Buscar

Resumo Processo Penal III - Lei de drogas e juizados especiais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo Processo Penal III – av1
Marilia Santos Costa
Procedimento no crime de tráfico de drogas
Apontamentos principais: Quando se tratar de crime de porte para consumo próprio,que, de acordo com o art. 48, § 1º, da própria lei, deve ser apurado de acordo com o rito da Lei n. 9.099/95, inclusive no que diz respeito às suas normas despenalizadoras. Por sua vez, apesar de não haver menção expressa, os crimes de oferta de droga para pessoa de seu relacionamento para consumo conjunto (art. 33, § 3º, da Lei n. 11.343/2006) e de prescrição ou ministração culposa de droga (art. 38 da Lei n. 11.343/2006) são também apurados perante o Juizado Especial Criminal, uma vez que as penas máximas não superam 2 anos.
Inquérito
Prazos: Caso se trate de réu preso, o prazo é de 30 dias, e se estiver solto, de 90 dias (art. 51). Esses prazos, porém, podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade policial (art. 51, parágrafo único). 
Prisão em flagrante: Prova de materialidade: O art. 50, paragrafo 1, da Lei 11.343/06 estabelece que, para fins de lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento de materialidade a possibilitar o oferecimento e recebimento da denúncia, é suficiente auto de constatação firmado por perito oficial, ou na falta deste, por pessoa idônea, chama-se de laudo provisório e deve ser feito por ser um crime não transeunte e deixar vestígios, esse perito que firmou o laudo provisório pode ser um dos que vão firmar o laudo definitivo (que é exigido que seja feito por 2 peritos). O laudo definitivo deve ser juntado nos autos até 3 dias antes da audiência de instrução.
Ação Penal
Denúncia: A denúncia deve ser oferecida pelo Ministério Público no prazo de dez dias, não importando se o acusado está preso ou solto. 
Conclusa a denúncia, se não for o caso de rejeição preliminar, o juiz deverá notificar o acusado para oferecer resposta no prazo de 10 dias, caso o acusado não responda o Juiz designará defensor dativo para que ofereça a resposta no mesmo prazo.
OBS: Se o promotor oferecer denúncia, deverá, concomitantemente, arrolar até 5 testemunhas, bem como requerer as diligências que entenda pertinentes (art. 54, III). Deverá ainda analisar o cabimento da suspensão condicional do processo se a denúncia se referir a crime cuja pena mínima não exceda 1 ano (crimes dos arts. 33, § 2º e 39 da Lei).
Decisão do juiz: Apresentada a defesa, o juiz em 5 dias, deverá decidir se rejeita a denúncia, ou se a recebe. Se entender necessário, previamente a esta decisão, poderá determinar a realização de novas diligencias, se entender imprescindível, determinará a apresentação do preso ou a realização de diligências, exames ou perícias, que deverão ser realizadas no prazo máximo de 10 dias. Em tal hipótese, com a juntada das novas provas ou com o término do prazo para a sua realização, o magistrado terá mais 5 dias para receber ou rejeitar a denúncia.a fase da resposta escrita após o recebimento da denúncia mostra-se incompatível com a lei especial, na lei antidrogas existe dispositivo especifico determinando que a resposta do acusado deve se dar antes do recebimento da denúncia.
Fases do procedimento especial: 
1) defesa preliminar; 
2) recebimento da denúncia ou determinação de diligências; 
3) citação; 
4) audiência para interrogatório, oitiva de testemunhas e debates orais; 
5) sentença.
Defesa preliminar: Nessa defesa, que tem o prazo de 10 dias para apresentação, o denunciado poderá arguir preliminares (prescrição, por exemplo) e exceções, além de invocar todos os argumentos que entenda pertinentes no sentido de convencer o juiz a não receber a denúncia (ex.: que o flagrante foi provocado ou forjado, que a droga era para seu consumo pessoal e não para tráfico etc.). Para tanto poderá oferecer documentos e justificações. É também nessa fase que o denunciado deve requerer as provas que pretende produzir, antes e depois do recebimento da denúncia, bem como arrolar até cinco testemunhas para que sejam ouvidas em caso de recebimento da inicial.
