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Tratamento Endodôntico - Resumo a partir do de Deus

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TRATAMENTO ENDODÔNTICO
Elemento11/21: Incisivo central superior. Raiz única (não há bifurcação), em formato cônico-piramidal e com um canal correspondente a esta raiz. Canal radicular e câmara coronária não tem divisão nítida. A câmara coronária tem de 2 a 3 divertículos projetados em seu teto. Comprimento médio (22,6mm de Deus, 21,8mm Pucci e Reig). Angulação do dente: 3º para distal e 15º para lingual.
Elemento 12/22: Incisivo lateral superior. Raiz única (bifurcação em 3% dos casos, porém com um forame apenas), achatada e delgada com canal único. Há um ângulo na porção apical da raiz formando curva na direção disto-lingual muitas das vezes, ponto importante a ser observado quando introduzirmos a lima neste dente (deve-se fazer estudo minucioso deste). Comprimento médio (22,1 de Deus, 23,1 Pucci e Reig). Angulação do dente: 5º para distal e 20º para lingual.
Elemento 13/23: Canino superior. Raiz única sem bifurcação, com formato cônico-pirâmidal e que curva seu terço apical em direção distal. Cavidade pulpar mais volumosa. A câmara tem um divertículo. Costuma exigir instrumentos mais longos devido a sua estrutura maior que a dos outros dentes. Comprimento médio (27,2 de Deus, 26,4 Pucci e Reig). Angulação do dente: 6º para distal e 17º para lingual.
Elemento 14/24: 1º pré-molar superior. Pode ter uma, duas (diferenciadas ou fusionadas) ou três raízes, podendo ter também de 1 a 3 canais (na maioria das vezes, dois canais, um vestibular e um lingual). Câmara estreita MD e larga VL. Dois divertículos na região das cúspides e no soalho as entradas dos canais ou uma entrada só, comum a todos os canais. O canal palatino costuma ser mais volumoso. Comprimento médio (21,4 de Deus, 21,5 Pucci e Reig). Angulação do dente: 7º para distal e 11º para lingual.
Elemento 15/25: 2º pré-molar superior. Deve-se ter cuidado devido a proximidade do ápice deste com o seio maxilar. Pode ter uma ou duas raízes (maioria uma), com presença de um ou dois canais radiculares (um vestibular e um lingual). Comprimento médio (21,8 de Deus, 21,6 Pucci e Reig). Angulação do dente: 7º para distal e 7º para lingual.
Elemento 16/26: Primeiro molar superior. Tem como características três raízes e três canais correspondentes a estas raízes, um mésio-vestibular que pode apresentar um canal secundário, um disto-vestibular e um palatino que é mais volumoso. Quatro divertículos na câmara pulpar e em seu soalho três entradas correspondentes aos canais. A parede mesial da câmara pulpar apresenta convexidade mais acentuada. Comprimento médio (21,5 de Deus, 21,3 Pucci e Reig). Angulação do dente: 0º e 15º para lingual.
Elemento 17/27: 2º molar superior. Três raízes em geral, podendo estar fusionadas ou não e são mais sujeitas a irregularidades, como curvas, inclinações, angulações. Três ou 4 canais, sendo eles, mesiovestibular (que pode ter um canal secundário), distovestibular e palatino, o mais calibroso. Comprimento médio (21 de Deus, 21,7 Pucci e Reig). Angulação do dente: 5º para mesial e 11º para lingual.
Elemento 31/41: Incisivo central inferior. Raiz oval achatada única com um canal na maioria das vezes, podendo formar dois canais, com saída por um único forame ou por dois forames diferentes. Ápice pode se curvar ligeiramente para vestibular. Comprimento médio (21 de Deus, 20,8 Pucci e Reig). Angulação do dente: 0º e 15º para lingual.
Elemento 32/42: Incisivo lateral inferior. Raiz única com um canal na maioria das vezes, podendo formar dois canais, com saída por um único forame ou dois. Comprimento médio (22,3 de Deus, 22,6 Pucci e Reig). Angulação do dente: 0º e 10º para lingual.
Elemento 33/43: Canino inferior. Raiz quase sempre única, porém não raramente pode apresentar divisão de forma bífida. Temos então os ramos vestibular e lingual. Ela pode se curvar para vestibular e distal no terço apical. Câmara pulpar muito achatada no sentido mesiodistal. Pode ter um ou dois canais. Comprimento médio (25 de Deus, 25 Pucci e Reig). Angulação do dente: 3º para distal e 2º para lingual.
