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Gestão de Suprimentos e Logística

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
Curso de Administração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Suprimentos e Logística 
 
(Módulo 1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Marcio Cardoso Machado 
http://marciocmachado.com.br 
 
 
 
 
2017 
 
ÍNDICE 
 
1. CONCEITOS DE LOGÍSTICA E FLUXOS LOGÍSTICOS 4 
1.1. A abordagem logística 4 
1.2. Logística Empresarial 5 
1.3. Subsistemas de Abordagem Logística 5 
1.3.1. Administração de Materiais 5 
1.3.2. Distribuição Física 6 
1.4. A Logística como Fundamento para o Comércio 7 
1.4.1. Razões do interesse pela logística 7 
1.4.2. Missão do profissional de logística 8 
1.4.3. Atividades logísticas 8 
1.5. ESTUDO DE CASO 11 
2. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS 12 
2.1. Administração 12 
2.1.1. Fatores de Produção 12 
2.2. As Empresas e Seus Sistemas de Produção 12 
2.2.1. Objetivo da Empresa 12 
2.2.2. As Empresas e Seus Recursos 13 
2.2.3. Administração de Recursos 13 
2.3. Administração de Patrimônio 13 
2.3.1. Manutenção de Ativos Imobilizados 14 
2.3.2. Política de Manutenção 15 
3. AS EMPRESAS COMO SISTEMAS ABERTOS 16 
4. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 17 
4.1. Conceito 17 
4.2. Objetivo 17 
4.3. Fluxo De Materiais 17 
4.4. Classificação de Materiais 18 
5. DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES 19 
5.1. Objetivos da Administração de Estoques 19 
5.2. Dimensionamento de Estoques 20 
5.3. Previsão da Demanda (Consumo) 24 
 
 3 
5.4. Técnicas Quantitativas para Calcular a Previsão de Consumo 25 
5.4.1. Método do último período 25 
5.4.2. Método da média móvel 25 
5.4.3. Método da média ponderada 26 
5.4.4. Método da média com ponderação exponencial 27 
5.4.5. Métodos dos mínimos quadrados 29 
5.4.6. Exercícios propostos 31 
6. GESTÃO DE ESTOQUES 37 
6.1. Rotatividade (Giro do Estoque) 39 
6.1.1. Antigiro ou taxa de cobertura (Rel. E/v) 40 
6.1.2. Influência dos giros no capital aplicado 43 
6.2. Retorno sobre Investimento 44 
7. CLASSIFICAÇÃO ABC 46 
7.1. Aplicação e Montagem 48 
7.2. Curva ABC 50 
7.3. Diferenciação das Curvas 50 
7.4. Síntese 51 
8. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 53 
9. BIBLIOGRAFIA 58 
 
 
 4 
1. CONCEITOS DE LOGÍSTICA E FLUXOS LOGÍSTICOS 
 
1.1. A abordagem logística1 
A economia brasileira, ciclicamente, atravessa uma fase de expansão e recessão associada à alta 
inflação, tendendo as empresas a crescer acima de seus problemas, graças a uma combinação 
de aumentos de produção e preços elevados. Essa conjuntura, entretanto, em certo estágio do 
desenvolvimento, leva a uma aproximação dos limites do crescimento econômico, e a indústria 
sente o aparecimento simultâneo de vários problemas graves, entrando em um período de 
concentração e declínio econômico. 
 
As empresas estão, na medida do possível, eliminando os elementos ineficientes de sua estrutura 
e se concentrando na melhoria da qualidade de sua operação. 
 
 
 
 
 
Para implantar melhoramento na estrutura industrial é necessário dinamizar o sistema logístico, 
que engloba o suprimento de materiais e componentes, a movimentação e o controle de produtos 
e o apoio ao esforço de vendas dos produtos finais, até a colocação do produto acabado no 
consumidor. 
 
A administração de materiais está mudando o tradicional “produza, estoque, venda” para um 
conceito mais atualizado que envolve “definição de mercado, planejamento do produto e apoio 
logístico”. 
 
É recomendável que o sistema de materiais, ou seja, de planejamento de materiais e produção, 
compras, estoques e distribuição sejam modificadas com a alteração das condições. Caso 
contrário, deterioram a ponto de se tornarem inúteis. 
 
Os administradores devem coordenar suprimentos, produção, embalagem, transporte, 
comercialização e finanças em uma atividade de controle global, capaz de apoiar firmemente 
cada fase do sistema com um máximo de eficiência e um mínimo de capital investido. 
Segundo Dias, “A logística compõe-se de dois subsistemas de atividades: administração de 
materiais e distribuição física, cada qual envolvendo o controle da movimentação e a 
coordenação demanda-suprimento.”. 
 
Segundo Pozo2, “Logística é uma nova visão empresarial que direciona o desempenho das 
empresas, tendo como meta reduzir o lead time entre o pedido, a produção e a demanda, de 
modo que o cliente receba seus bens ou serviços no momento que deseja, com suas 
especificações predefinidas, o local especificado e, principalmente, o preço desejado”. 
 
1 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.11. 
2 POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2001, p. 
13 
“Modernização máquinas/equipamentos, automação comercial etc.” 
 
 
 5 
1.2. Logística Empresarial 3 
A Logística Empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem que 
facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de 
consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, 
com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável 
 
A logística representa uma nova visão empresarial e é entendida como a integração tanto da 
administração de materiais como a distribuição física. 
 
A logística procura diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os 
consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que 
desejarem ao menor custo possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3. Subsistemas de Abordagem Logística4 
A logística compõe-se de dois subsistemas: 
 
1.3.1. Administração de Materiais 
 
Compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade com 
a demanda de produtos ou serviços da empresa. 
 
 
CONSISTE: 
 
 
 
3 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. 
Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 17 - 38 
4 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.12. 
Logística
Empresarial
Administração 
de Materiais
Distribuição
Física
Fornecedores Clientes
Fábrica
 Compras Recebimento PCP Produção Estoque 
 
 6 
Segundo Ballou5 “a importância da boa administração de materiais pode ser mais bem apreciada 
quando os bens necessários não estão disponíveis no instante correto para atender às 
necessidades de produção ou operação”. 
 
1.3.2. Distribuição Física 
 
Consiste no transporte eficiente de produtos acabados do final da linha de produção até o 
consumidor, incluindo em alguns casos o transporte de matéria-prima da fonte de suprimento 
ao início da linha de produção. 
 
Esse conjunto de atividades engloba o transporte de carga, armazenagem, movimentação física 
de materiais, embalagens, controle de estoque, seleção de locais para o armazém, processamento 
de pedidos e atendimento ao cliente (consumidor final). 
 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podem ser incluídas entre atividades logísticas as seguintes: 
 
 Compras 
 Programação de entregas para a fábrica 
 Transportes 
 Controle de estoque de matérias-primas 
 Controle de estoque de componentes 
 Armazenagem de matérias-primas 
 Armazenagem de componentes 
 Previsão de necessidade de materiais 
 Controle de estoque nos centros de 
distribuição Processamento de pedidos de clientes 
 Administração dos centros de distribuição 
 Planejamento dos centros de distribuição 
 Planejamento de atendimento aos clientes. 
 
5 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. 
Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 61. 
Atacado
Consumidor 
Final
Varejo
ClientesFábrica
Estoque de 
Produto Acabado
Varejo
Entrega Direta
 
 7 
1.4. A Logística como Fundamento para o Comércio6 
Na economia mundial, sistemas logísticos eficientes formam bases para o comércio e a 
manutenção de um alto padrão de vida nos países desenvolvidos. 
 
Um sistema logístico eficiente permite uma região geográfica explorar suas vantagens inerentes 
pela especialização de seus esforços produtivos naqueles produtos que ela tem vantagens e pela 
exportação desses produtos às outras regiões. O sistema permite então que o custo do país 
(custos logísticos e de produção) e a qualidade desse produto sejam competitivos com aqueles 
de qualquer outra região. Exemplos: indústria eletrônica japonesa; a agricultura e a indústria de 
computadores e de aviação americana. 
 
Custos logísticos são um fator-chave para estimular o comércio. O comércio entre países e entre 
regiões de um mesmo país é frequentemente determinado pelo fato de que diferenças nos custos 
de produção podem mais do que compensar os custos logísticos necessários para o transporte 
entre as regiões. Enquanto os Estados Unidos, o Japão e os membros da Comunidade Econômica 
Europeia gozam de alto padrão de vida e trocam mercadorias livremente devido à eficiência de 
seus sistemas logísticos, a América do Sul, ainda apresenta sistemas de transportes e 
armazenagem inadequados para apoiar um comércio extensivo. Quanto maior e mais sofisticado 
for seu desenvolvimento, e quanto mais baratas forem suas movimentações e armazenagens 
mais livres será a troca de mercadorias e maior será a especialização do trabalho. 
 
1.4.1. Razões do interesse pela logística7 
 
Existe crescente interesse pela administração logística no Brasil, e esse interesse pode ser 
explicado pelas seguintes razões: 
 Rápido crescimento dos custos, particularmente dos relativos aos serviços de transporte e 
armazenagem. 
 Complexidade crescente da administração de materiais e da distribuição física, tornando 
necessários sistemas mais complexos. 
 Mudanças de mercado e de canais de distribuição, especialmente para bens de consumo. 
 Tendência de os varejistas e atacadistas transferirem as responsabilidades de administração 
dos estoques para os fabricantes. 
 