Audiência de instrução de julgamento:deverá ser realizada dentro do prazo de 30 dias, a contar do despacho em que foi recebida a denúncia, salvo se tiver sido determinada a realização de exame para verificar a dependência toxicológica de drogas por parte do acusado, hipótese em que deverá ser realizada no prazo de 90 dias. Muitas vezes já existem evidências de que o réu é dependente e, nesse caso, o juiz, ao receber a denúncia, deve, de imediato, determinar a realização do exame de dependência, hipótese em que a audiência de instrução deverá ser postergada, sendo realizada no prazo de 90 dias.Ouvidas as testemunhas, as partes terão, cada qual, tempo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 (a critério do juiz), para a sustentação oral. O rito não menciona a possibilidade de substituição dos debates orais pela entrega de memoriais, contudo, tal providência é extremamente comum no dia a dia forense. 
OBS: A regra que determina o interrogatório como último ato de instrução encontra-se no atual art. 400 do CPP, e, quanto a este, não existe dispositivo determinando sua aplicação aos ritos de leis especiais. Por isso, o interrogatório na Lei Antidrogas continua a ser realizado antes da oitiva das testemunhas. Aliás, se assim não fosse, o rito deixaria de ser especial.
Sentença:Após os debates das partes, o juiz proferirá sentença ou, se não se julgar habilitado a fazê-lo de imediato, ordenará que os autos lhe sejam conclusos para, no prazo de 10 dias, proferi-la (art. 58, caput).
Em caso de condenação, além das fases indispensáveis — relatório, fundamentação e dispositivo —, o juiz deverá, além de fixar a pena e o regime inicial: 
analisar se é caso de decretação da perda do cargo ou função pública (art. 92, I, do CP), se o crime tiver sido cometido com abuso da função pública e a pena for superior a 1 ano;
decretar a perda de veículos, embarcações ou aeronaves, bem como de maquinismos, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática do crime (art. 63); 
verificar a possibilidade de o réu apelar em liberdade, ou a necessidade de decretar -lhe a prisão; 
determinar a destruição da droga apreendida, preservando-se, para eventual contraprova, a fração que fixar. Nos termos do art. 32, § 1º, da Lei, a destruição será feita por incineração (art. 58, § 1º).
Processo sumaríssimo
O artigo 98, I, CF definiu que é obrigação do Estado criar Juizados Especiais criminais, tanto estaduais quanto federais, para tratar dos crimes de menor potencial ofensivo e contravenções penais, em 26 de setembro de 1995, a Lei n. 9.099, que definiu infração de menor potencial ofensivo e estabeleceu as regras para a transação penal e para o procedimento sumaríssimo, dentre várias outras providências.
Conceito de infração de menor potencial ofensivo: consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, no âmbito estadual, todas as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não exceda 2 anos (com ou sem previsão de multa cumulativa). Quanto ao montante da pena, há de se ressalvar que a existência de causa de aumento de pena que torne a pena máxima superior a 2 anos exclui a competência do juizado.
Observações quanto a aplicabilidade:
São aplicáveis os institutos da Lei n. 9.099/95 às autoridades que gozam de foro por prerrogativa de função que venham a cometer infração de menor potencial ofensivo. Nesse caso, a aplicação dos seus dispositivos será feita diretamente pelo tribunal competente.
Não se aplicam ao âmbito da Justiça Militar.
Se o crime praticado envolver violência doméstica ou familiar contra mulher, não são aplicáveis os dispositivos da Lei n. 9.099/95.
Princípios processuais dos juizados criminais
O princípio da oralidade impõe que os atos realizados no juizado, preferente-mente, devem ser realizados na forma oral, constando do termo apenas um breve resumo das manifestações e decisões, salvo nas hipóteses em que a lei dispuser em sentido contrário.
Princípio dainformalidade fica afastado o rigorismo formal nos atos praticados perante o juizado.
Princípio da economia processual, afastou-se a necessidade de inquérito policial para a apuração dos fatos delituosos e instituiu-se que a instrução deve ser realizada em um único dia. Além disso, estabeleceu-se que nenhum ato processual deve ser adiado.
Princípio da celeridade processual busca reduzir o tempo entre a prática da infração penal e a decisão judicial, para dar uma resposta mais rápida à sociedade.
