidas pela ecologia 
e por outras ciências afins.
Bens ambientais
O meio ambiente não é um bem corpóreo, na verdade, a água, o solo, o ar, a fauna, a flora, os 
ecossistemas e os monumentos de valor histórico-cultural, são em sua maioria os elementos corpóreos 
que compõem o meio ambiente.
Segundo Álvaro Luiz Valery Mirra, o meio ambiente “para o nosso direito, é um conjunto de 
relações e interações que condiciona a vida em todas as suas formas. É, pois, essencialmente 
incorpóreo e imaterial”.
Referidos bens ambientais possuem conceitos e regimes jurídicos próprios e normalmente são 
regidos por uma legislação particular, contudo, quando se pretende resguardar referidos bens, o 
objetivo é proteger o meio ambiente como um todo e não o elemento em si. Tais elementos corpóreos 
e incorpóreos são vistos e considerados não de forma individual, mas como integrantes de uma cadeia, 
de forma a manter o equilíbrio ambiental, assim, quando da ocorrência de um dano poderá atingir mais 
de um bem ambiental.
Bens ambientais – desenvolvimentoO bem difuso, por possuir natureza transindividual, não possui titulares determinados, porém estão 
ligados por circunstâncias de fato. Assim, podemos concluir que o meio ambiente não constitui bem 
público estatal, pois todos são titulares de referido direito, o qual se reporta a toda a uma coletividade de 
pessoas indeterminadas. “Quando o texto constitucional aí se refere a patrimônio público, significa 
o conjunto de bens de propriedade estatal, os bens públicos, nos quais não está inserido o meio 
ambiente. Este tem titularidade difusa, não estatal”.
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Conforme nos instrui o ilustre jurista Celso Antonio Pacheco Fiorillo “o bem ambiental é, portanto, 
um bem que tem como característica constitucional mais relevante ser essencial à sadia qualidade de 
vida, sendo ontologicamente de uso comum do povo, podendo ser desfrutado por toda e qualquer 
pessoa dentro dos limites constitucionais.”
Cabe asseverar ainda, que embora o artigo 20, incisos III, IV, V e VI, e artigo 26, incisos I, II, e III, 
da Constituição Federal, disponha pertencer a União ou aos Estados determinados bens ambientais 
tais como: lagos, rios, ilhas fluviais, mar territorial, entre outros, a verdade é que com o advento 
da Lei Federal 8.078, de 1990, referidos bens que antes possuíam natureza pública, passaram a ter 
natureza difusa.
Diante de tais alterações, passou a caber aos entes federados a função de gestores de determinados 
bens ambientais, os quais pertencem ao povo. Assim, por força do art. 23, estão todos os entes federados 
autorizados a atuar em defesa do meio ambiente, independentemente da titularidade do bem ambiental 
lesado. Mais do que da União, dos Estados e dos Municípios, os bens ambientais são de natureza difusa 
commune omnium, ou seja, busca-se, assim, tutelar o patrimônio comum de todos e não o patrimônio 
de determinada pessoa jurídica de direito público.
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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