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PROCESSOS DE USINAGEM Rafael Carminati Engenheiro Mecânico Especialista em Engenharia de Manutenção 2017 CONTEÚDO • Formação dos cavacos; • Tipos de cavacos; • Formas de cavacos; • Aresta Postiça de Corte (APC). Formação dos Cavacos Formação dos Cavacos O estudo da formação dos cavacos tem proporcionado grandes avanços nos processos de usinagem e contribuído para: • O aperfeiçoamento das arestas de corte; • Ferramentas com quebra-cavacos cada vez mais eficientes; • Além de novos e mais eficazes materiais para ferramentas; • E a possibilidade de usinar os mais variados tipos de materiais. Formação dos Cavacos Sabe-se que o cavaco é formado em altíssimas velocidades de deformação, seguidas de ruptura do material da peça. Para um estudo mais detalhado, divide-se o processo em quatro eventos: • Recalque inicial; • Deformação e ruptura; • Deslizamentos das lamelas; • Saída dos cavacos. Formação dos Cavacos Recalque inicial: Devido à penetração da cunha cortante no material da peça, uma pequena porção deste (ainda unido à peça) é pressionada contra a superfície de saída da ferramenta. Formação dos Cavacos Deformação e ruptura: O material pressionado sofre, de início, uma deformação elástica, e, em seguida, uma deformação plástica, que aumenta progressivamente até o estado de tensões provocar a ruptura. Essa ruptura se dá, na maior parte das vezes, por cisalhamento, então há a formação de trinca que se propaga de acordo com cada material, caracterizando a ruptura. Formação dos Cavacos Deformação e ruptura: Formação dos Cavacos Deformação e ruptura: Formação dos Cavacos Deslizamento das lamelas: Continuando a penetração das ferramentas na peça, haverá uma ruptura parcial, ou completa, na região de cisalhamento, dependendo da extensão da propagação da trinca. As propriedades do material e as condições de avanço e de velocidade de corte irão determinar quanto o segmento de material rompido permanecerá unido ao cavaco recém- formado. Dando origem a cavacos contínuos ou descontínuos, conforme a extensão e a resistência da união entre as Iamelas de material rompido. Formação dos Cavacos Deslizamento das lamelas: Formação dos Cavacos Saída do cavaco: Devido ao movimento relativo entre a ferramenta e a peça, inicia-se um escorregamento da porção de material deformada e rompida (o cavaco sobre a superfície de saída da ferramenta). Enquanto tal evento ocorre, uma nova Iamela de material está se formando e passando pelos mesmos processos. Essa nova porção de material também escorregará sobre a superfície de saída da ferramenta, repetindo mais uma vez o fenômeno. Formação dos Cavacos Saída do cavaco: Tipos de Cavacos Durante a usinagem, uma nova superfície é gerada na peça pela remoção de material na forma de cavacos. Morfologicamente*, os cavacos podem ser contínuos, descontínuos e segmentados. Em geral, cavacos contínuos aparecem durante a usinagem de materiais dúcteis, enquanto os descontínuos surgem em consequência da formação de um fluxo de elementos de cavacos quebrados em pedaços durante a usinagem de materiais frágeis. Existem várias vantagens em produzir cavacos curtos. *Morfologia é o tratado das formas que a matéria pode tomar. Tipos de Cavacos Tipos de Cavacos A quebra do cavaco é necessária para evitar que ele, ao não se desprender da peça, prejudique a exatidão dimensional e o acabamento da superfície usinada. Para facilitar a quebra do cavaco, é necessário que o avanço e a profundidade de corte estejam adequados. Tipos de Cavacos A quebra do cavaco pode ocorrer naturalmente durante a sua formação, como no caso da usinagem de bronze e de ferro fundido, ou sua quebra pode ser conseguida pelos quebra- cavacos. Nesse caso, provavelmente apenas a forma do cavaco irá se alterar. Em uma classificação mais detalhada, os tipos de cavaco podem ser; • Contínuo, descontínuo, e segmentado. Tipos de Cavacos A obtenção dos dois primeiros tipos depende muito da ductilidade (ou fragilidade) do material da peça e dos parâmetros de corte. Já o último tipo refere-se a cavacos produzidos geralmente na usinagem de materiais de