Características
Composição civil: se refere à reparação do dano, a Lei n. 9.099/95 criou o instituto da composição de danos civis nos procedimentos de competência dos juizados, de sorte que a homologação do acordo realizado na audiência preliminar ou na própria audiência de instrução tem força de título executivo e impede a propositura de nova ação reparatória de danos na esfera cível. Essa composição de danos civis, nos crimes de ação privada e pública condicionada à representação, implica extinção da punibilidade do agente em face da renúncia automática ao direito de queixa ou de representação. No caso de ação pública incondicionada, a composição de danos civis não impede a propositura da ação penal, mas, conforme já mencionado, torna inviável nova ação reparatória de danos na esfera cível.
Não ha pena restritiva de liberdade: No que se refere à preferência para a aplicação de pena não privativa de liberdade, o legislador criou o instituto da transação, que será adiante analisado, de forma que a composição entre a acusação e o autor da infração obsta o início da ação penal, pela aplicação imediata de uma pena de multa ou restritiva de direitos, com a vantagem de não gerar reincidência, sendo registrada apenas para impedir nova transação em um prazo de cinco anos (art. 76, § 4º), e de não constar da folha de antecedentes criminais (art. 76, § 6º).
Termo circunstanciado: O art. 69 da Lei n. 9.099/95, visando dar maior celeridade ao procedimento investigatório, dispensou a instauração do inquérito policial para apurar as infrações de menor potencial ofensivo. Em seu lugar foi instituído o termo circunstanciado que a autoridade policial deve lavrar assim que tomar conhecimento da ocorrência do ilícito penal. A finalidade do termo circunstanciado é a mesma do inquérito policial, mas realizado de maneira menos formal e sem a necessidade de colheita minuciosa de provas.
O referido termo, portanto, deve apontar as circunstâncias do fato criminoso e os elementos colhidos quanto à autoria, para que o titular da ação possa formar a opinio delicti. O termo, sempre que possível, deverá conter:
a) a qualificação (dados pessoais, endereço etc.) do pretenso autor da infração;
b) a qualificação da vítima;
c) a maneira como os fatos se deram, com a versão das partes envolvidas;
d) a qualificação das testemunhas, bem como o resumo do que presenciaram;
e) os exames que foram requisitados (não é necessário o resultado dos exames, mas tão somente que conste quais foram requisitados); nos crimes de lesões corporais deverá constar ao menos um boletim médico acerca das lesões (art. 77, § 1º, da Lei n. 9.099/95);
f) assinatura de todos os que participaram da elaboração do termo circunstanciado. A autoridade policial também fará constar todos os dados que entender relevantes para o desfecho da causa, como os objetos que foram apreendidos, se o autor da infração resistiu ao ser conduzido ao Distrito Policial, o croquis em caso de acidente de veículos etc. Ao termo circunstanciado deverá ser anexada a folha de antecedentes do autor da infração. Concluída a lavratura do termo circunstanciado, a autoridade deverá encaminhá-lo ao Juizado.
O parágrafo único do citado art. 69, por sua vez, estabelece que, sempre que o autor da infração for encaminhado de imediato ao Juizado ou assumir o compromisso de fazê-lo, não poderá ser lavrado auto de prisão em flagrante ou exigida fiança.
Audiência preliminar: Esta audiência é realizada no mesmo dia em que cometida a infração de menor potencial ofensivo quando o autor da infração for apresentado de imediato ao Juizado após a lavratura do termo circunstanciado ou, quando isso não for possível, no dia designado pelo juiz após receber o termo.
Nos termos do art. 72 da Lei n. 9.099/95 devem estar presentes à audiência o juiz e o conciliador, o representante do Ministério Público, o autor da infração e seu defensor (constituído ou nomeado pelo juiz para o ato) e a vítima.
Se se tratar de ação publica incondicionada: 
O juiz inicialmente esclarecerá sobre a possibilidade de composição dos danos civis e da proposta de aplicação imediata de pena por meio do instituto da transação. Alertando que nesse caso não a composição não impede a propositura da ação penal.
Efetivada a composição civil e sendo ela homologada pelo magistrado, será reduzida a termo e valerá como título executivo judicial.
Em seguida, o Ministério Público terá oportunidade de se manifestar para propor a imediata aplicação da pena de multa ou restritiva de direitos (transação penal) se o Ministério Público entender que não estão presentes os requisitos legais e não fizer a proposta, o juiz não poderá fazê-la.
