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manejo reprodutivos de matrizes na avicultura de ovopostura

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6 MANEJO REPRODUTIVO
 
 A suinocultura busca, continuadamente, aumentar a eficiência reprodutiva. Para 
tanto, o técnico precisa conhecer os aspectos reprodutivos que caracterizam a espécie. 
 No sul do país, em criações tecnificadas de pequeno a médio portes, os índices 
reprodutivos médios estão em 9,5 leitões/leitegada e 1,9 partos/porca/ano, enquanto o 
potencial biológico estimado das fêmeas suínas está por volta de 13 leitões/leitegada e 2,6 
partos/porca/ano. Isso mostra que existe uma margem considerável entre os resultados e o 
potencial genético disponível. 
 
Aspectos sobre a reprodução dos suínos 
Maturidade sexual 5 - 6 meses 
Aptidão reprodutiva 6 - 7 meses 
Ciclo estral da fêmea poliéstrica anual 
Duração do ciclo estral 20-21 dias 
Duração do cio 3-4 dias 
Duração da fase fértil 48 -56 horas 
Óvulos liberados por cio 15-25 
Local de ejaculação intra-uterino 
Gestação ± 114 dias 
Cio pós-desmame 3-10 dias 
Pico reprodutivo 4º-5º parto 
 
6.1. MANEJO REPRODUTIVO DA FÊMEA 
6.1.1. Nulíparas 
 A chegada da puberdade é marcada pelo aparecimento do 1º cio fértil. A idade com 
que acontece é influenciada por diversos fatores tais como raça, genótipo, condição 
nutricional, meio ambiente e manejo adotado na granja. 
 Com vistas a diminuir a idade da fêmea à primeira cobertura, de forma a maximizar 
sua produtividade, várias técnicas vêm sendo adotadas: 
 
6.1.2. Indução hormonal 
 Apesar de se mostrar eficiente na indução de puberdade precoce, a utilização de 
hormônios não é recomendada, uma vez que tende a resultar em baixo índice de 
concepção, elevada mortalidade embrionária e/ou ocorrência de ciclos reprodutivos 
subseqüentes anormais. 
 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 1
 
 
6.1.3. Transporte de fêmeas 
 O transporte é uma estratégia eficiente em fêmeas com mais de 150 dias de idade. 
Um elevado percentual das fêmeas que são transportadas e introduzidas em outra granja, 
entram em cio entre 4 a 7 dias. 
 
6.1.4. Mistura de lotes 
 Esta é outra prática que se mostra eficiente em estimular o cio de fêmeas púberes. 
A mistura de diferentes lotes de marrãs em uma baia ou a transferência de um lote para 
uma nova baia, tem efeito positivo sobre a ciclicidade. 
 
6.1.5. Contato com o cachaço 
 Este é o método mais eficiente para estimular o aparecimento do cio. O cachaço 
produz uma substância chamada ferormônio que se encontra na saliva e estimula a fêmea. 
Alguns trabalhos sugerem que deve haver um contato direto, não somente visual, entre o 
cachaço e a fêmea, sendo que a duração deste contato depende do tamanho do grupo de 
fêmeas. Isto ficou demonstrado num trabalho (Tabela 01) no qual fêmeas com 160 dias de 
idade foram alojadas em grupos de 2-4 ou 8 leitoas e tiveram presença do cachaço entre 5 e 
20 minutos por dia. 
 
Tabela 01 - Dias à puberdade em função da exposição ao cachaço por diferentes tempos 
Tempo de exposição, min Período até puberdade, dias Fêmeas/grupo 
5 27 – 33 2 
12,5 16 2 
12,5 33 4 
12,5 38 8 
20 23 2 
20 20 4 
20 20 8 
Fonte: Industria Porcina, 1993 
 Os resultados apresentados sugerem que a melhor eficácia se dá com contato diário 
de 10-15 min e nos pequenos grupos. A rotação de cachaços também exerce forte 
influência no aparecimento do cio em leitoas (Figura 01). 
 
 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 2
 
 
Figura 01 - Idade à puberdade frente a presença 
(rotação x único) ou ausência de cachaço
0
2
4
6
8
10
12
160 165 170 180 190 200 210 220
Idade, dias
Fê
m
ea
s 
pu
be
re
s,
 n
°
Com macho Rotação macho Sem macho
 
 Fonte: EMBRAPA/CNPSA, 1985 
 Os cachaços têm variações quanto ao seu poder de estímulo. Isto é devido, em 
parte, à idade (Tabela 02). É possível que haja diferença entre cachaços adultos, tanto na 
produção quanto na liberação de ferormônio na saliva. 
 
Tabela 02 - Efeito do contato diário, durante 30 minutos, de machos de diferentes idades 
sobre o surgimento da puberdade em leitoas com idade média de 164 dias. 
Tratamento 
Intervalo entre o 1º contato 
com o cachaço e a puberdade, 
dias 
Idade por ocasião do 
surgimento da puberdade, 
dias 
Sem contato com cachaço 39 203 
Contato com macho de 6,5 
meses de idade 42 206 
Contato com machos de 11 
meses de idade 18 182 
Contato com machos de 24 
meses de idade 19 182 
Fonte: Kirwood e Hughes, 1982. In EMBRAPA/CNPSA, 1985 
6.1.6. Flushing 
 Entende-se por flushing um maior aporte de nutrientes para fêmea, o que na prática 
se traduz em fornecer uma quantidade de ração superior à que a fêmea vinha recebendo ou 
o mesmo volume de uma ração específica com maior densidade nutricional, por um 
período de 7 a 10 dias antes da data prevista do cio, com a finalidade de aumentar a taxa de 
ovulação. O flushing parece somente ter efeito quando a taxa de liberação dos óvulos 
estiver abaixo do normal (10-15 óvulos). No caso das fêmeas nulíparas, o flushing é 
recomendado onde as leitoas têm leitegadas pequenas. 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 3
 
