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Apresentação 1ª Expriência de Satisfação em Freud e Lacan2 (1)

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PRIMEIRA EXPERIÊNCIA DE SATISFAÇÃO
 EM FREUD E LACAN
 PROF. CRISTINA SIMÕES
A experiência de satisfação é fundamental para a estruturação e funcionamento do aparelho e serve como ponto de partida para se pensar como o sujeito é introduzido na ordem simbólica e como se constitui o desejo humano.
 
Originalmente trata-se da satisfação de uma necessidade biológica, através da “ação específica”. Experiência que se inscreve como memória de outra ordem, a “marca mnêmica desiderativa”, que força a separação entre satisfação da necessidade e realização de desejo.
Por quê?
Quando surge novo estado de urgência, o aparelho, sob o domínio do processo primário, persegue a marca mnêmica, o reencontro com o objeto mítico, na busca de restabelecer a satisfação original. Um impulso desta espécie, diz Freud, é o desejo, força que impulsiona o funcionamento dos processos psíquicos no sistema inconsciente, regulados pelo prazer-desprazer. A sua realização está no reaparecimento da percepção pela via alucinatória.
As impressões que maior efeito causaram em nós, as de nossa primeira infância, são precisamente as que quase nunca se tornaram conscientes
Freud:“É minha suposição que um desejo consciente só consegue tornar-se instigador do sonho quando logra despertar um desejo inconsciente do mesmo teor e dele obter reforço”
“O desejo que é representado num sonho tem que ser um desejo infantil”
No caso dos adultos ele se origina no Ics; no caso das crianças, trata-se de um desejo não realizado e não recalcado da vida de vigília
O bebê faminto grita. A situação é derivada de uma excitação originária de uma necessidade interna , proveniente de uma força que está continuamente em ação. Só pode haver mudança quando, de uma maneira ou de outra o bebê, através de um estímulo externo, chega-se a uma “vivência de satisfação” que põe fim ao estímulo externo.
 
Um componente essencial dessa vivência de satisfação é uma percepção específica – a nutrição – cuja imagem mnêmica fica associada, daí por diante, ao traço mnêmico da excitação produzida pela necessidade. Em decorrência do vínculo assim estabelecido, na próxima vez em que essa necessidade for despertada, surgirá de imediato uma ação psíquica que virá restabelecer a situação da satisfação original.
 
Uma nova ação dessa espécie é o que chamamos de desejo; o reaparecimento da percepção é a realização do desejo, e o caminho mais curto para essa realização é a via que conduz diretamente da excitação produzida pelo desejo para uma completa catexia da percepção.
Percepção indica que há objeto que entra no visual e tátil Essa impressão constituirá um TRAÇO desse objeto que permanece associado ao traço da excitação de necessidade (fome). Se satisfeita (necessidade),o traço do que o satisfez, também deixará seu traço.
Em todas as demais experiências futuras haverá conexão entre o traço da necessidade e o objeto que trouxe a satisfação. O restabelecimento dessa relação desencadeia uma impulsão psíquica.
Ex: neném com fome
PULSÃO: se situa na vida biológica, orgânica, e não na vida psíquica
NECESSIDADE: está em correlação com aquilo que ele analisa mais explicitamente: a falta
A necessidade orgânica está ligada a essa falta radical que resulta da saída do ventre materno.
A criança desde o nascimento, perdeu seu complemento anatômico, sua falta é um vazio, um buraco, uma hiância.
Ela suscita, para aquém da pulsão a necessidade orgânica.
Para a Psicanálise:
1-(o outro) o inconsciente como discurso do Outro é constituído pela cadeia significante por onde circula o desejo inconsciente – esse outro é lugar da fala.
2-(o Outro) o desejo se presentifica pelo intermédio do Outro como uma questão que lhe é endereçada
CHE VUOI ?
3-(objeto a) para além do Outro, o desejo sempre depende de um outro, parceiro libidinal do sujeito, que é o objeto “a”
Postulado da Psicanálise
a estrutura do sujeito se organiza a partir de um furo
Furo ____ é organizador na estrutura
 ____ é correlato ao conceito de objeto perdido
 ____ implica que aquilo que poderia dar satisfação ao sujeito é perdido desde sempre como condição necessária ao desejo,que é insatisfeito.
DESEJO
 
