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APOSTILA DE EXERCÍCIOS: SIMPLIFICANDO A NEUROANATOMIA E A NEUROFISIOLOGIA MÓDULO 1: Tecido Nervoso Autor (a): Profa. Ms. Esp. Cynthia Arcoverde e Ms. Esp. Caio Vicentini Tecido nervoso. O neurônio O sistema nervoso é formado por um tecido, cujas células que o formam são bastante especiais. A principal célula é o neurônio, cuja especialidade é conduzir diferentes estímulos através de impulsos elétricos. As propriedades físicas de um neurônio são: Irritabilidade – capacidade de ser sensível a qualquer estimulo; Condutibilidade – capacidade de conduzir esse estimulo. Contractilidade – capacidade de responder ao estímulo em forma de contração. Pegue como exemplo das cócegas. Ao ser estimulado por repetições táteis, alguns neurônios captam a informação dos dedos na barriga, conduzem até o cérebro e você tenta sair desse estimulo convenhamos, bem irritante. Um neurônio é constituído por diferentes partes: Dendritos – pequenas digitações que servem para detectar os milhares de estímulos, são as famosas terminações nervosas (ver em Sistema nervoso periférico) Corpo celular – local da célula que serve para integrar os estímulos e também por armazenar a maioria das organelas celulares. Axônio – local do neurônio que serve de condução do estímulo recebido dos dendritos até os botões terminais. Botões terminais – parte final de um neurônio. Local que contém os Neurotransmissores. Sinapse e neurotransmissores Um neurônio se comunica com o outro neurônio ou com outra célula alvo (músculo liso, esquelético, glândulas etc) através de um fenômeno químico chamado de Sinapse. Neurotransmissores migram de um neurônio até o outro em um espaço bem pequeno chamado de fenda sináptica. Os neurotransmissores tem um papel fundamental no nosso sistema nervoso e são substancias liberadas nos botões terminais de um neurônio até o outro neurônio como citado anteriormente. Eles regulam e controlam várias funções em nosso organismo assim como no nosso dia-a-dia como humor, depressão, disposição, atividade física, sono etc. Papel de alguns neurotransmissores: Acetilcolina – é o Nt mais abundante em nosso organismo, ele está relacionado ao movimento locomotor através da liberação na PLACA MOTORA (ver sistema nervoso periférico). A acetilcolina ajuda no controle do tônus muscular, no aprendizado, memória e nas emoções. Endorfina – Atua como calmante natural e alivio das dores. Também é responsável pelas sensações de euforia e êxtase. Dopamina – dopamina no gânglio basal (no interior do cérebro) é essencial para execução de movimentos suaves e controlados - a falta de dopamina é a causa da doença de Parkinson, a qual faz a pessoa perder a habilidade de controlar seus movimentos. No lóbulo frontal regula muitas informações oriundas de outras partes do cérebro. Problemas nessa área podem levar a esquizofrenia. Noraadrenalina - Também conhecida como noaepinefrina é liberada nas situações de stress como na luta e fuga do sistema nervoso simpático. Aumentando a Frequência cardíaca e pressão arterial. Ela também ajuda no processo de memória. Serotonina – estímulo dos batimentos cardíacos, o início do sono e a luta contra a depressão (as drogas que tratam de depressão preocupam-se em elevar os níveis de serotonina no cérebro). A serotonina também regula a luz durante o nosso sono, visto que é a precursora do hormônio melatonina (regulador do nosso relógio natural). Os neurônios podem ser classificados quanto a sua função, como: Neurônios Aferentes – são aqueles que recebem estímulos tanto externamente (fora do corpo, exemplo: temperatura ou tato) como internamente (dentro do corpo, exemplo: dor de barriga, cólica menstrual) e conduzem essas informações da periferia do corpo até o centro do Sistema Nervoso. São denominados SENSITIVOS Neurônios Eferentes – São os neurônios que saem do Sistema nervoso Central até a periferia, ou seja, são chamados de MOTORES Neurônios de Associação – São neurônios que se comunicam entre outros neurônios como por exemplo entre um sensitivo e um motor. Os neurônios também possuem formas diferentes, ou seja, eles podem ser classificados quanto a sua morfologia. Neurônios Pseudounipolares e bipolares – são praticamente todos sensitivos Neurônios multipolares – podem ser interneurônios ou motores (veja tabela abaixo) Células da Glia As células da Glia tem como origem a palavra GLUE em Ingles, que significa “aquelas células que ficam grudadas aos neurônios”dando suporte bioquímico, produção de mielinas, limpeza, nutrição etc. Vamos conhecer as principais: Micróglia – fazem a fagocitose e limpam o ambiente nervoso após injuria e ou restos ou de debriis celulares. Celulas de Schwann – produzem a bainha de mielina nos neurônios do Sistema Nervoso Periferico. Oligodendrócitos - produzem a bainha de mielina nos neurônios do Sistema Nervoso Central. Astrócitos – Fazem a barreira hematoencefálica, ou seja, retiram os principais nutrientes e oxigênio do sangue e oferece aos neurônios. Ependimárias - Ficam no interior dos ventrículos encefálicos produzindo o liquor (mecanismo de proteção contra choques, traumáticos e lubrificação) O Impulso Nervoso Potencial de repouso é a diferença de potencial elétrico que as faces internas e externas na membrana de um neurônio que não está transmitindo impulsos nervosos. O valor do potencial de repouso é da ordem de -70mV (miliVolts). O sinal negativo indica que o interior da célula é negativo em relação ao exterior. A existência do potencial de repouso deve-se principalmente a diferença de concentração de íons de sódio (Na+) e de