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Introdução ao Narcisismo

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Introdução ao Narcisismo
Freud sempre parte da clinica para desenvolver sua teoria. Como ele próprio aponta nesse texto, seus conceitos são erigidos como modelos teóricos sobre a pratica, em função desta e para fundamenta-la, e são necessariamente conceitos provisórios prontos a serem substituídos por outros que expliquem de forma mais completa a realidade. Não é a toa, ele incessantemente revisou sua própria teoria.
Assim, em sua introdução ao narcisismo, ele parte de dois pontos: a definição previa de narcisismo oferecida por Paulo Nacke, que coloca o conceito de narcisismo como uma perversão na qual uma pessoa substitui seus objetos sexuais pelo próprio corpo, obtendo satisfação apenas dessa forma.
Freud parte dessa definição para refuta-la, como havia feito previamente em outros conceitos de perversões, dizendo que o narcisismo não é um fenômeno que desvia da norma padrão, mas sim algo inerente ao desenvolvimento sexual humano, e que possui distintas manifestações. Na realidade, o conceito é desenvolvido por ele, em um primeiro momento, para explicar dois fenômenos patológicos: a demência precoce e a esquizofrenia, ambas rotuladas por Freud sob o titulo de parafrenias. Ocorre, no entanto, como foi no caso das neuroses, que Freud parte do patológico pois este demonstra algum conceito em que seu nível mais flagrantemente agudo, mas a partir disso passa a ver como este fenômeno que se expressa no patológico também esta presente na mente humana em geral, apenas em um grau distinto.
Libido e Narcisismo
O conceito de libido, central na teoria psicanalítica, significa para Freud a energia psíquica sexual. Aqui, é importante ressaltar algo elementar para a psicanalise: o sexual não deve ser confundido com o genital, ou mesmo com o ato sexual, é tudo aquilo que envolve o desejo. Para Freud, nas chamadas neuroses (histeria ou neurose obsessiva, por exemplo) a libido sofre uma introversão, desvia-se dos objetos reais para as fantasias, os objetos psíquicos. Ou seja, aquilo que Freud chama de “libido objetal”, a energia psíquica que investimos nas coisas do mundo, que cria nossas relações sentimentais e de desejo por elas, é desinvestido e se volta para nós mesmos. Ela é introvertida porque, ao se voltar para dentro, é investida em fantasias, ou seja, em projeções de objetos que estão em nosso psiquismo.
Já nas parafrenias, Freud diz que o que ocorre não é uma introversão, mas sim uma regressão: a libido não é investida em nenhuma fantasia, mas corta qualquer relação de investimento objetal, volta-se para o próprio individuo, num movimento narcísico, ou seja, de completo retorno ao eu. É por esse modelo teórico que Freud justifica aquilo que afirma serem os dois principais sintomas das parafrenias: a psicose, que consiste para Freud no desligamento com o mundo a partir dessa regressão libidinal: e a megalomania, que surge a partir do auto investimento da libido objetal. Freud afirma que a libido que os parafrenicos investem em si mesmos, ao contrario dos neuróticos, não são depositadas em fantasias. Quando o são, na realidade isso consiste em um processo secundário em que o psiquismo do parafrenicos esta tentando voltar a estabelecer relações com os objetos. Ou seja, os delírios seriam, na visão de Freud, uma tentativa de se religar aos objetos (as fantasia).
Narcisismo primário e secundário
No modelo de narcisismo estabelecido por Freud, ocorreriam dois tipos de investimento narcísico. Durante o desenvolvimento normal da sexualidade, todos passaríamos pelo que ele chama de “narcisismo primário”. O primeiro estagio do desenvolvimento sexual consistente no autoerotismo, em que a criança obtém prazer ao estimular partes do seu corpo, praticamente ao acaso. A primeira manifestação seria o ato de sugar o leite de sua mãe, que rapidamente se expande para o sugar outras partes de seu próprio corpo. Neste momento, a criança não entende seu corpo como uma unidade, não está estabelecido psiquicamente o elemento unificador chamado “eu”
O narcisismo primário surge no momento em que a criança já estabeleceu essa unidade chamada eu, e que passa a investir libidinalmente nela. Se vê e se entende como o centro de seu amor, algo que é estimulado por pais, por exemplo, que incentivam o narcisismo da criança tratando todos os seus desejos como centrais.