Para Freud o desejo põe em movimento o aparelho psíquico e o orienta segundo a percepção do agradável e desagradável.
Para Lacan o desejo se segue à falta essencial que separada de sua mãe, a criança sofre
O desejo tende a preencher a falta – a castração – que é sua separação da mãe
A criança deseja ser o falo da mãe, o desejo do desejo da mãe, o complemento da sua falta.
Não podendo completar essa hiância, o desejo vai se aplicar a substitutos da mãe 
DESEJO : é busca
é metonímico 
vetor que se desloca de um significante (S1), representado pelo traço de excitação da necessidade de comer, para outro significante (S2), representado pelo traço do objeto que satisfaz (o seio):
S1…… d…… S2 onde desejo é a busca do objeto perdido ou faltante
desejo # Demanda
 
 DESEJO
( N – D =d ) ––––– “o desejo é o resultado da operação de subtração da demanda à necessidade”
d = só pode ser inferido a partir da demanda
a D está para o Enunciado(é o dito, a demanda) como d está para a enunciação((é o dizer, o desejo que aparece na entonação,nos lapsos):
( D/d ≈ E/e )
Lacan: o desejo do homem é o desejo do Outro
 DEMANDA
é pedido 
é pedido de satisfação de um estado anterior de complementação = enunciado é demanda
- se há fala, há alteridade
- a fala é sempre dirigida ao Outro
o que caracteriza a demanda é a relação do sujeito com um outro, o que ocorre por intermédio da linguagem
= a cadeia de significantes
Lacan identifica a cadeia de significantes à demanda 
 ESTRUTURA DA DEMANDA
Toda fala é uma demanda
- a fala do analisante é demanda de interpretação, demanda de sentido ------- tem apenas um significado
----o desejo
----é causado pelo objeto “a”
Frustração = é o sentimento provocado pelo analisante pela não resposta à demanda
Permite abrir questão do desejo e a passagem
 ao nível pulsional
Regressão = corresponde à emergência dos significantes da história libidinal
 = deslizamento dos significantes da D onde o desejo se fixou
A tríade Frustração –- Regressão -- Fixação
 é reinterpretada por Lacan a partir da linguagem e da fala: a frustação provoca uma regressão na cadeia significante.
Trata-se do deslizamento da cadeia significante trazendo à baila os significantes de sua própria demanda.
Pela não resposta à demanda esses significantes que marcaram o sujeito em seu passado, podem ressurgir em sua fala. 
 
 FRUSTRAÇÃO – REGRESSÃO – FIXAÇÃO
 
Frustação provoca
pela não regressão favorece, pela fala o resposta ressurgimento do 
 à D passado/dos significantes
 que marcaram o sujeito
 
 Faz aparecer o desejo
S # animal 
Ser de linguagem # Ser pulsional
A demanda do Sujeito provém do Outro 
Outro – é o Outro da linguagem
 é Código
 é o tesouro dos significantes
 lugar ocupado pela mãe (pessoas que cuidam)
 lugar ocupado pelo pai/irmãos
O sujeito se constitui no campo do Outro (da linguagem)
A demanda é aquilo que se enuncia na cadeia de significantes onde se articula o desejo como efeito metonímico
Demanda ------Linguagem (significantes da demanda)
Desejo --- aparece no intervalo da cadeia de significantes, for a da cadeia, fora da linguagem
Desejo aparece nas entrelinhas da demanda(indizível=que não se pode exprimir em palavras)
 S
S1 ______ S2 no furo é onde se encontra o objeto a
Se tem furo tem desejo, daí a procura pelo objeto perdido 
 
Está ligado às formações do inconsciente = sonhos,chistes, atos falhos, sintomas
Fala ----- Demandas (dito) o Sujeito se dá conta da Demanda
Entrelinhas ----Desejo(dizer) o Sujeito não se dá conta do Desejo
A demanda poderia se formular na frase “me dá”.
São satisfações impossíveis de satisfazer,pois não é aquilo que deseja. Trta-se de demanda de Amor – toda demanda é demanda de amor onde circula o desejo como desejo de outra coisa.
 
