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Aula 8 DA+NACIONALIDADE (6)

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Direito Constitucional
NACIONALIDADE
Da Nacionalidade:
Conceito: Segundo PONTES DE MIRANDA, "nacionalidade é o vínculo jurídico-político de Direito Público interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado". 
Obs: A nacionalidade pode ser estudada tanto no âmbito do Direito Internacional Público quando do Direito Internacional Privado.
Obs: O elemento povo remete à ideia de nacionalidade e, sendo assim, concretiza-se por meio do exercício dos direitos políticos.
Princípios Gerais:
A nacionalidade é regulada pelo Direito Interno do Estado, em razão da sua soberania.
É vista como um direito humano. (art. VX, § 1º, da DUDH e art. 20, § 2º do Pacto de San José da Costa Rica).
O nacional tem o direito de ser acolhido no território do Estado que lhe conferiu a nacionalidade.
É assegurado o direito de mudança da nacionalidade.
Direito a penas uma nacionalidade, exceto o polipátrida.
A nacionalidade da mulher não se relaciona com a do marido.
Do direito brasileiro decorrem duas classes de nacionais: os natos e os naturalizados, contudo, a distinção entre ambas as categorias é tênue, já que a Constituição Federal de 1988 impede a criação ou tratamento diferenciado para o naturalizado enumerando, taxativamente, quais são os cargos e funções privativas de brasileiros natos.
Continuação:
 Do conflito de nacionalidade:
Polipatria: ocorre quando o indivíduo possui mais de uma nacionalidade.
Da ausência de nacionalidade:
 Apátrida (heimatlos): é quando o indivíduo não obtém nenhum liame jurídico e político com nenhum Estado. (Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, 1954), Protocolo relativo aos casos dos apátridas, 1930.) 
Continuação:
Dos tipo de nacionalidade:
A) originária (primária)
 a.1) jus solis (critério territorial) 
 a.2) jus sanguinis (nacionalidade atribuída em função dos pais ou um dos ascendentes)
B) Secundária (adquirida) 
 É decorrente do processo de naturalização.
É fruto da manifestação da vontade do postulante.
É ato discricionário e gera apenas a expectativa de aquisição da nova nacionalidade, ainda que o estrangeiro atenda aos requisitos exigidos em lei. 
Continuação:
Obs: O Brasil não adotou o casamento como meio de aquisição de nova nacionalidade, ou seja, o estrangeiro casado com mulher brasileira não é faz jus, entretanto, tem REDUÇÃO do lapso temporal de residência exigido pela lei para fins de processo de naturalização. ( de 4 para 1 ano)
Quanto ao estrangeiro, assegura-se aos residentes no país, paridade com os brasileiros, no tocante aos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, facultando-se a qualquer pessoa, em tempos de paz, a entrada, permanência ou saída do país, com seus bens.
espécies de nacionalidade
ALEXANDRE DE MORAES, que se distingue em duas espécies: a nacionalidade primária e a nacionalidade secundária.
A nacionalidade primária, ou original, está vinculada ao nascimento do indivíduo sendo, portanto, involuntária. Este tipo de nacionalidade está baseado em dois tipos jurídicos: ius solis que consiste no direito de adquirir a nacionalidade através do simples nascimento em território pátrio e o ius sanguinis, que consiste no vínculo sangüíneo com a pátria, ou,ainda, o critério misto.
A nacionalidade secundária ou adquirida é a que se adquire por vontade própria, após o nascimento, em regra pela naturalização, tácita ou expressa, portanto, naquela há solicitação e, nesta, aceitação de nacionalidade oferecida. 
A Carta Magna atual versa sobre o assunto no art. 12, determinando o critério de aquisição originária, no inciso I, a e b, e II, a, e a aquisição secundária no inciso I, c e II, b.
 "É de se notar que a conveniência para os Estados em adotar um ou outro critério é variável segundo se trate de um país de emigração ou imigração. Os que exportam os seus nacionais inclinar-se-ão por adotar a teoria do jus sanguinis, visto que ela lhes permite manter uma ascendência jurídica mesmo sobre o filho de seus emigrados. Ao reverso, os Estados de imigração tenderão ao jus soli procurando integrar o mais rapidamente possível aqueles contigentes migratórios, através da nacionalização dos seus descendentes."
Art. 12 - São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
         Trata-se de aplicação simples do jus soli, com a ressalva do jus sanguinis, quando aliado a critério funcional, para os estrangeiros que aqui estejam a serviço de seu país.
