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ARTIGO CIENTÍFICO LUIZ GONZAGA JUNIOR

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS-GRADUAÇÃO “MBA GESTÃO EMPRESARIAL”
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO JUIZ DE FORA
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LIDERANÇA SERVIDORA – PRÁTICA, REALIDADE E FORMAÇÃO DE EQUIPES DE ALTA PERFORMANCE
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POR: LUIZ GONZAGA GUEDES JUNIOR
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Orientadora
Prof. Cliciane 
	
Juiz de Fora
2017
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FOLHA DE 
RESUMO
A escolha deste tema tem como objetivo principal discutir a contribuição da Liderança Servidora e seus Pilares na formação de equipes e construção de resultados de alta performance com base na condução de pessoas transformando-as numa verdadeira equipe com capacidade de gerar e entregar resultados sustentáveis. A pesquisa tem uma abordagem descritiva e tem como objetivo dar significado sobre a prática e a realidade da Líder Servidor com foco na habilidade de motivar e influenciar seus liderados, respaldado em princípios de respeito, ética e alcance ou superação das entregas dos objetivos das organizações evidenciando, portanto, a importância do papel do líder para a eficácia dos resultados de Alta Performance com autenticidade, criatividade e gestão de pessoas. 
Palavras-chave: Liderança Servidora; Alta Performance; Equipes; Pessoas; Respeito; Ética; Gestão; Organizações.
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METODOLOGIA
Esta monografia tem como procedimentos metodológicos à pesquisa explicativa que se fundamentou no levantamento de dados bibliográficos de livros, revistas que abordam sobre o tema da importância do estudo sobre o CTR (centro de tratamento de resíduos) na empresa Ciclus Ambiental.
Com intuito de desenvolver e fundamentar o presente estudo serão também utilizados como fontes de pesquisa artigos e periódicos, além de matérias retiradas da Internet por seu vasto campo para pesquisa e seu incomensurável volume de informação. Serão utilizados os instrumentos metodológicos, objetivando desta forma o crescimento da ciência jurídica particular, tendo caráter não de descoberta, mas de esclarecimento do tema em questão. Será feita uma exposição simplificada e prática, desenvolvendo o presente trabalho através de uma amostragem textos, direcionado ao tema em questão para que possa ser feito uma possível reflexão e um estudo mais aprofundado e uma futura conclusão final.
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SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO
	 9
	CAPITULO I – ORIGEM E CONCEITO DE RESÍDUOS
	 11
	CAPITULO II – IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SOBRE O CENTRO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS - CTR
	 52
	CAPITULO III – UTILIZAÇÃO DO CENTRO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS NA EMPRESA CICLUS AMBIENTAL
	 81
	CONCLUSÃO
	 88
	BIBLIOGRAFIA
	 90
	INDICE
	 97
	FOLHA DE AVALIAÇÃO
	 98
	ANEXOS
	 99
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INTRODUÇÃO
Imagine, dentro do futebol por exemplo, as maiores estrelas - super atletas às dezenas - que foram sendo selecionados em todos os cantos do nosso planeta. Imaginemos também que pudéssemos trazer do passado grandes nomes na sua sua melhor forma física como Pelé, Garrincha e Maradona. Esse poderia se tornar o chamado “bom problema” pois qualquer técnico teria um grande desafio para selecionar apenas 11 titulares e alguns reservas para uma Copa do Mundo por exemplo, levando o verdadeiro Dream Time.
Poderíamos batizar essa seleção de Esporte Clube Planeta Terra, composto dos grandes nomes da atualidade e do passado. Mas, quem seria o Capitão desse Time? – Pelé, Maradona ou Neymar certamente seriam nomes de destaque incialmente. Porém, muito mais importante que isso é quem seria o líder de uma seleção de futebol que pudesse representar nosso planeta e toda espécie humana? 
Há muito se estuda liderança e os grandes desafios para um líder comtemporâneo, seja de uma seleção de super atletas ou de um organização. Além disso, quais são os comportamentos, atitudes e influências que devem ser exercidos sobre a equipe na busca, construção e entrega de resultados sustentáveis e de alta performance? Citamos um exemplo bastante lúdico de do que talvez seria uma equipe perfeita de futebol, porém logo em seguida vem algumas dúvidas – seria esse verdadeiramente um time? Eles ganhariam o campeonato? Quem seria seu técnico? Nesse contexto, certamente existiriam as turbulências do dia a dia, resultados positivos e negativos com consequentes derrotas e vitórias.
De acordo com os estudos de CARVALHO (et al., 2014), a globalização, também foi responsabilizada pelo crescimento da importância do papel do líder. Dutra (2011), registra em seus estudos que a globalização era um fator de pressão externa sofrida pelas organizações. O estudo de CARVALHO também trazia:
“...Afinal novos, e muitos atores, passam a participar da trama das relações. Nunca nós, os clientes, recebemos tantas ofertas de produtos e serviços, e,estas ofertas nunca foram tão rapidamente copiadas. Os nascidos antes dadécada de 80 lembram quando para cada produto havia 1 ou 2 marcas disponíveis no mercado. Com a quebra das barreiras comunicacionais,relacionais e a expansão das interações internacionais, as opções eram infinitas...”
Há de se considerar também que nas empresas, independente do seu tamanho ou potencial de mercado, a qualidade do atendimento ao cliente é atualmente um diferencial e mais um desafio na condução das pessoas por seus gestores sempre com o foco voltado para a construção dos núremos necessários ao cumprimento dos objetivos empresarias.
Finalmente, a compreensão da história da liderança, o papel do líder, sua autoridade pelo exemplo, sua capacidade de inspirar enquanto apoiador, encorajador e principalmente sua capacidade de apontar os caminhos corretos a serem seguidos podem e devem ser considerados na maior virtude para a prática, realidade e formação de equipes de alta performance – a liderança servidora.
Atualmente, no Brasil, a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) é a solução mais segura, moderna e eficiente para tratar resíduos sólidos, domiciliares e de grandes geradores. Uma Central é formada por um conjunto de tecnologias integradas em diferentes unidades de tratamento capazes de promover o gerenciamento completo dos diversos tipos resíduos, evitando a poluição e minimizando os impactos ambientais e sociais.
De que forma um estudo sobre o Centro de Tratamento de Resíduos tem colaborado para o desempenho da empresa Ciclus Ambiental?
No caso da CTR da empresa Ciclus ambiental, os resíduos são recebidos dos municípios do Rio de Janeiro, Seropédica e de outras prefeituras, além de clientes comerciais. A Central é composta por: aterro sanitário bioenergético, estação de tratamento de chorume para transformação em água de reúso, unidades de beneficiamento de entulho da construção civil e de podas de árvores, viveiros de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, laboratórios e centro de educação ambiental, arte e cidadania. Destaque para a estação de captação e tratamento de biogás para geração de energia limpa, combustível e insumos para indústrias. 
Com infraestrutura e conhecimento, a CTR da empresa Ciclus Ambiental promove a transformação de resíduos em energia limpa e renovável e soluciona um dos maiores problemas ambientais do Estado do Rio de Janeiro com o encerramento do Aterro Metropolitano de Gramacho e o fechamento e recuperação ambiental dos lixões de Seropédica e Itaguaí. Sua busca constante por soluções inovadoras atrai investimentos na ampliação das indústrias já existentes e na chegada de outras, gerando mais empregos, valorização do município e crescimento sustentável.
Definir tratamento de resíduos; esclarecer os principais processos de tratamento de resíduos; explicar a utilização da incineração no tratamento de resíduos; descrever como é realizada a coleta de resíduos perigosos na empresa; enumerar e minimizar os impactos sócio-ambientais causados pelo aumento contínuo da geração de resíduos, trazendo soluções tecnológicas modernas e inovadoras a fim de proporcionar o equilíbrio entre os meios econômico, social e ambiental garantindo assim o DesenvolvimentoSustentável.