Os custos representam parte importante no processo de decisão na administração logística. 
Variam muito em importância de indústria para indústria, à medida que as empresas tentam 
balancear os custos básicos de transporte e de manutenção de estoque, de tal maneira que disso 
resultem custos totais relativamente baixos. A importância desses custos dependerá das 
características físicas do produto e de como as políticas administrativas da empresa consideram 
a logística; com relação a outras categorias de custos e objetivos, dependerá da localização; dos 
recursos da empresa em relação a suas fontes de suprimento e mercado; e do papel que a empresa 
pode desempenhar em um sistema logístico. 
 
 
6 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. 
Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 19. 
7 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.13. 
 
 8 
De acordo com Dias8, “As mudanças efetivas do sistema logístico serão conseguidas pela 
melhor utilização do capital ao longo do mesmo, minimizando os estoques, melhorando a 
distribuição e racionalizando os esquemas de revenda.”. 
 
A natureza das mudanças no sistema logístico varia de setor para setor. 
Por exemplo: no setor de compras, o principal objetivo de seu gerente será garantir o material 
necessário, no tempo correto, na qualidade exigida, no local exato, nas quantidades e preços 
certos. Em geral, essa função é desempenhada colocando-se um pedido, de quantidade 
específica e produto definido, em determinado fornecedor, designando o local e a data de entrega 
desejada. 
 
Em raros casos o gerente de compras leva em consideração a quantidade econômica de produção 
dos fornecedores e o estoque físico disponível que eles possuem. Normalmente, as 
comunicações entre o gerente de compras e o fornecedor são extremamente deficientes, 
considerando cada parte somente suas metas e seus objetivos. O método tradicional de compra, 
todavia, está sendo alterado à medida que o preço ou custo do produto sobre os custos de 
manutenção dos estoques passa a ter maior significado. 
 
 
 
 
 
Tendência da parceria: 
 Redução do estoque de segurança pela certeza do recebimento da quantidade especificada, 
na data estipulada; 
 Redução do prazo de entrega e preço; 
 
Reflexos da parceria: 
 Melhoria do fluxo de caixa 
 Redução do capital investido 
 Melhoria do retorno sobre investimento. 
 
1.4.2. Missão do profissional de logística9 
 
Colocar as mercadorias ou serviços certos no lugar e no instante corretos e na condição desejada 
ao menor custo possível. Isto é pode ser conseguido através da administração adequada das 
atividades-chaves da logística de transporte, manutenção de estoques, processamento de pedido 
e de várias atividades de apoio adicionais. 
 
1.4.3. Atividades logísticas 
 
Atividades primárias (contribuem com a maior parcela do custo total da logística ou são 
essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística): 
 
8 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.15 - 16. 
9 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. 
Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 23 – 25. 
PARCERIA: FORNECEDOR / EMPRESA 
 
 
 9 
 
 Transporte: para a maioria das empresas, o transporte é a atividade logística mais importante 
simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É 
essencial, porque nenhuma organização moderna pode operar sem providenciar a 
movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados para serem levados, de 
alguma forma, até o consumidor final. Os modais utilizados são: rodoviário, ferroviário, 
hidroviário, dutoviário e o aeroviário. 
 
 Manutenção de estoque: Geralmente, não é viável providenciar produção ou entrega 
instantânea aos clientes. Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto é 
necessário manter estoques, que agem como “amortecedor” entre a oferta e a demanda. O 
uso de estoque, como regulador de demanda, resulta no fato de que, em média, ele passa a 
ser responsável por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos. Enquanto o 
transporte adiciona valor de “lugar” ao produto, o estoque agrega valor de “tempo”. A 
administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto possíveis, ao mesmo 
tempo em que provê a disponibilidade desejada pelos clientes (sem falta). 
 
 Processamento de pedidos (start do processo): O custo de processamento de pedidos tende 
a ser pequeno quando comparados aos custos de transportes ou de manutenção de estoques. 
Contudo, processamento de pedidos é uma atividade logística primária. Sua importância 
deriva do fato de ser um elemento crítico em termos detempo necessário para levar bens e 
serviços aos clientes. 
 
 
Relação entre as três atividades logísticas primárias para atender clientes - o “ciclo crítico”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cliente 
Processamento dos 
pedidos dos clientes 
(inclui a transmissão) 
Manutenção 
de Estoque 
Transporte 
 
 10 
Atividades de apoio10 
Armazenagem: Refere-se à administração do espaço necessário para manter os materiais 
estocados, que podem ser internamente, na fábrica, como em locais externos, mais próximos 
dos clientes. Envolve fatores como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, etc. 
 
Manuseio de materiais: Está associada com a armazenagem e também à manutenção dos 
estoques. Essa atividade envolve a movimentação de materiais no local de estocagem, que pode 
ser tanto estoque de matérias-primas como de produtos acabados. 
 
Embalagem de proteção: Um dos objetivos da logística é movimentar bens sem danificá-los 
além do economicamente razoável. Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a 
garantir perfeita e econômica movimentação sem desperdícios. 
 
Obtenção (Suprimentos): É a atividade que deixa o produto disponível, no momento exato, 
para ser utilizado pelo sistema logístico. Trata da seleção de fontes de suprimento; da definição 
das quantidades a serem adquiridas, da programação de compras e da forma pela qual o produto 
é comprado. 
A obtenção não deve ser confundida com a função de compras, pois não envolve negociação de 
preço e avaliação de vendedores. 
 
Programação do produto: Enquanto a obtenção trata do suprimento (fluxo de entrada), a 
programação de produto lida com a distribuição (fluxo de saída). Refere-se às quantidades 
agregadas que devem ser produzidas bem como quando, onde e por quem devem ser fabricadas. 
 
Sistema de informações: É a função que permitirá o sucesso da ação logística dentro de uma 
organização para que ela possa operar eficientemente. A empresa deverá manter uma base de 
dados com informações importantes. Por exemplo: localização dos clientes, volume de vendas, 
padrões de entrega e níveis de estoques etc. 
 
 
10 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. 
Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 26 – 27. 
 
 11 
1.5. ESTUDO DE CASO 
(adaptado: Ballou, Ronald H.) 
Suponha que um fabricante de camisas para homens possa produzir uma camisa, que vale $15,00 
por unidade, na sua confecção em Santa Catarina, a um custo de $8,00/camisa (incluindo 
matérias-primas). São Paulo é o maior mercado, consumindo 100.000 camisas/ano. Custos de 
transporte e armazenagem de Santa Catarina para São Paulo chegam a $5,00 para cada lote de 
50 kg. Cada camisa embalada pesa 200 gramas. 
Como alternativa, a empresa pode produzi-las em Formosa a um custo de $4,00 (incluindo 
matérias-primas). As matérias-primas podem ser transportadas de Santa Catarina para Formosa 
a um custo de $2,00 por cada 50 kg. Assim que forem fabricadas, elas devem ser despachadas 
diretamente para São Paulo, com o custo de transporte e armazenagem de $6,00 por cada lote 
de 50 kg. Uma taxa de importação de $0,50 por camisa deve ser considerada no planejamento. 
Do ponto de vista da logística/produção/custos, aonde as camisas deverão ser produzidas. 
 
 
 
 12 
2. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS 
 
 
2.1. Administração 
Conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar os fatores de produção e 
controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado. 
 
2.1.1. Fatores de Produção11 
 
 Natureza é o fator que fornece os insumos necessários a produção (matéria prima, materiais, 
energia etc.). 
 Capital é o fator que fornece o dinheiro necessário para adquirir os insumos e pagar o 
pessoal. 
 Trabalho é o fator constituído pela mão de obra que processa e transforma os insumos, 
através de operações manuais ou de máquinas e ferramentas, em produtos acabados ou 
serviços prestados. 
 Empresa é o fator integrador capaz de aglutinar: natureza, o capital e o trabalho em conjunto 
harmonioso que permite que o resultado do conjunto seja maior do que a soma dos resultados 
de cada um. 
 Tecnologia12: é o corpo do conhecimento com o qual a empresa conta para produzir produtos 
ou serviços. Praticamente todos os teóricos da área de administração de materiais são 
unânimes em considerar a tecnologia como um fator de produção. 
 
 
2.2. As Empresas e Seus Sistemas de Produção 
 
2.2.1. Objetivo da Empresa13 
 
Objetivo principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o capital investido, 
seja em fábricas, equipamentos, financiamentos de vendas, reservas de caixa ou em estoques. 
Para atingir o lucro máximo, ela deve usar o capital para que não permaneça inativo. Espera-se 
que o capital (dinheiro) investido em estoque seja o lubrificante necessário para a produção 
(matéria-prima) e o bom atendimento das vendas. O importante é otimizar o investimento em 
estoques (matéria-prima, material em processo – produto acabado). 
Descobrir fórmulas, modelos matemáticos, para reduzir os estoques, sem um colapso na 
produção/venda e sem aumentar os custos, é o grande desafio. 
 
 
 
 
 
11 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.1 – 6. 
12 MARTINS, Petrônio Garcia – ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: 
Saraiva, 2.000, p. 6 - 7 
13 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: edição compacta. 4ed. São Paulo: Atlas, 1995, p.11. 
 
 
 13 
2.2.2. As Empresas e Seus Recursos14 
 
Recursos Materiais e Patrimoniais: São também denominados recursos físicos e englobam 
todos os aspectos materiais e físicos que a empresa utiliza para produzir, como prédios, edifícios, 
fábricas, instalações, máquinas, equipamentos, ferramentas, utensílios, matérias primas, 
materiais etc. 
 
