Planejamento Educacional e Pedagogia

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PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
PEDAGOGIA – DALTA MOTTA
AULA 01
Rio de Janeiro, 09 de Agosto de 2011 
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O PLANEJAMENTO EM QUESTÃO 
Antes de tudo, uma reflexão!
“O conteúdo substancial da educação é a cultura e, ao mesmo tempo, a educação também é condição para o desenvolvimento cultural.” (FORQUIM,1993, p.4)
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“O trabalho educativo é o ato de produzir (...) em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente, pelo conjunto dos homens.” (SAVIANI, 1991, P.21)
Existem saberes que, devido ao nível elevado de desenvolvimento e complexidade, não são adquiridos espontaneamente.
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A educação escolar, vista como processo, passa a contribuir para a formação histórico-social dos indivíduos.
Questões:
 Quais são as formas de saberes que necessitam ser socializadas, sob o risco de inviabilizar a formação humana?
 Como tornar esses saberes sociais assimiláveis pelos alunos no espaço e tempos escolares?
- Quais os meios para efetivar essa assimilação?
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Todo trabalho humano, possui um caráter antecipador, como afirma Marx (1985, p.202):
“Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transforma-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação 
do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira (...)”
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Essa característica projetiva consiste em se antecipar mentalmente a finalidade da ação. Há, portanto, uma intencionalidade no ato antecipador que serve de norte para toda e qualquer ação.
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Ao manter uma relação consciente com seu trabalho, o professor é impulsionado a explicitar sua intencionalidade pedagógica: “Em outras palavras, não basta formar indivíduos, é preciso saber para que tipo de sociedade, para que tipo de prática social o educador está formando os indivíduos (...) (a prática pedagógica) precisa ser intencionalmente dirigida pelo educador desde o início do processo educativo.” (DUARTE, 1996, p. 51).
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A intencionalidade pedagógica expressa os fins da educação escolar.
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A educação, como prática enraizada historicamente, não está imune a relações alienadas e alienadoras.
Gramsci nos alerta que “Imbricada na realidade existente, há o horizonte da liberdade.”
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No dizer de Oliveira (1996, p. 10) “(...) para que essas possibilidades sejam realizadas, é preciso que a prática dos homens tenha essa realização como objetivo conscientemente perseguido.
Duarte (1996, p.36) acrescenta: “(...) é importante ficar claro, que mesmo na sociedade capitalista existem possibilidades, que precisam ser exploradas, de realização de um trabalho educativo no qual o educador se relacione conscientemente (...) com seu trabalho. 
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Temos que construir uma prática pedagógica autoconsciente, articulada com projetos educacionais e sociais críticos.
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Uma das formas de materializar compromissos políticos é a mediação da competência técnica e com ela enfatizamos o PLANEJAMENTO.
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Planejar no dicionário significa projetar, traçar, fazer plano, tencionar.
Atividade comum e corriqueira: 
– Vivemos planejando.
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O descrédito presente entre os professores, sobre a ação de planejar, se deve em parte, a herança do tecnicismo educacional (década de 1960), onde o planejamento aparece como solução para a falta de produtividade da educação escolar e a promessa não se efetivou, ao contrário, exacerbou-se a dicotomia entre teoria e prática.
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Não consideramos o planejamento uma panaceia ou uma vara de condão que vai resolver todas as situações. Na verdade, nós o entendemos como um aliado possível, desde que articulado com uma série de outras estratégias, mecanismos ou procedimentos que são configuradores do espaço escolar como, por exemplo: a gestão, o currículo, a avaliação, as relações etc.
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Planejamento (inclusive no contexto escolar) é um processo que consiste em traçar, conceber e organizar um conjunto de princípios, diretrizes e ações, que serão realizados para atingir determinados objetivos. Em outras palavras, planejar na escola significa prever e/ou antecipar ações (no pensamento e no papel), incluindo a definição de seus princípios, finalidades, objetivos, bem como os meios para viabilizar sua posterior realização.
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Para Libâneo (2001, p. 222):
“(...) o planejamento é uma atividade de reflexão acerca das opções e ações; se não pensamos detidamente sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na sociedade. 
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A ação de planejar, portanto, não se reduz ao preenchimento de formulários para controle administrativo; é, antes, a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, tendo como referência permanente a problemática social, econômica, política e cultural que envolve a escola, os professores, os pais, a comunidade que interagem no processo de ensino.” 
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Ao apresentar a intencionalidade pedagógica também é necessário escolher e apontar ações que efetivem essa intencionalidade. 
Trata-se de prever ações que se concretizam em planos, programas e projetos voltadas para as atividades de ensino-aprendizagem, marcadas por uma intencionalidade educativa, incluindo a definição de objetivos, valores, atitudes, modos de agir, fruto de ação coletiva, reflexão partilhada, de caráter processual, que envolve uma articulação constante entre pensamento e ação.
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Características do planejamento:
- É um guia de orientação – parte das exigências da prática;
- Deve conter coerência entre a intencionalidade pedagógica proposta, seus pressupostos teóricos e os meios de sua efetivação;
- Deve ser flexível;
- Representa uma mediação teórico-metodológica, contrariando qualquer ação voluntarista;
Vasconcelos (1995) considera a existência de níveis de planejamento:
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1- Planejamento do sistema educacional
 . Nível nacional, estadual e municipal
 . Políticas educacionais
2 – Planejamento Escolar ou Político Pedagógico
 - Projeto educativo da instituição
3 – Planejamento Curricular
 . Componentes curriculares
 . Concepção filosófica / Organicidade
4 – Planejamento de Ensino
 . Prática pedagógica do professor ( plano de curso, de aula).
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Temos alguns nomes que consideramos importante a familiarização:
Planejamento Escolar - como referência ao planejamento global da escola, envolvendo um amplo processo de reflexão e de tomada de decisão sobre a proposta político-filosófica, pedagógica, organizacional e operacional e/ou de funcionamento da instituição escolar.
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Planejamento educacional – refere-se a um âmbito mais amplo, podendo abranger, por exemplo, o planejamento do sistema de educação (em nível nacional, estadual e municipal), incluindo aspectos políticos, filosóficos, pedagógicos, administrativos, financeiros e/ou operacionais.
Planejamento curricular – nesse caso, referindo-se ao processo de tomada de decisão sobre a dinâmica da ação escolar, refere-se à proposta geral de experiências educativas que a escola pretende oferecer aos seus alunos. Também chamado de Planejamento pedagógico-curricular
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Planejamento de ensino-aprendizagem – referindo-se mais especificamente ao planejamento que, de modo mais detalhado, vai orientar a interação professor-aluno e o processo de aprendizagem propriamente dito.
Planejamento político-social – referindo-se às linhas mais gerais e/ou princípios que deverão nortear as ações educativas e, portanto, mais centrado na definição de finalidades e estratégias, buscando responder a questões tais como: para quem, para que, o que e como, em uma perspectiva mais globalizante, com metas de médio e longo prazos. Muitas vezes, denominado de Planejamento educacional estratégico ou Projeto político pedagógico. 
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