A escolha do tema sobre a importância do estudo sobre o CTR (centro de tratamento de resíduos) na empresa Ciclus Ambiental se refere a transformação dos resíduos em produtos tratados. O chorume, líquido que nos lixões a céu aberto é responsável pela poluição dos lençóis freáticos e de águas subterrâneas, devido a sua elevada carga orgânica sua aparência é bem escura e seu odor nauseante, recebe tratamento na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), instalada na CTR Nova Iguaçu, próxima à área do aterro. O cuidado com esse líquido exige tecnologia sofisticada, mas o resultado é simples: o chorume vira água que serve para hidratar plantas e vias.
Este estudo se limitará a analisar a utilização de um CTR (Centro de Tratamento de Resíduos) na empresa Ciclus Ambiental.
Este estudo tem em sua estrutura: Introdução, abordando relevância, problema, objetivos, justificativa, metodologia; Capitulo I – origem e conceito de resíduos; Capitulo II – Importância do estudo sobre o Centro de Tratamento de Resíduos CTR, enfocando as duas formas de tratamentos: tratamento de resíduos sólidos e efluentes e tratamento de águas residuárias; Capitulo III – Utilização do Centro de Tratamento de Resíduos na Empresa Ciclus Ambiental; Conclusão; Bibliografia.
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CAPÍTULO I
ORIGEM E CONCEITO DE RESIDUOS
Desde o surgimento das primeiras sociedades urbanas, o lixo tem-se convertido em um dos problemas ambientais mais preocupantes. Este problema se origina por uma mudança nos costumes da sociedade, que a partir de novos ideais consumistas causa um aumento do volume de lixo. Estes, geralmente, são formados por produtos de pouca duração (embalagens, envoltórios e vasilhames de todo tipo) e dificilmente reutilizáveis. 
Nos últimos anos, o recrudescimento dos problemas ambientais relacionados com as atividades humanas (domésticas e industriais) praticamente tem obrigado a criação de programas de vigilância, de maneira a se evitar que o elevado potencial poluente dos resíduos, assim como seu tratamento e sua disposição inadequada levem à geração de problemas ambientais de difícil recuperação. Dentro deste contexto, percebe-se que a legislação tende a ficar cada vez mais restritiva, enquanto que a fiscalização se torna mais presente.
Devido ao grande volume de lixo produzido pela população em quantidades cada vez maiores, a destinação final adequada de Resíduos Sólidos Urbanos, atualmente, é considerada como um dos principais problemas de qualidade ambiental das áreas urbanas no Brasil.
A excessiva produção de resíduos sólidos urbanos se constitui em grave problema de administração territorial nos grandes centros. Por se tratar de um agente poluidor de alto potencial, a sua disposição feita de forma e em áreas inadequadas, provocam por infiltração nos terrenos, a contaminação dos recursos hídricos subterrâneos utilizáveis, cuja explotação contribui significativamente para compor o sistema de abastecimento d’água da população. 
Para evitar o excesso de águas de chuva, são colocados tubos ao redor do aterro, que permitem desvio dessas águas, do aterro. A quantidade de lixo depositado é controlada na entrada do aterro através de balança. É proibido o acesso de pessoas estranhas. Os gases liberados durante a decomposição são captados e podem ser queimados com sistema de purificação de ar ou ainda utilizados como fonte de energia (aterros energéticos).
A Revolução Industrial foi o grande marco impulsionador do fenômeno da urbanização, sendo por muitos, considerada a transformação social mais importante do século XX. 
Segundo, Fiorillo, no Brasil, o fenômeno da urbanização intensificou-se:
Na época de 1960, aumentando consideravelmente na década de 1970, com o crescimento da população urbana, enquanto que na época de 1980 ocorreu um aumento de cerca de 40%. Devido ao aumento da migração para os grandes centros, que fizeram surgir à pobreza, a criminalidade e conseqüentemente o aumento das favelas, contribuído em grande parte, para agravar as condições de vida degradando o meio ambiente, trazendo implicações à saúde e deteriorização dos serviços e do próprio tratamento dos resíduos sólidos (2005, p. 136).
No entendimento de Cassini (2003, p. 79) “Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição pública”. 
Os resíduos apresentam-se nos estados: sólido, gasoso e líquido”. Ficam incluídos nesta definição tudo o que resta dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou aqueles líquidos que exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis de acordo com a melhor tecnologia disponível.
Na distinção entre lixo e resíduo, pode-se afirmar segundo Fiorillo e Rodrigues que:
Ambos constituem toda substancia resultante de não interação entre o meio e aqueles que o habitam, ou somente entre estes, não incorporada a esse meio, isto é, que determina um descontrole entre os fluxos de certos elementos em um dado sistema ecológico. Em outras palavras, é o resto, a sobra não reaproveitada pelo próprio sistema, oriunda de uma desarmonia ecológica (1997, p. 392).
Em seu conceito, entretanto, Costa Neto argumenta que:
Resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos sólidos constituem problemas sanitário, ambiental, econômico e estético. Os resíduos sólidos são resíduos mineralizados (2003, p. 107)
Embora, de acordo com o entendimento de Fiorillo:
A Resolução Conama nº 5/93, no seu art. 1º estabelece que: para os efeitos desta Resolução definem-se: I – resíduos sólidos, conforme a NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – Resíduos nos estados sólidos e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’ água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível (2001, p. 135).
Argumenta Fiorillo e Rodrigues (1997, p. 173) que “desde o momento em que é produzido, o lixo já possui a natureza jurídica de poluente, porque assumindo o papel de resíduo urbano, deverá ser submetido a um processo de tratamento que constitui, mediata ou imediatamente, forma de degradação ambiental”.
Com o crescimento acelerado das metrópoles, do consumo de produtos industrializados, e mais recentemente com o surgimento de produtos descartáveis, o aumento excessivo do lixo tornou-se um dos maiores problemas da sociedade moderna. Isso é agravado pela escassez de áreas para o destino final do lixo.
A sujeira despejada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas, do ar e agravou as condições de saúde da população mundial. O volume de lixo tem crescido assustadoramente. E uma das soluções imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume e o consumo de produtos descartáveis, reutilizá-los e reciclá-los. Porém, para a Natureza e para o homem, os resíduos podem ser, em geral, reciclados e parcialmente utilizados, o que traz grandes benefícios à comunidade, como a proteção da saúde pública e a economia de divisas e de recursos naturais.
Segundo, Jungstest (2002, p. 130) “O aterro sanitário é um processo de eliminação de resíduos sólidos bastante utilizado. Consiste na deposiçãocontrolada de resíduos sólidos no solo e sua posterior cobertura diária”.
Uma vez depositados, os resíduos sólidos se degradam naturalmente por via biológica até a mineralização da matéria biodegradável, em condições fundamentalmente anaeróbias. Acrescenta Jungstest que:
O aterro sanitário é uma obra de engenharia que deve ser orientada por quatro objetivos: diminuição dos riscos de poluição provocados por cheiros, fogos, insetos utilização futura do terreno disponível, através de uma boa compactação e cobertura minimização dos problemas de poluição da água, provocados por lixiviação controle da emissão de gases liberados durante os processos de degradação (2002, p. 133).