potássio (K+) dentro e fora da célula. Essa diferença é mantida por meio de um mecanismo de bombeamento ativo de íons pelas membranas celulares, em que o sódio é forçado a sair da célula e o potássio a entrar. O potencial de ação (PA) origina-se graças a uma perturbação do estado de repouso da membrana celular, com consequente fluxo de íons, por meio da membrana e alteração da concentração iônica nos meios intra e extracelular.O impulso nervoso se propaga em um único sentido na fibra nervosa. Dendritos sempre conduzem o impulso em direção ao corpo celular. O axônio, por sua vez, conduz o impulso em direção as extremidades, isto é, para longe do corpo celular. A estimulação de um neurônio segue a lei do tudo ou nada. Isso significa que ou o estímulo é suficientemente intenso para excitar o neurônio, desencadeando o potencial de ação, ou nada acontece. Não existe potencial de ação mais forte ou mais fraco; ele é igual independente da intensidade do estímulo. O menor estímulo capaz de gerar potencial de ação é denominado estímulo limiar.Esse impulso nervoso, ou potencial de ação, é uma alteração brusca e rápida da diferença de potencial transmembrana. Normalmente, como vimos no artigo anterior desta série, a membrana do neurônio é polarizada em repouso, sendo que o potencial é negativo( -70 mV). O potencial de ação consiste de uma redução rápida da negatividade da membrana até 0mV e inversão deste potencial até valores de cerca de +30mV, seguido de um retorno também rápido até valores um pouco mais negativos que o potencial de repouso de -70mV. 3 Etapas do potencial de ação: ETAPA DE DESPOLARIZAÇÃO => é a etapa em que a membrana torna-se extremamente permeável aos íons Na+, ocorre portanto influxo de Na+ e conseqüente aumento de carga positiva no interior da célula. Nesta fase a célula parte de -75mVe atinge +35 mV; ETAPA DE REPOLARIZAÇÃO => é a etapa em que ocorre fechamento dos canais de Na+ e abertura dos canais de K+. Nesta fase a célula parte de +35 mV e atinge -75 mV; ETAPA DE HIPERPOLARIZAÇÃO => é um período de alguns milissegundos em que a célula não reage aos neurotransmissores pois estão com excesso de negatividade em seu interior o que impede a ocorrência de um novo potencial de ação. Nesta fase a célula parte de -75mv e chega até -90 mV. RIO DE JANEIRO 2017 Atividade 1: Tipos de células do tecido nervoso Modelar com massinha os tipos de neurôniosclassificados de acordo com os seus neuritos. Modelar com massinha os tipos de células da Glia e citar as suas funções. Atividade 2: Identificar os componentes dos neurônios ilustrados na figura abaixo e suas respectivas funções. Se preferir pode também pintá-los indicando as cores ao lado de cada estrutura. Figura 1. Neurônio sensitivo e neurônio motor somático (Fonte: Netter, 2014). 1:_____________________________________________________________________ 1a:____________________________________________________________________ 2:_____________________________________________________________________ 3:_______________________________________________________________________ 3 a:______________________________________________________________________ 3 b:______________________________________________________________________ 4:________________________________________________________________________ 4 a:_______________________________________________________________________ Reflexão Crítica: Observe os sentidos das setas abaixo de cada neurônio. A primeira seta diz respeito ao impulso __________ e a segunda seta ao impulso ____________. Vamos analisar uma situação clínica. Maria teve um acidente de carro e lesionou o corno anterior da medula (local que reside o corpo celular do neurônio motor inferior), com isso teve qual manifestação clínica? ____________________________________________________________________ Por outro lado, João perdeu a sensibilidade nos pés após ter sido diagnosticado com diabetes Mellitus. Tente explicar esse achado.__________________________________________. Atividade 3: Desenhe o esquema de uma sinapse química indicando seus elementos. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Atividade 4: Cite os neurotransmissores e os correlacione com suas respectivas funções. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Reflexão Crítica: A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa e está associada à redução do neurotransmissor dopamina. Com isso, o tratamento padrão ouro é o uso de um remédio chamado levodopa. De que forma essa substancia influencia a formação de sinapse química nesses pacientes?______________________________________________________. ___________________________________________________________________________ Atividade 5. Monte no gráfico abaixo as principais fases do potencial de ação e explique o que acontece em cada uma delas. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Atividade 6: Curiosidades Clínicas: Relacione o aprendizado anterior com as seguintes patologias: Doença de Alzheimer: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Esclerose Múltipla: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Esquizofrenia: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Referencias indicadas: LENT, R. Cem Bilhões de Neurônios. Rio de Janeiro: Editora Atheneu. 2010. MACHADO AB. Neuroanatomia funcional. São Paulo: Atheneu. 2006. COHEN, H. Neurociência para fisioterapeutas, 2ª ed.Manole BEAR, M.F. Neurociência: Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Alegre: Editora Artmed. 3ª Ed. 2008. Consultar a Biblioteca virtual PEARSON.
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