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SANEAMENTO BASICO

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____________________________________________________________________________ 
Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
1 
 SÃO LUÍS – MA 
MAR/17 
 
Prof. Lúcio A. A. Macedo 
Eng. Civil e Sanitarista, Perito e Auditor 
Ambiental, Esp. em Gestão Ambiental, 
Mestre e Doutor em Engenharia Ambiental 
 l 
 
 
 
 UNIVERSIDADE CEUMA 
 CURSO: ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Lúcio A. A. Macêdo 
Engenheiro Civil, Sanitarista e Ambiental, Mestre 
e Doutor em Engenharia Sanitária e Ambiental – 
USP, Consultor Ambiental 
 
 
____________________________________________________________________________ 
Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
2 
SANEAMENTO BÁSICO 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A Engenharia Sanitária é a ciência que estuda os problemas relacionados com o ambiente e 
deve ser analisada em função de dois aspectos fundamentais: o primeiro que diz respeito ao 
papel do profissional como “condicionador” do ambiente mais adequado à vida humana; e 
o segundo o do engenheiro como “manipulador” dos recursos da natureza: destrói para 
construir e, com muita freqüência, destrói mais do que chega a construir. 
A partir dos anos 70, passaram os engenheiros a se dar conta dos aspectos ecológicos 
envolvidos na sua atividade e, principalmente, das conseqüências ambientais geradas pela 
própria tecnologia. Do ponto de vista ecológico, talvez o único aspecto precocemente 
objeto de apreensões foi o relacionado com as grandes mortalidades de peixes observados 
nos rios, por efeito da poluição por esgotos. São também muito recentes as observações 
sobre a destruição de vegetação por resíduos gasosos, dos efeitos nefastos sobre toda a flora 
e fauna, decorrentes da aplicação indiscriminada de agrotóxicos (inseticidas e herbicidas, 
por exemplo), das profundas alterações ecológicas decorrentes do represamento de rios e 
um sem número de outros impactos gerados pela tecnologia). Todos esses fatores nos 
mostram que a relação Saneamento e Meio Ambiente possui, além de fornecer um maior 
relacionamento entre as várias áreas do conhecimento, a finalidade de preparar engenheiros 
para a construção de sociedades onde o homem possa tornar-se, realmente, um ser humano. 
A Engenharia Ambiental não é uma ciência como as outras: os especialistas só não bastam. 
Ela precisa do auxílio de todos o setores pensantes da sociedade. 
Participa do inter-relacionamento Impactos Ambientais – Projetos Industriais, por exemplo, 
o engenheiro que, ao projetar um dique, investigue as conseqüências da construção sobre o 
ambiente, ou o industrial que emprega capitais para dotar sua indústria de equipamentos 
anti-poluentes, ou o economista que não raciocina apenas em termos de investimento, 
mercado e lucro, mas que, ao estudar certo fenômeno produtivo, se preocupe também com 
suas conseqüências sobre o ambiente. 
O ambiente saudável representado pela urbanização balanceada e descentralizada em pólos 
urbanos de desenvolvimento regional, a desconcentração das indústrias nas áreas 
metropolitanas pra distritos ambiental e economicamente bem localizados, próximos aos 
pólos urbanos de desenvolvimento regional, são atitudes que, infelizmente não estão sendo 
levadas a efeito ou então, o são, não em caráter prioritário e em velocidade incipiente. 
Assim ocorre também com o controle tecnológico de poluição ambiental, com a 
necessidade de fixar o homem no campo através de mecanismos financeiros, tecnológicos, 
sociais e educacionais. 
Aos países em desenvolvimento, fica portanto difícil, não só pela pressão externa dos 
países desenvolvidos, sejam da esfera ocidental bem como da oriental, (econômica ou 
militarmente), como também pelas injunções internas, políticas e administrativas, 
corrupção falta de hierarquização das prioridades, atingir melhor qualidade de vida nas 
áreas metropolitanas, nas áreas urbanas do interior e nas zonas rurais. 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
3 
Para o desenvolvimento, há sistemas de infra-estrutura como o social envolvendo a saúde, o 
saneamento e a educação e o econômico envolvendo o transporte, a energia e o 
abastecimento, que devem ser considerados. 
Todos esses sistemas criam dispositivos, estruturas e processos tangíveis para atender o 
desempenho da vida comunitária. Não devem ser enfocados como sistemas fechados, mas 
sim, como sistemas abertos que se inter-relacionam. 
Esses sistemas são ainda concorrentes porque todos eles, demandam 
investimentos causando pressão sobre orçamentos públicos e embora possuam objetivos 
comuns. 
O bem estar físico social e mental do homem é dependente portanto de inúmeros 
equipamentos urbanos, das cidades como o abasteicmento de água, esgotos sanitários, 
iluminação, sistemas de tratamento, escolas, hospitais, cemitérios, clubes, etc. e, para 
estabelecer as prioridades, manter o equilíbrio de poder e evitar a duplicidade de ação, deve 
haver o planejamento governamental. 
 
2 CONCEITOS BÁSICOS 
 
 Saneamento Ambiental - compreende um conjunto de ações, sistemas, 
instalações e equipamentos voltados ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, 
coleta e disposição de lixo, controle de vetores, drenagem, recuperação de áreas 
degradadas, manejo integrado de bacias, redução da poluição e educação sanitária. 
 O Saneamento Básico consiste no abastecimento de água tratada e no 
esgotamento sanitário – assim entendidos a coleta do esgoto e seu tratamento. 
 
 Proteção 
Significa o ato de proteger. É a dedicação pessoal àquele ou àquilo que dela precisa; é a 
defesa daquele ou daquilo que é ameaçado. O termo “proteção” tem sido utilizado por 
vários especialistas para englobar os demais: preservação, conservação, recuperação, etc. 
Para eles, essas são formas de proteção. No Brasil há várias leis estabelecendo Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs), que são espaços do território brasileiro, assim definidos e 
delimitados pelo poder público (União, Estado ou Município), cuja proteção se faz 
necessária para garantir o bem-estar das populações presentes e futuras e o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. Nas APAs declaradas pelos Estados e Municípios poderão ser 
estabelecidos critérios e normas complementares (de restrição ao uso de seus recursos 
naturais), levando-se em consideração a realidade local, em especial a situação das 
comunidades tradicionais que porventura habitem tais regiões. O uso dos recursos naturais 
nas APAs só pode se dar desde que “não comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção” (Constituição Federal, art. 225, § 1o, III). 
 
 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
4 
 
 Preservação 
Preservação é a ação de proteger contra a destruição e qualquer forma de dano ou 
degradação um ecossistema, uma área geográfica ou espécies animais e vegetais ameaçadas 
de extinção, adotando-se as medidas preventivas legalmente necessárias e as medidas de 
vigilância adequadas. O Código Florestal estabelece áreas de preservação permanente, ao 
longo dos cursos d’água (margens de rios, lagos, nascentes e mananciais em geral), que 
ficam impedidas de qualquer uso. Essas áreas se destinam, em princípio, à vegetação ou 
mata ciliar especialmente importante para garantir a qualidade e a quantidade das águas, 
prevenindo assoreamento e contaminação. A Constituição brasileira impõe, também, a 
preservação do meio ambiente da Serra do Mar, da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica, 
do Pantanal Mato-Grossense e da Zona Costeira (Constituição Federal, art. 225, § 4o). 
 
 Conservação 
Conservaçãoé a utilização racional de um recurso qualquer, de modo a se obter um 
rendimento considerado bom, garantido-se entretanto sua renovação ou sua auto-
sustentação. Analogamente, conservação ambiental quer dizer o uso apropriado do meio 
ambiente dentro dos limites capazes de manter sua qualidade e seu equilíbrio em níveis 
aceitáveis. Para a legislação brasileira, “conservar” implica manejar, usar com cuidado, 
manter; enquanto “preservar” é mais restritivo: significa não usar ou não permitir qualquer 
intervenção humana significativa. 
 