Esse processo tem as seguintes vantagens e desvantagens:
	Vantagens
	Desvantagens
	Processo de baixo custo
	Longa imobilização do terreno
	Recuperação de áreas degradadas
	Necessidade de grandes áreas
	Flexibilidade de operação
	Necessidade de material de cobertura
	Não requer pessoal altamente especializado 
	Dependência das condições climáticas
	
Ainda, segundo Cassini (2003), um aterro sanitário é um reator biológico em evolução, que produz:
I) resíduos gasosos: CO2, metano, vapor d´água, O2, N2, ácido sulfúrico e sulfuretos Os resíduos gasosos resultam das reações de fermentação aeróbia (desenvolvidos na superfície) e anaeróbia (nas camadas mais profundas); a fermentação anaeróbia dá origem a CO2 e a CH4 (metano), o qual pode ser aproveitado para a produção de biogás. II) resíduos líquidos: águas lexiviadas. Os resíduos líquidos, também chamados lexiviados, variam de local para local e dependem de: a) teor em água dos resíduos; b) isolamento dos sistemas de drenagem; c) clima (temperatura, pluviosidade, evaporação); d) permeabilidade do substrato geológico; e) grau de compactação dos resíduos; f) idade dos resíduos (p. 185). 
Para Cassini (2003, p. 187) “os lexiviados tem elevada concentração de matéria orgânica, de azoto e de materiais tóxicos, pelo que deve ser feita a sua recolha e tratamento, de modo a impedir a sua infiltração no solo”. 
Devido a grande distância que normalmente os aterros sanitários se encontram, tornam muitas vezes inviável o acesso a esse tipo de destino final. A prática mais generalizada é o enterramento de resíduos em terrenos adjacentes, muitas vezes sem preparação, em solos inadequados e perto de espécies faunísticas e florística de elevada fragilidade, o que dá origem a focos de poluição e de contaminação localizados. 
Uma forma de minimizar esses efeitos é a seleção cuidadosa do local (tipo de solo, coberto vegetal, regime hidrológico), sua impermeabilização e seu recobrimento sistemático com terra. A incineração é um processo de combustão controlada (em instalação própria), que permite a redução em volume e em peso dos resíduos sólidos, em cerca de 90 a 60%. Os resíduos são transformados em, gases, calor e materiais inertes (cinza e escórias de metal).
Os grandes inconvenientes desse sistema, segundo Machado são a: 
a) poluição do solo por cinzas e escórias; b) a poluição da água pelas águas de arrefecimento das escórias e de lavagem de fumos e pelas escorrências de solos contaminados poluição do ar por cinzas voláteis e dioxinas; estas últimas têm um elevado teor tóxico e são agentes de doenças, nomeadamente hiperpigmentação da pele, danos no fígado, alterações enzimáticas, alterações no metabolismo dos lipídios, nos sistemas endócrinos e imunológico e feitos cancerígenos (2002, p. 179). 
Para Machado são considerados resíduos tóxicos:
As pilhas não-alcalinas, baterias, tintas e solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, embalagens de agrotóxicos e produtos químicos, as substâncias não biodegradáveis estão presentes nos plásticos, produtos de limpeza, em pesticidas e produtos eletroeletrônicos, e na radioatividade desprendida pelo urânio e outros metais atômicos, como o césio, utilizados em usinas, armas nucleares e equipamentos médicos. O cádmio, níquel, mercúrio e chumbo são os principais contaminantes. A separação adequada desses materiais é muito importante para evitar a contaminação do solo e dos lençóis freáticos. As pessoas devem tomar alguns cuidados básicos para embalar este tipo de resíduo: acondicionar em sacos plásticos bem fechados, guardá-los em local arejado e protegido do sol, das crianças e dos animais. Os materiais que podem ser reciclados são encaminhados a Centrais de Tratamento específicas. Os medicamentos vencidos, restos de tinta e verniz, e embalagens de inseticidas, que ainda não podem ser reciclados, ficam armazenados no aterro industrial em condições adequadas, para evitar a contaminação do meio ambiente. Esses resíduos são tratados por meio de encapsulamento (2002, p. 191).
O reaproveitamento consiste na utilização dos resíduos para subsidiar outras atividades, como por exemplo, a alimentação de animais domésticos (restos de alimentos) e a produção de fertilizantes compostagem (resíduos sólidos orgânicos) 
De acordo com Milarés:
São várias as maneiras de se classificar os resíduos sólidos. As mais comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem. Entendem-se, como substâncias ou produtos semi-sólidos todos aqueles com teor de umidade inferior a 85%. É válido somente para resíduos industriais perigosos. Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente (2005, p. 95).
Entretanto, segundo Milarés (2005) com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados em:
I) Classe I ou perigosos
Esses resíduos são aqueles que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. 
II) Classe III ou não-inertes
São os resíduos que podem apresentar características de ombustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos, Classe I – Perigosos.
III) Classe III ou inertes 
Estes resíduos são aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo a norma NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem nº 8 (Anexo H da NBR 10.004), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor (p. 182). 
De acordo, com Leite e Ayala (2002) as classificações do lixo, obedece a critérios quanto:
I) às características físicas, eles podem ser:
a) Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças. 
b) Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc.
II) à composição química, eles podem ser:
a) Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim. 
b) Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc. 
III) Quanto à origem, eles podem ser:
A origem é o principal elemento para a caracterização dos resíduos sólidos. Segundo este critério, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados em cinco classes, a saber: 
a)Domiciliar: São os resíduos gerados nas atividades diárias em casas, apartamentos, condomínios e demais edificações residenciais, originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos. 
b) Comercial: são os resíduos gerados em estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da atividade ali desenvolvida. Nas atividades de limpeza urbana, os tipos: "doméstico" e "comercial" constituem o chamado "lixo domiciliar", que, junto com o lixo público, representa a maior parcela dos resíduos sólidos produzidos nas cidades. Originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.
O grupo de lixo comercial, assim como o entulho de obras, pode ser dividido em subgrupos chamado de “pequenos geradores" e "grandes geradores". O regulamento de limpeza urbana do município poderá definir precisamente os subgrupos de pequenos e grandes geradores. Pode-se adotar como parâmetro: 
No entendimento de Rocha:
Pequeno Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera até 120 litros de lixo por dia. Grande Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera um volume de resíduos superior a esse limite. Analogamente, pequeno gerador de entulho de obras é a pessoa física ou jurídica que gera até 1.000kg ou 50 sacos de 30 litros por dia, enquanto grande gerador de entulho é aquele que gera um volume diário de resíduos acima disso. Geralmente, o limite estabelecido na definição de pequenos e grandes geradores de lixo deve corresponder à quantidade média de resíduos gerados diariamente em uma residência particular com cinco moradores (2003, p. 211). 
Num sistema de limpeza urbana, ainda acrescenta Rocha que:
É importante que sejam criados os subgrupos de pequenos e grandes geradores, uma vez que a coleta dos resíduos dos grandes geradores pode ser tarifada e, portanto, se transformar em fonte de receita adicional para sustentação econômica do sistema. É importante identificar o grande gerador para que este tenha seu lixo coletado e transportado por empresa particular credenciada pela prefeitura. Esta prática diminui o custo da coleta para o Município em cerca de 10 a 20% (2003, p. 214).
c) Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, etc. 
São os resíduos presentes nos logradouros públicos, em geral resultantes da natureza, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e também aqueles descartados irregular e indevidamente pela população, como entulho, bens considerados inservíveis, papéis, restos de embalagens e alimentos. 
O lixo público está diretamente associado ao aspecto estético da cidade. Portanto, merecerá especial atenção o planejamento das atividades de limpeza de logradouros em cidades turísticas. 
d) Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário. 
e) Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países. Estes resíduos são gerados tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de transporte. Os resíduos dos portos e aeroportos são decorrentes do consumo de passageiros em veículos e aeronaves e sua periculosidade está no risco de transmissão de doenças já erradicadas no país. A transmissão também pode se dar através de cargas eventualmente contaminadas, tais como animais, carnes e plantas.
f) Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc. São os resíduos gerados pelas atividades industriais. São resíduos muito variados que apresentam características diversificadas, pois estas dependem do tipo de produto manufaturado. Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adota-se a NBR 10.004 da ABNT para se classificar os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II (Não-Inertes) e Classe III (Inertes).