Elemento 34/44: 1º pré-molar inferior. O forame mentual pode estar presente entre este e o 2º pré-molar, dificultando ou mesmo contraindicando a cirurgia periapical nessa região. Normalmente encontramos uma raiz neste dente, porém podemos encontrar duas raízes, ou três. Com relação aos canais, podemos encontrar um, dois ou três também. A curvatura da raiz costuma ser para distal. Comprimento médio (21,6 de Deus, 21,9 Pucci e Reig). Angulação do dente: 5º para distal e 3º para lingual.
Elemento 35/45: 2º pré-molar inferior. Normalmente encontramos raiz única, porém podem haver duas raízes. Podemos encontrar um ou dois canais. Costuma-se encontrar maior espessura na região apical devido a maior deposição de cemento. Comprimento médio (22,1 de Deus, 22,3 Pucci e Reig). Angulação do dente: 5º para distal e 9º para vestibular.
Elemento 36/46: 1º molar inferior. Normalmente encontramos duas raízes, mesial e distal (fusionadas ou não), mas podemos encontrar também três raízes (a terceira raiz é distolingual). Pode conter de 2 a 4 canais (3 canais mais comum, sendo o distal o mais calibroso). Se forem dois, um mesial e outro distal. Se forem três, temos um mesiovestibular e um mesiolingual. Se forem quatro, temos, ainda um distovestibular e distolingual, além dos mesiovestibular e mesiolingual. Podemos encontrar ainda um canal cavo inter radicular que deve ser tratado. Comprimento médio (21 de Deus, 21,9 Pucci e Reig). Angulação do dente: 10º para distal e 13º para vestibular.
Elemento 37/47: 2º molar inferior. Encontramos Normalmente com duas raízes, podendo ter três raízes também. Pode, da mesma forma que o 1º molar, apresentar de 2 a 4 canais, na mesma disposição, sendo na maioria das vezes 3 canais. Comprimento médio (21,7 de Deus, 22,4 Pucci e Reig). Angulação do dente: 15º para distal e 12º vestibular.
1º Passo: Anamnese e exame físico.
2º Passo: Exame complementar: teste de vitalidade (elétrico, de calor, frio e percussão) para definirmos se estamos lidando com um tratamento do tipo bio ou necro (em caso de bio, o tratamento deve ser realizado todo em uma sessão) e radiografia inicial periapical de Cieszynsk, que é a técnica da bissetriz, de boa qualidade que deve ser feita com o feixe principal incidindo sobre o ápice radicular, evitando distorções e melhorando os detalhes do terço apical e o dente deve estar bem centralizado no filme. Esse exame tem como função a observação da coroa, raiz, periodonto, periápice, câmara e canais radiculares, raízes curvadas, tratamento endodôntico prévio, nódulos pulpares, reabsorção radicular interna ou externa e/ ou carie. Esta ultima, caso seja encontrada, deve ser removida de forma total e ser realizado um tratamento restaurador para que então seja iniciado o tratamento endodôntico. Além destas funcionalidades, a radiografia periapical serve para delimitarmos o CAD (comprimento aparente do dente), juntamente com a régua milimetrada de Fox e se possível um negatoscopio e uma lupa para maior precisão. Seria interessante também a realização da técnica de Clark neste elemento por poder possuir sobreposição de raízes, esta técnica visa realizar uma radiografia ortorradial que servira como base e uma angulada, seja ela mesiorradial ou distorradial, a raiz que acompanhar esta angulação será a mais palatina. Podemos ainda utilizar-se da técnica de le master em casos nos quais o processo zigomático da maxila esteja atrapalhando a visibilidade das raizes do dente. Coloca-se um rolete de algodão na parte inferior da película e posiciona este paralelo ao longo eixo do dente. Com relação às angulações do aparelho de raio-x na técnica da bissetriz, devemos utilizar:
Maxila: +40 (incisivos), +45 (caninos), +30 (pré-molares), +20 (molares)
Mandíbula: -15 (incisivos), -20 (caninos), -10 (pré-molares), -5 (molares)
3º passo: Bochecho com antisséptico bucal, clorexidina a 0,12% por 60 segundos. Aplicar anestesia tópica somada a uma infiltrativa, no fundo de vestíbulo na região distal do dente, ou umatroncular no nervo alveolar superior posterior e nervo palatino maior, caso seja necessário, devido à ineficácia destes últimos, uma aplicação na região pulpar do dente em caso de molares superiores. Em caso de pré-molares, podemos necessitar de bloqueio do nervo alveolar superior médio, caso o paciente tenha este presente (permaneça sensível), bem como no caso dos primeiros molares superiores que podem ter sua raiz mesio-vestibular inervada por este. Em caninos e incisivos ao invés destes, bloqueamos nervos nasopalatino e alveolar superior anterior. Pode ser necessário ainda em incisivos bloquear os dois nervos alveolares superiores anteriores, caso as fibras de um hemiarco sigam até o outro. Em caso de molares inferiores as anestesias serão bloqueio nos nervos alveolar inferior, lingual e bucal. No caso de pré-molares, o alveolar inferior, lingual e mentoniano(este último já é anestesiado quando usamos a técnica do alveolar inferior). No caso de caninos e incisivos, Alveolar inferior, lingual, e mentoniano. Caso a inervação do hemiarco oposto passe para o outro, temos que anestesiar o nervo incisivo do lado oposto.
