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DIREITO PENAL: PARTE ESPECIAL DOS CRIMES CONTRA A PESSOA – CRIMES CONTRA A VIDA HOMICÍDIO É o ato de destruição da vida de um homem por outro homem. De forma objetiva, é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação da vida do ser humano. Espécies: Homicídio Simples (Art. 121 do CP) É a conduta típica limitada a “matar alguém”. Esta espécie de homicídio não possui características de qualificação, privilégio ou atenuação. É o simples ato da prática descrita na interpretação da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma pessoa. Homicídio Privilegiado (Art. 121 §1º do CP) É a conduta típica do homicídio que recebe o benefício do privilégio, sempre que o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta provocação da vítima, podendo o juiz reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio Qualificado (Art. 121 §2º do CP) É a conduta típica do homicídio onde se aumenta a pena pela prática do crime, pela sua ocorrência nas seguintes condições: mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; por motivo fútil, com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio cruel, ou do qual possa resultar perigo comum; por traição, emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; e para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. Homicídio Culposo (Art. 121 §3º do CP) É a conduta típica do homicídio que se dá pela imprudência, negligência ou imperícia do agente, que produz um resultado não pretendido, mas previsível, estando claro que o resultado poderia ter sido evitado. No homicídio culposo a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima. O mesmo ocorre se não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo o homicídio doloso, a pena é aumentada de um terço se o crime é praticado contra pessoa menor de quatorze ou maior de sessenta anos. Perdão Judicial: Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que torne desnecessária a sanção penal. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (Art. 122 do CP) Ato pelo qual o agente induz ou instiga alguém a cometer suicídio ou presta-lhe auxílio para que o faça. Reclusão de dois a seis anos, se o suicídio se consumar, ou reclusão de um a três anos, se da tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. A pena é duplicada se o crime é praticado por motivo egoístico, se a vítima é menor ou se tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Neste crime não se pune a tentativa. Infanticídio (Art. 123 do CP) Homicídio praticado pela mãe contra o filho, sob condições especiais (em estado puerperal, isto é, logo após o parto). Aborto (Art. 124 do CP) Ato pelo qual a mulher interrompe a gravidez de forma a trazer destruição do produto da concepção. No autoaborto ou no aborto com consentimento da gestante, este sempre será o sujeito ativo do ato, e o feto sujeito passivo. No aborto sem o consentimento da gestante, os sujeitos passivos serão o feto e a gestante. Aborto provocado por terceiro É o aborto provocado sem o consentimento da gestante. Pena: reclusão de três a dez anos. Aborto provocado com consentimento da gestante Pena: reclusão de um a quatro anos. A pena pode ser aumentada para reclusão de três a dez anos se a gestante for menor de 14 anos, se for alienada ou débil mental, ou ainda se o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Forma qualificada As penas são aumentadas de um terço se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provoca-lo, a gestante sofrer lesão corporal de natureza grave. São duplicadas se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Aborto necessário Não se pune o aborto praticado por médico: se não há outro meio de salvar a vida da gestante ou se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. LESÃO CORPORAL Ofensa à integridade corporal ou à saúde de outra pessoa Lesão corporal de natureza grave (Art. 129 §1º do CP) Caso resulte em: Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; Perigo de vida; Debilidade permanente de membro, sentido ou função; ou Aceleração de parto. Lesão corporal de natureza gravíssima (Art. 129 §1º do CP) Caso resulte em: Incapacidade permanente para o trabalho; Enfermidade incurável; Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; Deformidade permanente; ou Aborto. Lesão corporal seguida de morte Caso resulte em morte e as circunstâncias evidenciem que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo (homicídio preterintencional). Diminuição de pena Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou ainda sob o domínio de violenta emoção, seguida de injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Lesão corporal culposa Se o agente não queria o resultado do ato praticado, mesmo sabendo que tal resultado era previsível. Violência doméstica Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido; ou ainda prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade. Pena: detenção de três meses a três anos.
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