 
 
6.1.7. Primeira Cobertura 
 A idade a primeira cobertura é um dos importantes fatores que condicionarão a 
eficiência reprodutiva da matriz. Quanto mais cedo for a cobertura, maior será a eficiência 
reprodutiva e econômica da fêmea. 
 O sucesso do início precoce da vida reprodutiva está associado a algumas 
condições: a) a fêmea deve apresentar um bom estado corporal; b) alimentação que atenda 
às suas exigências de crescimento e gestação) instalações e manejo devem ser adequados. 
 Mais do que a idade, o peso é o melhor indicador para o momento ótimo para 
cobertura. 
 A taxa de ovulação cresce do primeiro ao terceiro cio, portanto, ao cobrir a leitoa 
no momento do 3º cio, é provável que a leitegada seja maior. Segundo alguns autores, 
quando ocorre estímulo da leitoa para atingir a puberdade precoce, tem-se um organizado 
controle reprodutivo do rebanho e o plantel em bom estado nutricional, a cobertura pode 
ser realizada no momento do 2º cio. Evita-se, dessa forma, gastos adicionais com 
alimentação da fêmea. Entretanto, se as condições acima não forem verificadas, 
aconselha-se a cobertura pelo momento do 3º cio. Em ambos os casos o peso médio não 
deve ser inferior a 110 kg. 
 
6.1.8. Local da Cobertura 
 A fêmea deve ser levada até o macho, que habita um espaço adequado à monta, o 
que garante sucesso reprodutivo. Quando o método de cobertura é a monta natural, observe 
os seguintes aspectos: 
 - tamanho do macho e da fêmea; 
 - acompanhamento da cobertura, auxiliando sempre que necessário; 
 - a baia de monta deve ter piso apropriado, não deve ser escorregadio para não 
machucar os animais. 
 
 
 
 
6.1.9. Cio 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 4
 
 
 Caracteriza-se por alterações hormonais determinando transformações gradativas 
nos órgãos genitais externos, internos e também no comportamento da fêmea. Sua duração 
é, normalmente, de 36 a 56 horas. 
 O cio tem início no momento em que a fêmea tem reflexo de tolerância ou aceita o 
macho. O reflexo de tolerância pode ser desencadeado pelo homem em torno de 12 horas 
após o reflexo de tolerância ao cachaço e perdura mais ou menos 30 a 40 horas. 
 
Tabela 03 - Modificações observadas durante as três fases do cio 
PRÉ-CIO (+2 dias) 
“início do cio” CIO 
PÓS-CIO (+ 1 dia) 
“Saindo do cio” 
 0 6 12 18 24 30 36 
4
2 48 54 60 
1. fêmea inquieta; 
2. diminuição do apetite; 
3. emissão de sons 
característicos; 
4. vulva:vermelhidão e 
intumescimento 
regressivo (mais 
acentuado na 
nulípara);5. secreção mucosa 
abundante; 
6. salta sobre as 
companheiras; 
7. não tolera o salto; 
8. não apresenta reflexo 
de tolerância ao 
cachaço 
1. Apresenta 
reflexo de 
tolerância ao 
cachaço; 
2. não aceita o 
teste de 
monta 
1. Apresenta 
reflexo de 
tolerância ao 
cachaço; 
2. Apresenta 
reflexo de 
tolerância ao 
teste de monta 
 
1. Apresenta 
reflexo de 
tolerância ao 
cachaço; 
2. Não aceita o 
teste de 
monta 
1. fêmea não tolera 
mais o cachaço; 
2. desaparece a 
vermelhidão e 
intumescimento 
da a vulva; 
3. cessa o 
corrimento; 
4. volta o apetite; 
5. comportamento 
normal; 
6. não aceita mais o 
estímulo do 
homem. 
 
1. deixa-se montar; não salta mais sobre as outras; 
2. não sai do lugar (fica parada); 
3. orelhas eretas e com movimentos ritmados; 
4. urina com freqüência; 
5. vulva: vermelhidão e intumescimento diminuem; secreção mucosa 
ainda presente; 
6. na presença do cachaço permane- em posição estática com os 
membros posteriores afastados. 
 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 5
Fonte: Bage, 1976. In EMBRAPA/CNPSA, 1985 
 
6.1.10. Momento Ótimo para Cobertura 
 O início da ovulação em fêmeas suínas é 24 a 36 horas em nulíparas e 33 a 39 horas 
em pluríparas, com duração aproximada de 3 horas. O período de sobrevivência dos 
óvulos é em torno de 15 horas. Já a sobrevivência do espermatozóide no trato genital das 
fêmeas varia de 40 a 60 horas, necessitando aproximadamente 2 horas para capacitar-se 
(deslocamento até o terço superior da trompa) e por volta de 6 horas para ficar apto à 
fecundação. 
 
 
 Na prática, é extremamente difícil determinar o momento exato do início do cio. O 
diagnóstico deve ser feito duas vezes por dia, pela manhã e a tarde, ao se diagnosticar o cio 
das porcas pela manhã, fazer a cobertura na tarde do mesmo dia, ao passo que as fêmeas 
cuja detecção for feita à tarde deverão ser cobertas na manhã seguinte. A remonta, em 
ambos os casos, é feita 12 horas após a primeira cobertura. 
 É extremamente importante o uso do cachaço para detecção do cio, uma vez que 50 
a 60% das nulíparas e 20 a 30% das pluríparas não se imobilizam quando o homem 
desencadeia o reflexo. 
 