Caso o juiz não homologue o acordo, por entender incabível a transação, deverá remeter os autos ao procurador -geral de justiça, em analogia ao art. 28 do Código de Processo Penal, podendo o chefe do parquet concordar com o juiz e determinar o oferecimento de denúncia ou insistir na proposta, hipótese em que o juiz estará obrigado a homologá-la.
O aperfeiçoamento da transação, sem que tenha havido anteriormente o acordo civil, não implicará reconhecimento de culpa por parte do autor da infração e, dessa forma, não terá efeitos civis, cabendo ao interessado ingressar com a ação competente para pleitear reparações materiais.
De outro lado, se o autor da infração não tiver comparecido à audiência, se não estiverem presentes os requisitos da proposta de transação ou se o autor do delito tiver recusado a proposta apresentada, o Ministério Público deverá oferecer denúncia oral.
Se se tratar de ação penal publica condicionada
Composição dos danos civis decorrentes da prática da infração. Se essa composição for feita e homologada pelo juiz, automaticamente haverá renúncia ao direito de representação, com a conseqüente extinção da punibilidade do agente.
Se forem dois os autores do crime e apenas um deles se compuser com a vítima quanto aos danos provocados, apenas em relação a ele haverá a renúncia ao direito de representação.
A vítima ou seu representante legal poderá exercer o direito de representação oralmente na própria audiência. Se isso for feito, a representação será reduzida a termo e assinada pela vítima, dando-se prosseguimento ao rito, com a verificação da possibilidade de transação criminal entre o Ministério Público e o autor da infração. Por outro lado, se a vítima disser que não quer representar, há renúncia expressa ao direito de representação, restando extinta a punibilidade do agente.
De outro lado, se a vítima estiver na dúvida quanto ao interesse em oferecer a representação, poderá optar por não o fazer de imediato na audiência, sem que isso implique decadência de seu direito, desde que o exerça posteriormente no prazo de 6 meses a contar da data em que descobriu a autoria do crime.
Se se tratar de ação penal privada
Na audiência preliminar, caso seja feita a composição dos danos civis e sendo ela homologada pelo juiz, haverá renúncia ao direito de queixa, que implicará extinção da punibilidade do agente.
Na ação penal privada a lei não previu a possibilidade de transação criminal. Apesar disso, entendemos ser possível sua aplicação porque a Constituição Federal fez menção ao cabimento da transação às infrações de menor potencial ofensivo em geral.
Caso não ocorra a transação penal, a queixa poderá ser oferecida, oralmente, na própria audiência preliminar ou, se o ofendido preferir, poderá apresentá-la por escrito, no prazo decadencial de 6 meses.
Transação Penal: não se admitirá a propostade transação se ficar comprovado:
I — ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva. Como a lei não faz qualquer ressalva, fica a impressão de que não há limitação temporal mas prevalece o entendimento de que a transação, em tese, volta a ser cabível após o decurso do prazo de 5 anos, a contar do cumprimento da pena privativa de liberdade.
II — ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo. Em outras palavras, o autor de uma infração de menor potencial ofensivo só pode ser beneficiado 
por transação penal a cada período de 5 anos.
III — não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
P.S: Descumprimento da transação pelo autor da infração: Diverge a doutrina acerca da hipótese em que o autor da infração, após aceitar a transação proposta, não cumpre a pena avençada, isto é, não paga a multa ou não observa a pena restritiva de direitos. O Ministério Público deverá oferecer denúncia para buscar a condenação do infrator.
Rito Sumaríissimo (Procedimento): Só terá vez caso não tenha sido realizada a transação na audiência preliminar, pela ausência do autor da infração, pela ausência dos requisitos para a sua propositura ou por não ter o autor da infração aceitado a proposta. O Ministério Público oferecerá, de imediato, denúncia oral, exceto se houver necessidade de realização de novas diligências imprescindíveis.
Oferecida denúncia ou queixa oral, elas serão reduzidas a termo na própria audiência preliminar e o autor da infração receberá cópia de seu teor, hipótese em que estará automaticamente citado. O autor da infração já sairá também ciente da data da nova audiência (instrução e julgamento).
