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Resistência dos Materiais Flexão Flexão 2 Antes da determinação das tensões normais que se instalam nos pontos das seções transversais de uma barra, como efeito dos esforços externos, convém classificar os tipos de flexão que podem ocorrer. Vamos considerar a viga da figura, solicitada pelas cargas P e 1,25 P, sendo esta última inclinada em relação ao eixo da viga em um ângulo a. O plano vertical, que contém as cargas contém, também, o eixo baricêntrico da viga. cos a = 0,6 sen a = 0,8 Os gráficos representam os esforços: força normal, força cortante e momento fletor. Tipos de Flexão 3 Quando em um elemento só atua momento fletor, nas diversas seções transversais, diz-se que a solicitação é de flexão pura (trecho BC). Diz-se que há flexão simples quando as seções da viga são solicitadas, simultaneamente, por momento fletor e força cortante (trecho CD, por exemplo). Quando além do momento fletor há força normal atuando na barra diz-se que há flexão composta como acontece com o trecho AB. Tipos de Flexão 4 Se o eixo que contém a força normal coincide com o eixo baricêntrico da barra a flexão pode ser chamada de flexo-compressão centrada ou flexo-tração centrada. Se não ocorrer a condição acima diz-se que há flexo-compressão excêntrica ou flexo-tração excêntrica. Flexão oblíqua simples ocorre quando o plano que contém as cargas não é paralelo a nenhum dos eixos principais de inércia e as seções da viga são solicitadas, simultaneamente, por momento fletor e força cortante. Flexão oblíqua composta ocorre quando o plano que contém as cargas não é paralelo a nenhum dos eixos principais de inércia e as seções da viga são solicitadas, simultaneamente, por momento fletor e força normal. Flexão Pura 5 Flexão Pura: Elementos prismáticos submetidos a momentos fletores M e M’ iguais e opostos atuando num mesmo plano longitudinal. Barra prismática em flexão pura 6 • Se as forças internas em qualquer seção são equivalentes a um momento, o momento interno é igual ao momento externo, que é chamado de momento fletor. Da estática: • A soma das componentes das forças em qualquer direção é zero. • O momento fletor é o mesmo em relação à qualquer eixo perpendicular a seu plano e é zero em relação a qualquer eixo contido naquele plano. MdAyM dAzM dAF xz xy xx s s s 0 0 Deformações em flexão pura 7 Vigas com um plano de simetria sob flexão pura: • A viga permanece simétrica • Flete uniformemente formando um arco circular. • Os planos que contêm as seções transversais passam pelo centro do arco e permanecem planos. • Quando M > 0 a linha AB diminui o comprimento enquanto A’B’ aumenta o comprimento. • Existe um conjunto de fibras, formando uma superfície, onde não há variação no comprimento das fibras, chamada superfície neutra. • Tensões e deformações são negativas (compressão) acima do plano neutro e positivas (tração) abaixo, para este caso em estudo. Deformação devido à flexão 8 • Chamando de r o raio de curvatura do arco DE, de q o ângulo central correspondente a DE, e observando que o comprimento DE é igual ao comprimento L da viga não deformada: 𝐿 = 𝜌𝜃 • Para o arco JK localizado