A demanda é demanda de presença ou ausência na relação primordial com a mãe que está no lugar do Outro satisfaz as necessidades e também priva delas a criança.
O Outro não consegue atender à demanda – que volta sob a forma de furo.
Quando endereça ao outro da linguagem uma mensagem – quero mamar.
Pode dar ou não dar.
A mãe interpreta e devolve de forma invertida – é fome e o que era pura necessidade de leite(por ex.)
passa a ser demanda, por isto a demanda é sempre do Outro, na medida em que o Outro interpreta o que o Sujeito quer.
Não existe nada de maturacional na obra de Freud.
A passagem da pulsão oral à anal se dá pela intervenção da demanda do Outro.
Objetos da Demanda = seio e fezes
Objetos da Pulsão = Oral e Anal
Demanda ao Outro (oral) ex: mamar
Demanda do Outro (anal) ex: fazer cocô
A pulsão aparece no corpo;não tem como controlar a Pulsão porque é acéfalo.
Os significantes da demanda é que estão recalcados
 no inconsciente e volta com sintoma
.
A demanda é o que representa a sexualidade no inconsciente,pois a gramática da Pulsão é feita de significantes recalcados, os Vorstelugreprezentanz.
Representantes representativos da pulsão –Freud
Significantes - Lacan
A pulsão é uma demanda inconsciente que implica o corpo, os orifícios do corpo, daí ser um conceito que se encontra no limite entre o fisico e o mental, o corpo e o inconsciente.
 
Freud – Pulsão é o conceito-limite entre o psíquico e o somático psíquico
Lacan – Pulsão é o conceito –limite entre o simbólico e o real.
Objetos do Desejo = Olhar e Voz
Objetos da Pulsão = Escópica e nvocante
Demanda do Olhar = Pulsão Escópica = Desejo ao Outro
Demanda de Voz = Pulsão Invocante = Desejo do Outro
No grafo do desejo de Lacan,encontramos dois lugares onde figura a demanda. No 1º patamar, a própria cadeia de significantes situa a fala como uma demanda endereçada ao Outro (A).
No 2º patamar corresponde à cadeia inconsciente, encontramos a pulsão.
(S/ A)
A não resposta à demanda (em A) faz aparecer a dimensão do desejo – Che Vuoi ?
É a ausência de resposta do analista ocupando o lugar do Outro, que permite abrir a questão do desejo e a passagem ao nível do inconsciente pulsional.
Que demanda é essa?
A de que o sujeito lhe dê o complemento que lhe falta, o falo, pois o neurótico acha que o Outro demanda sua castração.
A introdução do significante da lei no Outro pela operação Nome do Pai, significa que a criança não é aquilo que poderia preencher o Outro,isto é, que a criança não é o complemento do Outro.
Diante da demanda do Outro, representada no inconsciente pela pulsão, o que advém para o sujeito é a castração.
 
Na análise, interessa a relação do sujeito com a demanda inconsciente do Outro.
DESEJO:
1- Por ser vinculado à lei, é aquilo pelo qual o sujeito se situa em relação à ela.
Pelo desejo, o sujeito se situa em relação à lei.
Pode dizer-lhe não.
2- Apoia-se na lei que constitui o sujeito para derrubar o incondicional da demanda do Outro – coloca-se para o sujeito,como condição absoluta.
Diante da Demanda do Outro, advém a castração.
O Sujeito deve escolher entre 
1- Ser objeto incestuoso
2- Ter seu próprio sexo
Ser o falo ou entrar na dialética do ter ou não ter.
Para não dar o que tem( o falo), dá o seu amor.
Tende a dar como resposta o significante no Outro.
 Assim, promove a sua saída da submissão à Demanda do Outro. 
[ S/ D] --------[S ( A/) 
Neurótico --- substitui a Fantasia pela Pulsão
Demanda e desejo ------ em dialética que se manifesta na relação:
 1- de amor
 2- sexual
Na relação amorosa: tentativa de preencher a falta contida na demanda de amor, desconsidera o sujeito que reage ou com rechaço ou com greve para fazer valer o desejo.
Ex: anoréxica : mantém a falta para mostrar que sua fome não é de comida, mas de amor.
Faz existir o objeto “a”, irrepresentável por qualquer alimento, vazio contornado pela pulsão oral: ela come nada.

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