 Recuperação 
Recuperação, no vocabulário comum, é o ato de recobrar o perdido, de adquiri-lo 
novamente. O termo “recuperação ambiental” aplicado a uma área degradada pressupõe 
que nela se restabeleçam as características do ambiente original. Nem sempre isso é viável 
e às vezes pode não ser necessário, recomendando-se então uma reabilitação. Uma área 
degradada pode ser reabilitada (tornar-se novamente habilitada) para diversas funções como 
a cobertura por vegetação nativa local ou destinada a novos usos, semelhantes ou diferentes 
do uso anterior à degradação. A lei prevê, na maioria dos casos, que o investimento 
necessário à recuperação ou reabilitação seja assumido pelo agente degradador. Além disso, 
o agente responsável pelo dano ambiental deve reparar esse dano. Reparação é o 
ressarcimento, para efeito de consertar ou atenuar dano causado a pessoa ou patrimônio, e, 
no caso de dano ambiental, além de provável pagamento de multa, pode envolver a 
obrigação de recuperar ou reabilitar a área degradada. 
 
 Degradação 
Degradação ambiental consiste em alterações e desequilíbrios provocados no meio 
ambiente que prejudicam os seres vivos ou impedem os processos vitais ali existentes antes 
dessas alterações. Embora possa ser causada por efeitos naturais, a forma de degradação 
que mais preocupa governos e sociedades é aquela causada pela ação antrópica, que pode e 
deve ser regulamentada. A atividade humana gera impactos ambientais que repercutem nos 
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meios físico-biológicos e socioeconômicos, afetando os recursos naturais e a saúde 
humana, podendo causar desequilíbrios ambientais no ar, nas águas, no solo e no meio 
sociocultural. Algumas das formas mais conhecidas de degradação ambiental são: a 
desestruturação física (erosão, no caso de solos), a poluição e a contaminação. Para a 
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, poluição é a “introdução, no meio, 
de elementos tais como organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou radioativas, em 
concentrações nocivas à saúde humana”. Fala-se também em contaminação, “muitas vezes 
como sinônimo de poluição, porém quase sempre em relação direta sobre a saúde humana”. 
De fato, para a Organização Mundial da Saúde — órgão da ONU —, “poluição ou 
contaminação ambiental é uma alteração do meio ambiente que pode afetar a saúde e a 
integridade dos seres vivos”. 
 
 Sustentabilidade 
Com o confronto inevitável entre o modelo de desenvolvimento econômico vigente — que 
valoriza o aumento de riqueza em detrimento da conservação dos recursos naturais — e a 
necessidade vital de conservação do meio ambiente, surge a discussão sobre como 
promover o desenvolvimento das nações de forma a gerar o crescimento econômico, mas 
explorando os recursos naturais de forma racional e não predatória. Estabelece-se, então, 
uma discussão que está longe de chegar a um fim, a um consenso geral. Será necessário 
impor limites ao crescimento? Será possível o desenvolvimento sem aumentar a destruição? 
De que tipo de desenvolvimento se fala? 
De qualquer forma, concorda-se que é fundamental a sociedade impor regras ao 
crescimento, à exploração e à distribuição dos recursos de modo a garantir as condições da 
vida no planeta. Nos documentos assinados pela grande maioria dos países do mundo, 
incluindo-se o Brasil, fala-se em garantir o acesso de todos aos bens econômicos e culturais 
necessários ao seu desenvolvimento pessoal e a uma boa qualidade de vida, relacionando-o 
com os conceitos de desenvolvimento e sociedade sustentáveis. 
Desenvolvimento sustentável foi definido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. 
Muitos consideram essa idéia ambígua, permitindo interpretações contraditórias. Porque 
desenvolvimento pode ser entendido como crescimento, e crescimento sustentável é uma 
contradição: nenhum elemento físico pode crescer indefinidamente. Nas propostas 
apresentadas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), emprega-
se o termo “desenvolvimento sustentável” significando “melhorar a qualidade da vida 
humana dentro dos limites da capacidade de suporte dos ecossistemas. Isso implica, entre 
outros requisitos, o uso sustentável dos recursos renováveis — ou seja, de forma 
qualitativamente adequada e em quantidades compatíveis com sua capacidade de 
renovação. 
 
 Salubridade Ambiental 
È o estado da higidez em que vive a população urbana e rural, tanto no que se refere à sua 
capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias e epidemias veiculadas 
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pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de 
condições mesológicas favoráveis no pleno gozo de saúde e bem-estar. 
 
3 RELAÇÃO ENTRE SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE 
 
A relação entre Saneamento e Meio Ambiente se faz através do próprio conceito de 
poluição. 
O termo poluição ambiental pode ser definido como toda a ação ou omissão do homem que 
através da descarga de material ou energia atuando sobre as águas, o solo e o ar, cause um 
desequilíbrio nocivo, seja de curto ou longo prazo sobre o meio ambiente. 
Seus efeitos mais sensíveis são a degradação ambiental e os prejuízos à saúde, 
comprometendo a segurança e a qualidade de vida do homem, afetando biota e as 
condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente. 
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente pode 
ser definido como um impacto ambiental. Essas alterações podem ser resultantes de 
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas direta ou 
indiretamente afetando a segurança, a saúde, o bem-estar, as atividades sócias econômicas e 
a qualidade dos recursos ambientais. 
Melhorar a qualidade da vida humana, o crescimento econômico não pode ser um objetivo 
isolado, nem pode prosseguir indefinidamente. O desenvolvimento só é verdadeiro quando 
melhora a vida em todos os aspectos, como educação, qualidade de vida, liberdade política, 
garantia de direitos humanos, etc. 
A vitalidade e a diversidade do planeta envolve a conservação dos sistemas de sustentação 
de vida que garantem renovação e reciclagem de elementos essenciais, conservando a 
biodiversidade e assegurando o uso dos recursos renováveis. 
Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis como minério, petróleo, gás e carvão 
é essencial para a sustentação da vida no planeta, permanecendo nos limites da capacidade 
de suporte do planeta terra, os quais variam de região para região e são determinados pela 
quantidade de alimentos, água, energia e matéria-prima que possuem pela forma como as 
pessoas utilizam ou desperdiçam. 
Os diversos elementos de um ecossistema têm uma estreita interdependência entre si, por 
isso o que acontece em um segmento tem reflexo imediato sobre os demais. Neste contexto 
pode-se dizer que a simplesexplosão do crescimento populacional por si só se constitui 
num fator de extremo significado quando se trata de poluição. 
Acrescente a isto as atividades que o homem desenvolve como as industriais, agrícolas e 
pecuárias em relação à poluição hídrica. A poluição hídrica pela acumulação de metais 
pesados e produtos tóxicos ocorre pelo lançamento dos resíduos provenientes da atividade 
industrial e que atingem os rios, todo esse material podendo chegar às regiões estuarinas, e 
ser inserido dentro da cadeia alimentar, que tem o homem como vértice, gerando sérios 
problemas de bio-acumulação com efeitos deletérios ao sistema nervoso e riscos gerais de 
intoxicação. Estes aspectos negativos se tornam realçados quando a poluição hídrica intensa 
produz uma decomposição anaeróbia dos rejeitos humanos, havendo uma diminuição de pH 
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da água e o conseqüente aumento da solubilização dos metais, ampliando os riscos de 
toxidez da água. 
As práticas agrícolas perniciosas têm sido uma das principais responsáveis pela 
transformação de áreas férteis em desertos em todo o mundo. A agricultura é um dos 
principais absorvedores das águas de abastecimento através dos processos de irrigação. 
Além disso, a agricultura quando executada sem um controle adequado costuma gerar 
efeitos indiretos de poluição dos corpos d’água naturais devido à utilização desordenada de 
pesticidas (no solo e aspergidos no ar) e fertilizantes; os pesticidas geram problemas de bio-
acumulação na cadeia alimentar, enquanto que os fertilizantes incrementam o processo de 
autrofização (excesso de nutrientes) dos mananciais de água naturais, que são altamente 
impactantes. 
Um outro impacto ambiental é o decorrente do lançamento de resíduos domésticos e 
industriais nos mananciais de águas naturais. Embora os resíduos sejam biodegradáveis, os 
lançamentos desses dejetos podem causar uma depleção de oxigênio dissolvido (OD) nos 
lagos e rios bem como gerar a proliferação de germes patogênicos que podem transmitir 
certas doenças de veiculação hídrica. 
A poluição das águas é um problema que está em evidência, e que não diz respeito somente 
às granes cidades, aos rios, ou às praias, mas também aos campos. Mesmo os mais 
afastados. Muitas doenças têm a água como veículo. Assim, água de poços, rios, fontes, que 
muito eram utilizadas sem qualquer restrição, deixaram de ser, pois a utilização intensiva 
de adubos, fungicidas, pesticidas, a implantação de fábrica ou a adoção de novos processos 
tecnológicos, modificaram a composição da atmosfera, do solo e das águas. 
Todos estes aspectos nos remetem à necessidade de implantação das obras de saneamento 
ambiental para a proteção do meio ambiente, como veremos no próximo capítulo. 
 