Se o autor da infração não estiver presente na audiência preliminar, será tentada sua citação pessoal por mandado, do qual constará que ele deve comparecer em juízo acompanhado de advogado, com a advertência de que, em sua falta, será nomeado defensor público (art. 68 da Lei n. 9.099/95). Caso seja feita a citação, o procedimento terá prosseguimento no Juizado. Porém, se o autor da infração não for localizado para citação pessoal, o procedimento será enviado à justiça criminal comum, para a adoção do rito sumário, nos termos do art. 66, parágrafo único, da lei, uma vez que é incabível a citação por edital no Juizado.
Tendo havido citação pessoal no Juizado, no início da audiência de instrução e julgamento será tentada a composição de danos civis e a transação penal, caso não tenham estas sido tentadas anteriormente pelo não comparecimento do autor da infração na audiência preliminar.
O juiz declarará aberta a audiência e dará a palavra ao defensor para que este responda à acusação. Somente após essa sustentação oral é que o juiz as receberá ou rejeitará. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz ouvirá inicialmente a vítima. Na sequência ouvirá as testemunhas de acusação (arroladas na denúncia) e depois as de defesa (que o próprio réu deve trazer à audiência ou apresentar rol em cartório pelo menos 5 dias antes de sua realização para que sejam elas notificadas) e, finalmente, interrogará o réu ou querelado.
O juiz, nos termos da lei, poderá indeferir a produção de prova que for considerada excessiva, impertinente ou protelatória.
O numero de testemunhas varia de 3 a 5 que poderão ser arroladas.
Em seguida serão realizados os debates orais. A acusação e depois a defesa terão 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, para apresentar seus argumentos.
Suspensão condicional do processo
Pressupostos de cabimento: Aplica-se a todas as infrações em que a pena mínima cominada em abstrato não seja superior a 1 ano.
Condições: 
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de freqüentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; e
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Causas de aumento e de diminuição de pena: existência de causas obrigatórias de aumento ou de diminuição de pena que possam alterar o limite mínimo da pena em abstrato deve ser levada em conta a fim de possibilitar ou impossibilitar a aplicação do dispositivo. Se houver causa de aumento que exceda o limite de 1 ano na pena mínima, não caberá suspensão e se houver causa de diminuição que reduza a pena mínima em crimes que inicialmente não caberia, caberá a suspensão.
Concurso de crimes: Na hipótese do concurso material, a suspensão somente será possível se a soma das penas mínimas não exceder 1 ano. No caso do concurso formal e do crime continuado, a suspensão somente será cabível se o aumento mínimo, que é de 1/6 (arts. 70 e 71 do CP), aplicado sobre a pena mínima do crime mais grave, não suplantar o limite de 1 ano.
Requisitos:
Que o acusado não esteja sendo processado por outro crime.
Que o réu não tenha sido condenado anteriormente por outro crime.
Que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias do crime, autorizem a concessão do benefício
Princípios da Execução Penal: É o procedimento destinado à aplicação de pena ou medida de segurança fixada por sentença. Em regra é processo autônomo, ou seja, é um processo por cada acusado.
Natureza jurídica: É preponderantemente jurisdicional e, secundariamente administrativo.
Autonomia: O processo de execução penal é autônomo, não tendo relação de continuidade com o processo de conhecimento criminal.
Requisitos:
Sentença penal condenatória ou absolutória imprópria, que impõe medida de segurança de tratamento ambulatorial e etc. Assim como a sentença que homologa a transação penal.
Sujeito imputável, ou no caso do inimputável que cumprirá medida de segurança.
Objetivos:
Efetivar as disposições da sentença ou decisão criminal
Proporcionar condições harmônicas de integração social do condenado e internado. Reintegração do apenado ou do submetido à medida de segurança.
Princípios e Garantias
Principio da humanidade: Do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, aflora o princípio da humanidade das penas, que apregoa que qualquer pena que colida com a dignidade da pessoa do apenado deve ser abolida do sistema jurídico brasileiro. Compreende-se que o valor da pessoa humana, independente de o ato por esta cometido ter sido ou não revestido de crueldade, deve prevalecer sobre a pena aplicada, onde há uma menção também ao principio da securalizacao, havendo assim uma vedação da imposição ou consolidação de determinado padrão moral às pessoas presas.
Principio da Legalidade: O princípio da legalidade encontra-se insculpido nos Arts. 3º e 45 da Lei de Execuções Penais, que asseguram ao condenado e ao internado todos os direitos não atingidos pela sentença e pela lei, não podendo normas penitenciárias administrativas, inclusive as que versam sobre falta e sanção disciplinar, ferir seus direitos. Ou seja, não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal.
