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PROCESSOS DE USINAGEM Rafael Carminati Engenheiro Mecânico Especialista em Engenharia de Manutenção 2017 CONTEÚDO • Força e potencia da usinagem; • Avarias e desgastes da ferramenta de corte; Força e Potência da Usinagem Potência de acionamento É a potencia do motor que aciona o torno 𝑃𝑚 = 𝑃𝑐 𝜂𝑐 Onde: 𝜂𝑐 = eficiência da transmissão do torno (entre 0,6 e 0,8); Pc = potência de corte [cv]; Pm = Potência do motor [cv]. Força e Potência da Usinagem Área da seção de corte A área da seção de corte é dada pelo produto da profundidade ou largura de corte. A = b ∙ h = ap ∙ f Sendo que: A = área de seção de corte [mm²] b = comprimento de corte [mm] h = espessura de corte [mm] ap = profundidade de corte [mm] f = avanço [mm/rev] Força e Potência da Usinagem 𝑎𝑝 = 𝐷 − 𝑑 2 𝑏 = 𝑎𝑝 𝑠𝑒𝑛𝜒𝑟 ℎ = 𝑓 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜒𝑟 A Força e Potência da Usinagem Calcule a força de corte, rotação, potencia de corte e potência necessária do motor, para tornear a peça abaixo Dados: Aço ABNT : 1060 D = 68 mm d = 65 mm Ks = 2300 N/mm² f = 0,4 mm/rev L = 58 mm Vc = 325 m/min 𝜒r = 90º L Avarias e desgastes da ferramenta de corte Por maior que seja a dureza e a resistência ao desgaste das ferramentas de corte, e por menor que seja a resistência mecânica da peça de trabalho, a ferramenta de corte sofrerá um processo de desgaste que mais cedo ou mais tarde exigirá a sua substituição. Estudar e entender o processo pelo qual as ferramentas se desgastam é muito importante, pois pode permitir ações coerentes e efetivas para reduzir a taxa desse processo, prolongando a vida da aresta de corte. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Embora os custos com ferramentas de corte representem apenas uma pequena fração do custo de fabricação, desgastes acelerados e/ou avarias frequentes levam a paradas da máquina para troca, e isso significa custos adicionais e perda de produtividade. Além disso, o conhecimento do processo de desgaste da aresta fornecerá subsídios para que haja evolução dos materiais das ferramentas, tornando-as mais resistentes aos fenômenos negativos que ocorrem durante o processo de usinagem. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Podem-se distinguir três fenômenos pelos quais uma ferramenta de corte perde sua eficácia na usinagem: • Avaria; • Desgaste; • Deformação plástica. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Avaria: Fenômeno que ocorre de maneira repentina e inesperada, causado pela quebra, lascamento ou trinca da aresta de corte. A quebra e o lascamento levam à destruição total ou à perda de uma quantidade considerável de material da aresta de forma repentina e imprevisível. A quebra é mais comum em ferramentas com baixa tenacidade, como as cerâmicas e os ultraduros. A avaria pode ocorrer principalmente por dois motivos, sendo eles: origem térmica e origem mecânica. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Avaria de origem térmica: Ferramentas que possuem ciclos de aquecimento e resfriamento constantes como as fresas, que possuem fases ativas e fases inativas, como mostra a imagem abaixo, sofrem com o aparecimentos de trincas térmicas. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Estas trincas térmicas são causadas quando a camada superficial, apresenta uma temperatura bastante alta, se dilatando. Porém, as camadas subsequentes a temperaturas inferiores terão uma dilatação bem menor. Como consequência, tais camadas impedirão o processamento de uma dilatação maior na camada superficial, causando tensões internas. Avarias e desgastes da ferramenta de corte As flutuações cíclicas da tensão, cujas taxas dependem da rotação, que pode chegar a valores elevadíssimos (50.000 rpm), promoverão o aparecimento de trincas por fadiga, principalmente nas ferramentas de metal duro. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Avarias de origem mecânica: As trincas de origem mecânica podem surgir devido aos "choques mecânicos“ ocorridos durante a entrada da aresta de corte na peça ou durante a saída dela da peça, culminando em lascamentos que podem condenar a ferramenta de corte. No fresamento, por exemplo, a cada ciclo ou giro da fresa, cada inserto ou aresta sofre um impacto violento na entrada do corte. Esse impacto é causado pela mudança súbita de carga zero, no ciclo inativo, para carga total de natureza compressiva, Avarias e desgastes da ferramenta de corte Desgaste: A Norma ISO 3685 (1993) define desgaste em ferramentas como a "mudança de sua forma original durante o corte, resultante da perda gradual de material". Ao desgaste em usinagem relacionam-se a mudança da geometria da ferramenta de corte por perda de massa. No desgaste, ao contrário da avaria, essa perda acontece de maneira contínua e progressiva, e em proporções pequenas, às vezes no nível atômico, às vezes no nível dos grãos do material. Avarias e desgastes da ferramenta de corte O tempo em que uma aresta de corte trabalha efetivamente antes de ser reafiada ou substituída é denominado "vida da ferramenta de corte" (T). Em usinagem, normalmente, as arestas de corte se desgastam seguindo uma curva padrão. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Estágio I: ocorre nos primeiros instantes de corte, nesse estágio, a ferramenta sofre um desgaste acelerado, natural de adequação ao sistema tribológico envolvido; como se a cunha cortante estivesse se acomodando ao processo, passando então a apresentar uma taxa de desgaste cada vez menor com o passar do tempo. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Estágio II: caracteriza-se por uma taxa de desgaste constante ao longo do tempo. A ferramenta já se encontra totalmente adequada ao processo e os mecanismos de específicos de desgaste operam em regime constante de desgaste. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Estágio IIl: acontece o início de uma aceleração no desgaste e promovendo, em curto espaço de tempo, a quebra da ferramenta, caso o corte tenha continuidade dentro desse estágio. Isso acontece, porque o desgaste atingiu níveis tão elevados que as temperaturas e tensões envolvidas irão promover, eventualmente, o colapso da ferramenta. Avarias e desgastes da ferramenta de corte Deformação plástica: Mudança da geometria da aresta de corte pelo deslocamento de material. Em casos extremos, leva-a total destruição da cunha cortante. É mais comum ocorrer em ferramentas com resistência relativamente baixa ao cisalhamento e com maior tenacidade, como o aço rápido, as ligas fundidas e o metal duro. A ocorrência nas cerâmicas é difícil, porque a grande fragilidade desse grupo de materiais não apresenta campo plástico suficiente para permitir o deslocamento de material, promovendo, antes, a quebra ou fratura.
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