4º passo: Deve ser feito o teste do grampo no dente que ira sofrer tratamento, utilizando um grampo White e Ivory no intervalo de 200 a 205 para molares, 206 a 209 para pré-molares e 210 a 212 para anteriores, devendo um destes ficar aderido firmemente ao dente. Logo após esta etapa é realizada a perfuração do lençol de borracha com o perfurador de Ainsworth, fixação do lençol no arco dobrável de plástico de Ostby e do grampo no lençol. Levar ao dente o conjunto arco-lenço-grampo com o porta-grampo de Brewer, fazendo assim o isolamento absoluto. As vantagens de se fazer o isolamento absoluto são inúmeras. Dentre elas podemos citar: Retração e proteção dos tecidos moles contra agentes químicos, calor, melhor acesso devido à melhor visibilidade do campo operatório, isolar o dente tratado da saliva e seus microrganismos que possam causar o insucesso do tratamento, proteger o paciente da deglutição de quaisquer objetos que estejam sendo usados no trabalho.
5º passo: Utilizando uma broca esférica diamantada (1011, 1012, 1014 ou 1016) ou carbide (2, 4, 6, 8) que condiz com o tamanho do dente e motor de alta rotação, deve ser iniciado o procedimento de trepanação, com o ponto de eleição já pré estabelecido de acordo com cada dente, respeitando a forma de contorno de cada elemento, até chegar em dentina. Nesse ponto, devemos trocar o alta rotação pelo baixa. Isso porque com este temos maior percepção de quando “caímos no vazio”, o que diminui a possibilidade de ocorrer iatrogenia por parte do cirurgião dentista.
Incisivos e caninos: O ponto de eleição é a área mais central da superfície palatina/lingual e a forma de contorno é triangular para incisivos e ovalada para os caninos. A penetração inicial é feita perpendicular ao longo eixo do dente. Ao chegarmos em dentina, mudamos a direção da broca para 45º com o longo eixo do dente e aprofundamos mais para cair no vazio. Ao cair, retiramos o restante do teto da câmara, com movimentos de baixo para cima. Por forma de conveniência removemos o ombro palatino/lingual com a broca diamantada tronco-cônica sem ponta ativa (3082 ou 3083) ou com a Endo Z e alisamos as paredes do acesso. 
Pré-molares superiores: O ponto de eleição é a área central da superfície oclusal e a forma de contorno é elíptica com maior dimensão no sentido vestibulolingual. A broca deve penetrar paralelo ao longo eixo do dente inicialmente. Ao chegar em dentina, mudamos a angulação para 45º em direção ao canal palatino, que é o mais amplo e aprofundamos até encontrarmos a câmara coronária. Removemos o teto, alisamos as paredes.
Pré-molares inferiores: O ponto de eleição é fosseta mesial da face oclusal e a forma de contorno é circular/ovalada. Penetrando com a broca primeiramente paralela ao longo eixo do dente e em seguida perpendicular à mesa oclusal (a broca fica à 45º em relação ao longo eixo do dente) e fazemos a trepanação, Em seguida removemos o teto da câmara e alisamos as paredes.
Molares superiores: O ponto de eleição é a fosseta mesial da face oclusal (região mais central do dente) e a forma de contorno é um triângulo irregular com base voltada para vestibular (não devemos invadir a ponte de esmalte). Inicialmente penetramos com a broca paralelamente ao longo eixo do dente. Em seguida, direcionamos a broca para o canal palatino, o mais volumoso, com uma angulação de 45º. Ao atingirmos a câmara, removemos o teto e alisamos as paredes do acesso.