2.2.3. Administração de Recursos15 
 
 Administração de Recursos Materiais (estoque de matérias-primas, produtos em 
trânsito, produtos em processos, produtos acabados e materiais auxiliares) engloba a 
sequência de operações que tem seu início na identificação do fornecedor, na compra do 
bem, seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante 
o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em 
sua distribuição ao consumidor final. 
 
 Administração de Recursos Patrimoniais (instalações, prédios, galpões e 
equipamentos) trata da sequência de operações que tem início na identificação do 
fornecedor, passando pela compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua 
conservação e manutenção. Patrimônio pode ser conceituado como o conjunto de bens, 
direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica que possa ser avaliado 
pecuniariamente. 
 
 
 
2.3. Administração de Patrimônio 
Administrar material e patrimônio podem parecer, a princípio, tarefa simples. Trata-se de um 
segmento da Administração que envolve inúmeras atividades e muita responsabilidade. 
 
A Administração de Material e Patrimônio desempenha papel fundamental na empresa, pois 
nenhum serviço pode ser feito com qualidade quando os equipamentos não são adequados ou 
não funcionam com perfeição, e quando os materiais necessários à produção - de bens ou 
serviços - não estão disponíveis no tempo determinado. 
 
Até algum tempo atrás, uma característica marcante das empresas brasileirasera manter o 
patrimônio em segundo plano, como se ele não precisasse de cuidados. Porém, o crescimento 
acentuado de nossa economia, a expansão dos mercados e a necessidade cada vez maior de 
competitividade fizeram com que as empresas mudassem esse pensamento, passando a perceber 
a necessidade de uma administração efetiva de seu patrimônio. 
 
A administração de patrimônio compreende a guarda e o controle de todos os bens e direitos de 
caráter duradouro da empresa. 
 
14 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.1 – 6. 
15 MARTINS, Petrônio Garcia – ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: 
Saraiva, 2.000, p. 4- 6 
 
 
 14 
 
Esses bens e direitos constituem, contabilmente, o ativo permanente da empresa. 
 
Ativo permanente representa os direitos não diretamente ligados à venda de mercadoria e os 
bens adquiridos cuja forma não se altera no decorrer do processo de produção. São ativos fixos 
que não se destinam à venda, mas comprados para servir a empresa por vários exercícios. 
Máquinas, veículos, móveis, imóveis são alguns exemplos de ativo permanente. 
 
Portanto, edificações, maquinário, mobiliário e todos os demais bens e direitos necessários à 
manutenção física da empresa são responsabilidade da Administração de Patrimônio. 
 
A administração do patrimônio precisa ser criteriosa e consequente, de forma a evitar qualquer 
prejuízo para a empresa. Uma falha no planejamento ou no gerenciamento dos bens patrimoniais 
dificilmente terá solução rápida. 
 
Aplicar capital em patrimônio é tarefa que exige uma análise bastante cuidadosa. Entre outros 
aspectos, deve-se considerar o que a empresa pretende com o bem no qual deseja investir; quais 
estão disponíveis no mercado; e qual a padronização por ela adotada. A aquisição de bens fora 
do padrão ou que tenham a mesma função de um bem já utilizado na empresa vem a ser um 
enorme desperdício. 
 
A preservação dos bens da empresa é um outro aspecto importante na administração do 
patrimônio. Quando se tratar de bens móveis, como aparelhos que necessitam de manutenção 
permanente, deve-se prever um contrato de assistência técnica com a finalidade de manter os 
materiais sempre em ordem. De nada adianta equipar a empresa e não manter os aparelhos em 
perfeito funcionamento. Preservar os bens da empresa é responsabilidade de todos. 
 
 
2.3.1. Manutenção de Ativos Imobilizados 
 
A manutenção de instalações fabris, edifícios industriais e comerciais assumem papel cada dia 
mais importante para os administradores. 
 
Administrar a manutenção de ativos é uma das formas de gerenciar recursos patrimoniais. Uma 
vez projetada, comprada e implantada a instalação, toda a atenção deve voltar-se a sua operação 
e manutenção. Os aspectos operacionais das instalações são peculiares a cada uma delas em 
particular, porém a manutenção é guiada por princípios e métodos praticamente universais, 
aplicados em qualquer instalação. 
 
Com o advento dos sistemas de produção just-in-time, em que os estoques intermediários devem 
ser reduzidos ao máximo ou mesmos eliminados, a quebra de um equipamento traz transtorno 
irreparável em termos de objetivos de produção. 
 
Muitas empresas trabalham com políticas de manutenção denominada zero quebra, isto é, não 
se concebe que a produção possa parar em decorrência da quebra de um equipamento ou 
instalação. 
 
 15 
 
2.3.2. Política de Manutenção 
A atividade básica de um setor de manutenção é zelar para que seu cliente, externo ou interno, 
tenha um recurso à sua disposição, dentro das condições normais de uso, no momento em que 
for necessário. 
 
 Manutenção preventiva: trocar peça após certo número de horas de uso e manter 
histórico das causas das quebras, tempo médio entre paradas e custos das interrupções. 
Os funcionários devem ser treinados para efetuar pequenas manutenções de rotina. 
 
A grande vantagem da manutenção preventiva ou periódica é evitar paradas não 
programadas decorrentes de falhas de equipamentos ou instalações, porém existem 
desvantagens, como por exemplo: causa conflitos com a produção, que sempre hesita em 
dispor dos equipamentos ou instalações por causa das pressões de entrega e faturamento, e 
leva à troca de alguns componentes que ainda não atingiram o fim de sua vida útil, já que a 
troca é feita levando em conta a vida média útil, e não as dispersões para mais ou menos, 
dos componentes individuais. 
 
 Manutenção corretiva: trocar peça quando ocorrer quebra de equipamento. 
 
Quanto mais se gasta ou investe em manutenção preventiva, menores serão os custos 
decorrentes das quebras de máquinas. Por outro lado, quanto mais se quebram os 
equipamentos, sinal de uma fraca manutenção preventiva, mais se gasta na manutenção 
corretiva. Cabe à administração encontrar o ponto ótimo. 
 
 
 
 
 16 
3. AS EMPRESAS COMO SISTEMAS ABERTOS 
 
Sistema16 é um conjunto de partes inter-relacionadas que existe para atingir um determinado 
objetivo. Cada parte do sistema pode ser um órgão, um departamento ou um subsistema. Todo 
sistema é, portanto, constituído de vários subsistemas, os quais podem receber diferentes 
denominações. Por outro lado, todo sistema faz parte integrante de um sistema maior - o 
MACROSISTEMA. 
Os sistemas que se relacionam com outros sistemas são chamados sistemas abertos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de sistemas em diferentes contextos: 
APARELHO DIGESTIVO: alimentos – digestão – nutrientes. 
FÁBRICA: couro/cola – produção – sapato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.7 – 10. 
 
 
SISTEMA 
 
ENTRADA PROCESSAMENTO SAÍDA 
Feedback 
(Realimentação) 
AMBIENTE 
RECURSOS 
 Matéria-prima 
 Energia 
 Mão-de-obra 
 Capital 
 Etc. 
RESULTADOS 
 Produtos 
Manufaturado 
 
 Serviços 
 
Finanças Compras 
Produção 
Vendas Estoques 
SISTEMA INTEGRADO 
 
 17 
4. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS17 
 
4.1. Conceito 
A administração de materiais consiste em ter os materiais necessários na quantidade certa, no 
local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo da 
empresa. 
 
Qualquer que seja o sistema de produção utilizado pela empresa - por encomenda, em lotes ou 
produção contínua - o processo produtivo é sempre uma complicada transformação de matérias-
primas e materiais em produtos acabados (exemplo: automóvel) ou serviços prestados (exemplo: 
hospital). 
 
Tanto nas empresas primárias como nas secundárias ou terciárias, o problema de administrar 
materiais é sempre crucial. Sejam produtores, fabricantes ou distribuidores (atacadistas ou 
varejistas), as empresas estão constantemente às voltas com a localização, obtenção, utilização 
e movimentação de materiais para garantir as suas operações. 
 
4.2. Objetivo 
“O objetivo da administração de materiais deve ser prover o material certo, no local de operação 
certo, no instante correto, em condição utilizável e ao custo mínimo”. Ballou18 
 
4.3. Fluxo De Materiais 
Em todas as empresas, os materiais não ficam estáticos ou parados, eles seguem um movimento 
incessante que vai desde o recebimento do fornecedor, passando pelas diversas etapas do 
processo produtivo, até chegarem ao depósito de produtos acabados. Os materiais entram na 
empresa,fluem e transitam através dela, e saem pelo depósito como produtos acabados com 
destino à clientela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EM TODAS AS EMPRESAS OS MATERIAIS NÃO FICAM PARADOS 
(O PROCESSO É DINÂMICO) 
 
 
17 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.25 - 38. 
18 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. 
Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 61. 
 