3.1 Engenharia Ambiental e tratamento de águas de abastecimento 
Não apenas os microrganismos patogênicos necessitam controle em águas destinadas ao 
abastecimento público, igualmente, muitas espécies de microrganismos aquáticos, de vida 
livre, devem ser combatidas a fim de não prejudicarem as características de pobatilidade. 
Essa interferência pode ser: direta, graças a substâncias com propriedades organolépticas ou 
mesmo tóxicas que podem ser liberadas na água, ou ainda ao aumento de turbidez 
produzido pela sua presença em grande número; ou indireta, através de dificuldades que 
causam ao sistema de tratamento, prejudicando mecanicamente a filtração ou, a coagulação 
e decantação de material sedimentável. 
Os padrões internacionais da Organização Mundial de Saúde, em seu capítulo sobre 
qualidades biológicas, indicam as seguintes aplicações para a análise hidrobiológica. 
- determinar as causas de sabores e odores indesejáveis e controlar o seu 
tratamento corretivo; 
- facilitar a interpretação dos resultados das análises químicas; 
- permitir a identificação de uma água quando esta se encontra misturada com 
outra de procedência diversa; 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
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- determinar a causa de obstruções na rede de distribuição, dos filtros e demais 
instalações de tratamento; 
- descobrir rapidamente a poluição da água por compostos orgânicos ou 
tóxicos e a penetração de água poluída no sistema de distribuição. 
 
3.2 Engenharia Ambiental a e tratamento das águas residuárias 
Os despejos orgânicos de origem doméstica ou industrial constituem fator altamente 
seletivo quando introduzidos em um corpo d’água receptor. A seleção por elas produzidas é 
geralmente negativa do ponto de vista prático da utilização da água seja porque o próprio 
esgoto é portador de elementos nocivos à saúde humana. O próprio fato, entretanto, de 
serem os elementos componentes dos despejos, elementos seletivos – e não esterilizantes – 
condiciona a possibilidade de sua estabilização por via biológica, dependendo apenas, essa 
estabilização, de que sejam criadas condições as mais favoráveis ao desenvolvimento dos 
microrganismos tolerantes para que estes realizem o seu trabalho biológico. 
Assim sendo, a maior parte dos processos de tratamento de esgotos inclui depuração 
biológica, isto é, estabilização dos compostos orgânicos promovida por atividade de 
microrganismos aeróbios ou anaeróbios. Além das bactérias, responsável direta por essa 
estabilização existe um número muito grande de outros organismos interessados no 
processo, especialmente protozoários, fungos, algas e vermes. A identificação desses 
organismos, bem como o estudo da sua fisiologia com o propósito de evidenciar o seu 
papel em cada etapa do tratamento, constitui importante atividade para o biólogo 
sanitarista. Dos dados obtidos nesses estudos depende o profissional que pretende projetar 
um sistema de tratamento com rendimento máximo, principalmente quando este se destina 
à depuração de um determinado tipo particular de resíduo. Além disso, inúmeros problemas 
surgidos na operação do tratamento podem ser solucionados com a contribuição do biólogo. 
Um processo de tratamento que há vários anos vem obtendo enorme sucesso em muitos 
países e para vários tipos de despejos é o das chamadas lagoas de oxidação ou lagoas de 
estabilização. Além de grande eficiência com relação à redução de DBO e outros fatores, as 
lagoas de estabilização constituem um dos mais baratos processos de tratamento 
conhecidos, onde se disponha de grandes áreas de terreno. Nessas lagoas, o esgoto pe 
simplesmente abandonado à voracidade dos microrganismos que o consomem, utilizando-
se de oxigênio produzido por outros microrganismos, as algas. Não existem problemas 
mecânicos de aeração, de retorno de lodos, etc. Apenas o dimensionamento da lagoa deve 
ser bem calculado em função da carga de esgotos e das exigências dos organismos com 
relação à luz e outros fatores. Torna-se necessária, entretanto, a observação atenta do 
hidrobiólogo, a fim de controlar o rendimento obtido pelo sistema biológico. 
A operação de uma estação de tratamento de esgotos, particularmente das instalações de 
lodos ativados, outrora realizada quase que empiricamente tem sofrido ultimamente 
sensíveis e proveitosas modificações graças aos dados fornecidos pelos biólogos a respeito 
do verdadeiro papel das bactérias aeróbias que facilitam ou prejudicam a depuração. A 
melhor compreensão das funções biológicas, e das exigências do microrganismos com 
relação ao fornecimento de oxigênio e de nutrientes e conseqüentemente multiplicação e 
produção de energia vem permitindo o estabelecimento de um critério mais seguro na 
introdução do esgoto e do ar nos sistemas de lodos ativados. 
____________________________________________________________________________Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
9 
Outro problema cuja solução se encontra na dependência de maiores estudos 
hidrobiológicos é o constituído pela eutrofização ou fertilização crescente das águas, 
produzida por despejos in natura ou mesmo por efluentes de estações de tratamento de 
esgotos, que são ricos em compostos de hidrogênio e fósforo. Tais substâncias quando 
presentes nos mananciais em concentrações apenas superiores a 0,3 e a 0,01 mg/l 
respectivamente, determinam a utilização das águas, quer para abastecimento quer para fins 
recreacionais e outros. A eliminação desse sais minerais dos efluentes de estações de 
tratamento de esgotos, por processos físico-químicos, baseados geralmente na floculação 
por meio de coagulantes, envolve despesas muito grandes. Atualmente, procura-se, por 
meio de algas criadas em instalações especialmente destinadas, promover a 
desmineralização biológica dos efluentes, se possível, com o aproveitamento das grandes 
massas de material orgânico sintetizado no processo. 
Uma outra possibilidade que vem sendo explorada nos últimos anos é a remoção de nitratos 
pela transformação em nitrogênio livre, o que é executado, em condições especiais, pelas 
chamadas bactérias desnitrificantes, através do processo denominado desnitrificação 
biológica. 
 