O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento. 
g) Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicos adequados. São assim considerados os resíduos que emitem radiações acima dos limites permitidos pelas normas ambientais. No Brasil, o manuseio, acondicionamento e disposição final do lixo radioativo está a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
h) Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial. Este resíduo é formado basicamente pelos restos de embalagens impregnados com pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são perigosos. Portanto o manuseio destes resíduos segue as mesmas rotinas e se utiliza os mesmos recipientes e processos empregados para os resíduos industriais Classe I. A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos nos vazadouros das municipalidades, ou que sejam queimados nas fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos.
i) Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento. 
Ainda, de acordo com Rocha:
São considerados como, lixo domiciliar especial o grupo que compreende os entulhos de obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus. Observe que os entulhos de obra, também conhecidos como resíduos da construção civil, só estão enquadrados nesta categoria por causa da grande quantidade de sua geração e pela importância que sua recuperação e reciclagem vem assumindo no cenário nacional (2003, p. 215). 
A indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais. Além disso, a construção civil também é a indústria que mais gera, resíduos. No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na execução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos proveniente de novas edificações encontra-se abaixo de 100kg/m, no Brasil este índice gira em torno de 300kg/m edificado. 
Entretanto, m termos quantitativos, esse material corresponde a algo em torno de 50% da quantidade em peso de resíduos sólidos urbanos coletada em cidades com mais de 500 mil habitantes de diferentes países, inclusive o Brasil. Em termos de composição, os resíduos da construção civil são uma misturade materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros, metais, cerâmica e terra. 
As pilhas e baterias têm como princípio básico converter energia química em energia elétrica utilizando um metal como combustível. Apresentando-se sob várias formas (cilíndricas,retangulares, botões), podem conter um ou mais dos seguintes metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni),prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn) e seus compostos.
As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem características de corrosividade, reatividade e toxicidade e são classificadas como "Resíduos Perigosos - Classe I". As substâncias contendo cádmio, chumbo, mercúrio, prata e níquel causam impactos negativos sobre o meio ambiente e, em especial, sobre o homem. Outras substâncias presentes nas pilhas e baterias, como o zinco, o manganês e o lítio, embora não estejam limitadas pela NBR 10.004, também causam problemas ao meio ambiente, como por exemplo: potencia poluidora em elementos químicos utilizados em pilhas e baterias.
Já existem no mercado pilhas e baterias fabricadas com elementos não tóxicos, que podem ser descartadas, sem problemas, juntamente com o lixo domiciliar Os principais usos das pilhas e baterias são: funcionamento de aparelhos eletroeletrônicos; partida de veículos automotores e máquinas em geral; telecomunicações; telefones celulares; usinas elétricas; sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme e segurança; movimentação de carros elétricos; aplicações específicas de caráter científico, médico ou militar.
Em relação, as lâmpadas fluorescentes, pode-se dizer que o pó que se torna luminoso encontrado no interior das lâmpadas< fluorescentes contém mercúrio. Isso não está restrito apenas às lâmpadas fluorescentes comuns de forma tubular, mas encontra-se também nas lâmpadas fluorescentes compactas. As lâmpadas fluorescentes liberam mercúrio quando são quebradas, queimadas ou enterradas em aterros sanitários, o que as transforma em resíduos perigosos Classe I, uma vez que o mercúrio é tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou ingerido, pode causar uma enorme variedade de problemas fisiológicos. 
Uma vez lançado ao meio ambiente, o mercúrio sofre uma "bioacumulação", isto é, ele tem suas concentrações aumentadas nos tecidos dos peixes, tornando-os menos saudáveis. A acumulação do mercúrio nos tecidos também pode contaminar outras espécies selvagens, como marrecos, aves aquáticas e outros animais. São muitos os problemas ambientais gerados pela destinação inadequada dos pneus. Se deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os pneus acumulam água, servindo como local para a proliferação de mosquitos. 
Se encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam espaços "ocos" na massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro. Se destinados em unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes quantidades de material particulado e gases tóxicos, necessitando de um sistema de tratamento dos gases extremamente eficiente e caro. 
Por todas estas razões, o descarte de pneus é hoje um problema ambiental grave ainda sem uma destinação realmente eficaz. Dentre os tipos de resíduos pode-se classificar como:
l) Resíduos de serviços de saúde
Nesta classificação, encontram-se compreendidos todos os resíduos gerados nas instituições destinadas à preservação da saúde da população. Segundo a NBR nº 12.808 da ABNT, de acordo com Passos (2002), os resíduos de serviços de saúde se dividem em:
(	 Resíduos Infectantes: Biológicos - Cultura, inoculo, mistura de microorganismos e meio de cultura inoculado provenientes de laboratório clínico ou de pesquisa, vacina vencida ou inutilizada, filtro de gases aspirados de áreas contaminadas por agentes infectantes e qualquer resíduo contaminado por estes materiais; sangue e hemoderivados com prazo de validade vencido ou sorologia positiva, bolsa de sangue para análise, soro, plasma e outros subprodutos; cirúrgicos anatomopatológicose exsudato - tecido, órgão, feto, peça anatômica, sangue e outros líquidos orgânicos resultantes de cirurgia, necropsia e resíduos contaminados por estes materiais; 
Perfurantes e cortantes que são: agulha, ampola, pipeta, lâmina de bisturi e vidro; animais contaminados deixando a carcaça ou parte de animal inoculado, exposto a microorganismos patogênicos, ou portador de doença infecto-contagiosa, bem como resíduos que tenham estado em contato com estes; assistência a pacientes. Secreções e demais líquidos orgânicos procedentes de pacientes, bem como os resíduos contaminados por estes materiais, inclusive restos de refeições. 
II - Resíduos Especiais: Rejeitos radioativos - Material radioativo ou contaminado com radionuclídeos, proveniente de laboratório de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia; Resíduos farmacêuticos - Medicamento vencido, contaminado, interditado ou não utilizado; Resíduos químicos perigosos - Resíduo tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, reativo, genotóxico ou mutagênico. 
Dentre a utilização e posterior modificação, tratamento dos resíduos encontram-se subdivididos em classes:
(	Classe 1 - Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
(	Classe 2 - Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
(	Classe 3 - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). 
Embora, os resíduos sólidos, de acordo com Castilho Júnior (2003) podem ser divididos em grupos, como:
a) Lixo Doméstico: é aquele produzido nos domicílios residenciais. Compreendem papel, jornais velhos, embalagens de plástico e papelão, vidros, latas e resíduos orgânicos, como restos de alimentos, trapos, folhas de plantas ornamentais e outros.
b) Lixo Comercial e Industrial: é aquele produzido em estabelecimentos comerciais e industriais, variando de acordo com a natureza da atividade. Por exemplo, as seguintes atividades: restaurantes e hotéis produzem, principalmente, restos de comida, enquanto supermercados e lojas produzem embalagens; escritórios produzem, sobretudo, grandes quantidades de papel; lixo das indústrias apresenta uma fração que é praticamente comum aos demais: o lixo dos escritórios e os resíduos de limpeza de pátios e jardins; a parte principal, no entanto, compreendem aparas de fabricação, rejeitos, resíduos de processamentos e outros que variam para cada tipo de indústria. Há os resíduos industriais especiais, como explosivos, inflamáveis e outros que são tóxicos e perigosos à saúde, mas estes constituem uma categoria à parte. 
c) Lixo Público: são os resíduos de varrição, capina, raspagem, entre outros, provenientes dos logradouros públicos (ruas e praças), bem como móveis velhos, galhos grandes, aparelhos de cerâmica, entulhos de obras e outros materiais inúteis, deixados pela população, indevidamente, nas ruas ou retirados das residências através de serviço de remoção especial.
d) Lixo de Fontes Especiais: é aquele que, em função de determinadas características peculiares que apresenta, passa a merecer cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final, como é o caso de alguns resíduos industriais antes mencionados, dolixo hospitalar e do radioativo (p. 155).