6.1.11. Número de Coberturas por Cio 
 Devido a existência de diversas evidências sugerindo que a fertilidade (Tabela 04) e 
o índice de retorno são melhorados quando acontece pelo menos duas coberturas, é 
aconselhável colocar a porca em cobertura no mínimo duas vezes. 
 
Tabela 04 - Percentual de nulíparas e pluríparas prenhas após uma e duas coberturas por 
cio. 
Nº coberturas Percentual de fêmeas prenhas 
por cio Nulíparas Pluríparas 
1 70 - 72 76 - 78 
2 83 - 85 85 - 88 
Fonte: McClean e Walter, 1980. In EMBRAPA/CNPSA, 1985 
 Também é possível usar um segundo cachaço para remonta, desta forma existe a 
possibilidade de aumento da leitegada (Tabela 05) e melhora na taxa de concepção além de 
um melhor aproveitamento dos reprodutores. 
 
Tabela 05 - Número de leitões nascidos vivos após uma e duas coberturas por cio. 
 Uma cobertura/cio Duas coberturas/cio 
N° de porcas 147 147 
N° total de leitões nascidos 1507 1606 
Média/leitegada 10,25 10,96* 
(P≤0,05) Fonte: Henry, 1972. In EMBRAPA, 1985 
 
 
 
6.1.12. Diagnóstico de Gestação 
 Conforme foi abordado, o objetivo da suinocultura mais tecnificada é reduzir ao 
máximo o intervalo entre partos sem que isso afete os demais índices reprodutivos. Neste 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 6
 
 
sentido é fundamental a realização do diagnóstico precoce da gestação e, para tanto, quatro 
métodos são usados: 
 
6.1.12.1. Controle de Retorno ao Cio 
 Baseia-se no reaparecimento do comportamento de cio, no caso da ausência de 
gestação. Esse retorno pode ser normal ou não (em média 21 e 26 a 35 dias, 
respectivamente). Segundo alguns autores o controle de retorno ao cio deve ser realizado 
com auxílio do cachaço (Tabela 06), usando a mesma técnica efetuada no diagnóstico de 
cio. Alta aplicabilidade. 
 
Tabela 06 - Resultados obtidos no controle de retorno ao cio, com e sem auxílio do 
cachaço. 
 Momento do controle de retorno ao cio 
 (dias após a inseminação) 
 15-25 26-37 
Forma de controle Exatidão, % 
Observação sem auxílio do cachaço 28,4 4,6 
Observação e auxílio do cachaço em casos 
de dúvida 41,7 26,2 
Passagem do cachaço 1 vez/dia 51,4 25,5 
Passagem do cachaço 2 vezes/dia 84,4 9,2 
Fonte: Bosc et al., 1977. In EMBRAPA/CNPSA, 1985 
 
6.1.12.2. Prova do Sulfato de Estrona 
 Baseia-se na detecção dessa substância, produzida pela placenta entre 16 a 35 dias 
de gestação (nível ótimo aos 25 dias). Baixa aplicabilidade. 
 
6.1.12.3. Ultra-sonografia 
 Existem vários modelos de aparelhos de ultra-sonografia para determinar a 
gestação. Os do tipo A fornecem resultados altamente confiáveis em animais prenhes, 
porém apresentam tendência de falso positivo em fêmeas vazias. O período ideal para a sua 
utilização é de 30 a 60 dias. Os instrumentos tipo Doppler são mais precisos e podem ser 
usados a partir dos 28 dias. Instrumentos de última geração podem fornecer resultados 
seguros aos 21 dias, porém são muito caros. Aplicabilidade em núcleos genéticos e 
pesquisas. 
 
6.1.12.4. Palpação Retal 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 7
 
 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 8
 Este método consiste na palpação e presença de frêmito na artéria uterina. Permite 
um diagnóstico de prenhez em 60 segundos, com precisão de 90% quando realizado entre 
30 e 60 dias de gestação. Sua realização só é possível em fêmeas pluríparas, pesando 
acima de 150 kg. Mesmo assim deve-se ter o máximo de cuidado para não romper a 
parede retal. Este trabalho deve ser feito com uso de luvas e substância lubrificante. 
 
6.1.13. Período de Gestação 
 A duração na maioria das gestações é de 114 dias, sendo a maior prevalência entre 
113 e 115 dias. Durante o período em que a fêmea estiver gestando é importante mantê-la 
em ambiente tranqüilo, evitando expô-la a condições estressantes. Nessa fase as fêmeas 
podem ficar alojadas coletivamente ou individualmente. 
 A gestação coletiva não é recomendada do ponto de vista técnico, principalmente 
no primeiro mês (fase de fixação dos embriões na parede uterina) e no último mês 
(aumenta o número de mortes pré-parto). 
 A gestação individual tem-se caracterizado pela maior aplicabilidade no campo, 
devido: 
 - menor mortalidade embrionária; 
 - facilita a observação do estado geral em que se encontra a matriz, adequando o 
fornecimento de ração; 
 - evita disputas sociais e hierárquicas; 
 - facilita o diagnóstico de patologias; 
 - fêmeas mais homogêneas; 
 - maior uniformidade das leitegadas. 
 A fêmea em gestação está em anabolismo gravídico, ou seja, uma situação de alta 
eficiência alimentar. Por isso é imprescindível fornecer quantidades adequadas de ração, 
uma vez que fêmeas excessivamente gordas podem apresentar os seguintes problemas: 
 - durante o parto podem ocorrer complicações como: contrações uterinas muito 
fracas e uma vagina muito estreita e não elástica; 
 - maior risco de ocorrência de agalaxia ou MMA durante o puerpério; 
 - tendência a parir leitões fracos; 
 - tendência a apresentarem problemas reprodutivos. 
 Caso não haja possibilidade da gestação ocorrer individualmente, atenção deve ser 
dada ao estado corporal dos animais, evitando problemas com falta ou excesso de 
alimentação. 
 