4- ASPECTOS DO SANEAMENTO AMBIENTAL 
4.1- Aspectos do Saneamento 
 Visão econômica 
O saneamento deve ser tratado como uma indústria que agrega valor a um bem – a água, 
que já vem se tornando escasso em algumas localidades. 
Etapas de produção: 
1- captação de água bruta 
2- adução de água bruta 
3- tratamento (estação de Tratamento de Água – ETA) 
4- adução de água tratada 
5- estocagem em reservatório 
6- distribuição (Rede de Distribuição e Conexão com Usuários) 
7- hidrometração 
A água servida produz o esgoto sanitário, que é coletado em outra rede, em sentido inverso 
(do usuário) para o corpo receptor. 
Finalmente esse esgoto é tratado de forma que a água recupere características semelhantes à 
original ou, pelo menos, de forma a não alterar o corpo receptor. 
 Visão social 
O saneamento constitui-se num item essencial da saúde da população. Estima-se que cerca 
de 65% das internações hospitalares referem-se a menores de 10 anos com doenças 
associadas à poluição hídrica. 
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A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) tem mapeado as manchas espaciais de 
endemias e áreas de risco, onde existe todo um ambiente propício a que haja difusão de 
doenças. 
Riscos para a saúde: 
- por ingestão de água: cólera, disenteria bacilar, febre tifóide, gastrenterite, 
diarréia infantil e leptospirose. 
- Através de contato direto com água: o principal exemplo é a 
esquistossomose. No país calculam-se 10 milhões de portadores. 
- Aqueles derivados de poluentes químicos e radioativos – geralmente 
efluentes de esgotos industriais. 
A redução e prevenção de doenças, através do saneamento básico aumentam a vida 
produtiva do indivíduo, seja pela ampliação da vida média ou pela diminuição do tempo 
perdido (ausência no trabalho.). Além disso, “estima-se que cada Us$ 4 investidos em 
saneamento representam uma economia de US$ 10 em saúde”. Tais recursos poderiam ser 
redirecionados para outras áreas de saúde. 
 
4.2 O Saneamento e o Município: Gestão dos Serviços 
Entre os problemas que podem afetar o meio ambiente destacam-se a insuficiência de 
investimentos em saneamento básico: a intensa poluição dos recursos hídricos, em 
particular de mananciais de abastecimento de água das cidades; a deficiência no sistema de 
drenagem que contribui para a ocorrência de enchentes; a ocupação das várzeas; as 
precárias condições para a destinação do lixo; a diminuição de áreas verdes; a poluição do 
ar. Todas essas situações existem não somente pela ausência de planejamento, mas pela 
descontinuidade da atuação administrativa, quando o processo de priorização das atividades 
locais de interesse público é fragmentado, gerando distanciamento entre governo e 
cidadãos. 
O município dispõe de vários instrumentos legais de planejamento, expressos pela 
Constituição Federal, visando à inversão destas tendências: Plano Diretor como 
instrumento básico da ação urbanística. Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e o 
Orçamento Anual. 
De acordo com a Constituição Federal, em seu artigo 30, é competência dos municípios, 
organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços 
públicos de interesse local. Tal atribuição confere a instância municipal a responsabilidade 
da gestão dos serviços de saneamento, embora não exclua os níveis estadual e federal de 
atuar no setor, seja no campo de estabelecimento de diretrizes, seja no da legislação ou da 
assistência técnica. É ainda necessário um envolvimento dessas instâncias em algumas 
situações relacionadas ao saneamento como as que apresentam caráter supra-local, as que 
envolvem as áreas metropolitanas e as associadas com a gestão dos recursos hídricos. 
Em diversos aspectos, os municípios brasileiros têm tido dificuldades em assumir seu 
efetivo papel de responsáveis pela gestão dos serviços de saneamento, em conseqüência de 
uma herança da realidade histórica implementada com a centralização política e tributária, 
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característica dos anos 70. Assim, é fundamental que haja um resgate desse papel, na 
perspectiva de que esses serviços contribuam para a garantia de uma qualidade de vida 
digna para a poluição. 
Além do papel das administrações municipais exclusivamente, uma modalidade de gestão 
que se mostra muito adequada, dada a abrangência que alguns serviços de saneamento 
assumem, é a da formação dos consórcios intermunicipais. Nesses, realiza-se um acordo 
entre municípios, visando à realização de interesses e objetivos comuns, mediante a 
utilização de recursos humanos e materiais de que cada um dspõe ou que podem mais 
facilmente ser obtidos pela união de vários municípios. Esses consórcios, além de 
permitirem a gestão do meio ambiente de forma mais global e integrada, podem constituir 
em poderosos instrumentos para a viabilização, por exemplo, da disposição de lixo, da 
produção de água, da disposição de esgotos e do controle de enchentes, em especial nas 
regiões conturbadas. Em geral, a organização dos consórcios obedece a regionalização das 
bacias hidrográficas, o que torna mais eficaz a visão da proteção ambiental. 
 
