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Aula 1 Organização do Estado (2) (4)

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Organização do Estado
Estado é uma sociedade politicamente organizada dotada de um território, povo e com objetivos determinados.
Essa sociedade política possui alguns elementos constitutivos / estruturais:
Poder soberano/ soberania
Território
Povo
Objetivos
É importante que afastemos outros institutos como:
a) País: Estado não é sinônimo de país. 
País é o componente espacial do Estado.
b) Nação: significa um conjunto de pessoas ligadas pelos mesmos traços de origem, língua, religião, cultura.
Diferenciação latinos e anglo-saxões
c) pátria: não é conceito jurídico, é terra do Papai, terra que amamos! Pátria é um sentimento.
O que significa soberania?
Poder político supremo e independente.
O nome do nosso Estado é República Federativa do Brasil.
Temos que esclarecer o nome do nosso Estado para compreendê-lo.
O nome do nosso Estado nos revela 2 realidades: forma de Estado e forma de Governo. 
Uma 3 realidade é o sistema ou regime de governo.
A organização e estrutura do Estado podem ser analisadas sob três aspectos:
A) forma de governo: República ou Monarquia
B) Sistema de governo: presidencialismo ou parlamentarismo.
C) Forma de Estado: Estado unitário ou Federação
Brasil adotou: república, presidencialismo e federalismo.
Texto constitucional
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
Forma de Estado
A forma de nosso Estado é uma federação.
Chegamos a forma do Estado conforme uma pergunta: quantos são os centros que manifestam o poder em um território? 
Ou, quantas pessoas jurídicas com capacidade política (pessoa jurídica com legislativo próprio) existem dentro de um território? 
No território do Uruguai e Paraguai só há um centro, lá existem províncias, mas não tem capacidade política, isto é não editam lei.
No Brasil há mais de um centro. 
Temos na União (Congresso Nacional), nos Estados-membros (Assembleia legislativa) e Município (Câmara)/ DF.
Se dentro de um território houver uma única pessoa jurídica com legislativo próprio estamos diante de um Estado unitário, se houver duas ou mais pessoas jurídicas torna um Estado composto.
Falar em federação e confederação a partir de momentos históricos. 
Até 1776 
1777 – Confederação
1787 Federação - 1ª constituição escrita do constitucionalismo moderno.
Federação no Brasil
Diferenças entre federação e confederação
1ª - na federação as unidades parciais não tem direito de secessão. 
Na confederação as unidades parciais as unidades parciais tem direito de secessão. 
2ª - na federação as unidades parciais são autônomas. Na confederação as unidades parciais são soberanas.
3ª - a federação nasce a partir de um documento denominado Constituição. 
Já a confederação nasce a partir de um documento chamado tratado internacional.
O que é unidade parcial?
A nossa federação é uma federação de tridimensional ou tríplice conforme Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Esclarecer.
Na organização horizontal do poder estatal, todos os entes federados estão no mesmo nível.
Os territórios não estão aí, porque têm natureza jurídica de autarquia (Art. 18).
Características da federação
1ª - indissolubilidade do vínculo.
2ª - divisão constitucional de competência.
3ª - existência de um tribunal encarregado da manutenção da federação, ou defesa do pacto federativo. STF.
4ª - participação das unidades parciais na formulação da vontade geral.
5ª - Rigidez constitucional
6ª- capacidade de auto-organização e auto-constituição
7ª- Intervenção.
8ª - Repartição de Receitas
Federalismo por agregação ou desagregação
No federalismo por agregação, os Estados independentes ou soberanos abrem mão desta característica e forma um Estado novo, passando a ser uma unidade parcial autônoma.
No federalismo por desagregação (segregação), a federação surge a partir de um determinado Estado unitário que resolve descentralizar-se. Ex Brasil.
Federação como cláusula pétrea.
Forma de governo:
Pergunta: de que maneira o poder é exercido dentro de um Território? De que maneira se relacionam governante e governados?
340 ac. Aristóteles define três formas de governo. 
1ª - monarquia, governo de um só. 
2ª - aristocracia: governo de poucos. 
3ª - república, governo de muitos.
Viciada: 
Monarquia – > tirania
República – > demagogia
Aristocracia – > oligarquia
Na monarquia o poder é exercido de forma vitalícia, hereditária e de forma irresponsável. O rei não erra. Estava na constituição de 1824! 
Na república o poder é exercido de forma eletiva, temporária ou periódica, e responsável.