Molares inferiores: O ponto de eleição é o centro da face oclusal, a fosseta central e a forma de contorno é um triângulo irregular com a base situada na crista mesial. Penetramos inicialmente paralelo ao longo eixo do dente e em seguida, com uma angulação de 45º, em direção ao canal distal, o mais volumoso. Ao chegarmos à câmara, removemos o teto e alisamos as paredes do acesso.
Paredes lisas e divergentes para oclusal facilitam a instrumentação dos canais com as limas.
É importante que estejamos sempre com a sonda endodôntica próxima para verificarmos se há retenções e perceber as entradas dos canais radiculares, em benefício de um acesso com preparo de qualidade.
Alguns dos erros mais frequentes observados no acesso à câmara coronária são a área de eleição do acesso ser tomada erroneamente, perfuração vestibular ou cervical (devido a posição errada da broca e falta de conhecimento da inclinação dos dentes), abertura insuficiente, perfuração do soalho da câmara coronária (para isso não ocorrer devemos trabalhar na zona de segurança, longe da zona de risco), forma de conveniência inadequada, preparo extenso, preparo com paredes convergentes para oclusal.
6º passo: Limpar a cavidade com hipoclorito de sódio. Segundo Mário Leonardo, em bio passamos hipoclorito 4 a 6% e em necro, hipoclorito 2,5 a 5,25%. No lençol de borracha, passamos PVPI (polivinilpirrolidona).
Antes de passar para o próximo passo, é de extrema importância o conhecimento dos instrumentais usados. São alguns deles:
Brocas largo: Utilizadas para dar um melhor afunilamento da entrada do canal, após sua instrumentação
Brocas de Peeso: Utilizadas na ampliação da embocadura do canal radicular e no preparo do conduto endodôntico para receber pinos intracanais.
Brocas Endo Z: Não possuem cortes nas suas extremidades. Usadas para o acabamento das cavidades do acesso e divergência das suas paredes.
Brocas Batt: Brocas semelhantes às tronco-cônicas e cilíndricas, porém sem corte nas pontas, o que evita que haja desgaste do assoalho da câmara.
Brocas diamantadas: Usadas no acesso, para trepanação.
Brocas long neck: Facilita a remoção de retentores intra-radiculares.
Brocas transmetal: Indicadas para remover estruturas metálicas, antes do acesso.
Limas Hedstrom: Com haste de seção triangular e angulação dos vários cones sobrepostos de 60º, ele é ótimo para cortar dentina, com movimentos cinemáticos de limagem.
Limas Kerr: Desgasta a dentina com movimentos de vai-e-vem (cinemática de limagem). Tem haste de seção quadrangular até a lima 40 e de seção triangular a partir da 45. Promovemos o alargamento também a partir do movimento por cinemática de rotação. Isto torna esse instrumento o mais versátil, pois pode cumprir a ação dos outros.
Espaçador digital: Promovem espaço para a colocação de cones acessórios durante a obturação.
Alargadores: Haste de seção triangular, promovem raspagem das paredes do canal.
Extirpa nervos: Extraem o conteúdo do canal radicular e permitem a sua secagem.
Broca Gattes Glidden: Utilizadas para ampliar terço cervical e médio do canal.
Limas Kerr flexofile: Limas modificadas em sua composição, com uma liga de Níquel e Titânio, que permite uma maior flexibilidade para casos com raízes curvas. Poder de corte maior que as tipo Kerr
Lentulo: Utilizado na inserção de pastas e cimentos endodônticos no interior do canal radicular.
Limas Golden Medium: Com as mesmas características das flexofile, porém com uma numeraçãointermediária, que permite um trabalho com menos esforço e risco, visto que o aumento de uma lima para a outra torna-se 25% com seu uso, o que antes era 50%.
Calcador de Paiva: Usados para condensação vertical e, aquecidos, usados para cortar material obturador em excesso.
7º passo: Fazemos a exploração ou também chamado de cateterismo do canal, que é o ato de penetrar a lima através do caminho natural do canal, sem exercer pressão, utilizando um primeiro instrumento de acordo com o diâmetro do canal. Serve para afastar a polpa radicular criando espaço para a introdução posterior de uma lima tipo Hedstroem, obtendo maior facilidade na remoção da polpa e esvaziamento do canal. Canais muito atrésicos ou cheios de curvas podem necessitar de limas especiais para sua exploração.