4.3 O Saneamento Ambiental como Fator de Saúde 
 
O Saneamento Ambiental procura, pela proteção ao meio ambiente, proporcionar a 
segurança sanitária necessária para a defesa da saúde humana, traduzindo-se em melhor 
qualidade de vida. 
Como atividade de Saúde Pública, o Saneamento Ambiental tem por objetivo garantir a 
saúde da comunidade por ela servida, atuando diretamente na interrupção dos ciclos 
nosológicos de várias doenças de massa, no abastecimento de água, no destino adequado 
dos dejetos; na eliminação de vetores de doenças transmissíveis, melhoria da habitação, 
drenagem de áreas alagadas, destinação do lixo; e, indiretamente, nos cuidados de 
preservação ou restauração do melhor nível do equilíbrio ecológico, incluindo o 
disciplinamento da ocupação e uso do solo. 
No primeiro caso, ação direta do Saneamento, é clássico o reconhecimento das tendências 
de relacionar a mortalidade infantil com a população servida por abastecimento de água. 
No segundo, ações indiretas do Saneamento nas pessoas, nos preocupamos com as 
atividades poluidoras, a refletir, negativamente, nascamadas da população. 
Estudos epidemiológicos realizados no mundo, têm mostrado ser a água contaminada 
responsável por desinterias, transmissão de Febre Tifóide e Cólera, e na propagação de 
outras doenças Diarréicas a representarem a principal causa de morte de lactentes, nos 
países em desenvolvimento (MACÊDO, 1994). 
Por outro lado, mais de 50 (cinqüenta) infecções podem ser transmitidas de um portador a 
um ser humano são, por várias formas de transmissão direta, associadas aos dejetos; 
conjuntamente com a má nutrição, produzindo um elevado índice de morbidade e 
mortalidade nos países em desenvolvimento, especialmente, entre as crianças. 
O abastecimento de água, simultaneamente com a destinação adequada dos dejetos, é capaz 
de atuar contra as mais freqüentes doenças: Diarréias, Esquistossomose, Amebíase, 
Shiguelose, Febres Tifóide e Paratifóide, Desinteria, e outras, responsáveis pelos maiores 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
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índices de doenças nas cidades não beneficiadas por redes de água e esgotos e adequada 
coleta de lixo. 
Em particular, a mortalidade infantil causada por diarréia, tem como causas básicas: a água 
poluída, os alimentos contaminados; a falta de higiene pessoal e ambiental e de educação 
em saúde. 
De uma forma simplificada, pode-se enfocar os efeitos do saneamento sobre a saúde, 
agrupando-os em diretos e indiretos. 
Os primeiros correspondem à simples interrupção de uma via de transmissão, impedindo o 
acesso do agente patogênico aos seres humanos e suas conseqüências a curto prazo. 
Os efeitos indiretos englobariam os chamados efeitos multiplicadores das intervenções 
incluindo a recuperação ambiental proporcionada pela introdução da infra-estrutura 
sanitária e sua influência na predisposição dos seres humanos de serem acometidos pelas 
enfermidades. 
Desta maneira, o nível de progresso e bem-estar de um País está diretamente relacionado às 
suas condições sanitárias e ambientais. 
Índices sanitários incluem-se entre os parâmetros sócio-econômicos utilizados para aferir e 
definir o estágio de desenvolvimento de uma população. Nesta relação de causa-efeito, a 
saúde e o saneamento são, ao mesmo tempo, insumos e produtos do desenvolvimento, a 
não serem confundidos com crescimento econômico a explicitar-se em termos humanos e 
de progresso social. 
Examinando a situação do Saneamento no Brasil, pelos dados disponíveis (ABES, 2012), 
constatamos um grande avanço nas últimas décadas, no nível de serviços de abastecimento 
de água passando de uma cobertura de 50% para 70% em 2000. 
Quanto à coleta de esgotos, a evolução foi mais modesta - 28% para 32% no mesmo 
período - podendo-se dizer: 72% da população não é atendida por rede de esgotos. 
O acesso aos serviços adequados de saneamento ocorre de maneira muito desigual entre as 
regiões do país e entre os grupos sociais. 
Os primeiros estudos sobre os impactos do abastecimento de água nas doenças datam do 
século XIX na Inglaterra, quando JOHN SNOW (1836), após a publicação da investigação 
da Cólera em bairro de Londres, mostrou epidemiologicamente, uma relação entre a 
ingestão de água contaminada e a ocorrência da epidemia da Cólera, responsável por 521 
óbitos, em dez dias, naquela cidade. 
Estudos de campo pesquisados por MACÊDO (1994) apresentam situações mostrando o 
efeito na saúde pela melhoria no abastecimento de água e saneamento, conforme 
destacamos: 
TRIVED, GARDHI; SHUKLA (1971), implantaram instalação para 48 poços de 
abastecimento rural de água, em três aldeias, nos arredores de Kampur da Índia. A 
incidência de diarréia se reduziu à sexta parte, logo após a implantação e cloração de poços. 
No Brasil, PONTES; RAMOS, (1971), informaram sobre a mortalidade infantil, a longo 
prazo, em áreas de São Paulo, após receberem sistemas melhorados de abastecimento de 
água, comparando-as a áreas de controle. A mortalidade infantil decresceu de 68 a 80%, até 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
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chegar a níveis similares àqueles encontrados para áreas onde existiam sistemas antigos de 
abastecimento de água. 
Também WHITE et al, (1972), estudando a prevalência de diarréias no Quênia associada à 
oferta de água em quantidade e qualidade, observaram: a doença ocorria em 19,0% nos 
moradores de habitações sem água encanada e em 3,1% nos moradores de habitações com 
água encanada. 
AZURIN; ALVERO, (1974), investigaram a influência da quantidade e qualidade da água e 
a disposição de excreta na redução da incidência de Cólera em Bacolod (Filipinas), obtendo 
como resultado os seguintes dados: devido à provisão de abastecimento de água - redução 
de 73%, devido à provisão de serviços de esgotamento sanitário - redução de 68%. 
LEVINE et al, (1976), verificando a incidência de diarréia durante onze anos em 
Bangladesh, em função da qualidade de água, observaram uma incidência em usuários de 
água de boa qualidade de 3,2/1000/ano e, em usuários de poços públicos de 7,5/1000/ano. 
RAJASEKARAN; PISHAROTI (1977), num estudo do abastecimento de água em 
comunidades rurais na Índia, encontraram na prevalência de Shiguelose (Desinteria bacilar) 
em lugares com instalação de rede pública de água nas habitações, uma redução em relação 
aquelas servidas apenas por poços comunitários. 
KHAN et al, (1978), encontraram num campo de refugiados em Decca, Bangladesh, uma 
redução dos casos de Cólera de 62% após a instalação de água encanada e privada, quando 
comparada a outros campos das cercanias dispondo de poços tubulares e valetas de esgotos 
a céu aberto. 
KOOPMAN, (1980), num estudo em Cali, Colômbia, encontrou: em casas servidas por 
privadas ocorreram 36% mais casos de diarréia em relação àquelas com instalações prediais 
de esgoto (vaso sanitário com descarga); enquanto as sem privadas tinham 60% mais casos 
com relação às primeiras e 127% mais, considerando as com instalações prediais de esgoto. 
HENRY, (1981), descreveu: a instalação de água encanada e bacias sanitárias com selo 
hídrico nas casas de uma área em Santa Lúcia, nas Antilhas, reduziu a incidência de 
diarréia em 70,5% nas crianças até 1 ano de idade, quando comparada a outras com 
abastecimento público de água, por chafarizes. 
Estudos feitos por HERNANDES et al, (1986), no México, verificando a prevalência de 
Amebíase, por exames coproparasitológicos, detectaram esta parasitose em 3,25% das 
comunidades com bons serviços de água e esgoto; e 8,95% em comunidade com 
precariedade de tais serviços. 
TORRES et al, (1989), verificando a influência da melhoria de saneamento e a incidência 
de diarréia em Cuba, concluíram: em localidades com serviços de água e esgoto a 
incidência era de 61/1000/ano, em localidades com apenas serviços de água, de 
89/1000/ano e em localidades sem estes serviços de 97/1000/ano. 
No Brasil, GROSS et al, (1989) verificaram em Belo Horizonte - Brasil, mediante visitas 
domiciliares e exames parasitológicos, uma redução na incidência de diarréia de 45% e 
44%, devido à melhoria no abastecimento de água e esgoto, respectivamente, em crianças 
menores de 6 anos de idade. 
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Ainda no País, NAKAGAWA, (1990) estudando a relação da evolução da mortalidade 
infantil no município paulista de Osasco, de 1970 a 1985 com os serviços de saneamento 
básico, verificou: nos setores do município onde 100% da população estavam abastecidos 
com rede de água e mais de 30% da população atendida com rede de esgoto, os coeficientes 
de mortalidade se reduziram de 38,80%NVpara 16,76%NV, mostrando pela análise de 
série histórica da mortalidade infantil uma tendência acentuadamente decrescente, da curva 
de mortalidade infantil nos 15 anos da pesquisa, acompanhando a curva ascendente dos 
serviços de abastecimento de água. 
 
5 GESTÃO AMBIENTAL 
O desenvolvimento de nossa sociedade urbana e industrial, por não conhecer limites, 
ocorreu de forma desordenada, sem planejamento, à custa de níveis crescentes de poluição 
e degradação ambiental. Esses níveis de degradação começaram a causar impactos 
negativos significantes, comprometendo a qualidade do ar e a saúde humana em cidades 
como Los Angeles e Londres, transformando rios como o Tâmisa, em Londres, o Sena, em 
Paris, o Reno, na Alemanha, e o Tietê, em São Paulo, em verdadeiros esgotos a céu aberto, 
reduzindo a fertilidade do solo e aumentando as áreas desérticas. 
A tecnologia demonstrou então que poderia contribuir de forma efetiva na reversão de 
situações críticas. Métodos de planejamento, modelos matemáticos, equipamentos para 
controle de poluição e processos tecnológicos alternativos menos poluentes foram 
desenvolvidos. Isso possibilitou a correção de problemas existentes, como também a 
estimativa antecipada de efeitos e impactos de situações hipotéticas futuras por meio de 
simulações com modelos físicos e matemáticos. Passou-se, assim, a admitir que existem 
limites que devem ser respeitados e que a tecnologia é fundamental, mas não é capaz de 
resolver todos os problemas quando alguns limites, às vezes desconhecidos, são alcançados 
(efeito estufa, depleção da camada de ozônio). 
Desenvolvimento sustentável é um conceito que foi proposto pela “Comissão Mundial do 
Desenvolvimento e Meio Ambiente” em 1987. Essa comissão foi formada em 1984 pela 
Organização das Nações Unidas, tendo como coordenadora a primeira-ministra da 
Noruega, Gro Harlem Brundtland. A comissão incluía 23 membros de 22 países. Por três 
anos consecutivos a comissão e seus assessores estudaram os conflitos entre os crescentes 
problemas ambientais e as necessidades quase desesperadoras das nações em 
desenvolvimento. Concluíram que era tecnicamente viável prover as necessidades mínimas, 
grosseiramente o dobro da população mundial, até o próximo século de forma sustentável e 
sem degradação continuada dos ecossistemas globais. A comissão definiu em seu relatório 
final com título “Nosso Futuro Comum” o conceito de desenvolvimento sustentável: 
“Atender às necessidades da geração presente sem comprometer a habilidade das gerações 
futuras de atenderem suas próprias necessidades.”. 
Observamos, portanto, que, assim descrito, o conceito é um ato de fé ou um desejo 
filosófico de preservação que requer melhor especificação do ponto de vista prático. Existe 
uma boa dose de subjetividade na definição do que sejam necessidades futuras e, além 
disso, existe a questão do grau de desenvolvimento da região ou país em questão. Os 
parâmetros do desenvolvimento sustentável em um país com a força econômica do Japão 
devem ser certamente diferentes dos de um país da África Oriental, cujo consumo de 
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energia mal supera os 2 000 kcal/dia de sobrevivência. 
O sistema de gestão compreende as instituições às quais são delegadas as ações e 
instrumentos destinados a alcançar os objetivos previamente definidos. No detalhamento 
dos objetivos da gestão do ambiente devem estar contemplados de forma diferendada os 
valores universais e os valores individualizáveis. Entre os primeiros estão os que 
dependem, por exemplo, de garantia do acesso indistinto em quantidade e qualidade aos 
bens ambientais essenciais à vida por meio de constituições, códigos etc. Entre os 
segundos, por exemplo, estão aqueles associados ao acesso aos bens ambientais para as 
atividades de produção econômica. 
Da mesma forma, os instrumentos técnicos, econômicos e legais da gestão do ambiente têm 
de estar subordinados a essa mesma categorização de valores, ou seja, não devem impedir o 
acesso aos bens ambientais associados a valores universais, mas sim estabelecer condições 
(técnicas, econômicas e legais) para o acesso aos bens ambientais associados a valores 
individualizados. 
 