 
Recebimento 
 Etapas do 
 Processo 
 Produtivo 
 Depósito 
 Produto 
 Acabado 
Fornecedores 
 Almoxarifado 
 Matéria-prima 
 Produção 
 Produto 
 Acabado 
 Clientes 
 Movimento da Matéria-prima / Produto acabado 
 
 18 
4.4. Classificação de Materiais19 
Os materiais são classificados em função do seu estágio no processo produtivo da empresa. À 
medida que passam pelas diversas etapas do processo produtivo, vão sofrendo acréscimos e 
alterações que provocam a sua gradativa diferenciação até se tornarem produtos acabados. 
Exemplo: carteira escolar 
 
 MATÉRIAS-PRIMAS (MP) - Constituem os insumos e materiais básicos que 
ingressam no processo produtivo da empresa. 
Exemplo: ferro 
 
 MATERIAIS EM PROCESSAMENTO - São aqueles que estão sendo processados 
ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. 
Exemplo: corte/solda 
 
 MATERIAIS SEMI-ACABADOS - São os materiais parcialmente acabados, cujo 
processamento está em algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram 
ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo. 
Exemplo: pintura 
 
 MATERIAIS ACABADOS - São denominados componentes, porque constituem peças 
isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados ao produto. 
Exemplo: estrutura 
 
 PRODUTOS ACABADOS (PA) - São os produtos, cujo processamento foi completado 
inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo. Exemplo: carteira 
 
IMPORTANTE: 
A administração de materiais envolve a totalidade dos fluxos de materiais da empresa, desde a 
programação de materiais, compras, recepção, armazenamento no almoxarifado, movimentação 
de materiais, transporte interno e armazenamento no depósito de produtos acabados. 
 
 
 
 
 
Suprimentos (atividade meio) 
O conceito de suprimentos envolve a programação de materiais, compras, recepção, 
armazenagem no almoxarifado, movimentação de materiais e transporte interno (não incluso 
armazenamento de produtos acabados). 
 
 
 
19 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.30 - 36. 
PROGRAMAÇÃO / AQUISIÇÃO / ESTOCAGEM / DISTRIBUIÇÃO INTERNA 
 
 
 19 
 
5. DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES 
CONCEITUAÇÃO DE ESTOQUES20 
 
Estoque é a composição de materiais - matérias-primas, materiais em processamento, materiais 
semiacabados, materiais acabados e produtos acabados - que não é utilizada em determinado 
momento na empresa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades. ($ - capital 
investido) 
 
As principais funções do estoque são: 
 Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de: 
 Aumento repentino da demanda 
 Eventual atraso no fornecimento 
 Riscos de dificuldades no fornecimento. 
 
 Proporcionar economias de escala: 
 Através da compra ou produção em lotes econômicos; 
 Pela flexibilidade do processamento produtivo; 
 Pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades. 
 
Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda - no processo 
de comercialização em empresas comerciais – e entre as etapas de compra, transformação e 
venda - no processo de produção em empresas industriais. 
 
Em síntese, funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos 
processos de produção e comercialização. 
 
 
5.1. Objetivos da Administração de Estoques 
 
É otimizar o investimento em estoque, aumentando o uso eficiente dos meios internos da 
empresa, minimizando as necessidades de capital investido em estoques. 
 
CONFLITOS: COMPRAS/PRODUÇÃO/VENDAS x FINANÇAS 
 COMPRAS - Quantidade elevada – negociar preços/prazos 
 PRODUÇÃO - Estoque segurança elevado - sem risco de parar a produção 
 VENDA - Maior variedade - pronta entrega 
 FINANÇAS - Menor estoque - menor investimento 
 
A Administração de Materiais deverá conciliar da melhor maneira os objetivos dos quatro 
departamentos, sem prejudicar a operacionalização da empresa. 
 
 
20 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.30 - 36. 
 
 20 
5.2. Dimensionamento de Estoques21 
 
Cada área – seja o almoxarifado de matérias-primas, seja as diversas seções produtivas, ou o 
depósito de produtos acabados – tem interesse em aumentar os seus níveis de estoques para 
garantir sua segurança e reduzir os riscos de falta de material para trabalhar. Daí surge o conflito 
com a área financeira, que pretende reduzir ao mínimo possível o capital investido em estoques 
e fazê-lo girar rapidamente para aumentar a rentabilidade do capital da empresa. 
 
 
MÍNIMO NÍVEL DE ESTOQUES MÁXIMO 
Para Finanças Para Compras 
- menor capital 
investido 
- menores juros e 
custos de estocagem 
 
Matérias-Primas 
- melhores condições de 
compras e descontos 
- nenhum risco de falta 
 
Para Finanças 
- menor risco de perdas 
e de obsolescência 
Materiais 
- em processamento 
- semiacabados 
- acabados 
Para as Seções 
- nenhum risco de falta 
- maior segurança 
- flexibilidade 
 
Para Finanças Para o Depósito 
- menor capital 
investido 
- menor custo de 
estocagem 
 
Produtos Acabados 
- entregas rápidas 
- nenhum risco de falta 
 
Dimensionar o estoque significa estabelecer os níveis de estoque adequados ao abastecimento 
da produção sem resvalar nos dois extremos: de excessivo estoque ou de estoque insuficiente. 
O estoque excessivo: leva ao desperdício de dinheiro e as perdas financeiras decorrentes dos 
custos mais elevados de um estoque excessivo. 
O estoque insuficiente: paradas e interrupções da produção por falta de materiais, provocando 
prejuízos à empresa. 
 
O dimensionamento de estoques é fundamentado nos seguintes pressupostos: 
 Quais itens devem permanecer em estoque? 
 Qual o nível necessário para cada item? 
 Qual a periodicidade das compras? 
 Qual o giro dos estoques ? 
 
Quanto maior o número de itens de estoque tanto maior a complexidade da administração de 
materiais. 
 
 
21 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.70 - 72. 
 
 21 
Segundo Dias22, o problema do dimensionamento de estoque reside na relação entre: 
 Capital investido; 
 Disponibilidade de estoques; 
 Custos incorridos; e 
 Consumo ou demanda. 
Para dimensionar o estoque, sob o enforque financeiro, podemos utilizar o índice de retorno 
de capital: 
CAPITALLUCRORC 
 
 
Que, multiplicado pelas vendas, pode ser escrito da seguinte forma: 
 
 
CAPITAL
VENDA
VENDA
LUCRO
CAPITAL
LUCRO
RC 
 
 
Ou seja: 
 
 
 
 
Podemos visualizar o retorno do capital, da seguinte forma:Fluxo de retorno de capital (Dias. Marco Aurélio P.) 
 
 
 
 
22 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.26 - 27. 
RETORNO DO CAPITAL
RENTABILIDADE GIRO DO CAPITAL
LUCRO VENDA
RECEITA
CIRCULANTE
REALIZÁVEL
PERMANENTE
18 %
10 % 1,8 vezes
(/)
DESPESAS
(-)
180,00 1.800,00
VENDA CAPITAL
1.800,00 1.000,00
(+)
(+)
(/)
RENTABILIDAD
E DAS VENDAS 
GIRO DE 
CAPITAL 
X RC = 
 
 22 
Segundo Dias23, para aumentar o retorno sobre o capital é necessário aumentar a relação 
lucro/venda e/ou giro de capital. 
 
 
Vendas - 1.800,00 
Capital - 1.000,00 
Giro Capital - 1,8 v. aa 
Lucro - 180,00 
Rentabilidade Vendas - 10,0 % 
Retorno Capital - 18,0 % 
 
Capital
Vendas
capital de Giro
 
 
100Vendas de aRentabilid 
Vendas
Lucro
 
 
Capital de GiroVendas de adeRentabilidRC 
 
 
Para cada $ 1,00 aplicado deve retornar (gerar) $ 1,80 de vendas. 
 
Para a administração de estoque é interessante aumentar o giro de capital e, em consequência, 
diminuir o ativo, supondo-se que as vendas permaneçam constantes. 
 
Diminuindo o capital investido em estoques, diminui o ativo; 
Aumentando o giro de capital, aumenta o retorno de capital. 
 
O estoque faz parte do Ativo Circulante. 
Se reduzirmos os estoques em 20,0%, mantendo as vendas, podemos liberar o capital investido 
em 20,0%. 
 
Vendas - 1.800,00 
Capital - 800,00 
Giro Capital - 2,25 v. aa 
Lucro - 180,00 
Rentab. Vendas - 0,0% 
Retorno Capital - 22,5% 
 
CONCLUSÃO: O Giro de Capital aumenta de 1,80 para 2,25 e o Retorno de Capital de 18,0% 
para 22,5%. 
 
Se reinvestirmos o capital liberado é possível obter aumento das vendas em 25,0%, sem 
aplicação de novos recursos, ou seja, voltamos ao patamar inicial ($ 1.000,00). 
 
Acréscimo de Vendas (em percentual) = (2,25 – 1,80) x 100 = 25,0%, ou seja: 
 1,80 
 
 
 
Se, Giro Capital = Vendas, então: 
 Capital 
 
23 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.28 - 29. 
 
 23 
Acréscimo Vendas ($) = Giro Capital x Capital 
 
 = 2,25 x 200,00 
 = 450,00 
 
Prova: 
Vendas 2.250,00 
Capital 1.000,00 
Giro Capital 2,25 v.aa 
Lucro 225,00 
Rentabilidade Vendas 10,0% 
Retorno Capital 22,5% (2,25 x 10%) 
 
Se houver necessidade de aumentar o capital em 20,0%, qual a consequência em termos de Giro 
e Retorno de Capital? 
 
Giro de Capital = Vendas = 1.800,00 = 1,5 vez . aa 
 Capital 1.200,00 
 
Rentabilidade Vendas = Lucro = 180,00 = 10,0% 
 Vendas1.800,00 
 
Retorno de Capital = 1,5 x 10,0% = 15,0% 
 
Com a elevação do capital em 20,0%, o Giro de Capital reduz de 1,8 vez para 1,5 vez aa. 
Como consequência o Retorno de Capital, também, reduz de 18,0% para 15,0%. 
 