Deve ser prévia e veda a irretroatividade da lei penal, salvo para beneficiar o réu. (Súm. 471, STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.) A presente Súmula veio firmar a orientação de que o requisito objetivo para progressão de regime para os condenados por crime hediondo e equiparado somente obedecerá o patamar de 2/5 para os primários e 3/5 para os reincidentes se o fato foi praticado depois da vigência da Lei 11.464/07, do contrário, a regra a ser aplicada continua sendo a genérica prevista na Lei de Execução Penal: que o réu tenha cumprido ao menos 1/6 da pena.
Proibição da criação e aplicação de tipos penais e disciplinadoresvagos ou indeterminados (Ler art. 50, I e II, LEP)
Vedação do uso de analogia para crimes e faltas disciplinares e para executar penas ou sanções disciplinares.
Principio da personificação da pena: O princípio da personalização da pena determina que a pena não pode passar da pessoa do condenado, devendo ser aplicada em função de sua culpabilidade, sua personalidade e seus antecedentes. No caso de condenados que iniciam a execução da pena privativa de liberdade sob o regime fechado, é obrigatório o exame criminológico, sendo facultativo nos casos do regime semi-aberto, bem como nos casos de progressão e regressão de regime da pena. O exame criminológico é justamente a pesquisa acerca da personalidade e dos antecedentes do condenado.
Principio da não marginalização:
Principio da less eligibility: Era algo que acontecia antigamente onde o governo mostrava a classe trabalhadora que a opção pelo encarceramento deveria ser a menos elegível.
Principio da individualização da pena: Este princípio, também conhecido como princípio da pessoalidade, determina que as penas impostas a diferentes condenados por um mesmo crime não sejam idênticas, pois cada agente possui uma peculiaridade singular, onde através do regramento da individualização, cada um receberá a sanção correspondente, sem prejuízo de comparações ou analogias prejudiciais. Neste sentindo:  XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Neste campo, a pena tão somente poderá quedar-se restrita ao âmbito do sentenciado, sendo absolutamente inadmissível a extensão dos seus efeitos criminais para parentes ou familiares do condenado, consoante preconiza o inciso XLV:
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Por fim, cumpre salientar que a individualização da pena terá um papel bem mais amplo do que tão somente limitar seu alcance a transcendência e a pessoalidade da pena, uma vez que há a anuência da individualização da pena em pelo menos três grandes momentos, quer seja na individualização legislativa (consagrada pela singularidade de cada pena consoante a gravidade de cada tipo penal), ou ainda na individualização judicial (através fixação da pena conforme as características pessoais do agente), ou ainda na individualização executória, tendo a sentença condenatória uma natureza dinâmica e não estática, pois o titulo executivo nascido a partir da homologação da condenação será sempre mutável, atendendo a própria finalidade da individualização na conduta de cada apenado, razão pela qual, por exemplo, um réu condenado ao cumprimento da pena de reclusão de dezoito anos em regime inicial fechado, poderá cumprir-la integralmente dentro deste mesmo regime, sem direito a progressão ou livramento condicional, bastando para tanto, ter péssimo comportamento carcerário, recusar-se a trabalhar, entre outras coisas.
Principio da intervenção mínima: Segundo este princípio, o Direito Penal só deverá intervir na hipótese de um grave ou relevante ataque a um bem jurídico, sendo desnecessário o seu uso em situações menos importantes, existindo outros ramos do direito para isto. O princípio da intervenção mínima é, portanto, uma ferramenta utilizada como modo de impedir que quaisquer condutas sem critérios de periculosidade ou impacto social venham a ser consideradas como crimes, evitando o uso desproporcional e nocivo da norma penal nestes casos.