Esse narcisismo primário se interrompe quando a criança passa a ter barreiras impostas a seu desejo e a realidade passa a lhe fazer exigências: que coma na hora certa, que não chore, que faça necessidades na hora e local certo. Assim, a “poda” do narcisismo primário faz com que a criança se confronte com a realidade, e, gradualmente, ela se entende como parte de um mundo, criando em sua relação com esse outros objetos nos quais investe sua libido, objetos sexuais.
O narcisismo secundário seria, portanto, todas aquelas manifestações que ocorrem além desse processo normal de desenvolvimento psíquico humano, em geral. As parafrenias são um exemplo, mas ele irá apontar outros.
Pulsão e narcisismo
O fundamental na tese de Freud sobre o narcisismo, que parte de sua exemplificação com as parafrenias mas ao longo do texto encontrará outros exemplos que abordaremos a seguir, é a distinção que ele realiza entre libido do eu, ligado as pulsões do eu ( ou pulsões de auto conservação) e a libido objetal, ligado as pulsões sexuais.
De acordo com essa divisão, há “uma antítese entre a libido do eu e a libido objetal”. Quanto mais uma é empregada, mais a outra se esvazia. A libido objetal atinge sua fase mais elevada de desenvolvimento no caso de uma pessoa apaixonada, quando o individuo parece desistir de sua própria personalidade em favor de um investimento objetal, ao passo que temos a condição oposta na fantasia do paranoico (ou auto percepção) do “fim do mundo”.
Para explicar o investimento libidinal nos objetos Freud utiliza a metáfora de uma ameba, que projeta seus “bracinhos” (pseudopodes) sobre aquilo que ira fagocitar (engolir), trazendo para junto de si. Os pseudopodes são, portanto, a libido que se projeta do eu sobre os outros objetos, mas que, da mesma forma que foi investida, pode ser desinvestida e retornar ao eu. Assim, há sempre esse balanço entre a libido do eu e a objetal conforme exemplificado acima.
Manifestações narcísicas 
Apos ter derivado o conceito de narcisismo de sua analise das parafrenias, Freud irá tentar demonstra-lo em outras manifestações psíquicas. Apresenta-nos quatro exemplos. As doenças, segundo Freud, incitam a manifestação do narcisismo, na medida em que o sofrimento físico causado por elas faz com que deixemos de investir nossa libido no mundo externo e a voltemos para nosso próprio sofrimento, dando-lhe mais atenção do que ao mundo exterior. Essa é a explicação de Freud para que uma pessoa com uma dor intensa deixe de dar atenção as demais coisas ao seu redor, voltando-se completamente para aquilo que lhe causa sofrimento.
Outro fenômeno em que surge a manifestação do narcisismo é, de acordo com Freud, a hipocondria, na qual a pessoa se julga doente sem realmente padecer de nenhuma doença. Da mesma forma, o psiquismo irá investir libidinalmente essa fantasia de sofrimento, desinvestindo os demais objetos. A fantasia da doença passa a tomar o lugar central do investimento libidinal. A diferença fundamental entre a doença e a hipocondria é que, no primeiro caso, a doença orgânica provoca a regressão libidinal, enquanto no segundo caso é a regressão libidinal para a fantasia da doença que efetivamente leva a enfermidade (psíquica).
Outro exemplo apontado por Freud é o ato de dormir. Segundo ele, a libido passa por uma regressão também nesse caso, em que todo o mundo perde interesse em detrimento do ato de dormir, no qual é investida a libido. O ultimo exemplo trataremos separadamente, por apresentar um interesse especial para a critica da forma como Freud apresenta o conceito de narcisismo.
Estrutura psíquica e realidade histórica
Como afirmamos no inicio desse texto, Freud ergue seus modelos teóricos a partirde sua prática clínica, e a partir disso forja aquilo que chama de "metapsicologia", ou seja, sua teorização sobre todo o funcionamento do aparelho psíquico, fundamentando um modelo que irá novamente procurar comprovar de acordo com sua aplicação prática, sua constatação clínica que possa confirmar ou refutar os modelos teóricos que criou. 