 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 9
 A quantidade de ração recomendada durante os primeiros dois terços da gestação éem torno de 2,0 kg e 2,5 kg durante o terço final. Entretanto, o melhor indicador da 
quantidade a ser administrada será o estado corporal em que se apresenta o animal. 
 
 
6.1.14. Transferência para Maternidade 
 Recomenda-se que as fêmeas sejam transferidas para maternidade entre 5 a 7 dias 
antes da data provável do parto, visando sua adaptação e o equilíbrio entre seu microbismo 
e o do novo meio ambiente. A transferência, sempre que possível, deve ser feita pela 
manhã ou a tardinha e de uma maneira tranqüila evitando agitar os animais. 
 Antes da introdução na cela ou baia parideira, as porcas devem ser banhadas com 
água, sabão e auxílio de uma escova para eliminar possíveis fontes contaminantes que 
possam estar aderidas à pele. A lavagem deve ser feita na direção antero-posterior e dorso-
ventralmente, dando especial atenção à área perivulvar, região do aparelho mamário e dos 
cascos. Outras importantes observações dizem respeito à presença de ectoparasitas e a 
verificação das condições gerais da baia (comedouros, bebedouros). 
 Nunca é demais que se diga da importância que o manejo exerce nessa fase, sendo 
que qualquer aspecto negativo que traga desconforto aos animais, provavelmente terá seus 
reflexos no parto. 
 
6.1.15. Manejo da Cela Parideira ou Baia Convencional 
 É comum fornecer às porcas pré parturientes ração contendo níveis acima do 
normal de fibra bruta com o objetivo de tornar a dieta laxativa. Quanto a diminuição na 
quantidade de ração administrada, visando a prevenção da ocorrência de constipação e 
congestão do aparelho mamário pode, segundo alguns autores, conduzir os animais a uma 
agitação, resultando em um número maior de leitões recém-nascidos feridos ou mortos. 
Existe a possibilidade de continuar com a mesma quantidade de ração, porém, adicionando 
10 gramas de sulfato de magnésio (sal amargo) à ração, durante dois a três dias antes, até 
quatro dias após o parto. 
 
6.1.16. Parto 
 Esta é, sem dúvida, uma das etapas de maior importância na produção de suínos. 
Qualquer problema que ocorrer durante o parto pode afetar drasticamente a eficiência, 
tanto da porca quanto do leitão. 
 
 
 
6.1.16.1. Sinais de Proximidade 
 Durante os dias que antecedem o parto as fêmeas devem ser observadas 
individualmente de forma cuidadosa. As glândulas mamárias e a vulva oferecem um bom 
diagnóstico da aproximação do parto, pois ambas aumentam gradativamente até a parição. 
Mudanças no comportamento das fêmeas são notadas, ficando bastante inquietas. 
 O preparo da cama (em caso de baias convencionais), seguido alternadamente por 
períodos de inquietação intensa e inatividade, coincide com o início das dores do parto e 
ocorrem 24 horas antes do mesmo. 
 Apesar de tudo, estes sintomas não permitem dizer com exatidão o momento do 
parto. É a atividade secretora da glândula mamária que oferece o melhor prognóstico do 
início da atividade de parto (Tabela 07). 
 
Tabela 07 - Características e volume de secreção láctea de fêmeas 72 horas pré-parto. 
Horas antes do parto Características e volume de secreção láctea obtida através da ordenha 
72 Não se observa secreção láctea. 
48 Uma ou outra gota de uma secreção serosa de algumas glândulas mamarias. 
12 Em 70% dos casos, diversas gotas de uma secreção leitosa. 
06 Em 94% dos casos, jatos de uma secreção leitosa 
Fonte: Jones, 1966 e Mönnig, 1972. In EMPRABA/CNPSA, 1985 
 
6.1.16.2. Acompanhamento 
 Acompanhar o parto, interferindo de maneira oportuna, é fundamental para o 
sucesso da criação. Na tabela 08 estão relacionados tipos de acompanhamento e suas 
interações com a perda de leitões. 
 
Tabela 08 - Resultados obtidos com diferentes formas de acompanhamento do parto. 
Grupo Perdas de leitões, % 
A Após a melhor higiene da maternidade, um homem acompanha todo o parto, os leitões são enxugados. 2 
B Durante o dia, o parto é regularmente controlado e à noite plantão junto à porca por ocasião do parto. 5 
C Tanto durante o dia como à noite, cada leitegada é controlada cinco a sete vezes; em casos especiais os leitões são enxugados. 8 
D Durante o dia bem como à noite - controle esporádico 11 
E Durante o dia a porca é controlada oportunamente, à noite não. 14 
F Durante o dia somente as leitoas são controladas esporadicamente. 17 
G As porcas são deixadas praticamente à vontade durante a parição. 20 
Fonte: Eich, 1980. In EMBRAPA/CNPSA, 1985 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 10
 
 
 