Vendas 1.800,00 1.800,00 
Capital 1.000,00 1.200,00 
Giro Capital 1,8 1,5 
Lucro 180,00 180,00 
Rentabilidade 10,0% 10,0% 
Retorno Capital 18,0% 15,0% 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
5.3. Previsão da Demanda (Consumo)24 
O dimensionamento dos níveis de estoque está fundamentado na previsão de consumo dos 
materiais ou previsão da demanda, que é uma estimativa, a priori, de quanto determinado 
material/produto será consumido/vendido durante um determinado período de tempo. 
 
Segundo Dias25, a previsão da demanda (consumo) é o ponto de partida de todo planejamento 
de estoques. 
 
As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo 
da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e 
qualitativas. 
 
Previsão Quantitativa - tem como base dados (série histórica) e através de modelos 
matemáticos estima-se uma tendência. 
 Evolução das vendas no passado; 
 Variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente às vendas (lançamentos, 
sazonalidade etc.) 
 Variáveis ligadas às vendas (populações, renda, etc.) 
 Influência da propaganda. 
 
Previsão Qualitativa - tem como base opiniões, sensibilidade, conhecimento, experiência para 
estimar a tendência. 
 Opinião dos gerentes; 
 Opinião dos vendedores; 
 Opinião dos compradores; e 
 Pesquisas de mercado. 
 
As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos: 
a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será repetição do passado ou as vendas 
evoluirão no tempo; segundo a mesma lei observada no passado. Este grupo de técnicas é 
de natureza essencialmente quantitativa. 
 
b) Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionem as 
mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São basicamente 
aplicações de técnicas de regressão e correlação. 
 
c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no 
mercado estabelecem a evolução das vendas futuras. 
 
Na prática, podem ocorrer combinações dos diversos modelos de evolução de consumo. 
 
 
 
24 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. SãoPaulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p. 72. 
25 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.32 - 36. 
 
 25 
O conhecimento sobre a evolução do consumo no passado possibilita uma previsão da sua 
evolução futura. Esta previsão somente estará correta se o comportamento do consumo 
permanecer inalterável. 
 
Podem alterar o comportamento do consumo: influências políticas e conjunturais; influências 
sazonais; alterações no comportamento dos clientes; inovações técnicas; preços competitivos 
dos concorrentes; mercado em que opera a empresa; etc. 
 
5.4. Técnicas Quantitativas para Calcular a Previsão de Consumo26 
 
 
 Método do último período 
 Método da média móvel 
 Método da média ponderada 
 Método da média com ponderação exponencial 
 Método dos mínimos quadrados 
 
 
5.4.1. Método do último período 
 
É o método mais simples e empírico. 
Consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor ocorrido no período anterior. 
Muitas vezes adiciona-se uma certa quantidade, quando o consumo é relativamente crescente 
de um período para outro. 
 
5.4.2. Método da média móvel 
 
É praticamente um método semelhante ao anterior, porém melhorado. 
A previsão do próximo período é calculada a partir das médias de consumo dos períodos 
anteriores. 
 
 
 Se a tendência for de um consumo crescente, a média futura será menor. 
 Se a tendência for de um consumo decrescente, a média futura será maior. 
 
 
 
Desvantagens Vantagens 
 São influenciadas por valores extremos 
 Os períodos mais antigos têm o mesmo peso 
que os atuais. 
 
 Simplicidade e facilidade de cálculo. 
 Admite processamento manual 
 
 
 
26 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.36 - 43. 
 
 26 
No método da média móvel a previsão para o próximo período é obtida calculando-se a média 
dos valores de consumo de n períodos anteriores. 
 
n
CCCCC
CM n
4321 
 
Onde: CM = Consumo Médio 
 C = Consumo nos períodos anteriores 
 N = Número de períodos 
 
 
Exemplo: 
Anof f(acum) Ano f f(acum) 
2004 100 100 2004 300 300 
2005 200 300 2005 200 500 
2006 300 600 2006 100 600 
C.M. 200 C.M 200 
 
 
5.4.3. Método da média ponderada 
 
Este método é uma variação do modelo anterior (média móvel) em que os valores dos períodos 
mais recentes, em geral, recebem peso maior que os valores correspondentes aos períodos mais 
antigos. 
 __ 
O valor X i , previsão de consumo, será dado por: 
 
 






n
i
i
n
i
ii
C
XC
X
1
1 
Onde: 
C i = peso dado ao i-ésimo valor 
 
X i = unidades consumidas no i-ésimo ano 
 
Os pesos Ci são decrescentes dos valores mais recentes para os mais distantes. A determinação 
dos pesos, ou fatores de importância, deve ser de tal ordem que a soma perfaça 100%. 
 
PERÍODO CONSUMO PESO PRODUTO (X i x C i ) 
2004 100 2,0 200 
2005 200 3,0 600 
2006 300 5,0 1.500 
SOMA 2.300 
 
Ou, Média ponderada = 200 + 600 + 1.500 = 2.300 
 10,0 
 
Compare os resultados encontrados pelo método da média móvel com o resultado da média 
ponderada: 
Média móvel = 200 Média ponderada = 230 
 
 27 
A média ponderada, quando comparada com a média móvel, face ao peso atribuído, apresenta 
resultado mais consistente, pois os pesos atribuídos são fortes indicativos para direcionar as 
tendências das vendas/consumo. Ao passo que a média móvel ignora essa tendência, atribuindo 
pesos iguais. 
 
5.4.4. Método da média com ponderação exponencial 
 
Este modelo procura prever o consumo apenas com a sua tendência geral, eliminando a reação 
exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte da diferença entre o consumo atual e o previsto 
a uma mudança de tendência e o restante a causas aleatórias. 
 
Este método, além de valorizar os dados mais recentes, apresenta menor manuseio de 
informações passadas. 
 
Apenas três valores são necessários para gerar a previsão para o próximo período: 
- a previsão do último período (X t – 1) 
- o consumo ocorrido no último período (X t -1); 
- uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais recentes (  ) 
 
 
 
Exemplo 
Previsão = 100 
Real = 95 
Diferença = 5 mudança de tendência (%) 
 causas aleatórias (%) 
 
 
 
Se a previsão seguinte for: 
 
- 100, então estamos admitindo que a diferença foi devida a causas 
aleatórias, ou seja, o padrão de consumo não mudou. (100% da 
diferença foi devida a causas aleatórias) 
 
- 95, então estamos admitindo que a diferença deve ser atribuída a uma 
alteração de consumo ou mudança de tendência. (100% da diferença foi 
devida a mudança de tendência) 
Traduzindo as considerações acima em preceitos matemáticos e estatísticos, para a nova 
previsão, utilizamo-nos de uma constante de amortecimento ou coeficiente de ajustamento () 
e do erro de previsão, que podemos expressar, através da seguinte fórmula: 
 
 
 
 
 
 28 
FÓRMULA 
 
 
11
.1


ttt
XXX  
Onde: 
X t = próxima previsão 
 = coeficiente de ajustamento (tendência) ou 
alteração no padrão de consumo 
X t - 1 = consumo ocorrido no último período 
X t - 1 = previsão feita no período anterior a do 
consumo 
 
 
Se tomarmos como exemplo a suposição que fizemos anteriormente, e complementarmos 
informando que 20% da diferença devem ser atribuídas as alterações no padrão de consumo e 
que 80% devem ser considerados como variação aleatória, teremos: 
 
X t - 1 = 95 unidades 
X t - 1 = 100 unidades 
 = 20 % 
X t =  . X t - 1 + ( 1 -  ) . X t - 1 
X t = 0,20 . 95 + (1 - 0,20) . 100 
X t = 19 + 80  X t = 99 unidades 
 = 20 % (alteração no padrão de consumo ou mudança de tendência) 
1 -  = 80% (variação aleatória) 
 pode ser determinada através de cálculos matemáticos e estatísticos. Nos casos mais 
comuns, a determinação é verificada empiricamente, os valores utilizados estão 
compreendidos entre 0 e 1, usando-se normalmente de 0,1 a 0,3 
 
EXEMPLO 
Qual a previsão de consumo para 2.007, considerando que: 
A previsão de consumo para 2006 foi de 230 unidades e o consumo efetivo foi de 210. 
Considerando que parte da diferença foi atribuída a uma mudança de tendência, em torno de 
10%. 
Se Então 
X t- 1 = 210 unidades X t =  . X t - 1 + ( 1 -  ) . X t - 1 
X t - 1 = 230 unidades X t = 0,10 . 210 + (1 - 0,10) . 230 
 = 10 % X t = 21 + 207  X t = 228 unidades 
1 -  = 90% PREVISÃO PARA 2007 = 228 UNIDADES/ANO 
 
 
 
 29 
5.4.5. Métodos dos mínimos quadrados 
 
Este método é usado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais perto de todos os 
dados coletados, ou seja, é a linha de melhor ajuste que minimiza as distâncias entre cada 
ponto de consumo levantado. 
 
 (Y - Yp)2 = Mínimo 
Y = Valor Real 
Yp = Valor Mínimos Quadrados 
EQUAÇÃO DA RETA 
 
Yp = a + b x 
Yp = valor projetado (previsto) 
a = constante 
b = inclinação da reta (linha) 
 
DUAS EQUAÇÕES 
 
1. y = N.a + x . b 
2. x.y = x . a + x2 . b 
y = valor do consumo em um tempo x 
N = nº de pontos (ano/mês) em estudo 
x = tempo medido em incremento, a partir 
do ano base. (ano zero) 
 
Para obtermos x, y, x.y e x2 recorreremos a uma tabela, facilitando assim os cálculos, 
lembrando que x é o número de períodos a partir do ano base (0). 
 