Nisso reside seu ponto forte e também sua fraqueza. Há um componente bastante materialista na teoria freudiana, que parte da realidade material do psiquismo humano para avançar em seu entendimento, procurando sempre confrontar teoria e realidade. Há também um avanço dialético fundamental da psicanálise em relação à psiquiatria (ciência médica que estuda a mente humana) e que, em grande medida, se reflete ainda hoje nos problemas da psiquiatria: Freud parte da neurologia, mas percebe rapidamente como há uma qualidade distinta entre cérebro e mente: esta não pode ser explicada pelos fenômenos neurológicos pura e simplesmente. Na verdade, Freud nunca abandona a ambição de que nosso entendimento da fisiologia humana possa esclarecer o comportamento humano. Mas, no desenvolvimento da psicanálise, procura entender a mente como um fenômeno relativamente independente do cérebro, na medida em que o comportamento humano não era em nenhuma medida acessível a partir do estudo neurofisiológico. Por isso, o principal instrumento da psicanálise passa a ser a fala. A psiquiatria, até hoje, ao procurar explicar as doenças com esquemas reducionistas, como "a causa da depressão é a baixa taxa de serotonina", toma as consequências pelas causas, e reduz a mente humana a uma máquina de neurotransmissores, ignorando que há, mesmo com todo o importante avanço das neurociências, um salto de qualidade entre cérebro e mente.
Contudo, o que há de materialista e dialético em Freud encontra um limite que é dado pela sua própria incompreensão consciente do que seja o materialismo dialético. Ele estuda os fenômenos da mente humana em si, a partir de seus pacientes e da realidade que encontra diante de seu nariz. Freud ignora um fato fundamental: a própria estrutura psíquica é fruto de um desenvolvimento, e, portanto, mutável. É necessário entendê-la como um processo, e não como um molde. Essa limitação do entendimento de Freud fica muito clara em sua "Introdução ao narcisismo" quando ele aponta o último exemplo das manifestações narcísicas: o ato de apaixonar-se.
Freud define que há uma diferença entre o modo de amar de homens e mulheres, afirmando que os homens possuem um amor de tipo objetal, fazendo uma ligação libidinal com os objetos, enquanto as mulheres possuem um amor narcísico, no qual estabelecem uma ligação com quem as valorize. Em suas próprias palavras:
"O amor objetal completo do tipo de ligação é, propriamente falando, característico do indivíduo do sexo masculino. Ele exibe a acentuada supervalorização sexual que se origina, sem dúvida, do narcisismo original da criança, correspondendo assim a uma transferência desse narcisismo para o objeto sexual. (...) Já com o tipo feminino mais frequentemente encontrado, provavelmente o mais puro e verdadeiro, o mesmo não ocorre. Com o começo da puberdade, o amadurecimento dos órgãos sexuais femininos, até então em estado de latência, parece ocasionar a intensificação do narcisismo original, e isso é desfavorável para o desenvolvimento de uma verdadeira escolha objetal com a concomitante supervalorização sexual. As mulheres, especialmente se forem belas ao crescerem, desenvolvem certo autocontentamento que as compensa pelas restrições sociais que lhes são impostas em sua escolha objetal. Rigorosamente falando, tais mulheres amam apenas a si mesmas, com uma intensidade comparável à do amor do homem por elas. Sua necessidade não se acha na direção de amar, mas de serem amadas; e o homem que preencher essa condição cairá em suas boas graças."
Para qualquer pessoa minimamente progressista quanto à evolução da liberdade sexual obtida pelas mulheres ao longo de uma luta de décadas que decorreram desde que essas linhas foram escritas, pode causar grande espanto e revolta a distinção categórica que Freud faz entre o "amor narcísico feminino" e o "amor objetal masculino". E não é à toa. De trechos como esse certamente derivam as concepções de que a psicanálise é uma pseudociência de caráter reacionário e machista. Mas dizer isso é, também, reducionista, e joga fora todas as fundamentais contribuições da psicanálise para o entendimento do psiquismo. O fundamental é podermos separar o joio do trigo e entendermos onde está o erro de Freud para podermos superá-lo. 
Curiosamente, é o próprio Freud o primeiro a apontar o indício de seu erro ao introduzir este tema afirmando que: Uma comparação entre os sexos masculino e feminino indica então que existem diferenças fundamentais entre eles no tocante a seu tipo de escolha objetal, embora essas diferenças naturalmente não sejam universais. Sim, a questão reside aí: as diferenças que Freud aponta são bastante reais, baseadas em sua observação empírica dos laços afetivos de homens e mulheres analisados por ele. Mas essa é apenas a realidade diante de seu nariz e vê-la como uma fotografia faz com que ignoremos que é criada historicamente, que faz parte de uma determinada cultura e uma determinada época. E que pode ser transformada.