6.1.16.3. Duração do Parto 
 O parto pode durar de 2 a 6 horas, sendo que são considerados distócicos aqueles 
com duração acima de 6 horas. Diversos trabalhos demonstram que quanto mais 
longa a duração do parto, maior o número de natimortos. Ambientes barulhentos, 
temperaturas altas, intervenção do criador através de toque vaginal em momento não 
apropriado ou aplicação de elevadas doses de ocitocina tornam o parto mais prolongado. 
 Com o aumento da freqüência das contrações uterinas tem início o parto, as 
contrações são bastante dolorosas, provocando inquietação e desconforto abdominal à 
fêmea. Para que a fêmea tenha facilitado seu trabalho de parto, é importante a posição de 
decúbito lateral. 
 Em pluríparas o intervalo de expulsão entre leitões é, em média, 16 a 20 minutos. 
Já no caso de primíparas este intervalo é maior. A posição do leitão é considerada normal, 
quando sua insinuação é anterior ou posterior. 
 A eliminação da placenta é normal quando dura até uma hora após a expulsão do 
último leitão. As maneiras pelas quais a porca pode eliminar a placenta são: 
 - imediatamente após o nascimento do leitão; 
 - após o nascimento de um grupo de leitões; 
 - logo após o nascimento do último leitão. 
 Não é recomendável puxar a placenta quando esta ficar presa, pois pode ocasionar 
metrite. É possível que a porca venha comer a placenta, entretanto, esta atitude não 
apresenta inconveniente para porca ou para o leitão. 
 
 
 
6.1.16.4. Indução do Parto 
 A indução do parto através da prostaglandinas e seus análogos tem sua aplicação 
sugerida em função das seguintes vantagens: 
 - racionalização do uso da maternidade; 
 - eliminação dos partos no fim de semana e melhor assistência às porcas e aos 
leitões durante o parto; 
 - possibilidade de homogenização dos lotes na recria; 
 - torna possível a transferência cruzada de leitões quando houver necessidade. 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 11
 
 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 12
 Normalmente os indutores do parto são aplicados via intramuscular por serem mais 
práticos. Porém, aplicação via intravulvar não determinou perda dessa característica e 
possibilitou a redução da dose recomendada. 
 Alguns dados mostram resultados reprodutivos deletérios após a indução. É 
importante o técnico avaliar os diferentes aspectos que norteiam a criação optando, 
preferencialmente, para um manejo mais natural dependente da endocrinologia endógena 
do animal. 
 
6.1.16.5. Intervenção no Parto 
 A intervenção no parto deve ser feita quando o intervalo de nascimento dos leitões 
estiver acima do normal (1,5-2 horas) ou quando, mesmo após o nascimento de vários 
leitões, as contrações continuarem e não ocorrer o nascimento dos leitões. 
 Em ambos os casos se recomenda, como primeira medida a ser adotada, o toque 
vaginal para verificar a presença e a posição do leitão, retirando-o quando possível. 
 O toque vaginal deve obedecer a seguinte seqüência: 
 - lavar a parte posterior da porca; 
 - limpar rigorosamente as mãos e os braços; 
 - vestir luvas; 
 - passar um lubrificante sobre as luvas e, 
 - introduzir lentamente amão, evitando movimento bruscos, 
 O toque vaginal deve ser feito sob rigorosas condições de higiene. O uso da 
ocitocina deve ser realizado quando o parto for demorado e não houver obstáculo à saída 
dos leitões, sempre observando a dosagem recomendada. É muito comum ocorrer em 
criações um uso excessivo de ocitocina o que é contraproducente do ponto de vista técnico 
e econômico. A ocitocina não deve ser aplicada antes do toque vaginal e do nascimento do 
primeiro leitão, uma vez que pode estar ocorrendo um estreitamento da via fetal 
ocasionado por diversos motivos cujo medicamento não exerce efeito podendo até 
prejudicar. 
 
6.1.17. Lactação 
 A lactação tem início no parto e termina no desmame dos leitões. É importante que 
durante a lactação haja um meio ambiente tranqüilo, uma vez que estudos demonstram que 
os reflexos envolvidos na liberação de ocitocina e prolactina, estão intimamente ligados ao 
comportamento social e ao meio ambiente. Portanto, ambientes adversos podem interferir 
 
 
na lactogênese, o que tem como conseqüência a produção de leitões fracos e incapazes de 
estimular suficientemente a glândula mamária, provocando maior inibição da secreção 
láctea. Os leitões mamam em torno de 20 vezes por dia em intervalos bastante regulares 
através de estímulos maternos. A ingestão por mamada é de 30 a 50 ml de leite. 
 
A duração da lactação, por determinar o intervalo entre partos, tem sido reduzido ao 
longo dos anos (figura 02). 
 
Figura 02 - Comprimento de lactação em criações comerciais norte-
americanas - dados de 7 anos (XUE & DIAL, 1996)
21.5
22
22.5
23
23.5
24
24.5
25
25.5
86 87 88 89 90 91 92
Anos
L
ac
ta
çã
o,
 d
ia
s
 
 
 
 
 
6.1.18. Alimentação 
 Durante a lactação há um desgaste muito grande da porca, um vez que 
normalmente as exigências nutricionais imprimidas pela lactação excedem sua capacidade 
de consumo. 
 A recomendação para fêmeas em lactação é, a partir do 5º dia, fornecer ração “ad 
libitum” em 3 refeições diárias. 
 
6.1.19. Puerpério 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 13
 
 
 Puerpério é o conjunto de fenômenos fisiológicos de regressão que ocorrem no 
aparelho reprodutor após o parto. Tem duração média de 21 dias, sendo que é nos sete 
primeiros dias de lactação que ocorrem as alterações mais importantes. Tanto o desmame 
quanto a cobertura durante o período de puerpério levam a uma elevada taxa de morte 
embrionária e de leitegadas pequenas. A tabela 09 abaixo mostra a relação entre o 
tamanho da leitegada à desmama e a cobertura das fêmeas, durante e após a fase de 
puerpério. 
 
