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Plano de Aula: O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as 
teorias sociológicas clássicas: Sociologia Francesa e Sociologia Alemã 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as teorias sociológicas clássicas: Sociologia 
Francesa e Sociologia Alemã 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
Iluminismo, Revolução Francesa e Revolução Industrial. Neocolonialismo e 
darwinismo social. 
Objetivos 
Descrever o contexto histórico da formação do Estado burguês, 
Estudar a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, com vistas a perceber sua importância para a 
formação do mundo moderno. 
Compreender o contexto histórico do surgimento das primeiras análises sociológicas, em especial o 
darwinismo social. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, leia o Capítulo 3 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 49 até a 75. 
 1- O Ilminismo: a base filosófica da criação do Estado burguês 
Com o surgimento do Iluminismo, no século XVIII, a sociedade passa a ser cada vez mais abordada como 
uma problemática maior para os adeptos da "filosofia das luzes". A partir daí, estabelece-se importante 
discussão para a compreensão da vida em sociedade: a passagem do estado de natureza para o contrato 
social. 
Segundo Marilena Chauí, em Convite à Filosofia (ver bibliografia), o conceito de estado de natureza tem a 
função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente. Duas foram as 
principais concepções do estado de natureza: 
A concepção de Hobbes (no século XVII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem 
isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lob o do homem". 
Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem 
uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas 
atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém m ais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras 
cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é 
a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar. 
Na concepção de Rousseau (no século XVIII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos 
vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e 
comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de 
felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando 
alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá 
origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de 
todos contra todos. 
O estado de natureza de Hobbes e o estado de sociedade de Rousseau evidenciam uma percepção do 
social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para fazer cessar esse 
estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado 
Civil, criando o poder político e as leis. A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por 
meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de 
bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro ? o soberano ? o poder para criar e 
aplicar as leis, tornando-se autoridade política. O contrato social funda a soberania. 
Outro autor importante para a formação do pensamento burguês foi John Locke, pioneiro do pensamento 
político liberal. 
Para esse autor, o Estado existe a partir do contrato social. Tem as funções que Hobbes lhe atribui, mas 
sua principal finalidade é garantir o direito natural da propriedade. 
Dessa maneira, a burguesia se vê inteiramente legitimada perante a realeza e a nobreza e, mais do que 
isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês acredita que é proprietário graças ao seu 
próprio trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade. 
O burguês não se reconhece apenas como superior social e moralmente aos nobres, mas também como 
superior aos pobres. De fato, se Deus fez todos os homens iguais, se a todos deu a missão de trabalhar e 
a todos concedeu o direito à propriedade privada, então, os pobres, isto é, os trabalhadores que não 
conseguem se tornar proprietários privados, são culpados por sua condição inferior. São pobres, não são 
proprietários e são obrigados a trabalhar para outros seja porque são perdulários, gastando o salário em 
vez de acumulá-lo para adquirir propriedades, seja porque são preguiçosos e não trabalham o suficiente 
para conseguir uma propriedade. 
2 - As revoluções burguesas 
Foi neste contexto que a Europa viu acontecer muitas e importantes mudanças no cenário político, 
econômico e social, como as revoluções Francesa e Industrial. 
Essas revoluções formaram, assim, a base do Estado moderno. Por isso, o que se chama normalmente 
de revolução burguesa é o processo pelo qual o sistema capitalista passou a dominar a vida humana. 
Burguesia é a classe social surgida no mundo feudal da Idade Média europeia. Originalmente, são os 
artesãos de diversos ofícios e os comerciantes que se concentram em locais que virão a serem as 
cidades medievais. A palavra burguês significa homem do burgo, isto é, da cidade medieval. Era, pois, 
uma classe citadina que se formava e que trazia um modo de produção diferente, baseado na exploração 
do trabalho como fonte de riqueza. É interessante observar que a palavra alemã Bürger, homem do 
burgo, da cidade, pode significar burguês ou cidadão. O Código Civil alemão, tão importante para os 
estudos jurídicos, chama-se, em alemão, Bürgergeseztbuch, livro de leis do cidadão. 
A revolução burguesa é um processo europeu que se estendeu pelo mundo inteiro. Embora países como 
a Holanda e Portugal tenham vivenciado o capitalismo mercantil antes, Inglaterra e, depois, França 
mergulharam nessa sucessão de transformações sociais que marcaram a transformação radical da vida 
social humana. 
2.1- A Revolução Francesa 
Esse movimento revolucionário é adotado como uma referência histórica da revolução burguesa, que se 
processava pelo mundo ocidental. 
A França do final do século XVII vivia sob o regime da Monarquia Absolutista. Em 5 de maio de 1789 o rei 
Luís XVI inaugura os Estados Gerais, em Versailles (símbolo do poder real). Os três estados eram as 
representações dos estratos que compunham a sociedade, o primeiro deles a nobreza, o segundo, o clero 
e o terceiro o povo. Neste último estavam incluídos a burguesia urbana, os artesãos, os camponeses, 
todos, enfim, que não cabiam entre os outros dois estados. 