A forma de governo não é clausula pétrea, mas é um princípio constitucional sensível em sede Estadual, art. 34 VII. Pontes de Miranda.
Sistema ou regime de governo:
Pergunta: De que maneira se relaciona legislativo com executivo? Qual o nível de dependência em relação ao legislativo?
No presidencialismo existe total independência do executivo em relação ao legislativo. Independência política!
Já no parlamentarismo há uma dependência política do executivo em relação ao legislativo.
Medida Provisória é instrumento do parlamentarismo. Mas se o parlamento rejeita...
Se a Dilma emite uma MP que será derrubada ela não perde o mandato. Já nos países parlamentaristas o primeiro ministro cai.
No presidencialismo temos uma única autoridade exercendo a função de chefe de Estado e chefe de governo, o poder executivo é monocrático.
No parlamentarismo temos duas ou mais autoridades exercendo a função executivo. É o chamado executivo dual.
Há várias espécies de parlamentarismo, os mais importantes são:
A) parlamentarismo monárquico constitucional: temos rei chefe de Estado, e o primeiro ministro chefe de governo.
B) parlamentarismo republicano: temos presidente chefe de Estado e 1º ministro chefe de governo (normalmente eleito pelo parlamento).
Nos já fomos parlamentaristas: de setembro de 61 até fevereiro de 63, João Goulart. e Tancredo neves chefe de governo. 
No segundo reinado, dom Pedro II, era chefe de Estado e o chefe de gabinete era chefe de governo.
De 1500 a 1822 (independência) faltava soberania, por isso não era Estado.
Idioma oficial e símbolos
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. 
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. 
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. 
As cores nacionais, verde e amarelo, podem ser usadas sem restrição, inclusive associadas com azul e branco.
União Federal
A União Federal mais os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios compõem a República Federativa do Brasil.
Há autores que dizem que a União possui uma “dupla personalidade” – interna e internacional. Discordo!
Art. 18, § 1º Brasília é a Capital Federal. 
Brasília não se enquadra no conceito geral de cidades, por não ser sede de Município.
O Distrito Federal tem natureza híbrida.
Art. 18, § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
Território, natureza jurídica de autarquia federal.
Bens da União
Art. 20. São bens da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; 
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham
a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
Faixa de fronteira até 150 quilômetros de largura ao longo da fronteira terrestre.
Terras devolutas – bem dominial/dominical.
Competências da União
Competência não legislativa: determina um campo de atuação político-administrativa, tanto é que são também denominadas administrativa ou materiais.
São as funções governamentais que podem ser:
A) exclusivas: art. 21
B) Comuns (cumulativas, concorrentes ou paralelas) art. 23.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
Competência legislativa
É a competência para elaborar leis. Podendo ser:
A) privativa: art. 22.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)
Será que outros entes federativos podem regulamentar tais matérias?
Atenção ao parágrafo único!
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
B) Concorrente: art. 24. Normas gerais
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
Estados-membros
São entes autônomos.
Organização pelo Poder Constituinte Derivado Decorrente.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
Formação dos Estados-membros
Art. 18 § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si (fusão), subdividir-se (cisão) ou desmembrar-se (desdobramento) para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
Plebiscito: condição prévia.
Propositura de projeto de lei complementar: sendo favorável a consulta popular, será proposto o projeto de lei que perante qualquer das casas do Congresso Nacional.
Manifestação das Assembleias Legislativas interessadas: ato não vinculativo.
Aprovação do projeto de lei complementar: Maioria absoluta.
Fusão: ocorre quando dois ou mais Estados-membros se unem formando um novo Estado distinto dos Estados anteriores, que perderão sua personalidade primitiva.
Estado A + Estado B = Estado C
Cisão: ocorre quando um Estado-membro subdividi-se, formando dois ou mais Estados-membros novos (que não existiam).
Estado A = Estado B e Estado C
Desmembramento
Como regra o Estado originário não desaparece. Foi o que ocorreu com Goiás e Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Desmembramento anexação: a parte desmembrada vai anexar-se a um estado já existente, ampliando seu território.
Desmembramento formação: a parte desmembrada se transformará em um ou mais de um Estado novo ou Território, que não existia.
Municípios
Ente autônomo.
Formação: art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
Distrito Federal
Não é a capital federal, que é Brasília.
Brasília é sede do governo do Distrito Federal.
Ente autônomo.
Impossibilidade de divisão do DF em Municípios.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. 
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

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