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UNIVERSIDADE DE UBERABA PRÓ-REITORIA DE ENSINO SUPERIOR MATERIAL DIDÁTICO DOS CURSOS SUPERIORES PRESENCIAIS PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS ELABORADO POR ANA CRISTINA ROMANO MARQUEZ SOUZA 1 Neste roteiro, estudaremos a placenta e as membranas fetais (anexos embrionários), que fazem parte do desenvolvimento do ser humano, estudado em embriologia. Embriologia é a ciência que estuda todas as modificações que acontecem desde o encontro dos gametas, na fertilização, até o nascimento do indivíduo (ALVES e CRUZ, 2002). O desenvolvimento humano inicia quando um ovócito é fertilizado pelo espermatozóide. O resultado desta união dará origem ao zigoto que é o começo de um novo ser (SADLER, 2001). Várias transformações ocorrem durante o desenvolvimento pré-natal. Entre estas transformações, estão as alterações da placenta e membranas fetais. Essas são estruturas que surgem a partir dos folhetos embrionários e dão suporte vital ao embrião até que este possa fazê-lo. A placenta possui uma porção fetal e uma porção materna. A parte fetal e as membranas fetais separam o feto do endométrio. É através da placenta que se dão as trocas de substâncias, como nutrientes e oxigênio (MOORE e PERSAUD, 2000). As membranas fetais são constituídas pelo córion, âmnio, saco vitelino e alantóide. Elas se originam do zigoto, mas não participam da formação do embrião ou do feto, exceto de partes do saco vitelino e da alantóide (MOORE e PERSAUD, 2000). 1 Licenciada em Educação Física, Graduada em Fisioterapia, Especialista em Técnicas Fisioterápicas, Docente dos cursos de Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia e Terapia Ocupacional na Universidade de Uberaba. Esperamos que o estudo dos referenciais indicados possa contribuir para a identificação das atividades placentárias e das membranas fetais para a manutenção da gravidez e a promoção do desenvolvimento normal do feto. Consequentemente, uma possível ampliação de sua compreensão sobre os diferentes aspectos do desenvolvimento embrionário. A seguir, estão indicados os tópicos que serão abordados neste roteiro de estudos. 1. Placenta e cordão umbilical 1.1. Desenvolvimento da placenta 1.2. Circulação e função da placenta 1.3. Cordão umbilical 2. Membranas embrionárias 2.1. Âmnio 2.2. Fluido amniótico 2.3. Córion 2.4. Saco vitelino 2.5. Alantóide 1 Placenta e cordão umbilical 1.1 Desenvolvimento da placenta É na placenta (Figura 1) que ocorrem as trocas de nutrientes e gases entre a mãe e feto. Ela é constituída por dois componentes: Porção fetal, originária do saco coriônico; Porção materna, derivada do endométrio. A placenta e o cordão umbilical atuam no transporte de nutrientes e oxigênio que passam do sangue materno para o sangue fetal, enquanto excretas e dióxido de carbono passam do sangue fetal para o sangue materno, também através da placenta (MOORE E PERSAUD, 2000). O desenvolvimento da placenta ocorre durante o terceiro mês de gestação; é formada pelo córion, do embrião e parte do endométrio materno. Quando totalmente desenvolvida, possui formato de um disco (Figura 1). Além de permitir a passagem de nutrientes e oxigênio do sangue materno para o sangue fetal (Figura 2), a placenta funciona como uma barreira protetora, impedindo que microorganismos atravessem-na. Entretanto, alguns vírus como os que causam a rubéola, catapora, sarampo, AIDS, encefalite e poliomielite, podem atravessar a placenta (TORTORA, 2008). Quando ocorre a implantação, parte do endométrio é modificada, conhecida como decídua. A decídua basal é a porção do endométrio entre o córion e o estrato basal do útero; forma a parte materna da placenta. A decídua capsular é a porção do endométrio localizada entre o embrião e a cavidade uterina. A decídua parietal é o restante modificado do endométrio, que reveste as áreas não envolvidas do restante do útero (TORTORA, 2008). Figura 1. Placenta. (A) Porção fetal da placenta e (B) porção materna da placenta. Fonte: SOBOTTA, J. Sobotta: Atlas de anatomia humana. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan, 1984-2006. A. Porção fetal da placenta e cordão umbilical B. Porção materna da placenta e cordão umbilical A B placenta Figura 2. Diagrama esquemático da placenta, mostrando a relação entre a circulação fetal e os vasos presentes. Fonte: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 1.2 Cordão umbilical O cordão umbilical consiste de duas artérias e uma veia, que são envolvidas por tecido conjuntivo mucóide (geléia de Wharton). Ele possui aproximadamente de 1 a 2 cm de diâmetro e 30 a 90 cm de comprimento. Como os vasos são mais compridos que o cordão, é comum sua torção ou flexão. Usualmente, o cordão umbilical prende-se à superfície fetal e seu epitélio é contínuo com o âmnio aderido à superfície fetal da placenta (MOORE E PERSAUD, 2000). Leituras obrigatórias SADLER, T.W. Langman Embriologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. Cap. 7, p. 87-94. Comentário: O autor introduz apresentando as mudanças que ocorrem ao trofoblasto no segundo mês de gestação. A seguir, descreve a estrutura da placenta, explica a circulação e função placentária; relata sobre as trocas ocorridas na placenta e finaliza conceituando o líquido amniótico. Sempre que possível são feitas correlações clínicas, enriquecendo o conteúdo. Apresenta também ilustrações demonstrando cada tema descrito, facilitando o entendimento do leitor. MOORE, Keith L.; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. cap. 7, p. 124-142. Comentário: Neste capítulo, o autor inicia com um resumo básico sobre a placenta, descrevendo em seguida o seu desenvolvimento; relata sobre a junção fetomaterna, espaço interviloso, circulação placentária fetal e materna; e encerra detalhando as funções placentárias. O autor apresenta alguns quadros exemplificando algumas alterações patológicas que podem ocorrer durante a gestação. A obra possui muitas ilustrações demonstrando cada transformação ocorrida pelas estruturas descritas. Caso você queira compreender mais sobre o assunto, ou percebê-lo pela abordagem de outro autor, recomendamos a leitura complementar, a seguir. Leitura complementar ALVES, M.S.D.; CRUZ, V.L.B. Embriologia. Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2002. Cap 9, p.101-106. Comentário: Esta obra descreve a estrutura e funções da placenta, a circulação fetal e neonatal. 2. Membranas Embrionárias As membranas embrionárias são estruturas anexas ao corpo embrionário e, realizam funções necessárias para seu desenvolvimento. Estas membranas situam-se do lado de fora do embrião, fornecendo-lhe proteção e alimentação, e mais tarde também ao feto. As membranas são o âmnio (que é preenchido pelo fluído amniótico), córion, saco vitelino e alantóide. 2.1 Âmnio O âmnio é uma membrana protetora fina que se forma por volta do oitavo dia após a fertilização, onde inicialmente sobrepõe-se ao disco embrionário. À medida que o embrião cresce, o âmnio envolve-o completamente, formando uma cavidade preenchida pelo líquido amniótico (TORTORA, 2008). 2.2 Fluído amniótico Inicialmente o fluído amniótico é secretado pelas células amnióticas, mas grande parte deste fluído origina-se do fluído tecidual (intersticial) materno por difusão através da membrana amniocoriônicada decídua parietal. Posteriormente, o fluído provém do sangue presente nos espaços intervilosos da placenta, por difusão. O fluído amniótico desempenha importante papel no crescimento e desenvolvimento do embrião (MOORE E PERSAUD, 2000). 2.3 Córion É derivado do trofoblasto do blastocisto e do mesoderma, que reveste o trofoblasto. Envolve o embrião e, mais tarde, o feto. A parte embrionária da placenta, onde ocorre troca de materiais entre a mãe e o feto, é formada pelo córion. Ele também produz a gonadotropina coriônica humana (hCG) (TORTORA, 2008). 2.4 Saco vitelino Inicialmente acontece a formação do saco vitelino primitivo e, posteriormente, com a formação do celoma extra-embrionário, o saco vitelino primitivo diminui de tamanho e forma-se o saco vitelino secundário (definitivo). O saco vitelino contém fluído, mas não contém vitelo. Ele desempenha papel no transporte seletivo de materiais nutritivos para o disco embrionário. O trofoblasto absorve fluido nutritivo das redes de lacunas do sincíciotrofoblasto, que é transferido para o embrião. O saco vitelino pode ser observado no ultra-som no início da quinta semana de gestação, após vinte semanas, usualmente, ele não é visível (MOORE E PERSAUD, 2000). 2.5 Alantóide A alantoide (Figura 3) aparece como um divertículo em forma de salsicha, por volta do 16º dia de gestação, o mesmo penetra no pedículo do embrião. No embrião humano, a alantóide está envolvida na formação inicial do sangue, associada ao desenvolvimento inicial da bexiga. Os vasos sanguíneos da alantóide tornam-se as artérias e veias umbilicais (MOORE e PERSAUD, 2000). Figura 3. Representação do alantoide, saco vitelino, cavidade amniótica no início da formação dessas estruturas. Fonte: http://www.forp.usp.br/mef/embriologia/ Leituras obrigatórias SADLER, T.W. Langman Embriologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. Cap. 7, p. 87-100. Comentário: O autor descreve brevemente as membranas fetais, enfatizando mais sobre a placenta. Como mencionado anteriormente, faz correlações clínicas sobre o conteúdo referido. Apresenta ilustrações demonstrando os temas descritos, auxiliando o entendimento do leitor. MOORE, Keith L.; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. Cap. 3, p. 44 – 47; Cap. 4, p. 67; Cap. 7, p. 142-148. Comentário: O autor descreve as membranas fetais, citando suas características, origens, composições e funções. São apresentados quadros exemplificando algumas alterações patológicas que podem ocorrer durante a gestação. O aluno poderá observar ilustrações demonstrando cada transformação ocorrida pelas estruturas descritas. Se você achar necessário consultar outro autor, visando compreender mais sobre o assunto, recomendamos a leitura complementar, a seguir. Leitura complementar ALVES, M.S.D.; CRUZ, V.L.B. Embriologia. Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2002. Cap. 3, p. 48 – 52. Comentário: Esta obra descreve a formação dos anexos embrionários (âmnio, saco vitelino e córion). Apresenta ilustrações demonstrando as estruturas descritas. Referências ALVES, M. S. D; CRUZ, V. L. B. & Silva, A. B. S. Embriologia prática Vol II. 8 ed. Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2002. ALVES, M.S.D.; CRUZ, V.L.B. Embriologia. Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2002. GRABOWSKI, T. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. MOORE, Keith L.; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. SADLER, T.W. Langman Embriologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
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