Tabela 09 - Influência da época da desmama e cobertura antes e após o puerpério sobre o 
número de leitões nascidos. 
Período de lactação/dias 0-5 6-10 11-15 36-50 
N° de leitões nascidos na 
gestaçãosubseqüente 7,34 8,14 8,96 10,0 
Fonte: Fiedler, 1971. In EMBRAPA/CNPSA, 1985 
 
 É importante ficar atento nos primeiros quatro dias pós-parto, observando 
alterações na temperatura corporal, aparelho mamário e apetite, com vistas a identificar 
qualquer sintoma de mamite, metrite e agalactia (MMA). Nesse período o indicador mais 
prático de transtornos patológicos é a anorexia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6.1.20. Desmama 
Tabela 10 - Intervalos desmame-cio e desmame-concepção e subseqüentes tamanhos de 
leitegadas de porcas com diferentes períodos de lactação. 
Lactação 
(dias) N 
Desmame - 
Cio 
Desmame - 
Cobertura 
Tamanho da 
leitegada 
Leitões / 
Fêmea / ano 
08 - 10 217 6,99b 7,41 b 11,19a b 31,2 
11 - 13 1215 6,66b 7,99 b 10,64 a 28,7 
14 - 16 3872 6,49 b 7,79a b 10,96 a 29,0 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 14
 
 
17 - 19 3420 6,18 b 7,53a b 10,04a b 28,6 
20 - 22 6406 5,90c 7,03 c 11,15a b 28,4 
23 - 25 3311 5,77cd 6,80 c 11,38 b 28,0 
26 - 28 976 5,51d 2,26 c 11,44 b 28,3 
>28 403 5,59d 5,93 c 11,57 b 28,1 
Fonte : Foxcroft, G.; Cosgrove, J.R.; Alterme, F.X.; II Suinotec (1996) 
 
 Entende-se por desmama a separação dos leitões da porca, sendo os leitões 
conduzidos para creche e a fêmea à reprodução. Para um aproveitamento mais eficiente 
das instalações, as porcas devem ser desmamadas em grupo (manejo escalonado). 
 O manejo alimentar, por ocasião da desmama, tem como objetivo conseguir uma 
redução na produção de leite e estimular um maior consumo de ração por parte dos leitões. 
Recomenda-se reduzir a ração progressivamente 3 dias antes da data do desmame, sendo 
que na véspera a porca deve receber em torno de 0,5 quilograma. 
 Alguns autores aconselham que, no dia da desmama, se adote a prática de 
suspensão do fornecimento de água por 24, e de ração por 24 ou 48 horas. A privação de 
água e ração, além de reduzir a produção láctea, parece estar ligada ao estímulo ao cio. 
 O manejo dispensado à porca após a desmama, exerce grande influência em sua 
eficiência reprodutiva, estando esta relacionada com o número de leitões no parto seguinte. 
O manejo adotado nesta fase parece exercer um efeito maior em primíparas que pariram 
um grande número de leitões. 
 Em função de alterações hormonais desencadeadas, principalmente pela ausência 
de sucção pelos leitões, a porca entra em cio novamente entre três e dez dias após a 
desmama, sendo que até doze dias é considerado normal. Porém ocorre grandes variações 
dependendo da idade da desmama. Existe uma relação inversamente proporcional entre 
idade da desmama e intervalo desmama-cio. 
 Recomenda-se que a partir do 2º dia após a transferência da fêmea se realize, com 
auxílio do cachaço, o diagnóstico do cio. Quando as fêmeas são alojadas coletivamente, 
solta-se o cachaço com elas por quinze a vinte minutos/dia. No caso das fêmeas ficarem 
alojadas em gaiolas individuais, recomenda-se passar o cachaço duas vezes ao dia nos 
corredores anteriores e posteriores. 
 
6.1.21. Flushing 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 15
 
 
 No caso de fêmeas pluríparas não se recomenda o uso do flushing, pois o mesmo 
não exerce efeito sobre a taxa de ovulação. Entretanto, em condições de desgaste intenso 
devido a lactação ou sub-alimentação, o flushing tem resultados compensatórios. 
 
6.1.22. Renovação de plantel. 
Tabela 11 - Causas de descarte de matrizes. 
Causas % 
Problemas Reprodutivos 55 
Senilidade 15 
Claudicação e Acidentes 23 
Agalaxia 7 
TOTAL 100 
Fonte : M.E.P. (1989) 
 
6.2. MANEJO REPRODUTIVO DO MACHO 
 O cachaço é responsável por 50% da carga genética dos leitões nascidos. A 
capacidade reprodutiva do cachaço, que é dada pelo número ou percentual de fêmeas 
cobertas no plantel e pela sua influência sobre o tamanho das leitegadas, é o principal fator 
que determina um retorno econômico numa criação de suínos. Atenção especial ao 
reprodutor deve ser dada, visto sua maior importância no rebanho em relação a fêmea. 
 Dentro de uma criação o cachaço tem diversas funções, entre as principais estão: 
 - auxílio na detecção do cio; 
 - desencadeamento no reflexo de tolerância; 
 - realização da cobertura; 
 - fornecimento de esperma em qualidade e quantidade suficientes. 
 
 
 
6.2.1. Idade 
 É muito comum reprodutores jovens serem utilizados com a mesma freqüência de 
reprodutores adultos. Mesmo que ele produza uma quantidade considerável de esperma, 
não é aconselhável que inicie sua vida reprodutiva antes dos sete e meio a oito meses, 
idade em que atinge capacidades coendi e generandi aceitáveis às metas estabelecidas para 
a exploração. 
 