A burguesia era a classe social hegemônica no terceiro estado. O povo pobre de Paris era conhecido 
como os sans-culottes. Tinham este nome porque não usavam os culotes, calças até pouco abaixo dos 
joelhos, vestimenta característica dos pertencentes aos estratos mais abastados. Eram, antes de tudo, 
igualitários, mas não eram hostis à propriedade. Seu ideal era uma sociedade de pequenos produtores e 
de pequenos proprietários livres. 
Em maio de 1789 o rei Luís XVI, pressionado pelas reivindicações da classe burguesa emergente e 
pelos sans-cullotes, convocou a Assembleia dos Estados Gerais, o Parlamento Francês, dominado pelo 
monarca absoluto, para discutir a grave crise econômica que se instalara. Nessa assembleia, a burguesia 
e s sans-cullotes decidiram romper com o Rei. Em episódio conhecido, invadiram a prisão política da 
Bastilha, que simbolizava o poder do Estado, 
O Rei foi preso e condenado à morte, pondo fim ao Antigo Regime. A Revolução Francesa e os 
processos sociais ligados a ela permitiram que a humanidade olhassea sociedade como objeto da 
ciência. 
2.2 Revolução Industrial e Neocolonialismo 
O século XIX foi marcado pela Revolução Industrial e pelo Neocolonialismo, cujas consequências se 
projetaram para os séculos XX e XXI. 
No plano político e econômico o termo revolução é usado para expressar um movimento de 
transformação que, na visão dos seus protagonistas, traz transformações significativas, positivas e 
benéficas para a sociedade. 
De fato, as revoluções trazem grandes transformações e com a revolução industrial não poderia ter sido 
diferente. Tais transformações já se fizeram presentes na transição do feudalismo para o capitalismo. 
Um filme que retrata bem a revolução é ?Tempos Modernos?, de Charles Chaplin, de 1936. Nele, 
Chaplin é um funcionário de uma grande fábrica na Europa, e fica tão alienado por causa do ritmo de 
trabalho, que acaba despedido. Depois, para não morrer de fome, rouba comida, juntamente com uma 
menina de rua. É preso várias vezes, até por ser confundido com um manifestante em uma greve na 
empresa onde trabalhava. O filme mostrou de forma humorística como os trabalhadores eram tratados. 
Exageros em razão da comédia, o capitalismo chegou até a proporcionar máquinas que alimentem 
automaticamente o funcionário, para que ele não parasse de produzir. 
O desenvolvimento industrial se fez acompanhar pelo desenvolvimento científico, que por sua vez 
impulsionou ainda mais a indústria em função de descobertas e invenções. Nos centros urbanos 
europeus respirava-se desenvolvimento e acreditava-se que a tecnologia e a máquina resolveriam todos 
os problemas do homem. A indústria cresceu e com esse crescimento vieram as crises de produção 
porque a superprodução não era acompanhada pelo consumo. A solução para a crise de consumo foi 
encontrada no neocolonialismo, ou imperialismo do século XIX. 
Diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, o neocolonialismo representou nova etapa do 
capitalismo, do momento em que as nações europeias saíram em busca de matérias-primas para 
sustentar as indústrias, de mercados consumidores para os produtos europeus e de mão-de-obra barata. 
Esse colonialismo se direcionou para a África e a Ásia, que foi partilhada entre as nações europeias. A 
América escapou desse colonialismo porque se tornara independente pouco antes. Porém, se não foi 
dominada politicamente pela Europa e pelos EUA, o foi economicamente, pois dependia dos banqueiros e 
do capital industrial europeu. Naquela época, por exemplo, grupos franceses e ingleses iniciaram a 
exploração da borracha na região amazônica porque era mais barato produzir aqui e exportar para a 
Europa e para os EUA: afinal, aqui se encontrava a matéria-prima, a mão-de-obra barata e o 
favorecimento governamental. 
A África e a Ásia foram o cenário onde atuou uma infinidade de cientistas e religiosos que assumiram o 
fardo do homem branco. Na Índia, por exemplo, qualquer membro da raça branca era tido como membro 
da classe dos amos e senhores, respeitado e reverenciado. Situações semelhantes fizeram o fundador da 
República do Quênia, na segunda metade do século XX, referir-se assim à dominação imperialista: 
"Quando os brancos chegaram, nós tínhamos as terras e eles a Bíblia; depois eles nos ensinaram a rezar; 
quando abrimos os olhos, nós tínhamos a Bíblia e eles as terras". 
Todas as tentativas de reação por parte das nações dominadas pelos impérios europeus foram 
enfrentadas com o uso das armas por parte das nações européias. 
Nem a China ficou de fora da corrida imperialista: foi dominada economicamente e teve territórios 
ocupados pelos japoneses. 
Foi neste cenário de expansão imperialista que surgem inéditas tenta tivas de explicação da realidade 
social. A primeira delas, como vermos a seguir, foi o chamado darwinismo social. 