6 CONTROLE DA POLUIÇÃO AMBIENTAL 
6.1 A Poluição da Água 
 Quantidade 
Nos últimos anos, a constatação da água doce disponível ser na realidade um recurso 
limitado e seus reservatórios naturais sendo dramaticamente degradados com o crescimento 
desordenado das demandas, trouxe tona a tese da “crise da água” como um dos maiores 
problemas a ser enfrentados pela humanidade no futuro próximo. 
Não por acaso, o Banco Mundial e estudos científicos dos Estados Unidos alertaram para: 
se o petróleo foi motivo de guerras no século passado neste a fonte de conflitos será a água, 
especialmente em paises do Oriente Médio e da África do Norte. 
O desequilíbrio entre o aumento populacional e a disponibilidade água nestas regiões é 
alarmante. Somente nos últimos 20 anos, a população mundial aumentou em mais de 1 
bilhão e 800 milhões de pessoas e e novo contingente diminuiu um terço do suprimento de 
água do planeta. 
A necessidade de água cresce com rapidez superior a do aumento população, pois o uso da 
água não se restringe apenas ao ato de bebê. mas de gerar alimentos e produtos industriais. 
Para atender tanta ge cavam-se poços e constroem-se barragens. 
No Brasil, o potencial de recursos hídricos significa 53% da reserva América do Sul e 12% 
do total mundial. Temos a maior bacia fluvial do mu do, porém nossas taxas de desperdício 
de água são assustadoras, estai estimadas em 40%. 
Ë pouca a água doce para um planeta cuja população cresce desordenadamente. Exceto nas 
regiões do planeta onde há uma severa limitação natural, na maioria dos casos o problema 
não é a quantidade, mas a qualidade da água, cada vez pior devido ao mau uso e gestão 
inadequada. 
 Qualidade 
Grande parte das águas de superfície estão poluídas, enquanto as águas subterrâneas, 
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melhor protegidas contra a poluição, são de boa qualidade para o consumo direto dos seres 
humanos, sem necessidade de tratamentos especiais. 
Este fato ilustra a extrema importância da água subterrânea como reserva estratégica, 
considerada como a solução mais viável para os crescentes problemas de abastecimento em 
nível mundial. 
 
6.2 Poluição por Esgotos Domésticos e Industriais 
 Esgotos Domésticos 
Segundo a EMBRAPA, no Brasil, 10 bilhões de litros de água poluída dos esgotos 
domésticos são lançados diariamente, onde 8 bilhões não possuem nenhum tipo de 
tratamento (EMBRAPA/1996). Esgotos residenciais, industriais e hospitalares lançados 
diretamente nos rios, lagos e mares aumentam a quantidade de matéria orgânica na água. 
Esta matéria orgânica serve de alimento a determinadas bactérias (sapófritas) , as quais 
rapidamente se multiplicam passando a disputar com peixes o oxigênio. Como estes exigem 
mais oxigênio, terminam em desvantagem, morrendo por asfixia. A água contaminada pode 
ficar turva, dificultando a entrada de luz e impedindo a fotossíntese das algas e de outros 
vegetais aquáticos. 
Nem todo o lançamento pode ser considerado nocivo, isto vai depender da relação entre o 
volume de despejo e o volume da água receptora, porém, se esta relação for alta poderá 
haver o processo de autodepuração, recuperando as características originais do corpo 
hídrico. 
 
 Poluição por Compostos Orgânicos Recalcitrantes 
Os poluentes lançados à água e derivados de certos processamentos industriais ou mesmoutilizados na agricultura, possuindo em sua composição elementos químicos são 
conhecidos como “recalcitrantes” ou “não biodegradáveis”. Estes são, na maioria das vezes, 
produtos sintéticos e efetuam a biodegraçâo de maneira muito lenta, acumulando-se no 
meio aquático e trazendo grandes prejuízos para os seres dependentes da água. 
 Agrotóxicos 
Os mananciais na zona rural sofrem as conseqüências do uso inadequado de agrotóxicos e 
fertilizantes. O homem tem utilizado muitas substâncias químicas tóxicas - os agrotóxicos 
ou defensivos agrícolas - para combater os seres vivos causadores de prejuízo às suas 
plantações, como os fungicidas e os inseticidas. 
Lançados em excesso sobre plantações, os agrotóxicos poluem os alimentos e o solo. 
Levadas pela chuva para lagoas e rios, estas substâncias venenosas podem causar graves 
danos à saúde dos habitantes desses ambientes ou apenas ingestores daquela água. 
Os defensivos agrícolas atuam sobre o sistema nervoso central acarretando desequilíbrio, 
vômitos, tremores e insônia. Apesar da toxicidade e de suas sérias repercussões na saúde 
humana e no meio aquático não podemos negar a sua importância para o abastecimento das 
populações. Todaviaa, faz-se necessário uma utilização correta, tentando, na medida do 
possível, promover a substituição por compostos menos resistentes a biodegradação. 
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 Detergentes 
Quanto aos detergentes, muitos não são degradáveis. Os detergentes, muitas vezes, formam 
espumas brancas sobre a água dos rios. Esta espuma é conhecida como “cisnes-de-
espumas”. Assim como o petróleo, ela reduz a penetração de luz na água, afetando a 
fotossíntese realizada pelas algas. 
Além disso, os detergentes removem a camada de gordura das penas das aves aquáticas 
(como as gaivotas). Sem esta gordura, objetivando tornar as penas impermeáveis, as aves se 
molham em contato com a água, afundam e morrem. 
Espuma na superfície do rio Tietê, nas proximidades da cidade de São Paulo, ocorre 
freqüentemente. 
Quanto á toxicidade, os detergentes não possuem gravidade, porém os efeitos secundários 
por eles provocados trazem grandes malefícios à vida na água. 
A presença de detergentes num corpo de água possibilita a destruição das células dos 
microrganismos dificultando a oxidação dos materiais biodegradáveis nos esgotos. 
A autodepuração dos rios poluídos tem o seu processo muito mais lento com a presença 
dos detergentes, pois estes reduzem a taxa de absorção de oxigênio da água. 
 