Principio da culpabilidade
Principio da lesividade: Intimamente relacionado com o princípio da intervenção mínima (ultima ratio), o princípio da lesividade esclarece, limitando ainda mais o poder punitivo do Estado, quais são as condutas passíveis de serem incriminadas pela lei penal. Aliás, o princípio o faz de forma negativa, ou seja, indicando quais condutas NÃO PODEM ser incriminadas. A Doutrina enumera quatro principais funções do princípio da lesividade:
a) proibir a incriminação de uma atitude interna (se é que existem “atitudes” internas);
b) proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor (daí não se punir a tentativa de suicídio);
c) proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais (impede que seja erigido um direito penal do autor);
d) proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico (não incriminação do que não toma banho, do homossexual). Cumpre mencionar que a LEP, em seu art. 52, institui o regime disciplinar diferenciado (RDD), que consiste na obrigação de o preso (definitivo ou provisório) ser recolhido em cela individual, limitando-se suas saídas diárias e visitas semanais. Aquelas poderão ter até duas horas para banho de sol e estas permitem até duas pessoas (sem contar crianças) e não poderão ultrapassar duas horas. A imposição desse regime depende de decisão do juiz das execuções penais e poderá ter lugar, de acordo com a norma legal, sempre que ocorrer “a prática de fato previsto como crime doloso”, que provoque “subversão da ordem ou disciplina internas”. Também ficam sujeitos ao regime o preso que apresentar “alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade” e aquele sobre o qual recaiam “fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando”.
Principio da intranscendência: Tal princípio também denominado como da pessoalidade ou ainda, da personalidade da pena, preconiza que apenas o condenado poderá responder pelo ato praticado, uma vez que a pena não pode passar da pessoa do condenado.
O princípio em questão justifica a extinção da punibilidade em decorrência da morte do agente. Restando claro que em se tratando de pena privativa de liberdade, ocorre a extinção da punibilidade, de modo que mesmo que o condenado falecido tenha deixado vasto patrimônio, a pena de multa não poderá atingi-lo, em função de estar passando da pessoa do condenado para seus herdeiros. Conclui-se portanto, que estará extinta a punibilidade do agente que venha a falecer, independente da pena aplicada.
Principio da presunção de inocência: O princípio da Presunção de Inocência é no Brasil um dos princípios basilares do Direito, responsável por tutelar a liberdade dos indivíduos, sendo previsto pelo art. 5º, LVII da Constituição de 1988, que enuncia: “ninguém será considerado culpado até transito em julgado de sentença penal condenatória”.  Tendo em vista que a Constituição Federal é nossa lei suprema, toda a legislação infraconstitucional, portanto deverá absorver e obedecer tal princípio.
É certo que o Estado brasileiro tem direito e interesse em punir indivíduos que tenham condutas em desconformidade com a lei, podendo aplicar sanção a aqueles que cometem ilícitos. No entanto esse direito-dever de punir do Estado deve conviver e respeitar a liberdade pessoal, um bem jurídico do qual o cidadão não pode ser privado, senão dentro dos limites da lei.
Portanto, diante do cometimento de um ilícito, para que o Estado imponha pena, ele deverá respeitar o suposto autor de tal ilícito, dando-lhe todas as garantias constitucionais, e permitindo que este se defenda, e não tenha sua liberdade cerceada. Sendo necessário, portanto, que ocorra um processo, e enquanto não houver sentença transitada em julgado, em que o Estado prove a culpabilidade, o suposto autor será presumido inocente. Porem em 2016, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência. Para o relator do caso, ministro Teori Zavascki, a manutenção da sentença penal pela segunda instância encerra a análise de fatos eprovas que assentaram a culpa do condenado, o que autoriza o início da execução da pena.
Principio da proporcionalidade: Na esteira desta compreensão encontra-se Paulo Queiroz, que a luz do que se tem dito amplia esta concepção e refere-se ao princípio da proporcionalidade sobre três aspectos: 1º) proporcionalidade abstrata (ou legislativa); 2º) proporcionalidade concreta ou judicial (ou individualização) e o 3º) proporcionalidade executória. Na proporcionalidade abstrata, de acordo com o celebrado autor, dar-se a quando o legislador define as sanções (penas e medidas de segurança) mais apropriadas (seleção qualitativa) e quando estabelece a graduação (mínima e máxima) das penas cominadas aos crimes (seleção quantitativa). A proporcionalidade concreta (individualização judicial), como o nome já diz, é aquela feita pelo julgador no momento da aplicação da pena. Por fim, a proporcionalidade executória que ocorre durante o cumprimento da pena, na fase da execução penal. Assim, concluí o autor, têm o princípio da proporcionalidade três destinatários: o legislador, o juiz e os responsáveis pela execução penal.
Principio numerus clausus:

Outros materiais