a uma distância y acima da superfície neutra, notamos que seu comprimento é: 𝐿′ = 𝜌 − 𝑦 𝜃 Assim, deformação de JK é: 𝛿 = 𝐿′ − 𝐿 = 𝜌 − 𝑦 𝜃 − 𝜌𝜃 = −𝑦𝜃 • A deformação longitudinal específica e, nos elementos é: 𝜀𝑥 = 𝛿 𝐿 − 𝑦𝜃 𝜌𝜃 = − 𝑦 𝜌 • A deformação específica atinge seu valor absoluto máximo quando o valor de y é máximo: 𝜀𝑚á𝑥 = 𝑐 𝜌 𝑜𝑢 𝜌 = 𝑐 𝜀𝑚á𝑥 𝑦𝑚á𝑥= 𝑐 Tensões e deformações no regime elástico 9 • Para um material linear elástico, e)linearment varia(tensãomáxx máxxx c y E c y E ss ees máxxmáx c y W M I Mc sss c I dAy c M dA c y ydAyM máxmáx máxx ss ss 2 • A tensão normal máxima ocorre na superfície da viga e é dada por: • Para o equilíbrio estático, Onde: M = momento fletor; I = momento de inércia da seção transversal; y = distância da linha neutra ao ponto onde se deseja calcular a tensão. 𝜍𝑥 = 𝑀 ∙ 𝑦 𝐼 Propriedades das seções de vigas 10 • Seja c = ymáx a distância, da linha neutra, à fibra que está mais afastada dessa linha neutra. Então a tensão normal máxima é: aresistênci de módulo inércia de momento c I W I W M I cM máxs • Considere uma viga de seção retangular, Ahbh h bh c I W 6 12 6 1 3 12 1 2 Comparando duas vigas com mesma área de seção transversal, a que tiver altura maior terá um módulo de resistência maior e, portanto, terá maior capacidade para resistir à flexão. • Os projetos de vigas de aço estrutural proporcionam valores altos de I e consequentemente de W. Propriedades dos perfis de padrão americano 11 Momento de inércia de figuras planas Características Geométricas de uma figura plana 13 Barra prismática Seção longitudinal Seção transversal Momento de Inércia 14 𝐼𝑥 = 𝑦²𝑑𝐴 𝐼𝑦 = 𝑥²𝑑𝐴 𝐴 𝐴 O momento de inércia de uma superfície plana em relação a um eixo de referência é definido como sendo a integral de área dos produtos dos elementos de área que compõem a superfície pelas suas respectivas distâncias ao eixo de referência, elevadas ao quadrado. A unidade do momento de inércia é comprimento à 4ª potência: mm4, cm4, m4. Momento de Inércia 15 Seja a seção retangular da figura: Para calcular o momento de inércia deste retangulo em relação ao eixo de simetria horizontal X, pode-se dividí-lo em elementos infinitesimais (área tracejada). Momento de Inércia 16 Então teremos: Do mesmo modo, o momento de inércia do retângulo em relação ao eixo y será: 𝐼𝑥 = 2 𝑦² ∙ 𝑏 ∙ 𝑑𝑦 = 2 𝑦3 3 ∙ 𝑏 ℎ 2 0 𝐼𝑥 = 𝑦²𝑑𝐴 𝑑𝐴 = 𝑏 ∙ 𝑑𝑦 𝐴 𝐼𝑥 = 2 ℎ 2 3 ∙ 𝑏 3 − 0 3 ∙ 𝑏 3 → 𝐼𝑥 =2 ∙ ℎ3∙𝑏 23∙3 → 𝐼𝑥 = 𝑏 ∙ ℎ3 12 𝐼𝑦 = 𝑏3 ∙ ℎ 12 17 x y Momento de Inércia Seção quadrada de lado a: Seção circular de diâmetro d: Seção retangular: Seção circular vazada: D = diâmetro externo; d = diâmetro interno. 𝐼𝑥 = 𝑎4 12 𝐼𝑥 = 𝜋 ∙ 𝑑4 64 𝐼𝑦 = 𝑏3 ∙ ℎ 12 𝐼𝑥 = 𝜋 ∙ (𝐷4 − 𝑑4) 64 Triângulo retângulo: 𝐼𝑥 = 𝑏 ∙ ℎ3 12 𝐼𝑦 = 𝑏3 ∙ ℎ 36 𝐼𝑥 = 𝑏 ∙ ℎ3 36 Teorema dos Eixos Paralelos Teorema de Steiner Translação de eixos O momento de inércia de uma superfície em relação a um eixo qualquer é igual ao momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo seu centro de gravidade, acrescido do produto da área (A) pelo quadrado da distância que separa os dois eixos. 