 Efluentes Industriais 
Outro composto orgânico recalcitrante a biodegradação é a celulose. Apesar de não ser 
sintética, a celulose merece destaque pois é largamente utilizada nas indústrias e muito 
resistente a decomposição. 
Na fabricação de papéis, não apenas uma grande quantidade de árvores é exigida, mas 
também um elevado volume de água. 
Após a utilização da água no processamento industrial, quando esta volta ao manancial não 
se encontra em seu estado original, porém poluído com a celulose e produtos químicos. 
O grande problema deste composto é a absorção de muito oxigênio das águas dos rios 
quando é oxidado, além de provocar a destruição das matas e a poluição do ar. 
A solução não é o fechamento das fábricas de papel, mas estimular na população a 
reutilização do papel, a reciclagem e, no referente aos impactos sobre a natureza, 
desenvolver o reflorestamento. 
 
 Metais Pesados 
Os organismos aquáticos, na presença destes elementos podem, de acordo com a sua 
sensibilidade à ação tóxica, morrer ou acrescentar a ação :a da substância em suas células 
ou tecidos potencializando a ação tóxica ao longo da cadeia trófica, podendo os últimos 
elementos desta cadeia perecerem ou serem acometidos de várias doenças. Na região 
amazônica e pantanal é freqüente a contaminação pelo mercúrio nas margens dos rios s 
garimpeiros clandestinos. Para formar uma mistura do ouro com o mercúrio separando-o 
das impurezas, o garimpeiro usa um maçarico, provendo a evaporação do mercúrio e 
obtendo o ouro. 
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 Efluentes do Petróleo 
Um dos problemas mais sérios de poluição marinha é causado pelo derramamento de 
petróleo no mar, devido ao vazamento nos navios petroleiros ou a lavagem de seus motores 
e reservatórios diretamente na água. O petróleo apresenta densidade inferior á da água e por 
isso flutua nela. O óleo sobre a água forma uma camada, impedindo a penetração do 
oxigênio do ar da luz do sol e sem oxigênio os peixes não vivem e sem luz solar as plantas 
não realizam a fotossíntese 
No mar, as algas flutuantes são as maiores fornecedoras de alimento para os primeiros 
níveis das cadeias alimentares e ainda as maiores fornecedoras de gás oxigênio para o nosso 
planeta. Ao reduzir a capacidade de penetração de luz na água, o petróleo compromete a 
atividade de fotossíntese das algas, afetando as diversas cadeias alimentares aquáticas e a 
oxigenação da água. 
O petróleo também adere às brânquias dos peixes e de outros animais marinhos, matando-
os por asfixia. Além disso, gruda nas penas das aves cujo alimento são os peixes, 
impedindo seu vôo. 
 
6.3 Poluição do Ar 
 Efeito Estufa 
A queima de combustíveis fósseis de florestas vem aumentado a concentração de gás 
carbônico na atmosfera. O efeito estufa pode extinguir plantas e animais aumentando o 
número de dias quentes, diminuir o número de noites frias, intensificar a violência das 
tempestades e provocar mais terremotos. 
A maioria dos cientistas acredita haver sido iniciado o processo de degelo das calotas 
polares devido ao pequeno aumento de temperatura em nossa atmosfera. 
O degelo (se prosseguir em larga escala) poderá aumentar o nível dos mares, provocando 
inundações em áreas litorâneas, inclusive, algumas cidades importantes do Brasil e outros 
paises. 
 
 Depleção na Camada de Ozônio 
Situada a uma altitude de 16 a 50 km no céu, a camada de ozônio, de aproximadamente 
30.000 metros de espessura, filtra os raios do sol, impedindo a radiação ultravioleta de 
alcançar a superfície da Terra. 
O grande responsável pelo rombo na camada de ozônio é o clorofiuorcarbono ou CEC ou, 
ainda, gás freon. Criado em 1928, revelando-se um excelente refrigerador e por isso, 
largamente utilizado nas indústrias de refrigeração (geladeiras, freezer, ar condicionado de 
uso doméstico, comercial e de automóveis); de frios (frigoríficos), de plásticos expandidos, 
de espumas, de embalagens (isopor e colchões) e de aerossóis (produtos domésticos, 
sanitários e de higiene pessoal). 
Aparentemente, havia razões para pensar ser os CFCs inofensivos, pois são inodoros, não 
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inflamáveis, nem explosivos ou tóxicos. Pareciam ser produtos perfeitos para uso 
doméstico. Nem por isso, gases, aparentemente inofensivos, deixam de ser perigosos. 
A pequena quantidade de raios de ondas longas (ultravioletas) penetrando na atmosfera é 
motivo de muita preocupação. Em excesso, são responsáveis pelo câncer de pele, matando 
12 mil pessoas por ano nos Estados Unidos e se alastrando continuamente. Além disso, os 
raios ultravioletas podem enfraquecer o sistema de defesa do organismo, abrindo as portas 
para todo tipo de infecção. 
Por estas razões, os paises do mundo todo se reuniram em Montreal,, no Canadá, em 1986 e 
decidiram diminuir em 50% a produção de CFCs até o final do século. O passado confirma: 
os CFCs são de fato os responsáveis pela rarefação da camadade ozônio e com isso as 
complicações vão aumentar no futuro, pois os CFCs podem continuar produzindo efeitos na 
atmosfera por mais de cem anos. 
O único uso em aerossóis ainda permitido pelo Ministério da Saúde, em medicamentos 
como bombas para asmáticos onde os CFCs são de difícil substituição. 
 
 Chuva Ácida 
A chuva ácida é também conhecida como assassino oculto, porque causada, entre outros 
elementos, por um gás praticamente invisível e incolor - o dióxido de enxofre - um dos 
poluentes mais comuns no ar das grande cidades, liberado pelas chaminés das indústrias e 
pelo escapamento dos veículos. 
No ar, o dióxido de enxofre e o óxido de nitrogênio (outro poluente) combinam-se com o 
oxigênio e o vapor d’água, formando um poderoso coquetel destruidor. 
Antigamente, no Brasil, as fábricas jogavam mais dióxido de enxofre na atmosfera, pois 
usavam óleo combustível contendo muito enxofre para esquentar suas caldeiras. Hoje, além 
dos filtros, grande parte das fábricas energia ou gás, não tão poluidores. 
O problema maior e mais difícil de controlar são os veículos movidos à óleo diesel. Seu 
teor de enxofre é, na maioria das vezes, alto e diminui-lo, no acontece com outros países, 
levaria a um encarecimento ainda maior do produto. 
Como a maior parte do transporte de cargas e de passageiros é feita rodovias em caminhões 
e ônibus com motor a diesel - o aumento no preço do combustível acabaria levando ao 
encarecimento de todos os produtos e serviços no Pais. 
A chuva é considerada um dos maiores problemas provocados pela poluição do ar, 
responsável por grandes danos às florestas, à agricultura, ás águas e ao solo, aos edifícios e 
monumentos históricos e aos metais. No caso da chuva ácida, não são apenas os moradores 
das regiões metropolitanas as vítimas dos seus efeitos, os das regiões distantes, também. 
 
7 PROGRAMAS DE QUALIDADE AMBIENTAL 
 
Representa as soluções comumente adotadas para resolver os problemas de contaminação 
do meio ambiente. 
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Estas soluções, serão eficazes, quando escolhidas após a caracterização do resíduo e o 
conhecimento de sua origem e forma de geração, cuidados estes, a permitirem eliminar, de 
antemão, algumas alternativas de tratamento ou disposição a se apresentarem, mais adiante, 
como inadequadas. 
Para maior facilidade de exposição, o termo resíduo utilizado em seu sentido lato, engloba 
os sólidos, os efluentes líquidos e os materiais presentes nas emissões atmosféricas. 
As soluções descritas foram, em sua maioria, desenvolvidas originalmente para os resíduos 
industriais, especialmente os perigosos, embora possam ser aplicadas aos resíduos urbanos 
e aos gerados nas atividades primárias, agrícolas e minerais. 
Na escolha da solução para eliminar um resíduo ou resolver um problema ambiental, o 
critério básico deverá ser sempre a proteção da saúde do ser humano e do meio ambiente. 
 