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos é, em síntese, o envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento e a disposição final do lixo, elevando assim a qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade, levando em consideração as características das fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos para a eles ser dado tratamento diferenciado e disposição final técnica e ambientalmente corretas, as características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais.
Para tanto, as ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que envolvem a questão devem se processar de modo articulado, segundo a visão de que todas as ações e operações envolvidas encontram-se interligadas, comprometidas entre si.
Para além das atividades operacionais, o gerenciamento integrado de resíduos sólidos destaca a importância de se considerar as questões econômicas e sociais envolvidas no cenário da limpeza urbana e, para tanto, as políticas públicas locais ou não que possam estar associadas ao gerenciamento do lixo, sejam elas na área de saúde, trabalho e renda, planejamento urbano etc. 
Em geral, diferentemente do conceito de gerenciamento integrado, os municípios costumam tratar o lixo produzido na cidade apenas como um material não desejado, a ser recolhido, transportado, podendo, no máximo, receber algum tratamento manual ou mecânico para ser finalmente disposto em aterros. Trata-se de uma visão distorcida em relação ao foco da questão social, encarando o lixo mais como um desafio técnico no qual se deseja receita política que aponte eficiência operacional e equipamentos especializados.
O gerenciamento integrado focaliza com mais nitidez os objetivos importantes da questão, que é a elevação da urbanidade em um contexto mais nobre para a vivência da população, onde haja manifestações de afeto à cidade e participação efetiva da comunidade no sistema, sensibilizada a não sujar as ruas, a reduzir o descarte, a reaproveitar os materiais e reciclá-los antes de encaminhá-los ao lixo. 
Por conta desse conceito, no gerenciamento integrado são preconizados programas da limpeza urbana, enfocando meios para que sejam obtidos a máxima redução da produção de lixo, o máximo reaproveitamento e reciclagem de materiais e, ainda, a disposição dos resíduos de forma mais sanitária e ambientalmente adequada, abrangendo toda a população e a universalidade dos serviços. Essas atitudes contribuem significativamente para a redução dos custos do sistema, além de proteger e melhorar o ambiente.
O gerenciamento integrado, portanto, implica a busca contínua de parceiros, especialmente junto às lideranças da sociedade e das entidades importantes na comunidade, para comporem o sistema. Também é preciso identificar as alternativas tecnológicas necessárias a reduzir os impactos ambientais decorrentes da geração de resíduos, ao atendimento das aspirações sociais e aos aportes econômicos que possam sustentá-lo.
Finalmente, o gerenciamento integrado revela-se com a atuação de subsistemas específicos que demandam instalações, equipamentos, pessoal e tecnologia, não somente disponíveis na prefeitura, mas oferecidos pelos demais agentes envolvidos na gestão, entre os quais se enquadram: a própria população, empenhada na separação e acondicionamento diferenciado dos materiais recicláveis em casa; os grandes geradores, responsáveis pelos próprios rejeitos; os catadores, organizados em cooperativas, capazes de atender à coleta de recicláveis oferecidos pela população e comercializá-los junto às fontes de beneficiamento; os estabelecimentos que tratam da saúde, tornando-os inertes ou oferecidos à coleta diferenciada, quando isso for imprescindível; a prefeitura, através de seus agentes, instituições e empresas contratadas, que por meio de acordos, convênios e parcerias exerce, é claro, papel protagonista no gerenciamento integrado de todo o sistema.
O modelo de gestão deverá não somente permitir, mas, sobretudo facilitar a participação da população na questão da limpeza urbana da cidade, para que esta se conscientize das várias atividades que compõem o sistema e dos custos requeridos para sua realização, bem como se conscientize de seu papel como agente consumidor e, por conseqüência, gerador de lixo. A conseqüência direta dessa participação traduz-se na redução da geração de lixo, na manutenção dos logradouros limpos, no acondicionamento e disposição para a coleta adequados, e, como resultado final, em operações dos serviços menos onerosas.
É importante que a população saiba que é ela quem remunera o sistema, através do pagamento de impostos, taxas ou tarifas. Em última análise, está na própria população a chave para a sustentação do sistema, implicando por parte do Município a montagem de uma gestão integrada que inclua, necessariamente, um programa de sensibilização dos cidadãos e que tenha uma nítida predisposição política voltada para a defesa das prioridades inerentes ao sistema de limpeza urbana.
Essas defesas deverão estar presentes na definição da política fiscal do Município, técnica e socialmente justa, e, conseqüentemente, nas dotações orçamentárias necessárias à sustentação econômica do sistema, na educação ambiental e no desenvolvimento de programas geradores de emprego e renda.
A base para a ação política está na satisfação da população com os serviços de limpeza urbana, cuja qualidade se manifesta na universalidade, regularidade e pontualidade dos serviços de coleta e limpeza de logradouros, dentro de um padrão de produtividade que denota preocupação com custos e eficiência operacional.
A ação política situa-se no envolvimento das lideranças sociais da cidade, de empresas particulares e de instituições estaduais e federais atuantes no Município com responsabilidades ambientais importantes.
A instrumentação política concretiza-se na aprovação do regulamento de limpeza urbana da cidade que legitima o modelo de gestão adotado e as posturas de comportamento social obrigatórias, assim como as definições de infrações e multas. O regulamento deverá espelhar com nitidez os objetivos do poder público na conscientização da população para a questão da limpeza urbana e ambiental.
Os sistemas de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho é um conjunto de iniciativas da organização, formalizado através de políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da organização para auxiliá-la a estar em conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas, conduzindo suas atividades com ética e responsabilidade social (CATTANI, 2002).
Os elementos deste sistema de gestão não são estáticos e devem reagir e se adaptarem aos desvios (reais ou potenciais) que ocorram em relação aos seus objetivos e propósitos, visando à melhoria contínua.
Tavares Jr. (2001), diz que, embora a gestão da saúde e segurança ainda não exista como norma internacional, como é o caso da ISO 9000 para qualidade e da ISO 14000, para a gestão ambiental, os especialistas da área acreditam que a questão da saúde e segurança terá o mesmo caminho, considerando a série de normas britânicas BS 8800 para sistemas de gestão de segurança e saúde. Diferente das normas de qualidade e ambiental que são certificadoras, as normas de saúde e segurança vêm na forma de guia unificando todo um conteúdo. No Brasil, há diversas empresas que já possuem ou trabalham para obter sistemas integrados que incorporam os requisitos da ISO 9000, ISO 14000 e as diretrizes da BS 8800 (GONÇALVES, 2006).
Para implementação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, também é importante conhecer os níveis de desempenho em relação à Segurança e Saúde no Trabalho que as organizações podem apresentar, visto que o propósito básico do sistema é atuar sobre esse desempenho.Estes sistemas de gestão de podem contribuir para que empresas obtenham um nível de melhoria contínua de desempenho, visto que apresentam mecanismos sistêmicos de melhoria, fundamentando-se em uma atuação pró-ativa.
Segundo o BSI (1996), em 1996 foi criada a norma BS 8800 que tem como objetivo ser uma ferramenta para os administradores, empregados e profissionais envolvidos com a Segurança do Trabalho e outras especialidades terem a sua disposição uma “bússola” para seguir e direcionar suas ações. Dentre os objetivos da norma destacam-se: - Valorização do Capital Humano; - Melhora do rendimento do trabalho; - Garantia do sucesso da organização; - Melhora da imagem da organização frente à sociedade (GONÇALVES, 2006).
Esta norma foi criada com a intenção de proporcionar uma linguagem comum para os sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional, auxiliando as empresas a estabelecer uma plataforma universal para tratar e administrar questões de risco, higiene no trabalho, comportamento e atitudes seguras em relação ao ambiente onde se exercem alguma atividade.