EXEMPLO: 
Determinada empresa quer calcular qual seria a previsão de vendas de seu produto para o ano 
de 2005. As vendas dos 5 anos anteriores foram: 
 
 
2002 = 108; 2003 = 119; 2004 = 110; 2005 = 122; e 2006 = 130 
 
 
1 º passo: Ano Y X X2 X . Y 
Montar a tabulação 2002 
2003 
2004 
2005 
2006 
108 
119 
110 
122 
130 
0 
1 
2 
3 
4 
0 
1 
4 
9 
16 
0 
119 
220 
366 
520 
  589 10 30 1.225 
 
 
+ - 
 
 30 
2º Passo: (depois das quatro somas) - Substituir os valores nas equações: 
  y = N . a +  x . b 589 = 5 a + 10 b x (-2) 
  x . y =  x . a +  X2 . b 1.225 = 10 a + 30 b 
 - 1.178 = - 10 a - 20 b 
 47 = 10 b  b = 4,7 
Substituindo b, em uma das equações, temos 
 589 = 5 a + 10. (4,7)  5 a = 589 - 47  a = 542/5  a = 108,4 
3º passo: Basta substituir a e b na equação da linha reta para encontrar a previsão: 
A previsão para 2006 está 5 anos à frente de 2001, logo: 
Yp = 108,4 + 4,7 x 
Yp = 108,4 + 4,7 . 5 
Yp = 108,4 + 23,5  Yp = 131,9 ou Yp = 132 
Portanto, previsão vendas (consumo) para 2007 = 132 unidades. 
Utilizando as informações anteriores, qual seriam as previsões de 2008 e 2009? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
5.4.6. Exercícios propostos 
 
1. A empresa “alfa”, com capital de $ 2.000,00, vendeu $ 10.000,00/ano e apresentou 
rentabilidade (lucro) nas vendas de 10%. Entretanto, em decorrência da má gestão de 
estoque, para manter o mesmo nível de faturamento e rentabilidade, necessita aumentar o 
capital em 20%. Qual a consequência em termos de giro de capital e retorno de capital? 
 
 
2. A empresa “alfa”, com capital de $ 2.000,00, vendeu $ 10.000,00/ano e apresentou 
rentabilidade (lucro) nas vendas de 10%. Entretanto, em decorrência de uma boa gestão de 
estoque, manteve o mesmo nível de faturamento e rentabilidade, mas com redução no capital 
em 20%.. Qual a consequência em termos de giro de capital e retorno de capital? Qual seria 
o provável aumento nas vendas se, mantido o novo giro de capital, o capital liberado (20%) 
fosse reaplicado na empresa? 
 
 
 
MÉTODO DA MÉDIAMÓVEL 
3. Os embarques anuais (em toneladas) de tubos soldados, por um produtor a fabricantes de 
máquinas, são apresentados na tabela abaixo. Compute a média móvel para prever 
embarques no 12º ano, utilizando como base cálculo os seguintes números de períodos (n): 
 
ANO EMBARQUES 
(TONELADAS) 
a) n = 3 
1 2 
2 3 
3 6 
4 10 b) n = 4 
5 8 
6 7 
7 12 
8 14 c) n = 6 
9 14 
10 18 
11 19 
 
 
 32 
MÉTODO DA MÉDIA MÓVEL PONDERADA 
4. Uma empresa de processamento de alimentos usa uma média móvel para prever a demanda 
do mês seguinte. As demandas anteriores (em unidades) são mostradas na tabela abaixo. 
Compute uma média móvel ponderada de 3 meses, onde os pesos são os maiores para os últimos 
meses e decrescem de 3, 2 e 1. 
 
Mês Demanda 
real 
43 105 
44 106 
45 110 
46 110 
47 114 
48 121 
49 130 
50 128 
51 137 
52 
 
 
 
5. A demanda nos 9 meses anteriores para um novo lanche de cereais é mostrada na tabela 
abaixo. Desenvolva uma previsão para o mês de novembro, usando uma média móvel ponderada 
dos últimos 5 períodos, onde os pesos são (do mais antigo ao mais recente) 1, 1, 2, 2 e 4. 
 
Mês Unidades 
Fev 7.000 
Mar 7.600 
Abr 7.500 
Mai 8.000 
Jun 9.200 
Jul 8.700 
Ago 9.300 
Set 11.400 
Out 10.500 
 
 
 
 33 
MÉTODO DA MÉDIA COM PONDERAÇÃO EXPONENCIAL 
6. Um item teve um consumo em 2006 de 200 unidades, com um ajustamento médio de 
tendência de 90% e tinha sido previsto um consumo de 220 unidades. Qual seria a previsão de 
consumo para 2007? 
 
 
 
 
 
 
7. Um fabricante de calçados, usando a média exponencial móvel com  = 0,1, fez uma previsão 
de tendência de janeiro de 440 unidades para calçados femininos. Supondo que as vendas reais 
foram de 344 unidades em janeiro, qual seria a previsão corrigida de fevereiro? 
 
 
 
 
8. A previsão de demanda para março, de um certo modelo de transistor de uma empresa que 
fabrica componente eletrônico, foi de 950 unidades. A demanda real veio a ser 820 unidades. 
Se a empresa estiver usando um coeficiente de ajustamento na média exponencial de 10%, 
pergunta-se: 
a) Qual a previsão para abril? 
 
 
 
b) Usando a resposta de “a”, suponha que a demanda de abril tenha sido de 980 unidades. Então, 
qual seria a previsão para maio? 
 
 
 
 34 
9. Uma loja tem a seguinte tabulação de vendas 
 
Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 
Unidades 87 90 100 107 113 123 
 
Estabeleça uma previsão de venda para 2007, pelos seguintes métodos de previsão: 
a) Pelo método da média móvel para n = 4 
 
 
b) Pelo método da média móvel para n = 6 
 
 
 
c) Pelo método da média móvel ponderada, com os seguintes pesos em ordem decrescente (do 
mais antigo para o mais recente): 5%, 10%, 10%, 15%, 20% e 40%. 
 
 
 
d) Pelo método da média com ponderação exponencial, com um coeficiente de 0,8, sabendo-se 
que o previsto para 2006 era de 130 unidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
10. Uma fábrica de produtos eletroeletrônicos computou a seguinte demanda, de um certo 
modelo, de aspirador de pó. 
 
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul 
Demanda 650 655 658 714 734 668 690 
Estabeleça uma previsão de venda para agosto, através do: 
a) Método da média móvel ponderada, com n = 4, utilizando os seguintes pesos (do mais antigo 
ao mais recente): 2, 2, 3 e 3. 
 
 
 
b) Método da média com ponderação exponencial, com um  = 0,3, sabendo-se que a previsão 
para o mês de julho era de 680. 
 
 
 
MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS 
11. O consumo de um produto nos últimos oito meses foi de, respectivamente, 500, 580, 520, 
630, 510, 590, 570 e 560. Calcule, pelo método dos mínimos quadrados, o consumo previsto 
para os próximos dois meses. 
 
Mês Y X x2 X . Y 
1º 
2º 
3º 
4º 
5º 
6º 
7º 
8º 
9º 
10º 
 
 36 
12. Um administrador hospitalar tem estudos de comportamento de demanda de tubos de 
oxigênio, conforme a tabela abaixo descrita. Pergunta-se: Pelos métodos dos mínimos 
quadrados, quais as previsões de demanda para os meses de outubro e novembro? 
 
Mês Y X X2 X . Y 
Jan 15 
Fev 9 
Mar 40 
Abr 20 
Mai 25 
Jun 25 
Jul 15 
Ago 35 
Set 20 
Out 
Nov 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Respostas: 
 
1) GC = 5,0 p/4,17 e RC = 50,0 % p/41,7% 
2) GC = 5,0 p/ 6,25 e RC = 5,0% p/62,5%; 25% ou R$ 2.500,00 
3) “a” = 17; “b” = 16,25; “c” = 14 
4) 132,8 
5) 10.130 
6) 202 
7) 430 
8) “a” = 937; “b” = 941 
9) “a” = 110,75; “b” = 103,33; “c” = 111,2; “d” = 124,4 
10) “a” = 697; “b” = 683 
11) 582,16 e 587,64 
12) 27,07 e 27,95. 
 
 
 37 
6. GESTÃO DE ESTOQUES 
 
Introdução: As atuais técnicas de administração exigem dos empresários constante atualização 
dos sistemas usados pela empresa visando proporcionar maior eficiência operacional, resultando 
em maior economia e melhor rendimento financeiro. 
 
O problema de suprimentos de estoques gira sempre em torno de recursos financeiros. A 
eficiência dos compradores também se traduz em termos monetários. Por isso, o empresário 
deve saber utilizar esses recursos, especialmente os que constituem imobilização de capital em 
estoques. 
 
Na gestão de estoques e compras, vários fatores são determinantes, tornando a questão 
complexa, principalmente quando se visa não deixar ocorrer imobilização desnecessária de 
capital e não colocar em risco a manutenção normal dos estoques da empresa. Os problemas 
dessa área, constituem preocupação permanente dos empresários. 
 
A falta de organização do estoque é o principal fator responsável pelo desequilíbrio qualitativo 
e quantitativo do mesmo. 
 