Deve ser realizada em seguida a odontometria do canal (a explicada adiante utiliza o método de ingle) utilizando o CAD (comprimento aparente do dente) já obtido e anotado anteriormente, a partir da radiografia inicial. Este comprimento encontrado devera ser diminuído de 2 a 3mm na inserção da lima utilizada para evitar acidentes na região do periápice e como precaução caso a radiografia tenha saído de forma destorcida, obtendo assim o CAI (comprimento aparente inicial ou comprimento de trabalho provisório -CTP). A lima escolhida para ser inserida na cavidade deve sofrer uma certa resistência do canal mas nem tanto, para que ela continue ali fixada durante a radiografia ( este procedimento deve ser feito em todos os canais caso o dente tenha mais de um). Faz a radiografia utilizando a técnica de Clark devido às precauções já explicadas e a partir desta o operador adiciona ou reduz o comprimento da lima até atingir o CRT (comprimento real de trabalho), que em casos de biopulpectomia fica 1 mm antes do CDR (comprimento real do dente) e em necropulpectomia exatamente no limite CRD (em biopulpectomia ele fica 1mm aquém para promover a reparação biológica do canal). A lima utilizada neste procedimento normalmente é uma lima tipo Kerr quadrangular 15 (coloração branca), a não ser que as raízes sejam atrésicas ou tenham curvaturas. Nesse caso podem ser precisas limas K-flexofile ou limas especiais.
8º passo: Esvaziamento. Segundo de Deus, o esvaziamento do canal nos casos de polpa viva (exérese), utilizando uma lima tipo Hedstroem de mesmo calibre da que foi utilizada para odontometria, deve ser retirado todo o conteúdo para que o tratamento ocorra de forma eficaz, irriga o canal com hipoclorito a 1% e em casos de polpa morta deve ser feita a neutralização, também utilizando uma lima H porem o liquido a ser inserido é o hipoclorito de sódio a 5% , devendo ser retirado todo microorganismo do canal para que não ocorra escurecimento do mesmo. Em polpa morta, o esvaziamento visa a neutralização dos microrganismos e seus produtos sépticos.
Antes de falar sobre o passo da instrumentação, é importante ressaltar quais as espessuras das limas a serem utilizadas e suas cores:
Limas 1ª série: 15 (branca), 20 (amarela), 25 (vermelha), 30 (azul), 35 (verde), 40 (preta)
Limas 2ª série: 45 (branca), 50 (amarela), 55 (vermelha), 60 (azul), 70 (verde), 80 (preta)
Limas 3ª série: 90 (branca), 100 (amarela), 110 (vermelha), 120 (azul), 130 (verde), 140 (preta)
Limas especiais: 06 (rosa), 08 (cinza), 10 (roxo)
Limas Golden médium: 12 (roxa), 17 (branca), 22 (amarela), 27 (vermelha), 32 (azul), 37 (verde)
9º passso: É iniciada a instrumentação do canal pelo instrumento (lima Kerr ) que esteja sofrendo resistência do canal, a partir deste é estabelecido o IAI(instrumento apical inicial) utilizando o comprimento obtido pela odontometria e a base de verificação do cursor também a mesma, respeitando o comprimento de trabalho e não ultrapassando o CDC. É iniciada a instrumentação convencional do canal e confecção do batente, fazendo dois movimentos, oscilatório ¼ a ½ horário e o movimento de pressão lateral em todas as paredes circundantes e tração, realizando de tempos em tempos sua limpeza com solução de Milton que esta no pote dappen (observar a deposição de dentina no fundo do pote e a coloração desta), após esta não sofrer mais resistência, outra lima, de maior calibre deve ser inserida na cavidade porem fazendo sempre a irrigação, aspiração e irrigação (este procedimento deve ser feito com 3cm³ de solução a cada duas ou três trocas de limas, nunca se deve instrumentar um canal seco) ate a chegada de uma lima de maior calibre, como 35 mm (verde) ou 40 mm (preta) sempre apresentando seu comprimento semelhante ao IAI (este ultimo instrumento será o IM-instrumento memoria, instrumento utilizado para confeccionar o batente). Intercalar uma lima H a cada duas ou três limas K durante esse processo de instrumentação. A lima H utilizada deve ser de um número imediatamente anterior ao da última lima tipo K utilizada. O método que o Vágner utiliza é o método de instrumentação clássica ou convencional. Nele nós não fazemos escalonamento, mas sim vamos utilizar as limas no mesmo comprimento, sem recuar 1mm a cada instrumento, e vamos até uma lima entre 45 e 60 para biopulpectomia e até uma 70 ou 80 para necropulpectomia (vai variar a lima entre essas de acordo com espessura do canal e da raiz).