baixa condutividade térmica e dureza elevada. Tipos de Cavacos Cavacos contínuos: Os cavacos contínuos são formados, na usinagem de materiais dúcteis, como aços de baixa liga, alumínio e cobre. Nesse caso, o metal cisalha na zona primária de cisalhamento com grandes deformações e permanece homogêneo, sem fragmentação, com formato semelhante a uma fita. Tipos de Cavacos Os cavacos contínuos são indesejáveis, pois podem causar acidentes, danificar a superfície usinada etc. Se eles não se quebrarem naturalmente, um quebra-cavacos deverá ser usado para promover a segmentação. O cavaco será então fragmentado, mas não pelos mesmos mecanismos descritos a seguir como "cavacos segmentados". Tipos de Cavacos Tipos de Cavacos Tipos de Cavacos Cavacos descontínuos Esse tipo é mais comum na usinagem de materiais frágeis, como bronze e ferros fundidos cinzentos, uma vez que não são capazes de suportar grandes deformações sem se quebrar. Entretanto, baixas velocidade de corte, ângulo de saída pequeno e grandes avanços também podem produzir cavacos descontínuos em materiais de baixa ductilidade. Com o aumento da velocidade de corte, o cavaco tende a se tornar mais contínuo. Tipos de Cavacos Tipos de Cavacos Cavacos segmentados Os cavacos segmentados são caracterizados por grandes deformações continuadas em estreitas bandas entre segmentos com pouca ou quase nenhuma deformação nos seus interiores. Trata-se de um processo muito diferente do verificado na formação do cavaco contínuo. Tipos de Cavacos Tipos de Cavacos A diminuição na resistência mecânica do material por causa do aumento da temperatura (provocado pelas deformações plásticas locais nas bandas de cisalhamento) iguala, ou excede, o aumento da resistência mecânica causado pelo endurecimento a frio. Isso é peculiar a certos materiais com pobres propriedades térmicas como o titânio e suas ligas. Tipos de Cavacos As altas temperaturas formadas no cisalhamento deste tipo de material provoca o amolecimento localizado e consequentemente, a formação de plano de deslizamento continuo semelhante à formação de cavacos contínuos. Este processo resulta na formação de cavacos com formato de dentes de serra. Formas de Cavacos Quanto á sua forma, os cavacos podem ter a seguinte classificação: • Em fita; • Helicoidais; • Em espiras; • Em lascas ou em pedaços. Formas de Cavacos O material da peça é o que mais influencia na forma e o tipo dos cavacos. Cavacos contínuos e segmentados podem ser produzidos em todas as formas abaixo: Formas de Cavacos Cavacos do tipo descontinuo, entretanto, só podem ser classificados quanto às formas das lascas, ou em pedaços. Geralmente o aumento da velocidade de corte, a redução no avanço, ou um aumento no ângulo de saída tendem a produzir cavacos em fitas. O avanço é o parâmetro mais influente, seguido da profundidade de corte, a afetar a forma do cavaco. Formas de Cavacos Aresta Postiça de Corte (APC) Quando se usina a baixas velocidades de corte, um fenômeno conhecido como APC pode ocorrer na interface ferramenta/cavaco. Existem evidências de que a APC é contínua com o material da peça e do cavaco, em vez de ser um corpo separado de material encruado sobre o qual o cavaco se escoa. Aresta Postiça de Corte (APC) Na interface ferramenta/cavaco, a primeira camada do material da peça quese une à ferramenta por meio de ligações atômicas é endurecido a frio, aumentando, assim, seu limite de escoamento e, por conseguinte, a tensão de cisalhamento torna-se insuficiente para romper tais ligações. Aresta Postiça de Corte (APC) Então o contato entre ferramenta e peça é intermediado pelo acumulo e fixação de uma camada do próprio material da peça usinada, reduzindo a qualidade de usinagem e aumentando a potencia necessário para efetuar o processo de corte. Atividades propostas 1. Qual os motivos de se estudar a formação dos cavacos na usinagem? 2. Qual são as etapas de formação do cavaco? 3. Quais são os tipos de cavacos? 4. Que materiais são propensos a produzir cavacos contínuos? E cavacos descontínuos? 5. Para que serve um quebra-cavacos? 6. O que é o APC?
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