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Teorias pedagógicas da Educação Física
Professora: Flaviana Alves Toledo
Grupo: Ariane, Leonardo, Ludimila, Magda, Mateus e Pedro.
Teoria Crítico-superadora.
Em busca de questionamentos acerca da realidade em que vivemos, temos que ter um olhar crítico de nossa educação. Em relação à Educação Física, nota-se que ainda vem procurando seu espaço na escola. Fala-se muito que esta área de conhecimento não tem objetivos concretos, que é só um momento de recreação durante as outras disciplinas. Nesta discussão “Santin” procura analisar estas questões da seguinte forma:
    Em primeiro lugar, precisa-se salientar que, com a predominância das ciências naturais e exatas, o eixo sobre qual gira a escola passa das matérias humanísticas para as disciplinas ditas profissionalizantes. Já não se ensinam línguas, História, Filosofia, etc., mas se reduz tudo ao ensino da matemática, física, química e biologia. As universidades operam dentro de suas atribuições à mesma inversão. Os alunos já sabem que precisam de ciências e não de poesia. Pouco adianta, dizem, saber arte, português, literatura, história ou música; o importante é saber aritmética, álgebra, geometria, física e química. É isto que o vestibular exige. E dentro deste novo quadro, onde se situa a Educação Física? Onde está o espaço que lhe é reservado? 
    Para debater sobre estes questionamentos se faz necessário entender a Educação Física em uma perspectiva crítica. A Educação Física pode ser entendida como uma disciplina que trata, pedagogicamente, na escola, do conhecimento de uma área denominada aqui de cultura corporal. Neste sentido de uma concepção de Educação Física como cultura corporal, deve-se não apenas satisfazer um discurso pedagógico, mas sim promover a prática da teoria e poder teorizar a prática.
   
 A cultura corporal assim definida esta:
    Configurada com temas ou formas de atividades, particularmente corporais, nomeados: jogo, esporte, ginástica, dança ou outras, que constituirão seu conteúdo. [...] O homem se apropria da cultura corporal dispondo sua intencionalidade para o lúdico, artístico, o agonístico, o estético ou outros, que serão representações, ideias, conceitos produzidos pela consciência social e que chamaremos de “significações objetivas”.
    Tratadas nestes significados objetivos podem considerar segundo o coletivo de autores que a cultura corporal na escola, expressa um sentido/significado onde se interpenetram, dialeticamente, a intencionalidade/objetivos do homem e as intenções /objetos da sociedade.
    Ainda neste pensamento podemos destacar que o objeto da Educação Física “[...] está relacionada com a função ou com o papel social a ela atribuído e que define, em largos traços, o tipo de conhecimento buscado para sua fundamentação” (BRACHT, 2003 p. 43).
    Nessa visão de uma Educação Física transformadora é que a concepção de ensino crítico superadora se embasa: no discurso da justiça social, no contexto da sua prática. Busca levantar questões de poder, interesse e contestação; faz uma leitura dos dados da realidade à luz da crítica social dos conteúdos. Ela pode ser tida como uma reflexão pedagógica e desempenha um papel político-pedagógico, pois encaminha propostas de intervenção e possibilita reflexões sobre a realidade dos homens. Tratar desse sentido/significado abrange a compreensão das relações de interdependência que jogo, esporte, ginástica e dança, ou outros temas que venham compor um programa de Educação Física, têm com os grandes problemas sócio-políticos atuais como: ecologia, papéis sexuais, saúde publica, relações sociais do trabalho, preconceitos sociais, raciais, da deficiência, da velhice, distribuição do solo urbano, distribuição de renda e outros.
    Ao elaborar esta abordagem, o que se ressalta é buscar entender com profundidade o ensinar, onde não significa apenas transferir ou repetir conhecimentos, mas criar as possibilidades de sua produção crítica, sobre a assimilação destes conhecimentos, valorizando a questão da contextualização dos fatos, do resgate histórico e, a viabilização da leitura da realidade estabelecendo laços concretos com projetos políticos de mudanças sociais.
    Dessa forma podemos citar aqui Freire (1996 p.33) ao falar que ensinar exige respeito aos saberes dos educandos: Por isso neste sentido coloca-se o professor ou, mais amplamente, a escola, no dever de não só respeitar os saberes com os educandos, sobretudo os das classes populares.
    Refletindo sobre esta abordagem nota-se que nas aulas de Educação Física decorre momentos de debates sobre a identidade dos movimentos, das danças, lutas, jogos, entre outros. Assim é positivo discutir com os educandos como surgiram essas manifestações que fazem parte do dia-dia escolar e da vida dos sujeitos.
Características
Uma das características presentes dessa abordagem é sua clara tendência a favor dos interesses das camadas populares da população brasileira, observando-se que nosso país é composto por uma sociedade estratificada em classes sociais com interesses claramente antagônicos. Opõe-se veementemente ao pensamento tradicional antes dominante na Educação Física que mantinha como objeto de estudo o desenvolvimento da aptidão física do ser humano. Confirmando essas proposições, afirma o Coletivo de Autores:
[...] a expectativa da Educação Física escolar, que tem como objeto a reflexão sobre a cultura corporal, contribui para a afirmação dos interesses de classe das camadas populares, na medida em que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade substituindo individualismo dos movimentos - a emancipação -, negando a dominação e submissão do homem pelo homem [...]. 
Segundo a perspectiva Crítico-Superadora a reflexão pedagógica concernente aos conhecimentos da Educação Física possui algumas características específicas: é diagnóstica, judicativa e teleológica. Sobre isso Finck, afirma: [...] diagnóstica, porque remete à constatação e leitura de dados da realidade, os quais necessitam de interpretação, isto é, de um julgamento sobre eles. Aquele que os interpreta, sendo um sujeito pensante, emite um juízo de valor que depende da perspectiva da classe de quem julga porque os valores são diferenciados nos contornos de uma sociedade formada por classes sociais distintas [...].
Segundo o Coletivo de Autores (1992, p. 25) “a reflexão pedagógica é judicativa, por que julga a partir de uma ética que representa os interesses de classe de determinada classe social”. Conforme os mesmos autores, a reflexão pedagógica:
[...] é também teleológica, porque determina um alvo aonde se quer chegar, busca uma direção. Essa direção, dependendo da perspectiva de classe de quem reflete, poderá ser conservadora ou transformadora dos dados da realidade diagnosticados e julgados [...].
Esta reflexão pedagógica deve ser compreendida como sendo um projeto político pedagógico. Político porque encaminha propostas de intervenção em determinada direção e pedagógico no sentido de que possibilita uma reflexão sobre a ação dos homens na realidade, explicitando suas determinações. 
“a avaliação do processo ensino-aprendizagem é muito mais do que simplesmente aplicar testes, levantar medidas, selecionar e classificar alunos.” (Coletivo de Autores, 1992 p. 98).
Essa afirmação nos mostra uma crítica ao pensamento reducionista que trata os processos avaliativos em Educação Física como simples atos de medir, comparar, classificar e selecionar alunos, atos estes, em sua maioria, desprovidos de reflexão. A avaliação não deve se reduzir a simples análise sobre as atividades, esportivas e motoras, bem como a gestos técnicos e táticos. 
Referências
BRACHT, V. Educação Física e ciência: cenas de um casamento (in) feliz. 2° ed. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2003.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
FREIRE Paulo. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: Saberes necessários à prática pedagógica. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
SANTIN, Silvino. Educação Física: uma abordagem filosóficada Corporeidade. 2. Ed. Ijuí: Unijuí, 2003.

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