6.2.2. Exame Andrológico 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 16Mesmo não sendo comum a nível de produtor que utiliza monta natural, o exame 
andrológico deve ser realizado pelo menos na compra e em casos de problemas 
reprodutivos. Um técnico capacitado deve avaliar o potencial reprodutivo dos cachaços, 
de modo a se conhecer mais detalhadamente os animais a serem introduzidos no plantel. 
 
6.2.3. Condicionamento à Monta 
 Existem aspectos importantes que devem ser observados quando o animal atinge 7 
e 8 meses de idade visando condicioná-lo à monta. Deve-se levar até a baia do cachaço 
um fêmea plurípara, dócil, que já tenha sido coberta por um macho experiente, de tamanho 
semelhante ao do reprodutor e que se encontre no momento ótimo para cobertura. É 
importante que a cobertura seja assistida e quando necessário posicionar corretamente o 
macho. Auxiliar na introdução do pênis e observar a integridade do mesmo. Evitar grande 
número de tentativas frustradas, causadas pela inquietação da fêmea e curiosidade 
excessiva do macho, as quais poderão trazer problemas futuros, por afetarem a 
autoconfiança deste. 
 
6.2.4. Monta 
 A monta, assim como todas as atividades que demandam esforço físico muito 
intenso, deve ser realizada sempre nas horas mais frescas do dia. A ração deve ser 
fornecida, preferencialmente, após a cobertura, permitindo com que os animais trabalhem 
com estômago vazio. 
 
6.2.5. Freqüência de Monta 
 É difícil afirmar com exatidão a freqüência de monta, pois existe grande variação 
na capacidade individual entre os reprodutores. Feita avaliação da fertilidade e a 
observação do comportamento reprodutivo, pode-se aumentar gradativamente o número de 
coberturas de modo que a partir de 12 a 15 meses de idade, os machos realizem uma 
cobertura ao dia, durante 5 a 6 dias, descansando durante igual período. 
 Não é aconselhável que o cachaço realize coberturas mais de uma vez por dia, nem 
6 dias consecutivos. Entretanto, por curtos períodos em casos especiais, parece não haver 
problemas quando os machos mais velhos façam duas coberturas por dia, desde que logo 
em seguida, após um período de descanso, volte a sua rotina normal. 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 17
 No caso do reprodutor realizar duas coberturas dia, estas devem ser realizadas em 
intervalos mínimos de 6-8 horas. A utilização intensa do cachaço mesmo que em curtos 
 
 
períodos de tempo diminui sua capacidade sexual. Machos com idade de 8 a 10 meses 
podem ser utilizados 2 vezes por semana e, com 10 a 12 meses, 3 a 4 vezes. Sempre 
considerar intervalos regulares entre as coberturas. 
 
6.2.5. Fases de Monta 
 A monta na espécie suína ocorre em três fases distintas: 
 
6.2.5.1. Prelúdio 
 Esta é a fase da monta, iniciando com o primeiro contato da fêmea com o cachaço e 
tendo fim quando o macho inicia a ereção expondo parcialmente o pênis, enquanto a fêmea 
adota posição de mobilidade. O comportamento de cortejar é extremamente importante 
para desencadear o reflexo de imobilidade. Normalmente o prelúdio dura 5 minutos, 
existindo variações dependentes da idade e experiência do macho. 
 
6.2.5.2. Monta 
 Tem início quando o cachaço salta sobre a porca. A seguir ocorre a exteriorização 
do pênis, ao mesmo tempo em que procura a abertura vulvar. Com o pênis já introduzido 
na vagina, o cachaço alcança o cérvix onde ocorre o estímulo para ejaculação, tudo isto 
sempre é feito com o macho praticando movimentos rítmicos de vai e vem. Durante a 
monta a fêmea permanece completamente imóvel, raramente ocorre movimentação antes 
do final da cópula o que dificilmente atrapalha a ejaculação. Em média a duração desta 
fase é de 10 minutos, o que pode variar muito, principalmente em função da receptividade 
da fêmea. 
 
 
6.2.5.3. Descida 
 A terceira e última fase da monta é caracterizada pelo relaxamento e recolhimento 
do pênis e pela descida do macho. 
 
6.2.6. Sistemas de Monta 
 São basicamente 2 os sistemas de monta mais utilizados em nosso meio. 
 
6.2.6.1. Monta Livre 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 18
 
 
 Neste sistema o macho é solto junto com um determinado grupo de fêmeas em um 
piquete ou baia. A monta livre apresenta algumas vantagens tais como a boa detecção do 
cio e um bom nível de fecundação, desde que o número de fêmeas por macho não seja 
grande demais. Entretanto, deixar a monta acontecer livremente implica em algumas 
desvantagens: 
 - dificulta o controle de cobertura e parto; 
 - pode ocorrer ferimentos das porcas, devido a constante agitação dos machos e, 
 - maior desgaste do macho pelo aumento da freqüência de coberturas. 
 
6.2.6.2. Monta Controlada 
 A monta controlada consiste em conduzir a porca em cio até a baia do cachaço para 
que seja realizada a cobertura. É a mais usual em criações comerciais. Apresenta as 
seguintes vantagens: 
 - melhor manejo das instalações; 
 - maior controle do desempenho reprodutivo do macho; 
 - melhor controle genético; 
 - facilita a identificação de machos com problemas. 
 