18 Ix e Iy = momento de inércia da figura em relação aos eixos x e y, respectivamente. IxCG e IyCG = momento de inércia da figura em relação aos eixos XCG e YCG do CG da figura. dxCG = distância do eixo y até o eixo YCG . dyCG = distância do eixo x até o eixo XCG . 𝐼𝑥 = 𝐼𝑥𝐶𝐺 + 𝐴 ∙ 𝑑𝑦𝐶𝐺 2 𝐼𝑦 = 𝐼𝑦𝐶𝐺 + 𝐴 ∙ 𝑑𝑥𝐶𝐺 2 Exemplo 19 Calculara posição do CG e os momentos de inércia Ix e Iy da figura: 20 Calcular a posição do CG e os momentos de inércia Ix e Iy da figura: 21 Calcular a posição do CG e os momentos de inércia Ix e Iy da figura: 22 Calcular a posição do CG e os momentos de inércia Ix e Iy da figura: 23 Calcular a posição do CG e os momentos de inércia Ix e Iy da figura: Flexão Exercícios Exercício 1 25 Uma viga está solicitada por um momento de 14000 kgf.cm, como indica a figura. Determine as máximas tensões causadas pela flexão e indique a variação das tensões ao longo da altura da viga. Exercício 2 26 Determine a seção onde a tensão normal é máxima e o valor dessa tensão. Exercício 3 27 Para a viga do exercício anterior, determine as tensões normais máximas para o carregamento abaixo. Exercício 4 28 Uma viga é submetida a um momento fletor M = 3KN.m. Determine a tensão normal máxima de tração e de compressão. sc= 131,3 MPa sT= 76,04 MPa Exercício 5 A viga mostrada é feita de um aço cuja tensão admissível é de 160 MPa. Determine o maior momento fletor que pode ser aplicado à viga quando ela é flexionada em torno do eixo z. 29 M= 129,6 x106 N.mm Exercício 6 Um perfil com as dimensões indicadas está submetido a um momento fletor M=78000 kgf.cm e uma força normal de 12000 kgf conforme a figura. Determine, a) as máximas tensões normais de tração e de compressão, b) o diagrama das tensões e c) a posição da linha neutra. 30 sc= 200,57 kgf/cm² sT= 61,57 kgf/cm² yLN = 4,7 cm Exercício 7 A viga mostrada é feita de nylon para a qual a tensão admissível é de 24 MPa na tração e 30 MPa na compressão. Determine o maior momento M que pode ser aplicado à viga. 31 Mmáx= 106,1 N.m Um momento M=1500 N.m atua na viga com a seção transversal mostrada na figura. Determine as tensões nos pontos A, B e D. 32 sA = 5,86 MPa sB = 11,72 MPa sD = 0 Exercício 8 Exercício 9 Um momento M=1500 N.m atua na viga com a seção transversal mostrada na figura. Determine as tensões nos pontos A, B e D. 33 sA = 6,114 MPa sB = 9,171 Mpa sD = 9,171 MPa •D Exercício 10 Um perfil tubular de 25 cm de diâmetro externo e 1,5 cm de espessura está submetido a um momento fletor M=1,25x105 kgf.cm e uma força normal N=8000 kgf conforme a figura. Determine as máximas tensões normais de tração e de compressão e a posição da linha neutra. 34 sC= 131,6 kgf/cm² sT= 275,8 kgf/cm² yLN = 16,94 cm Exercício 11 Uma força vertical P de intensidade 89 kN é aplicada ao ponto C localizado no eixo de simetria da seção transversal de uma coluna curta. Sabendo que y=127mm, determine a) as tensões normais nos pontos A e B e b) a localização da linha neutra. OBS.: O ponto C é fora do CG, que deve ser calculado para determinação da excentricidade “e” do momento fletor. M=F.d , M=F.e 35 Propriedades da seção: yCG = 96,52 mm Iz = 24,09 x106 mm4 Esforço: e = 30,48 mm Mz = 2712720 N.mm a) Tensões: M+N sA= 3,97 MPa sB= 13,19 Mpa b) yLN = 35,28 mm
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