Em 1999, foi criada A Norma Occupational Health and Safety Assessment Series OHSAS 18000 que apresenta os requisitos para um sistema em saúde e segurança ocupacional, permitindo a uma organização controlar seus riscos em saúde e segurança ocupacional e melhorar seu desempenho. Ela não estabelece critérios específicos de desempenho em saúde e segurança ocupacional, nem fornece especificações detalhadas para a concepção de um sistema de gestão. A série de avaliação de saúde e segurança ocupacional OHSAS 18001 foi projetada para ajudar as organizações a formularem políticas e metas de saúde e segurança ocupacional, incluindo a norma 18002, Diretrizes para a implementação da OHSAS 18001.
Os elementos de um sistema de saúde e segurança ocupacional exigem um processo contínuo de revisão e avaliação, dentro do conceito de melhoria contínua, levando em conta o aperfeiçoamento e a minimização de todas as não-conformidades em saúde e segurança.
Segundo Tavares Jr. (2001, apud, BENITE, 2004) nesta avaliação, a identificação de um elemento com alto percentual ou indicador elevado em uma não-conformidade, pode ser usado como indicador de prioridade para eliminar a não-conformidade ou reduzi-la a padrões estabelecidos nas Normas Regulamentadoras.
Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a empresa deve implementar uma política de segurança e saúde no trabalho, autorizada pela alta administração, que claramente estabeleça os objetivos gerais de segurança e saúde e o comprometimento com a melhoria do desempenho em segurança e saúde. Através da implantação desta política, define-se um direcionamento geral para a empresa e as diretrizes de atuação em relação à segurança e saúde do trabalho. Estas diretrizes devem ser compostas por requisitos que efetivamente sejam cumpridos pela empresa e que sejam evidenciados de maneira clara.
A empresa deve fundamentar, com base em sua política os objetivos e os respectivos programas de gestão da segurança e saúde no trabalho. O desdobramento da política e missão da empresa em objetivos quantificados feito sucessivamente ao longo de todos os níveis da organização, de maneira a permitir que cada pessoa saiba exatamente de que forma contribui, faz com que a empresa seja facilmente manobrável, tornando-se mais ágil e dinâmica. 
Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999, apud, ARAUJO, 2006), os programas de gestão de Segurança e Saúde devem ser analisados criticamente em intervalos regulares e planejados. Onde houver necessidade, estes programas devem ser revisados para atender às mudanças nas atividades, produtos, serviços, ou condições operacionais da organização. 
Os objetivos a serem estabelecidos devem ser mensuráveis sempre que possível, a utilização de objetivos não mensuráveis só é recomendada quando a empresa não encontrar formas adequadas para realizar o seu acompanhamento de forma qualitativa. Os objetivos devem ser comunicados de forma eficaz a fim de que as pessoas possam contribuir para atingi-los.
A excessiva produção de resíduos sólidos urbanos se constitui em grave problema de administração territorial nos grandes centros. Por se tratar de um agente poluidor de alto potencial, a sua disposição feita de forma e em áreas inadequadas, provocam por infiltração nos terrenos, a contaminação dos recursos hídricos subterrâneos utilizáveis, cuja explotação contribui significativamente para compor o sistema de abastecimento d’água da população. 
No entendimento de Cassini (2003, p. 79) “Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados: sólido, gasoso e líquido”. 
Ficam incluídos nesta definição tudo o que resta dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou aqueles líquidos que exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis de acordo com a melhor tecnologia disponível.
Atualmente as empresas procuram adotar o sistema de gestão ambiental (SGA), que permite a empresa controlar permanentemente os efeitos ambientais de todo o seu processo de produção, desde a escolha da matéria-prima ate o destino final do produto e dos resíduos, levando-a a operar da forma mais sustentável possível.
Em um mercado globalizado, competitivo, consumidores cada vez mais exigentes e alicerçado por uma legislação comprometida com os anseios sociais futurista a gestão ambiental passaram a ter caráter marcante e decisivo na escolha de produtos. Empresas tecnológica e culturalmente habilitadas no efetivo controle dos seus processos apresentam seus custos reduzidos uma vez que consomem menos matéria-prima e insumos, geram menos subprodutos, reutilizam, reciclam, lucram com seus resíduos e gastam menos com o manejo e controle da poluição e recuperação ambiental. 
As empresas ganham competitividade, por meio da gestão ambiental tanto para a sua sobrevivência no mercado internacional quanto para controlo dos aspectos ambientais, garantindo a sustentabilidade do processo de desenvolvimento e consequentemente, a melhoria da qualidade ambiental e de vida da população.
Devido ao grande volume de lixo produzido pela população em quantidades cada vez maiores, a destinação final adequada de Resíduos Sólidos Urbanos, atualmente, é considerada como um dos principais problemas de qualidade ambiental das áreas urbanas no Brasil. É evidente a necessidade de se promover uma gestão adequada das áreas de disposição de resíduos, no intuito de prevenir ou reduzir os possíveis efeitos negativos ao meio ambiente ou à saúde pública. 
Segundo Milarés (2005) com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados em:
I) Classe I ou perigosos
Esses resíduos são aqueles que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. 
II) Classe II ou não-inertes
São os resíduos que podem apresentar características de ombustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos, 
III) Classe III ou inertes 
Estes resíduos são aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundoa norma NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem nº 8 (Anexo H da NBR 10.004), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor (p. 182). 
De acordo, com Leite e Ayala (2002) as classificações do lixo, obedece a critérios quanto:
I) às características físicas, eles podem ser: a) Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças; b) Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc.
II) à composição química, eles podem ser: a) Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim; b) Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc. 
III) Quanto à origem, eles podem ser:
A origem é o principal elemento para a caracterização dos resíduos sólidos. Segundo este critério, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados em cinco classes, a saber: 
a) Domiciliar: São os resíduos gerados nas atividades diárias em casas, apartamentos, condomínios e demais edificações residenciais, originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos. 
b) Comercial: são os resíduos gerados em estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da atividade ali desenvolvida. Nas atividades de limpeza urbana, os tipos: "doméstico" e "comercial" constituem o chamado "lixo domiciliar", que, junto com o lixo público, representa a maior parcela dos resíduos sólidos produzidos nas cidades. Originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.
O grupo de lixo comercial, assim como o entulho de obras, pode ser dividido em subgrupos chamado de “pequenos geradores" e "grandes geradores". O regulamento de limpeza urbana do município poderá definir precisamente os subgrupos de pequenos e grandes geradores. Pode-se adotar como parâmetro: 
No entendimento de Rocha:
Pequeno Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera até 120 litros de lixo por dia. Grande Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera um volume de resíduos superior a esse limite. Analogamente, pequeno gerador de entulho de obras é a pessoa física ou jurídica que gera até 1.000kg ou 50 sacos de 30 litros por dia, enquanto grande gerador de entulho é aquele que gera um volume diário de resíduos acima disso. Geralmente, o limite estabelecido na definição de pequenos e grandes geradores de lixo deve corresponder à quantidade média de resíduos gerados diariamente em uma residência particular com cinco moradores (2003, p. 211). 
Num sistema de limpeza urbana, ainda acrescenta Rocha que:
É importante que sejam criados os subgrupos de pequenos e grandes geradores, uma vez que a coleta dos resíduos dos grandes geradores pode ser tarifada e, portanto, se transformar em fonte de receita adicional para sustentação econômica do sistema. É importante identificar o grande gerador para que este tenha seu lixo coletado e transportado por empresa particular credenciada pela prefeitura. Esta prática diminui o custo da coleta para o Município em cerca de 10 a 20% (2003, p. 214).
c) Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, etc. 
Estes tipos de resíduos aparecem nos logradouros públicos, em geral resultantes da natureza, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e também aqueles descartados irregular e indevidamente pela população, como entulho, bens considerados inservíveis, papéis, restos de embalagens e alimentos. 