Posteriormente a esse procedimento pode ser feita a instrumentação escalonada retrograda com recuo progressivo (ápice – coroa), que foi uma proposta que surgiu para casos com canais curvos e/ou atrésicos, e que tem como fundamento a cada aumento de calibre de lima, reduz seu comprimento em 1mm e entre a troca destas limas, deve ser utilizada sempre a IM (esta no comprimento de trabalho-CT) para não deposição de dentina no fundo da cavidade ( lembrando que sempre deve ser feito o processo de irrigação, aspiração e irrigação). Após este procedimento é recomendado o uso de uma lima tipo H para remover possíveis degraus no canal radicular, melhorando a lisura das paredes circundantes.
10º passo: Curativo de demora: Uma manobra que visa fazer limpeza e desinfecção do canal entre as sessões endodônticas, evitando que os canais se tornem habitat para os microrganismos. Em bio – otosporin, Rifocort e Dexametasona, tendo em vista o ataque antibiótico aos microrganismos e em combinação um bloqueio à resposta inflamatória que poderia ser grande, já que fizemos um corte na polpa viva. Em necro – PMCC (Paramonoclorofenol Canforado) em combinação com hidróxido de cálcio, embebidos em bolinhas de algodão estéreis, tendo em vista a desinfecção dos canais radiculares necróticos, onde ainda podem se encontrar microrganismos mais resistentes, beneficiando o reparo tecidual periapical. Nos casos de duas sessões, a restauração é feita com Cotosol ou Pulposan (de preferência o último).
11º passo: Inicia o processo de obturação dos canais radiculares através da prova do cone de guta percha principal com o canal seco. Este cone deve ter o mesmo comprimento que o IM , portanto ele deverá ser cortado ( a sua ponta ) com uma gilete nova e deverá atingir o CRT do dente, deve ser feita a inspeção visual, tátil ( aderência firme ) e radiográfica do cone (3ª radiografia no tratamento) para que seja feito de forma correta a cimentação. Após a verificação e conclusão que o cone esta realmente no batente do canal, insere um pouco de hidróxido de cálcio através de sua ponta e o retira, com o objetivo de fazer um tampão para cura biológica (em bio). Seca a cavidade através da aspiração e do cone de papel absorvente e inicia o preparo do cimento obturador usando uma placa de vidro e espátula 24 (formulação de Grossman, 3 gotas do líquido para 1 do pó, fazendo o cimento OZE com fluidez de um fio de 2cm formado ao tocar espátula no cimento) , primeiramente insere o instrumento intermediário com cimento obturador na cavidade (metade da ponta ativa do instrumento com cimento: 8mm), fazendo movimento oscilatórios anti-horários e posteriormente o cone de guta percha com o cimento obturador, avançando dois e retirando um milímetro (quebra da tensão superficial). É feita uma radiografiapara verificar se o cone está posicionado corretamente. Após este procedimento é feito a condensação lateral, utilizando um espaçador digital B (vermelho) ou C (azul) que ira ajudar na introdução dos cones secundários na cavidade (sempre com cimento) ate que não caiba mais nenhum (é quando o cimento penetra os túbulos dentinários). (o cone principal é de maior calibre, normalmente M e os secundários de calibres inferiores “F”). Em seguida deve ser feita a remoção destes cones através da colher de Black numero 17 aquecida e já inicia a condensação vertical com os calcadores de Paiva a quente, sempre do de maior calibre para o de menor, colocando muita força para que o cimento fixe uniformemente na cavidade e para que os cones não fiquem acima da coroa clínica, pois isto pode causar alteração na cor natural do dente (antes deste procedimento deve ser tirada outra radiografia para verificar se todo canal esta obstruído. É a 4ª radiografia). Limpa a cavidade com álcool 70%, eliminando todo o cimento da região da coroa para que não ocorra escurecimento da mesma e faz a restauração provisória, com o cimento OZE também, porém com a consistência de massa de vidraceiro.
12º passo: Retira o isolamento absoluto e retira outras radiografias de qualidade, ortorradial e anguladas para verificar a qualidade do procedimento e também para servir de arquivo ao CD. A restauração definitiva deve ser feita 4 a 7 dias após o procedimento, para evitar micro infiltrações, usando CIV ou resina fotopolimerizável.
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