Freud dá outro indício disso quando afirma, no trecho que citamos anteriormente, que "As mulheres (...) desenvolvem certo autocontentamento que as compensa pelas restrições sociais que lhes são impostas em sua escolha objetal." Ou seja, o tal autocontentamento apontado por Freud não é nada mais do que um reflexo psíquico no comportamento das mulheres causado pela sua condição social de objetos. As mulheres, privadas de serem sujeitos por uma sociedade patriarcal, tornavam-se bibelôs, objetos libidinais a serem conquistados pelos homens. Para conseguirem minimamente se sentirem valorizadas, a única possibilidade que poderiam ter era investirem libidinalmente em si mesmas, valorizando-se como objetos amorosos para os homens que, estes sim, tinham as possibilidades sociais para decidir qual objeto amoroso receberia seu investimento libidinal e "conquistá-lo". 
O grande problema de Freud nesse ponto, como em grande parte de sua teoria, é ignorar os componentes históricos da formação do psiquismo humano, ou antes confundi-los com e também submetê-los a fatores biológicos, fazendo assim uma confusão que toma o particular (a explicação do comportamento e estrutura psíquica de uma determinada época) pelo universal (a estrutura psíquica humana em geral). Assim, é absolutamente incorreto que Freud diga que as mulheres têm um amor narcísico e os homens um amor objetal. Antes, deveria dizer essas mulheres tem um amor narcísico devido a esses fatores históricos. Pelo contrário, Freud procura causas biológicas, dizendo que se comportam assim particularmente as "mulheres belas" (como se, diga-se de passagem, a noção de beleza também fosse universal e não um valor construído histórica e socialmente). Daí o ranço determinista e patriarcal de sua explicação.
O conhecimento do psiquismo a serviço de transformar e não de explicar
Os equívocos de Freud, de tomar o particular por universal, de misturar o biológico e o histórico-social, devem ser entendidos em suas causas. Torna-se evidente que, ao não situar historicamente a forma de amor das mulheres e homens de que trata, Freud as universaliza e, portanto, as torna imutáveis. Dessa forma, cumpre o papel de justificar sua sociedade, e, assim, torna-se um bastião ideológico burguês, de uma sociedade na qual as mulheres, para ficarmos apenas no exemplo desse texto, estão impossibilitadas de desenvolverem amores objetais por serem confinadas ao papel, elas mesmas, de objetos e não de sujeitos de sua própria libido. Por isso, é perfeitamente compreensível que muitos digam que se trata de uma teoria machista.
Mas a psicanálise não se reduz a isto (e nem a Freud, diga-se de passagem). Este era, como sua teoria e todas as teorias, um homemsituado histórica e socialmente. Sua posição na sociedade era a de um pequeno burguês liberal, um homem que defendia a sua sociedade tal como ela era, e que por mais de uma vez defendeu a impossibilidade de uma sociedade radicalmente distinta e com plena justiça social. Por isso, como disse um de seus discípulos, Wilhelm Reich, Freud não levou às últimas consequências as suas próprias descobertas, que abriam, em si, possibilidades transformadoras imensas para a humanidade. A psicanálise abriu portas para o entendimento da sexualidade humana que jogaram por terra preconceitos morais retrógrados, entre os quais podemos citar o exemplo de retirar da homossexualidade o estigma de aberração. 
Ao desenvolver a teoria do narcisismo, Freud faz apontamentos muito relevantes para entendermos como opera o desejo humano, e como as pessoas estabelecem ligações afetivas. Nossa sociedade, tal como é hoje, nos ensina a procurar no amor a complementariedade de tudo o que somos, uma fonte que serviria para resolver todas as nossas carências (um fardo que, não à toa, ainda recai principalmente sobre as mulheres). Ou, por outro lado, nos dá a opção do individualismo extremo, em que nos bastaríamos por nós mesmos não precisando de mais ninguém ou mais nada. É, em suma, uma sociedade criadora de narcisismos, que por sua vez levam ao adoecimento em massa. Em resposta a isso, podemos tomar um trecho do texto de Freud como uma forma muito equilibrada de encararmos esses valores: "Um egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer, mas, num último recurso, devemos começar a amar a fim de não adoecermos, e estamos destinados a cair doentes se, em consequência da frustração, formos incapazes de amar.”.
O equilíbrio entre as pulsões do eu e as pulsões sexuais, entre o investimento narcísico de nossa libido e o investimento objetal, pode nos ensinar muito sobre como preparamos o dia de amanhã, como lutamos para um futuro diferente. Para os que dedicam sua vida à revolução, o investimento libidinal na ideia e na atividade revolucionária é fundamental. Mas ele não pode suprir a necessidade do investimento libidinal narcísico, mesmo quando seja projetado em outros objetos (todo investimento objetal, no fundo, é também um pouco narcísico). O investimento libidinal na ideia da transformação do futuro é um antídoto contra o egoísmo narcísico de nossa sociedade. É, em suma, libertador.

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