O lixo público está diretamente associado ao aspecto estético da cidade. Portanto, merecerá especial atenção o planejamento das atividades de limpeza de logradouros em cidades turísticas. 
d) Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário. 
e) Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países. 
Estes resíduos são gerados tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de transporte. Os resíduos dos portos e aeroportos são decorrentes do consumo de passageiros em veículos e aeronaves e sua periculosidade está no risco de transmissão de doenças já erradicadas no país. A transmissão também pode se dar através de cargas eventualmente contaminadas, tais como animais, carnes e plantas.
f) Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc. São os resíduos gerados pelas atividades industriais. São resíduos muito variados que apresentam características diversificadas, pois estas dependem do tipo de produto manufaturado. Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adota-se a NBR 10.004 da ABNT para se classificar os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II (Não-Inertes) e Classe III (Inertes).
O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento. 
g) Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicos adequados. São assim considerados os resíduos que emitem radiações acima dos limites permitidos pelas normas ambientais. No Brasil, o manuseio, acondicionamento e disposição final do lixo radioativo está a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
h) Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial. Este resíduo é formado basicamente pelos restos de embalagens impregnados com pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são perigosos. Portanto o manuseio destes resíduos segue as mesmas rotinas e se utiliza os mesmos recipientes e processos empregados para os resíduos industriais Classe I. A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos nos vazadouros das municipalidades, ou que sejam queimados nas fazendas e sítiosmais afastados, gerando gases tóxicos.
i) Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento. 
Ainda, de acordo com Rocha:
São considerados como, lixo domiciliar especial o grupo que compreende os entulhos de obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus. Observe que os entulhos de obra, também conhecidos como resíduos da construção civil, só estão enquadrados nesta categoria por causa da grande quantidade de sua geração e pela importância que sua recuperação e reciclagem vem assumindo no cenário nacional (2003, p. 215). 
A indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais. Além disso, a construção civil também é a indústria que mais gera resíduos. No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na execução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos proveniente de novas edificações encontra-se abaixo de 100kg/m, no Brasil este índice gira em torno de 300kg/m edificado. 
As pilhas e baterias têm como princípio básico converter energia química em energia elétrica utilizando um metal como combustível. Apresentando-se sob várias formas (cilíndricas, retangulares, botões), podem conter um ou mais dos seguintes metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni),prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn) e seus compostos.
As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem características de corrosividade, reatividade e toxicidade e são classificadas como "Resíduos Perigosos - Classe I". As substâncias contendo cádmio, chumbo, mercúrio, prata e níquel causam impactos negativos sobre o meio ambiente e, em especial, sobre o homem. 
Outras substâncias presentes nas pilhas e baterias, como o zinco, o manganês e o lítio, embora não estejam limitadas pela NBR 10.004, também causam problemas ao meio ambiente, como por exemplo: potencia poluidora em elementos químicos utilizados em pilhas e baterias. Já existem no mercado pilhas e baterias fabricadas com elementos não tóxicos, que podem ser descartadas, sem problemas, juntamente com o lixo domiciliar.
Os principais usos das pilhas e baterias são: funcionamento de aparelhos eletroeletrônicos; partida de veículos automotores e máquinas em geral; telecomunicações; telefones celulares; usinas elétricas; sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme e segurança; movimentação de carros elétricos; aplicações específicas de caráter científico, médico ou militar.
Em relação, as lâmpadas fluorescentes, pode-se dizer que o pó que se torna luminoso encontrado no interior das lâmpadas< fluorescentes contém mercúrio. Isso não está restrito apenas às lâmpadas fluorescentes comuns de forma tubular, mas encontra-se também nas lâmpadas fluorescentes compactas. 
As lâmpadas fluorescentes liberam mercúrio quando são quebradas, queimadas ou enterradas em aterros sanitários, o que as transforma em resíduos perigosos Classe I, uma vez que o mercúrio é tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou ingerido, pode causar uma enorme variedade de problemas fisiológicos. Uma vez lançado ao meio ambiente, o mercúrio sofre uma "bioacumulação", isto é, ele tem suas concentrações aumentadas nos tecidos dos peixes, tornando-os menos saudáveis. Por todas estas razões, o descarte de pneus é hoje um problema ambiental grave ainda sem uma destinação realmente eficaz.
A acumulação do mercúrio nos tecidos também pode contaminar outras espécies selvagens, como marrecos, aves aquáticas e outros animais. São muitos os problemas ambientais gerados pela destinação inadequada dos pneus. Se deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os pneus acumulam água, servindo como local para a proliferação de mosquitos. 
Se encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam espaços "ocos" na massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro. Se destinados em unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes quantidades de material particulado e gases tóxicos, necessitando de um sistema de tratamento dos gases extremamente eficiente e caro. 
A busca de soluções tem envolvido, sobretudo, a recuperação técnica, social e ambiental de áreas de depósitos de Resíduos Sólidos Urbanos inadequadas. Metodologias de recuperação de lixões e aterros são desenvolvidas devido à necessidade de implantação de mecanismos de inertização da massa de lixo objetivando o fechamento do lixão e/ou aterro ou o prolongamento da vida útil dos mesmos. 
Antes de se projetar o aterro, são feitos estudos geológico e topográfico para selecionar a área a ser destinada para sua instalação não comprometa o meio ambiente. É feita, inicialmente, impermeabilização do solo através de combinação de argila e lona plástica para evitar infiltração dos líquidos percolados, no solo. Os líquidos percolados são captados (drenados) através de tubulações e escoados para lagoa de tratamento. 
Quando realizada a análise da situação atual brasileira no que se refere a destinação final de resíduos urbanos, e identificadas as perspectivas futuras do referido setor, nota-se que a recuperação de áreas degradadas por disposição de lixo é uma atividade que tem sido cada vez mais empregada no Brasil, apesar de pouco discutida. O assunto pesquisado focaliza a importância dos tratamentos físicos, biológicos e químicos no processo de recuperação do meio ambiente físico, e salienta a necessidade de considerar com seriedade os aspectos sociais e políticos da recuperação e re-inserção da área recuperada na vida social da comunidade afetada. 
A técnica de aterros sanitários para disposição de resíduos sólidos é a mais difundida e aceita em todo o mundo. Os mecanismos de decomposição da matéria orgânica, a influência da composição no comportamento da massa de lixo, a eficiência na atenuação de sua carga contaminante, tipos de tratamento e os riscos ambientais são aspectos relevantes que não estão ainda completamente diagnosticados.
1.1 A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS
Os diplomas legais que visam proteger o meio ambiente no mundo tiveram impulso após a década de 70. No Brasil, isto se deu somente na década de 80. As discussões acerca dos problemas causados ao meio ambiente global, devidos ao modelo de desenvolvimento capitalista, motivaram as discussões em torno do tema, principalmente, pela percepção de uma série de situações catastróficas, como o surgimento de um buraco na camada de ozônio (PIRES, 2010). 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê que Estados, Municípios e a União façam planos, com diagnóstico da situação atual, proposição de cenários e estabelecimento de metas e programas. Os resíduos sólidos produzidos como resultado das atividades humanas também foram percebidos como um grande risco para a manutenção da qualidade ambiental do planeta, uma vez que se observou, além do aumento na produção dos resíduos, também um risco potencial de contaminação por resíduos perigosos (MASSUKADO & ZANTA, 2010).
No Brasil, um marco importante na temática legal sobre meio ambiente ocorreu na década de 80 quando foi criada a Lei nº 6.938 de 1981, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente, criando o CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente e o SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente. O CONAMA, nesta política, teve e tem um papel muito importante, principalmente, porque tem o poder de criar resoluções. E é neste Conselho que têm sido criadas diversas resoluções que tratam de resíduos sólidos (FIORILLO, 2005). 