Organizar significa constituir o organismo da empresa, traçar sua estrutura, reunindo os meios 
necessários como capital, mercadorias, recursos humanos, de forma lógica e objetiva que 
possibilite satisfazer a clientela e obter melhores resultados. 
 
Objetivos da gestão de estoque: 
 manutenção do estoque mínimo; 
 manutenção equilíbrio dos estoques; 
 melhoria do giro dos estoques: 
 menor relação estoque/venda ou relação estoque/consumo; 
 menor custo de armazenagem; 
 maior retorno sobre investimento. 
 garantir o atendimento das requisições; 
 evitar o excesso de estoque. 
 
 
Efeitos de políticas inadequadas de compras e estoques 
 
 
Excesso de estoque 
Causas: 
 compra especulativa 
 superestimar necessidade de consumo 
 retração da demanda 
 
Consequências: 
 ocupação do espaço físico 
 custo de manutenção do estoque 
 capital de giro parado 
 risco de obsolescência 
 desequilíbrio financeiro 
 
 38 
Falta de estoque 
 
 
Causas: 
 aumento repentino da demanda 
 falha na previsão de venda/consumo 
 falha no controle de estoque 
 falha do fornecedor 
 
Consequências : 
 custo elevado: ociosidade produção 
 aumento custo: compra emergência 
 perdas das vendas 
 
 
Desequilíbrio na composição: 
 itens em excesso 
 itens em falta 
 
 
Fatores que ajudam a reduzir o nível do estoque 
 
 
 maior organização 
 pressão para reduzir investimento 
 limitação de espaço 
 obsolescência - perecível 
 riscos de furtos e quebras 
 segurança de fornecimento (entrega) 
 
 
Fatores que ajudam a aumentar o nível de estoque 
 
 
 prazo de entrega maior (fornecedores) 
 maior variedade de itens 
 situação financeira estável 
 excesso de precaução 
 disponibilidadede espaço 
 menor organização 
 fornecedores inconstantes 
 
 
 
 39 
6.1. Rotatividade (Giro do Estoque) 
 
Segundo Dias27, “a rotatividade ou giro do estoque é uma relação existente entre o consumo 
anual e o estoque médio”. Em outras palavras, podemos dizer que o “giro” é a velocidade com 
que a mercadoria (insumo) em estoque é transformada em venda (consumo). 
 
O mérito do índice de rotatividade do estoque é que ele representa um parâmetro fácil para a 
comparação de estoque, entre empresas do mesmo ramo de atividade e entre classes de material 
do estoque. 
 
Para fins de controle deve-se determinar a taxa de rotatividade adequada à empresa e então 
compará-la com a taxa real. 
 
Cálculo da Rotação de Estoque 
 
 
 
 
 
(*) Estoque Médio: é o nível médio de estoque em torno do qual as operações de compra e 
consumo se realizaram. 
1DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1993. P.73 
 
 
 
 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
O consumo anual de um item foi de 900 unidades e o estoque médio mensal de 75 unidades. 
Portanto o giro do estoque será: 
 
Giro Estoque = Consumo Anual = 900 = 12 vezes ao ano 
 E.M.M 75 
 
O resultado 12 obtido significa que o produto girou 12 vezes no ano (período) ou que o estoque 
foi renovado 12 vezes no ano (período). 
 Se dividirmos 12 meses (1 ano) pela rotação (giro = 12) o resultado indicará, na média, de 
quanto em quanto tempo o estoque foi reposto. 
 
27 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.36 - 43. 
Rotação (Giro) = Consumo (venda) Média Anual 
 (*) Estoque Médio Mensal 
Estoque Médio Mensal = Soma das Posições 
 Número de Posições 
1º jan = 0 
31 dez = 100 
 
E.M.M = 100 = 50 
 2 
Jan – 70 
Fev – 80  = 450 
Mar – 60 
Abr – 70 E.M.M = 450 = 75 
Mai – 80 6 
Jun – 90 
 
 
 40 
 
No exemplo: 12 = 1,0 mês 
 12 
 
 Se dividirmos 360 (12 x 30) pela rotação o resultado indicará, na média, o tempo de duração 
do estoque, em dias. 
 
No exemplo: 360 = 30 dias, ou Tempo de Duração = 12 x 30 = 30 dias 
12 12 
 
Obs: O cálculo da rotação utilizando-se as quantidades é mais preciso, do que o valor monetário, 
pois neutraliza as variações nos estoques ocasionados pela inflação. 
 
O Índice de Giro (IG) ou Índice de Rotatividade (IR) também pode ser obtido através de valores 
monetários de custo ou de vendas. 
 
P. Acabado Custo da Venda = $/ ano 
 E.M.M (P.A) $ 
Mat. Prima Custo dos Mat. Utilizado = $/ano 
 E.M.M (MP) $ 
 
6.1.1. Antigiro ou taxa de cobertura (Rel. E/v) 
 
Antigiro indica quantos meses de consumo equivalem o estoque o estoque real ou estoque 
médio. 
 
 
Antigiro (Rel. E/V) = Estoque Médio Mensal = 75 = 1 mês 
 Venda (consumo) M.M. 75 
 
 
 
O estoque médio é suficiente para 1 mês de consumo ou venda. 
 
Se desejarmos verificar em dias, basta multiplicar o índice por 30 (dias), ou seja: 
Antigiro = 1 x 30 = 30 dias. 
 
 
Se desejarmos verificar quantas vezes o estoque irá girar no ano (período), basta dividir o 
resultado obtido por 360 ou (12 x 30). 
 
 
 
Giro = 360/30 = 12 vezes ao ano 
 
 
 
 41 
Considerações: 
 
É inegável a importância de uma boa rotatividade para os resultados da empresa. Se por 
exemplo, conseguirmos fazer com que o estoque gire num período igual ou menor ao prazo de 
pagamento aos fornecedores, teremos o estoque totalmente financiado, o que por si só, é a maior 
redução de despesas que uma empresa pode fazer. 
 
No entanto, a rotação do estoque não é um objetivo em si. Deve ser a consequência natural de 
um processo planejado em que estejam incluídos os interesses da empresa e a satisfação do 
cliente. 
 
Exemplo: 
1. Quantidade vendida = 360/ano 
Estoque Médio Mensal = 120 
a) Calcule o Giro do Estoque (vezes) 
b) Calcule o Tempo de Permanência ou Tempo de Duração do Estoque, em dias. 
c) Calcule o Antigiro ou Rel. E/V ou Taxa de Cobertura 
 
a) Giro = Total Vendas (consumo) = 360 = 3 vezes ao ano 
Estoque Médio Mensal 120 
 
b) T.D = (nº) Meses x 30 dias = 12 x 30 = 120 dias 
Giro 3 
 
c) Antigiro ou Rel. E/V = Estoque Médio Mensal = 120 = 4 meses 
Consumo Médio Mensal 30 
 
 
 
 
 
 
Exemplos: 
2. As vendas no período jan./jun. foram de 600 unidades. As posições dos estoques foram, 
conforme a tabela abaixo, de: 
 
Jan. 380 Calcule: 
Fev. 370 1. Estoque Médio Mensal = 
Mar. 220 
Abr. 270 2. Giro do Estoque = 
Mai. 300 
Jun. 260 3. Tempo Duração (permanência) estoque = 
 
4. Antigiro ou Rel. E/V = 
 
 
 
 42 
3. A empresa “Pedro & Silva” vendeu 480 unidades no período de 12 meses. Os estoques 
apurados mensalmente estão relacionados no quadro abaixo: 
Mês Estoque 
Jan. 90 Calcule: 
Fev. 80 a) Estoque Médio Mensal 
Mar. 70 
Abr. 60 
Maio 50 b) Giro do Estoque 
Jun. 60 
Jul. 70 
Ago. 80 
Set. 90 c) Tempo de Duração 
Out. 100 
Nov. 110 
Dez. 100 d) Taxa de Cobertura, Antigiro ou Rel. E/V 
 
Exercício: Calcule o Coeficiente de Rotação (Giro do Estoque) em função do último estoque do 
período (dez = 100); Tempo de Duração do estoque e a Taxa de Cobertura ou Rel E/V (antigiro) 
 
 
 
 
 
4. As Empresas “Alfa” e “Beta” apresentaram no semestre as seguintes informações: 
Empresa “Alfa” 
Total Vendas = 2.100 unidades 
Total Compras = 2.100 unidades 
 
Posição do Estoque 
J - 150 
F - 250 
M - 200 
A - 250 
M - 200 
J - 150 
Empresa “Beta” 
Total Vendas = 2.100 unidades 
Total Compras = 2.100 unidades 
 
Posição do Estoque 
J - 150 
F - 350 
M - 300 
A - 400 
M - 300 
J - 150 
 
 
Calcular: 
a) Estoque Médio Mensal 
b) Giro do Estoque (vezes) 
c) Tempo de Duração do estoque (dias) 
d) Qual das duas empresas apresentou melhor desempenho? Por quê? 
 
 
 
 
 
 43 
6.1.2. Influência dos giros no capital aplicado 
 
 
 
 
 
 
CUSTO DE 
MANUTENÇÃO 
DO ESTOQUE 
 
 
 
GIRO 
 
 
 
 
ESTOQUE 
 
 
 
 
 
 
 
12 
MIL 
 
6 
MIL 3 
MIL 1,2 MIL 
1 2 4 10 
 
 
 
 
100 
MIL 
 
50 
MIL 
25 
MIL 
10 MIL 
 
 44 
6.2. Retorno sobre Investimento 
 
Exercício 
RSI é a remuneração do capital aplicado dentro da empresa. 
 
