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Fichamento Cap 1 Mundo do trabalho - Livro do Zanelli

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Mundo do trabalho: construção histórica e desafios contemporâneos
Mito de Sísifo: representação perfeita do “trabalho inútil e da desesperança” (p. 25), uma vez que a pedra arrastada por ele sempre rola montanha abaixo. Esta alegoria vai ao encontro da origem da palavra trabalho, que possui em sua etimologia os termos latinos tripalium e trabicula, associados à tortura e o contexto do senso comum, que denota que tudo que é difícil de obter ou de realizar é trabalhoso.
Antiguidade: os gregos exaltavam o ócio, com a filosofia clássica caracterizando o trabalho como “degradante, inferior e desgastante” (p. 28), sendo de competência dos escravos, visão que não mudou com a dominação pelo Império Romano, uma vez que as guerras constantes e as crises econômicas garantiam a abundância de escravos. Já os caldeus, hebreus e os cristãos do primeiro século tinham ideias bem diferentes das acima apresentadas.
Idade Média: revolução industrial e surgimento do capitalismo, que mudou a concepção do trabalho.
Capitalismo: sistema econômico baseado na divisão de classes; do uso do dinheiro para acumular capital, seja ele bens ou dinheiro; e nas relações entre os detentores dos meios de produção e dos assalariados que vendem sua força de trabalho. Neste sistema, o aumento da produção e, por conseguinte, do lucro, é supervalorizado em detrimento do bem estar dos trabalhadores, que são explorados de diversas formas, uma vez que sua força é apenas mais uma mercadoria a ser comprada. Nesse panorama, Marx caracteriza o trabalho como alienante, explorador, humilhante, monótono, discriminante, embrutecedor e submisso.
Socialismo: sistema econômico oposto ao capitalismo no qual a sociedade é, ao mesmo tempo, detentora dos meios de produção e fornecedora de força de trabalho, o que faz com que todos tenham os mesmos rendimentos e oportunidades, cabendo ao Estado controlar os meios de produção e todos os setores econômicos. 
Século XIX: influência do positivismo, “assentado em ideias iluministas que valorizavam a razão, a objetividade, o desenvolvimento científico e as evidências empíricas e sensíveis”. (p. 36) Nesse contexto surgiu a chamada “administração científica”, principalmente com Taylor e Fayol. 
Taylor acreditava que a administração deveria assegurar o máximo de prosperidade tanto ao patrão quanto ao empregado, além de garantir altos salários e baixo custo de produção através do repetição e aperfeiçoamento dos movimentos do empregado, o que fez com que a administração científica intensificasse o processo de exploração e de alienação, devido à radicalização da monotonia e da cisão entre o pensamento e a execução.
Fayol complementou o modelo de Taylor ao estudar o gerenciamento, o que contribuiu para coisificar o trabalhador, relegado a mais uma “peça” da linha de produção.
Paralelamente a administração cientifica, surgiu o fordismo, que trouxe a mecanização e a produção em massa (p. 38), o que afetou os hábitos de consumo e o estilo de vida, além de modificar a organização do trabalho e a gestão de pessoal. Estas mudanças, porém, impactaram apenas os setores supracitados, mantendo-se a concepção de trabalho alinhadas com o taylorismo.
Século XX: o movimento sindical, que havia ganhado expressão no final do século anterior, fortaleceu-se ainda mais, assim como as teorias anarquistas e socialistas. Esse período ficou marcado pelas greves gerais e o aparecimento do sindicalismo no Brasil, em resposta a inexistência de politicas salariais no país, péssimas condições de trabalho, jornadas extensas e ausência de descanso semanal (p. 40). Como consequência, surgiram em 1917 diversos projetos de lei regulamentando jornada de trabalho, trabalho para mulheres e menores, creches nas indústrias e contrato de aprendizagem. Porém o estrago causado pelas Guerras Mundiais e a incerteza gerada pela Guerra Fria levaram a retomada do progresso econômico e diminuição dos conflitos trabalhistas. Nesse cenário surgiu o keynesianismo, que considerava o capitalismo desumano e incapaz de manter o emprego, defendendo que este fosse garantido através de regulação governamental planejada.
Estado do Bem-Estar: modelo baseado na organização do trabalho sustentada no taylorismo-fordismo e nas ideias keynesianas; no regime de acumulação do capital sob a lógica macroeconômica, que requer o estabelecimento de um ciclo progressista da economia; e no modo de regulação de conflitos com larga institucionalização (legislação social, regras de mercado, orçamento público, etc.) (p. 42). No Brasil, no contexto do Estado do Bem-Estar e da organização sindical, as relações de trabalho foram regulamentadas no governo autoritário de Vargas através da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que estabeleceu benefícios como o salário-mínimo, a carteira profissional, a limitação da jornada de trabalho, as férias, as normas de segurança; ao mesmo tempo em que o governo reprimia a os movimentos sindicais.
1974-1999: o colapso das repúblicas socialistas e posterior dissolução da União Soviética, que levou ao fim da Guerra Fria, foi um dos fatores que contribuiu para o esgotamento do Estado de Bem-estar, além da instabilidade financeira americana causada pela Guerra do Vietnã, do encarecimento da administração nas grandes empresas, dos movimentos sindicais e da internacionalização da economia, que reduziu simultaneamente a hegemonia norte-americana e a eficácia das economias dos estados nacionais (p. 48). Ao mesmo tempo em que este modelo falia, as organizações adotavam novas tecnologias, como a informática e automação, surgiam novos meios de comunicação e eram elaborados novos modelos de gestão como o toyotismo, baseado na produção mínima de um objeto no momento preciso, na autonomia da máquina de interromper o processo de produção de pecas defeituosas, e na automação (p. 52). Nessa época, começa a se usar a terceirização como ferramenta de redução de custos.
Século XXI: no Brasil, aumento real do salário mínimo a partir de 2003, redução do numero de trabalhadores pobres (p. 55), queda do índice de analfabetismo, aumento do acesso à educação e crescimento de vagas no ensino superior tem levado o mercado de trabalho brasileiro a situações de desemprego, de empregos precários, de trabalho no setor informal e de dificuldade de preencher vagas em outros setores específicos (p. 56).

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