São brasileiros natos, logo, os que nascem em território brasileiro, que compreende: a) o espaço terrestre delimitado pelas fronteiras geográficas; b) mar territorial, ilhas, golfos, baías, rios, lagos; c) espaço aéreo, entendido como a projeção vertical de todo o espaço terrestre e marítimo; d) os navios e aeronaves de guerra brasileiros, onde quer que se encontrem; e) as embarcações comerciais brasileiras em alto mar, ou de passagem em mar territorial estrangeiro, e f) aeronaves civis brasileiras em vôo no espaço aéreo internacional, ou de passagem sobre águas territoriais ou espaços aéreos estrangeiros.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
A alínea b adota o critério da filiação para a atribuição de nacionalidade brasileira, constituindo mais um abrandamento da regra do jus soli, aliada a critério funcional.
O que é estar a serviço da República Federativa do Brasil?
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira( EC – 54)
2.2. Da Aquisição Derivada, Secundária ou Adquirida
Tal espécie de aquisição de nacionalidade e aquela que revela a condição de brasileiro naturalizado por ato de exclusiva vontade do indivíduo, ou seja, unilateral, desde que concedida, exclusivamente, pelo Poder Executivo Federal.
Secundária: é resultado de um ato jurídico e voluntário denominado naturalização.
É uma exceção.
Secundária pode ser:
Tácita: É uma exceção. Depende de manifestação de vontade, mas excepcionalmente ela independe de manifestação de vontade, é a naturalização tácita, na cf de 1891 teve essa naturalização tácita.
Nacionalidade secundária expressa
b.1) ordinária
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b.1.1 – todos os estrangeiros menos os originários dos países de língua portuguesa. 
Estatuto do estrangeiro, lei 6815/80 - os requisitos para estes estão no art. 112 e ss do estatuto.
Exemplo: alemão, polonês, americano...
- Capacidade civil, segundo a lei brasileira;
- Ser registrado como permanente no Brasil;
- Ter residência contínua no território, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
- Ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
 - Deter exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família;
- Bom procedimento;
 Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior;
 - Ter boa saúde, prova essa dispensada ao estrangeiro que residir no País há mais de dois anos.
b.1.2 – todos os originários de países de língua portuguesa menos portugueses. Moçanbique, Macau, Angola, Açores, Cabo verde, Goa, Timor e Príncipe.
Em razão dos laços culturais e históricos com os paises lusofônicos, a CRFBR abrandou os requisitos para estes. 
Requistos: residência ininterrupta por um ano e idoneidade moral.
b.1.3 – portugueses. Também chamados de quase nacionais.
Art 12, §1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
O português tem 2 caminhos: pode tornar-se brasileiro ou sem deixar de ser estrangeiro, passa a usufruir dos direitos de brasileiros naturalizados, se houver reciprocidade me favor de brasileiros.
O português tem que requerer ao ministério da justiça a aplicação do estatuto da igualdade. 
Daí ele exerce o direito inerente aos brasileiros naturalizados. Todos os direitos?
Não, depende da reciprocidade. 
Depois de 3 anos ele vota e pode ser votado, conforme a reciprocidade dada a nos por Portugal.
b.1.4 – legais,
Estão previstas também no estatuto do estrangeiro e foram recepcionadas pela CF/88.
 São 2 espécies: naturalização precoce e colação de grau em curso superior.
b.2) nacionalidade derivada extraordinária (art 12, II, b)
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Cria direito publico subjetivo.
Precisa de 15 anos ininterruptos no território nacional.
Sem condenação penal.
A extraordinária cria direito público subjetivo, o ato administrativo é vinculado!! Já a ordinária não cria, o ato é conveniência e oportunidade.
Continuação:
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
3. DA PERDA DA NACIONALIDADE
"Art. 12
 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I- tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
Só vale naturalizado.
II – adquirir outra nacionalidade , salvo nos casos:
Regra: adquiriu outra nacionalidade perde a brasileira.
Natos e naturalizados
Exceções, hipóteses em que o brasileiro, mesmo optando por ter outra nacionalidade não perde a originária.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis." 
Continuação:
4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Alterado pela ECR-000.003-1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela forma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Continuação:
Da competência:
A justiça federal é competente para processar e julgar os casos relativos ao processo de naturalização e aquisição de nacionalidade. (art. 109,X, da CF).
Do processo de Naturalização:
É uma faculdade exclusiva do Estado.
É ato discricionário.
Continuação:
Obs: a propositura do pedido de naturalização impede o processamento da deportação de estrangeiro com visto de permanência vencido quando do exame do pedido de obtenção da nacionalidade secundária brasileira estiver atrasado. A sua deportação confira constrangimento ilegal.
Obs: Pessoas oriundas de países de língua portuguesa, apenas necessitam residir por um ano de forma ininterrupta e desde que tenham idoneidade moral, em regra adquirem podem adquirir a nacionalidade brasileira.
Continuação:
Obs residentes estrangeiros com mais de 15 anos no país ininterruptamente e que não possuam condenação penal podem adquirir a nacionalidade brasileira pela via de nacionalização extraordinária.
Obs: A naturalização só opera efeitos após a entrega do certificado de naturalização. Não se transmite a nacionalidade brasileira ao cônjuge e os filhos do naturalizado.

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