 
 
 
Alfa Beta 
Instalações = 1.500,00 
Estoque = 4.500,00 
Investimento = 6.000,00 
Instalações = 1.500,00 
Estoque = 3.000,00 
Investimento = 4.500,00 
 
Vendas = 26.000,00/ano = 100% 
(-) C.M.V (*) = 18.200,00 = 70% 
Margem Bruta = 7.800,00 = 30% 
(-) Despesas = 5.200,00 = 20% 
Lucro Liquido = 2.600,00 = 10% 
(*) Custo da Mercadoria Vendida 
 
 
As empresas Alfa e Beta apresentaram, com seus respectivos investimentos, os mesmos 
resultados, ou seja lucro líquido de R$ 2.600,00 - equivalente a 10% sobre vendas. 
 
1) Qual das duas situações a empresa apresentou melhor desempenho? Por quê? 
 
 
2) Calcule o giro de estoque de Alfa e Beta. 
 
 
RSI = LUCRO x 100 
 Investimento 
 
 45 
GIRO X MARGEM 
 
 A B C 
Rentab. 30% Rentab.20% Rentab. 60% 
 
Giro 
 
2 
 
Giro 
 
3 
 
Giro 
 
1 
 
RSI 
 
60% 
 
RSI 
 
60% 
 
RSI 
 
60% 
 
Estoque 6.000,00 Estoque 4.000,00 Estoque 12.000,00 
C.M.V 1.000,00 C.M.V 1.000,00 C.M.V 1.000,00 
 
Rel. E/V 
 
6 
 
Rel. E/V 
 
4 
 
Rel. E/V 
 
12 
 
 
Margem 
 
300,00 
 
Margem 
 
200,00 
 
Margem 
 
600,00 
 
 
RSI 
 
300,00 x 100 
 6.000,00 
 
RSI 
 
200,00 x 100 
 4.000,00 
 
RSI 
 
600,00 x 100 
 12.000,00 
 
 5% 5% 5% 
 
 
 46 
7. CLASSIFICAÇÃO ABC 
 
Segundo Dias28, a classificação ABC - também denominada Curva de Pareto – “é um 
importante instrumento para o administrador, pois permite identificar aqueles itens que 
justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração”. Ela pode ser usada: 
 Administração de materiais; 
 Definição de política de vendas; 
 Estabelecimento de prioridades para a programação da produção; 
 Etc. 
 
Baseia-se no princípio de que a maior parte dos investimentos (vendas/produção) está 
concentrada em um pequeno número de itens. Pareto chegou a esta conclusão, quase universal, 
ao verificar que a maior parte da riqueza de uma economia está em mãos de um pequeno número 
de pessoas. 
 
É possível estabelecer a classificação ABC segundo diferentes critérios. Por exemplo: 
. Vendas (quantidade vendida x custo unitário) 
. Estoque (quantidade estocada x custo unitário) 
. Produção (quantidade utilizada x custo unitário) 
. Lucro (quantidade vendida x lucro unitário) 
 
O balanceamento dos estoques e as definições de compras se fazem no entanto: 
a) no comércio: a partir da ABC de vendas 
b) na indústria: a partir da ABC de consumo. 
 
A classe “A” é constituída de poucos itens (aproximadamente 20% do total de itens) que são 
responsáveis pela maior parte (aproximadamente 70%) do valor monetário. São os itens mais 
importantes e que merecem uma atenção individualizada. O número de itens é pequeno mas o 
seu peso no investimento (vendas/produção) é significativo. 
 
A classe “B” é constituída de uma quantidade média de itens (aproximadamente 30% do total 
de itens) que representam aproximadamente 20% do valor monetário. São os itens 
intermediários, que têm relativa importância no valor dos investimentos (vendas/produção). 
 
A classe “C” é constituída de uma enorme quantidade de itens (aproximadamente 50%) que 
representam um valor pequeno (aproximadamente10%) dos investimentos (vendas/produção). 
 
A definição das classes A, B e C obedece apenas a critérios de bom senso e conveniência dos 
controles a serem estabelecidos. Em geral são colocados, no máximo, 20% dos itens na classe 
A, 30% na classe B e os 50% restantes na classe C. Essas porcentagens poderão variar de caso 
para caso, de acordo com as diferentes necessidades de tratamento administrativo a serem 
aplicado. 
 
 
 
 
28 2DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1993. P.76 
 
 47 
 
 
 Nº de Itens Valor dos Itens 
A + 20% + 70% 
B + 30% + 20% 
C + 50% + 10% 
 
 
 
Administração (Sugestões) para os itens da Classe A 
 
a) Redução de custos: Todo esforço ou contenção de gastos com esta classe de materiais ou 
produtos, redundará numa maior lucratividade para a empresa. Primeiro por serem os que 
mais absorvem recursos financeiros e segundo por se constituírem em elevado custo variável. 
 
Para tanto são recomendáveis as seguintes providências: 
- racionalização de utilização; 
- atenção especial para quebras, faltas etc.; 
- redução de desperdícios; 
- operar com menores quantidades possíveis de estoques (menor Rel. E/V) 
 
 
b) Responsabilidade pelas Decisões de Compras: As decisões em relação a este item cabem 
a Diretoria, devido ao elevado investimento que representam. É de sua alçada a fixação de 
políticas de compras e estoques, acompanhamento tecnológico de mercado e o próprio 
relacionamento com fornecedores. 
 
 
c) Administração Contínua: A direção da empresa deve se preocupar com os seguintes 
aspectos: 
- desenvolvimento de novos fornecedores com o objetivo de garantia futura de 
fornecimento e melhores preços. (O mesmo esforço deve ser dispensado aos atuais 
fornecedores); 
- frequência no movimento de compras; 
- realização de inventários físicos com maior frequência. 
 
 
d) Maximização do Tempo: O setor de Compras poderá dispor de mais tempo para alocar nas 
negociações com o fornecedor. 
 
 
e) Nível de Controle: Deverá ser o mais rígido e detalhado possível, contendo informações 
analíticas. 
 
 
 
 
 48 
Administração (Sugestões) para os itens da Classe B 
A parcela dos itens B que se encontra no limite superior, isto é, na fronteira com a classe A, 
deve merecer igual tratamento destes, ou seja, todas as colocações do tópico anterior. A outra 
parcela desta classe B recomenda-se um tratamento normal, tanto no aspecto operacional 
(acompanhamento e controle) quanto no estabelecimento de políticas (compras, estoques). 
A responsabilidade poderá ser delegada aos escalões médios (chefes, assistentes de compras). 
 
 
Administração (Sugestões) para os itens da Classe C 
A atenção para este grupo deve ser pequena, já que o custo de um melhor controle sobre ele 
supera os eventuais benefícios. 
A responsabilidade pela movimentação destes itens, após a definição da política de compra, é 
delegada aos níveis inferiores da Administração. 
 
Como os itens Classe C representam parcela reduzida de aplicação de capital convém aumentar 
as quantidades de estoques, com o objetivo de liberar o setor de Compras para as atividades 
mais importantes, ou seja, concentrar todo esforço nos produtos/materiais “A” e alguns “B”. 
 
 
7.1. Aplicação e Montagem 
 
 
Obtém-se a curva ABC colocando os itens num rol decrescente de grandeza, partindo-se dos 
itens mais importantes para os menos importantes. A seguir, colocam-se os seus respectivos 
valores monetários e a porcentagem do valor global. Acumulam-se as porcentagens de cada item 
para verificar até onde vão os itens de Classe A, B ou C. 
 
 
1º. Critério de ordenação é o valor do consumo anual (preço unit. x consumo) para cada item. 
 
ORDEM MATERIAL 
CÓDIGO 
PREÇO 
UNITÁRIO/$ 
CONSUMO 
ANUAL/un. 
VALOR 
CONSUMO/ano 
GRAU 
1 012 1,00 10.000 10.000,00 8º 
2 025 12,00 10.200 122.400,00 2º 
3 011 3,00 90.000 270.000,00 1º 
4 015 6,00 4.500 27.000,00 4º 
5 009 10,00 7.000 70.000,00 3º 
6 014 1.200,00 20 24.000,00 6º 
7 016 0,60 42.000 25.200,00 5º 
8 005 2,80 8.000 22.400,00 7º 
9 017 4,00 1.800 7.200,00 10º 
10 018 60,00 130 7.800,00 9º 
 
 
 
 
 
 
 49 
2º Ordenação dos materiais por ordem decrescente, conforme o grau de importância. 
 
GRAU MATERIAL 
CÓDIGO 
VALOR 
CONSUMO/an
o 
% 
 DO ITEM 
% DO ITEM 
ACUMULADO 
CLASSE
S 
1º 011 270.000,00 46,08% 46,08% A 
2º 025 122.400,00 20,89% 66,97% A 
3º 009 70.000,00 11.95% 78,92% B 
4º 015 27.000,00 4,61% 83,53% B 
5º 016 25.200,00 4,30% 87,83% B 
6º 014 24.000,00 4,09% 91,92% C 
7º 005 22.400,00 3,82% 95,74% C 
8º 012 10.000,00 1,71% 97,45% C 
9º 018 7.800,00 1,33% 98,78% C 
10º 017 7.200,00 1,22% 100,00% C 
T O T A L 586.000,00 
 
Portanto, os itens “011” e “025” (classe A) merecem um tratamento administrativo preferencial 
em face dos demais no que diz respeito à aplicação de políticas de controles de estoques. O custo

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