Em um sentido amplo, já existem diversos instrumentos legais de proteção ao meio ambiente para evitar e remediar danos que possam ser causados por resíduos sólidos. O presidente da República sancionou uma nova lei que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A legislação define obrigações de governos, empresários e cidadãos quanto ao destino correto do lixo e dos materiais recicláveis.A partir de agora os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes terão de investir em maquinários para colocar no mercado produtos recicláveis e que provoquem o menor impacto ao meio ambiente possível. A lei, que tem previsão de começar a vigorar em 90 dias, prevê a elaboração de um Plano Nacional de Resíduos Sólidos que será coordenado e fiscalizado pelo Ministério do Meio Ambiente. O plano objetiva a elaboração de uma planilha de dados nacional sobre os resíduos gerados diariamente para, em um segundo momento, serem definidas metas para diminuir a geração dos materiais que causam danos irreversíveis ao ecossistema. 
A lei é um avanço na questão da preservação ambiental, mas ela exigirá a conscientização, principalmente dos empresários, que produzem diariamente estes resíduos e não oferecem opções de destino final para os consumidores.
A quantidade de resíduos sólidos gerada pela atividade humana aliada a diminuição de locais adequados para a disposição final tem se apresentado como um dos grandes desafios a serem enfrentados não só pelas administrações municipais, como também, por toda a comunidade geradora de resíduos.
Até recentemente acreditava-se que os impactos provenientes das atividades humanas tinham repercussão somente no âmbito local, e em alguns casos no regional, e que estes problemas poderiam ser facilmente resolvidos. Entretanto, hoje, caminha-se para a visão de que a ação antrópica pode ser tão extensa e complexa que é capaz de gerar uma série de eventos não planejados e, portanto, difíceis de serem administrados (MASSUKADO & ZANTA, 2010).
Uma vez gerado, o resíduo sólido demanda por soluções adequadas de forma a alterar o mínimo possível o meio ambiente e todos os elementos que fazem parte dele. Sabe-se, porém, que o manejo dos resíduos sólidos é uma tarefa complexa em virtude da quantidade e heterogeneidade de seus componentes, do crescente desenvolvimento das áreas urbanas, das limitações dos recursos humanos, financeiros e econômicos disponíveis e da falta de políticas públicas que regulem as atividades deste setor (MASSUKADO & ZANTA, 2010).
A Política Nacional, de acordo com Paulo Affonso Leme Machado:
Está sendo intensamente debatida por inúmeros setores sociais interessados na implementação de uma legislação que não apenas regule o funcionamento desta área, mas principalmente institua leis que resultem em mudanças na situação dos resíduos sólidos em nível federal, estadual e municipal. Portanto, está em questão a regulamentação de sistemas de tratamento de todos os resíduos gerados e, também, a instituição de responsabilidades bem definidas, segundo os tipos de resíduos. Existem resíduos comuns, aqueles considerados como especiais: industriais e de mineração, de serviços de saúde, rurais, de transportes, radioativos, de construção civil, do comércio e de serviços, tecnológicos, pneumáticos, de explosivos e armamentos, de embalagem (2007, p. 245).
Este é um ponto chave que envolve mudanças em toda cadeia produtiva, tendo em vista a busca de um novo paradigma o da sustentabilidade ambiental. A responsabilização das indústrias envolve desde o processo de produção de bens e serviços até o pós-consumo, o que deverá levar à revisão de processos produtivos com vistas à redução da geração de resíduos. Esta abordagem requer do setor produtivo uma redefinição e uma nova postura quanto às matérias-primas utilizadas e quanto ao perfil de produtos oferecidos no mercado. 
De acordo com o entendimento de Motta:
A gestão integrada dos resíduos sólidos no Brasil, apresenta indicadores que mostram um baixo desempenho dos serviços de coleta e, principalmente, na disposição final do lixo urbano. Adicionalmente, os gastos necessários para melhorar este cenário são expressivos e enfrentam problemas institucionais e de jurisdição de competência do poder público (1995, p. 134).
Estas ações isoladas encontradas no modelo atual de gestão dos resíduos sólidos domiciliares constituem uma visão mecanicista, reducionista ou analítica da questão. A fragmentação das partes resulta num afastamento e isolamento do todo, subestimando desta forma sua importância (MASSUKADO & ZANTA, 2010).
A proposta que está sendo defendida em âmbito mundial e em diversos fóruns e redes sociais no país aponta para a não produção de novos materiais e produtos que exijam tecnologias novas de fabricação e de reciclagem, visto que os dois processos exigem aportes de matérias-primas e energia cada vez maiores. Outra via para a redução é estimular a produção de bens com alta durabilidade e integralmente recicláveis (MASSUKADO & ZANTA, 2010). 
O princípio da redução precede o da reutilização e o da reciclagem e acima de tudo prescinde da incineração de materiais. Este último método de tratamento consiste na queima dos resíduos, seja como forma de destino final, seja como forma de recuperação energética. Cabe lembrar que no processo de incineração, os resíduos não desaparecem, apenas são transformados em cinzas, líquidos e gases contaminantes (PIRES, 2010). 
Segundo, argumentação de Antunes:
No Brasil, 60% da composição dos resíduos é matéria orgânica. Para obter-se energia a partir da queima de resíduos, é preciso injetar mais combustível, devido à expressiva presença de resíduos orgânicos (misturados aos inorgânicos), elevando os custos da incineração. Além disso, quanto mais energia se quer recuperar, menor será a velocidade de resfriamento da queima, o que implica num aumento da quantidade de compostos tóxicos formados como organoclorados (furanos e dioxinas), causadores de câncer e outros graves danos à saúde humana. Outro argumento para que não se permita a instalação de incineradores, em lei são seus altos custos. As plantas destes equipamentos requerem investimentos entre US$ 1 milhão e 700 milhões (2005, p. 237). 
Um volume de recursos deste porte termina por “obrigar” a continuidade no funcionamento do incinerador como justificativa de não perder os investimentos feitos, mesmo que o equipamento traga problemas ambientais e de saúde. Trata, assim, de instituir-se leis que não induzam apenas à diminuição do volume de resíduos gerados, mas à redução da quantidade (massa) produzida, pois está em questão contemplar uma transformação mais ampla e conseqüente com patamares sustentáveis de produção e consumo. 
A quantidade de resíduos sólidos gerados por habitante não é uniforme, dependendo de vários fatores, que são (FIORILLO, 2005, p. 166): 
a) Poder aquisitivo: nos municípios ou bairros onde o poder aquisitivo (e o padrão de consumo) é mais elevado, os resíduos sólidos tendem a ser muito mais abundantes e diversificados do que nos municípios ou bairros de menor poder aquisitivo. 
b) Hábitos e costumes: de acordo com padrões regionais pode haver grandes variações dos tipos de produtos consumidos pela população. Exemplo: no meio urbano há maior produção de resíduos de embalagens e papel em geral. No meio rural e nas pequenas cidades, é maior a produção de resíduos orgânicos.
c) Condições climáticas: o clima pode influenciar a produção de resíduos tanto regionalmente quanto sazonalmente. Exemplo: nas regiões de clima mais quente e no verão, em particular, há maior consumo de frutas e, por conseguinte aumenta o volume de resíduos orgânicos.
d) Variação sazonal: em municípios turísticos, como no Rio de Janeiro, em Florianópolis e Salvador, por exemplo, há uma maior produção de resíduos sólidos nas épocas consideradas de alta temporada, geralmente durante o verão, quando também coincidem as férias escolares no Brasil.
As características dos resíduos podem variar muito em função de aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades. Esta tendência inclui variações de produção de resíduos de matéria orgânica e os de produtos industrializados de acordo com o perfil de consumo de cada cidade ou país (MASSUKADO & ZANTA,

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