7.1 Gestão da Qualidade do Ar 
Quadro 1 – Programa de Gestão da Qualidade do Ar 
 Inventário das emissões para a atmosfera 
 Identificação dos impactos ambientais associados 
 Controle da qualidade das emissões (monitoramento, dimensionamento e implantação de sistemas de 
controle, atuações sobre as causas) 
 Controle da qualidade do ar (identificação e monitoramento na área de influência, implementação de ações 
de melhoria) 
 Minimização da carga poluidora 
 Treinamento específicos e procedimentos operacionais 
 Recursos humanos, físicos e financeiros 
 Responsabilidades. 
 
7.2 Gestão da Qualidade da Água 
No quadro a seguir, são apresentados exemplos de componentes de um 
Programa de Gestão da Qualidade da Água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 2 – Programa de Gestão da Qualidade da Água 
 Mapeamento da rede hidráulica (esgotos sanitários, drenagem pluvial, efluentes industriais) 
 Inventário das fontes de geração e dos postos de lançamento dos efluentes líquidos 
 Identificação dos impactos ambientais associados 
 Controle da qualidade dos efluentes líquidos (monitoramentos, dimensionamento e implantação de 
sistemas de tratamento, atuações sobre as causas) 
 Controle da qualidade da água do corpo receptor 
 Racionalização do consumo de água 
 Minimização da carga poluidora]Treinamento específicos e procedimentos operacionais 
 Recursos humanos, físicos e financeiros 
 Responsabilidades 
 
7.3 Gestão dos Resíduos 
A gestão dos resíduos abrange o conjunto de tarefas e processos com potencialidade de 
constituir fontes de geração de resíduos. Abrange: a coleta, o transporte, a estocagem, a 
reutilização, a reciclagem, o tratamento e a disposição final ou destruição dos resíduos. 
Os procedimentos adequados de gestão estão fundamentados na classificação dos resíduos. 
As técnicas de coleta, transporte, estocagem ou disposição adequada se interligam com a 
classe do resíduo. 
Os resíduos perigosos exigem critérios mais rígidos de manuseio e destinação final, pois, 
procedimentos inadequados podem transformar um resíduo inerte ou não, em um resíduo 
perigoso. 
A gestão dos resíduos abrange transporte, transferência, armazenamento e utilização de 
produtos perigosos, pois são fontes potenciais de geração de resíduos. A transferência e/ou 
o armazenamento inadequados, de óleo diesel ou BPF, poderá gerar resíduos perigosos e 
abrange, ainda, a identificação, avaliação e comunicação dos riscos relacionados com as 
fontes de geração e os transportados, manuseados e dispostos na unidade. 
A gestão dos resíduos deve estar fundamentada nos 4 Princípios Básicos da Minimização 
de Resíduos, mencionados a seguir: 
– NÃO GERAR – REUTILIZAR – RECICLAR – TRATAR E DAR DESTINAÇÃO 
FINAL ADEQUADA 
 
 
 
 
 
 
 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
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Figura 1 Diagrama da gestão dos resíduos 
 
 
 
 
 
 
 
 
O maior objetivo da minimização de resíduos é reduzir a geração de resíduos 
perigosos e buscar alternativas de destinação, não incluindo a sua disposição no solo. 
Neste sentido, as técnicas de tratamento possibilitando a redução do volume e/ou da 
toxicidade dos resíduos são ações de minimização. 
A implementação da minimização de resíduos requer: 
 identificar e atribuir responsabilidades aos funcionários; 
 propiciar aos membros da equipe a adquirir conhecimentos específicos 
das questões; 
 identificar as oportunidades de minimização; 
 analisar a viabilidade técnica e econômica das oportunidades a se 
consolidarem; 
 elaborar um Programa de Minimização de Resíduos; 
 implantar o Programa; e 
 monitorar os resultados e aperfeiçoar o Programa. 
 
Quadro 3 Programa de Gestão de Resíduos Sólidos 
 mapeamento das fontes de geração, locais de estocagem e disposição final de 
resíduos sólidos; 
 mapeamento dos locais de transferências e armazenamento de produtos perigosos; 
 inventários quali-quantitativos e classificação dos resíduos; 
 inventários quali-quantitativos dos produtos perigosos; 
 identificação e avaliação dos impactos ambientais associados; 
GERAÇÃO 
COLETA 
ESTOCAGEM 
TEMPORÁRIA 
A TRATAMENTO 
B TRANSPORTE 
A 
REUSO 
A e/ou B 
RECICLAGEM 
A e/ou B 
DISPOSIÇÃO 
FINAL 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
23 
 controle do manuseio, estocagem, transporte, disposição e destinação final dos 
resíduos; controle do transporte, transferência, armazenamento e manuseio de produtos 
perigosos; 
 identificação e comunicação dos riscos; 
 controle dos contratos de fornecimento; 
 minimização de resíduos: redução, reutilização e reciclagem; 
 controle de embalagens; 
 Plano de ação de Emergência; 
 treinamento específico e procedimentos operacionais; 
 recursos humanos, físicos e financeiros, e; 
 atribuições de responsabilidades. 
 
Assim, Controle Ambiental por um programa de gestão adequado, assegurará a qualidade 
ambiental requerida pela sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
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8 REFERÊNCIAS 
 
MACÊDO, LAA – Saúde e Ambiente, Editora Jotacê, São Paulo, 1997. 
MACÊDO, LAA – Saneamento Ambiental e Epidemiologia, Editora Jotacê, São Paulo, 
1999. 
MACÊDO, LAA - Qualidade de Vida e Meio Ambiente, Editora Jotacê, São Paulo, 2001. 
MACÊDO, LAA – Gerenciamento de Qualidade de Meio Ambiente, Editora Stratégia, São 
Luís, 2002. 
MACÊDO, LAA – Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, Editora Jotacê, São 
Luís, 2003. 
MACÊDO, LAA – Qualidade Ambiental dos Rios da Ilha de São Luís, Editora UFMA, São 
Luís, 2003. 
TAUK, SM et alli – Análise Ambiental: estratégias e Ações. Ed. UNESP. Rio Claro, SP, 
1995. 
MACÊDO, LAA – Gestão das Águas no Maranhão, Editora Belas Artes, São Luís, 2005. 
MACÊDO, LAA – Urbanização e Meio Ambiente, Editora UEMA, São Luís, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S U M Á R I O 
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Lúcio Antônio Alves de Macêdo 
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p. 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 2 
2 CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................................... 3 
3 RELAÇÃO ENTRE SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE ......................................... 6 
3.1 Engenharia Ambiental e tratamento de águas de abastecimento ..................................... 7 
3.2 Engenharia Ambiental a e tratamento das águas residuárias .......................................... 8 
4- ASPECTOS DO SANEAMENTO AMBIENTAL ............................................................ 9 
4.1- Aspectos do Saneamento ....................................................................................................... 9 
4.2 O Saneamento e o Município: Gestão dos Serviços ........................................................... 10 
4.3 O Saneamento Ambiental como Fator de Saúde ................................................................ 11 
5 GESTÃO AMBIENTAL .................................................................................................. 14 
6 CONTROLE DA POLUIÇÃO AMBIENTAL ................................................................ 15 
6.1 A Poluição da Água ....................................................................................................... 15 
6.2 Poluição por Esgotos Domésticos e Industriais ................................................................. 16 
6.3 Poluição do Ar ...................................................................................................................... 18 
7 PROGRAMAS DE QUALIDADE AMBIENTAL ...................................................... 19 
7.1 Gestão da Qualidade do Ar .................................................................................................. 20 
7.2 Gestão da Qualidade da Água ............................................................................................. 20 
7.3 Gestão dos Resíduos .............................................................................................................. 21 
8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 24

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