6.3. INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL 
 No Brasil, ao contrário de outros países como a Dinamarca e Inglaterra, a IA em 
suínos não participa significativamente dentro dos métodos de cobertura. 
 Mesmo diante das vantagens econômicas, genéticas e sanitárias, a aplicabilidade da 
IA está muito relacionada a grandes unidades criatórias e/ou núcleos genéticos e de 
multiplicação. 
 No Rio Grande do Sul a Associação dos Criadores de Suínos (ACSURS) mantém, 
em parceria, duas estações de coleta e manipulação de sêmen suíno (Estrela e Erexim). 
Nessas estações são ofertados aos mercados regionais sêmen das principais raças 
comerciais. 
 
Características principais do sêmen destinado a IA: 
 - Volume: 100 mL 
 - Concentração espermática/dose: 3 x 109
 - Temperatura de conservação: 12-16° C 
 - Viabilidade espermática: até 72 horas após diluição 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 19
 
 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 
 
20
 
 A técnica de IA é fácil e possível de ser executada por qualquer criador treinado. 
Quatro fatores determinam a não expressão da IA em criações de médio e pequeno portes: 
a) temperatura de conservação; b) redução rápida da viabilidade, principalmente onde as 
doses são transportados por vias de difícil trafegabilidade; c) criadores não incorporam a 
necessidade de proceder com higiene a técnica; d) forma que se organiza o segmento 
produtor do sêmen e o consumidor.
 
TABELA DE GESTAÇÃO 
C P C P C P C P C P C P C P C P C P C P C P C P 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 
JAN ABR FEV MAI MA
R 
JUN ABR JUL MAI AGO JUN SET JUL OUT AGO NOV SET DEZ OUT JAN NOV FEV DEZ MA
R 
1 25 1 26 1 23 1 24 1 23 1 23 1 23 1 23 1 24 1 23 1 23 1 25 
2 26 2 27 2 24 2 25 2 24 2 24 2 24 2 24 2 25 2 24 2 24 2 26 
3 27 3 28 3 25 3 26 3 25 3 25 3 25 3 25 3 26 3 25 3 25 3 27 
4 28 4 29 4 26 4 27 4 26 4 26 4 26 4 26 4 27 4 26 4 26 4 28 
5 29 5 30 5 27 5 28 5 27 5 27 5 27 5 27 5 28 5 27 5 27 5 29 
6 30 6 31 6 28 6 29 6 28 6 28 6 28 6 28 6 29 6 28 6 28 6 30 
 MAI JUN 7 29 7 30 7 29 7 29 7 29 7 29 7 30 7 29 MA
R 
7 31 
7 1 7 1 8 30 8 31 8 30 8 30 8 30 8 30 8 31 8 30 7 1 ABR 
8 2 8 2 JUL AGO 9 31 OUT 9 31 DEZ JAN 9 31 8 2 8 1 
9 3 9 3 9 1 9 1 SET 9 1 NOV 9 1 9 1 FEV 9 3 9 2 
10 4 10 4 10 2 10 2 10 1 10 2 10 1 10 2 10 2 10 1 10 4 10 3 
11 5 11 5 11 3 11 3 11 2 11 3 11 2 11 3 11 3 11 2 11 5 11 4 
12 6 12 6 12 4 12 4 12 3 12 4 12 3 12 4 12 4 12 3 12 6 12 5 
13 7 13 7 13 5 13 5 13 4 13 5 13 4 13 5 13 5 13 4 13 7 13 6 
14 8 14 8 14 6 14 6 14 5 14 6 14 5 14 6 14 6 14 5 14 8 14 7 
15 9 15 9 15 7 15 7 15 6 15 7 15 6 15 7 157 15 6 15 9 15 8 
16 10 16 10 16 8 16 8 16 7 16 8 16 7 16 8 16 8 16 7 16 10 16 9 
17 11 17 11 17 9 17 9 17 8 17 9 17 8 17 9 17 9 17 8 17 11 17 10 
18 12 18 12 18 10 18 10 18 9 18 10 18 9 18 10 18 10 18 9 18 12 18 11 
19 13 19 13 19 11 19 11 19 10 19 11 19 10 19 11 19 11 19 10 19 13 19 12 
20 14 20 14 20 12 20 12 20 11 20 12 20 11 20 12 20 12 20 11 20 14 20 13 
21 15 21 15 21 13 21 13 21 12 21 13 21 12 21 13 21 13 21 12 21 15 21 14 
22 16 22 16 22 14 22 14 22 13 22 14 22 13 22 14 22 14 22 13 22 16 22 15 
23 17 23 17 23 15 23 15 23 14 23 15 23 14 23 15 23 15 23 14 23 17 23 16 
24 18 24 18 24 16 24 16 24 15 24 16 24 15 24 16 24 16 24 15 24 18 24 17 
25 19 25 19 25 17 25 17 25 16 25 17 25 16 25 17 25 17 25 16 25 19 25 18 
26 20 26 20 26 18 26 18 26 17 26 18 26 17 26 18 26 18 26 17 26 20 26 19 
27 21 27 21 27 19 27 19 27 18 27 19 27 18 27 19 27 19 27 18 27 21 27 20 
28 22 28 22 28 20 28 20 28 19 28 20 28 19 28 20 28 20 28 19 28 22 28 21 
29 23 29 21 29 21 29 20 29 21 29 20 29 21 29 21 29 20 29 29 22 
30 24 30 22 30 22 30 21 30 22 30 21 30 22 30 22 30 21 30 30 23 
31 25 31 23 31 22 31 22 31 23 31 22 31 24 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 
 
21 
 
C = Cobertura ; P = Parto ; Base 114 d 
PA LOVATTO, Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo 
 
22 
	Tempo de exposição, min
	TABELA DE GESTAÇÃO

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