 
3- O darwinismo social 
Foi também nessa época que se desenvolveu a teoria de Charles Darwin sobre a evolução e adaptação 
das espécies. 
Darwin foi um naturalista britânico que alcançou destaque no meio acadêmico ao desenvolver a teoria da 
evolução da vida na Terra. Em seu livro publicado em 1859, A Origem das Espécies ele introduziu a ideia 
de evolução a partir de um processo aleatório de seleção natural. Este princípio se tornaria a explicação 
científica dominante para a diversidade das espécies no mundo natural. 
Nesta obra, em consonância com o espírito da época, Darwin defendeu a noção de variação gradual dos 
seres vivos graças ao acúmulo de modificações pequenas, sucessivas e favoráveis, e não por 
modificações extraordinárias, surgidas repentinamente. Nessa obra Darwin apresentou o núcleo da sua 
concepção evolutiva: a seleção natural, ou a persistência do mais capaz; com o passar dos século s, a 
seleção natural eliminaria as espécies antigas e produziria novas espécies. 
 Logo as teses de Darwin estavam sendo discutidas em todo o meio científico e o próprio liberalismo 
econômico adotou o pressuposto da competição. Ao defender a propriedade pri vada, o liberalismo postula 
que todo homem compete em igualdade no acesso à propriedade privada. Aquele que não a conquista, 
não o faz porque é vicioso ou preguiçoso. É claro que essa tese, presente em nossas mentes até hoje, 
interessava e interessa à manutenção do domínio da classe burguesa. 
 Se o liberalismo apropriou-se do conceito de competição, de Charles Darwin, não foi o único. Logo surgiu 
o Darwinismo Social. 
O filósofo inglês Herbert Spencer foi o principal representante dessa corrente nas ciênci as humanas. Ele 
especulava sobre a existência de regras evolucionistas na natureza antes de seu compatriota, o 
naturalista Charles Darwin, que foi o autor da teoria da evolução das espécies. É dele a expressão 
"sobrevivência do mais apto", muitas vezes atribuída a Darwin. Os princípios do darwinismo social foram 
construídos a partir da obra de Spencer. 
Segundo o Darwinismo Social, as sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos. As 
transformações nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, onde 
o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e complexo. Se na natureza a competição gera a 
sobrevivência do mais forte, também na sociedade favorece a sobrevivência de sociedades e indivíduos 
mais fortes e evoluídos. As expressões: "luta pela existência" e "sobrevivência do mais capaz", tomadas 
de Darwin, apoiaram o individualismo liberal e justificaram o lugar ocupado pelos bem sucedidos nos 
negócios. Por outro lado, as sociedades foram divididas em raças superiores e inferiores, cabendo aos 
mais fortes dominar os mais fracos e, consequentemente, aos mais desenvolvidos levar o 
desenvolvimento aos não desenvolvidos. A civilização deveria ser levada a todos os homens. É claro que 
o Darwinismo Social serviu para justificar a ação imperialista das nações europeias. 
Foi nesse cenário de constantes conflitos sociais, políticos, econômicos e religiosos, cenário marcado 
pela industrialização e pelo cientificismo, que nasceu a Sociologia 
Aplicação Prática Teórica 
Questão discursiva: 
"Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa chance de que ele exista. Se ele realmente 
existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e 
fazer o melhor possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, 
procurar a raça que Deus escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. 
Inquestionavelmente, é a raça branca? Devotarei o restante de minha vida ao propósito de Deus e a 
ajudá-lo a tornar o mundo inglês." (Cecil Rhodes, colonizador britânico). 
O texto acima evidencia uma forma de pensamento e uma visão de mundo dos europeus típica do século 
XIX. Indaga-se: 
(i) Como eram vistas as sociedades não europeias com as quais os europeus entraram em contato a 
partir do neocolonialismo no século XIX? Justifique sua resposta. 
(ii)Qual a forma de pensamento embasava essa visão, e que papel esse tipo de pensamento exerceu no 
contexto em que foi utilizado? 
Questão de múltipla escolha: (Adaptada de Unicentro 2012) 
Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história da humanidade, aquelas que 
aconteceram no século XVIII e que se estenderam no século XIX só foram superadas pelas grandes 
transformações do final do século XX. As mudanças provocadas pela revolução científico-tecnológica, 
que denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a organização social, alterando -a por 
completo, criando novas formas de organização e causando modificações culturais duradouras, que 
perduram até os dias atuais. ( DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia. São Paulo: Persons Prentice Hall, 
2004). Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na modernidade, é correto afirmar: 
A) A intensificação da economia agrária em larga escala nas metrópoles gerou o êxodo para o campo. 
B) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvimento levaram ao crescimento das cidades rurais. 
C) O aumento do trabalho humano nas fábricas ocasionou a diminuição da divisão do trabalho. 
D) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudo que fez surgir as ciências sociais. 
E) A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os novos problemas sociais

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