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Direito Civil II – Contratos Professor João Guilherme Assafim Aula 1 – Conceito de Contrato e Princípios dos Contratos 1. Negócio Jurídico “Declarações de vontade destinadas à produção de efeitos jurídicos queridos pelo agente”. (Caio Mário da Silva Pereira) “Ocorre quando o homem usa de sua manifestação de vontade com a intenção precípua de gerar efeitos jurídicos, a expressão dessa vontade constitui-se num negócio jurídico”. (Venosa) 2. Conceito de Contrato “Acordo de vontade para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos”. (Clóvis Beviláqua) Segundo Silvio Rodrigues, o contrato não se aplica somente ao direito das obrigações, mas também aos outros ramos do direito. Porém, se faz necessário “limitar” o conceito de contrato. Já o Doutrinador Venosa afirma que embora os demais códigos possuam norma sobre contrato, as regras gerais são estabelecidas pelo Código Civil. O conceito de contrato tem fundamento no artigo 81 do Código Civil de 1916 (revogado). Já o artigo 104 do “Novo” Código Civil é considerado uma estrutura moderna ao tratar dos conceitos de direito privado. Contrato no Código Francês: O Código Napoleônico, disciplinado no seu livro 3º, dedicava o contrato aos modos de aquisição de propriedade (Venosa). O Doutrinador Pothier, estabelecia uma distinção entre os vocábulos Contrato e Convenção. Convenção – Acordo sobre um objeto jurídico. Contrato – Acordo de criação de uma obrigação. OBS: Corrente minoritária que não prosperou nos demais sistemas civilistas. Contrato no Direito Alemão: Contrato se tornou um instituto de uma espécie ainda maior, denominada de Negócio Jurídico. Todavia, as regras específicas sempre vão prevalecer sobre regras consideradas gerais. - Crise do Contrato e/ou Crise da Autonomia da Vontade: A Autonomia da vontade seria o ponto principal de qualquer negócio jurídico. Em um contrato paritário, previsto pelo Código Civil, utiliza a vontade de forma equilibrada e igualitária. Tanto isto é verdade, que o contrato paritário é definido como contrato pelo qual, as partes negociam em plena igualdade de condições todo o período de formação e conclusão contratual, utilizando o mesmo poder de informação, econômico e de barganha. Com o surgimento das regras de Defesa do Consumidor e dos Contratos de Adesão, a economia de massa passou a ser objeto de oferta pela mídia e meios de comunicação, sendo o contrato de adesão mais celebrado nos dias atuais do que o contrato paritário. Busca da propriedade (por meio de contrato paritário) X Contratos de Adesão 3. Princípios dos Contratos AUTONOMIA DE VONTADE: É limitada pela ordem pública (supremacia da ordem pública) que gera a liberdade de contratar ou de não contratar e a liberdade de contratar somente aquilo que eu entender ou o “conteúdo contratual”. 2) FORÇA VINCULANTE: Uma vez estabelecido o contrato ele gera lei entre as partes. e/ou Uma vez estabelecido vínculo entre as partes cria a necessidade do cumprimento da obrigação contratual. 3) RELATIVIDADE: Os efeitos do contrato recaem inicialmente às partes, não recaindo assim a terceiros. 4) Boa-fé Objetiva Muito antes de ser considerado um princípio, a boa-fé é considerada um pressuposto de todo e qualquer contrato. Trata-se da boa-fé pura, ímpar e inequívoca, que em nenhum momento um agente irá acarretar prejuízo ou obscuridade ao outro agente. Já a boa-fé Subjetiva, que não possui status de Princípio, trata-se de um entendimento equivocado, onde o agente acha que possui um direito onde na verdade não possui, podendo inclusive estar prejudicando direito de terceiro. OBJETIVA => Esta é que tem característica de princípio, ou seja: Considerada princípio de contrato também denominado de concepção ética de boa-fé no qual o agente utiliza da boa-fé de forma pura, impar e inequívoca que em nenhum momento irá acarretar prejuízo ou obscuridade ao outro agente. SUBJETIVA => Também denominada de concepção psicológica de boa-fé (STJ), não tem status de princípio, ou seja, o agente acha que possui um direito baseado em um entendimento equivocado e até certo ponto poderá estar ignorando direito de terceiro. 5) FUNÇÃO SOCIAL: A função social se tornou princípio de contrato a partir do Novo Código Civil, apesar do entendimento de regra geral de conduta, com a vigência do art. 421 do CC. O princípio confirma a perfeita harmonia dos interesses de todos os envolvidos na relação contratual. Assim sendo, a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. 6) SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA: O Estado elabora leis com o objetivo de limitar liberdade do cidadão visando prevenir abusos, na tentativa de garantir a harmonia nas relações de todos os administrados.
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