Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO A água representa, um dos requisitos essenciais para a vida na Terra. a maior parte dos organismos vivos é constituída de água e sua nutrição e suas excreções se dão sob a forma de soluções aquosas. O clima é um dos fatores importantes na distribuição geográfica dos tipos de vegetação e dos seres vivos em geral sobre os continentes. Por exemplo, a distribuição das florestas pluviais, dos cerrados e das caatingas no Brasil correlaciona-se com o total de precipitação anual e com a duração da estação seca (Goodland e Irwin, 1977). O estoque de água no planeta Terra é de 1.385.984 mil km³, dos quais 97,5% são águas salgadas e apenas 2,5% são águas doces. Estas ocorrem sob a forma de neve permanente, geleiras, aquíferos subterrâneos; na umidade do solo, pântanos, permafrost e na atmosfera; e apenas nos lagos e rios, e na composição dos seres vivos (Shiklomanov, I. A. apud Cohen, 1995: 300). A energia solar é essencial, também aqui, para manter em movimento o ciclo da água na Terra, causando a evaporação da água dos oceanos, rios e lagos e a transpiração das plantas e animais. Eventualmente, toda essa água, quando não é armazenada, evaporada ou transpirada, escoa para os oceanos por gravidade. A água também é um poderoso solvente e reagente químico, desempenhando papel fundamental nos processos de intemperismo dos minerais da crosta terrestre, de lixiviação dos solos e de transporte de sais minerais em solução. A água, portanto, é um dos mais importantes vetores de transformação da superfície terrestre, alterando física e quimicamente as rochas e transportando, por gravidade, partículas em suspensão e sais minerais em solução para os fundos de vale, lagos, mares e oceanos. O Brasil tem uma posição privilegiada em relação ás reservas de água doce, possuindo cerca de 15% de todos os recursos hídricos do planeta para atender a uma população inferior a 3% da população do globo. É importante salientar que as águas superficiais em nosso país representam apenas 3%, ficando os restantes 97% por conta do aquíferos subterrâneos, dos quais o mais importante é o aquífero Guarani, que se estende pelo subsolo de diversos estados das regiões sul e centro-oeste do território brasileiro. O solo é um recurso natural básico, constituindo um componente fundamental dos ecossistemas e dos ciclos naturais, um reservatório de água, um suporte essencial do sistema agrícola e um espaço para as atividades humanas e para os resíduos produzidos. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E O CICLO HIDROLÓGICO O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes. Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve. Nos continentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos: • Infiltra no solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos. • flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das rochas, podendo ficar armazenada por um período muito variável, formando os aquíferos. •. Escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que a capacidade de absorção do solo. •. Evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evaporação da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a atmosfera através da transpiração. A esse conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração. •. Congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras. Apesar das denominações água superficial, subterrânea e atmosférica, é importante salientar que, na realidade, a água é uma só e está sempre mudando de condição. A água que precipita na forma de chuva, neve ou granizo, já esteve no subsolo, em icebergs e passou pelos rios e oceanos. A água está sempre em movimento; é graças a isto que ocorrem: a chuva, a neve, os rios, lagos, oceanos as nuvens e as águas subterrâneas. Uma vez que, na natureza todos os processos são interdependentes, a degradação do solo está intimamente relacionada com problemas de outros recursos: recursos hídricos, biodiversidade e redução da qualidade de vida da população afetada. A degradação do solo pode advir de vários fenómenos: • erosão ou desertificação do solo; • utilização de tecnologias inadequadas; • falta de práticas de conservação de água no solo; • destruição da cobertura vegetal, nomeadamente para a expansão urbana. Isso sem contar o impacto que terá na oferta de recursos hídricos, já que a erosão e o assoreamento de rios trazem consequências tanto para a população, que sofre com enchentes e falta d'água, quanto para a biodiversidade. O IMPACTO DA DEGRADAÇÃO DO SOLO NA ÁGUA Para mobilizar a sociedade e chamar a atenção para questões que envolvem a degradação do solo em todo o mundo, 2015 foi eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional dos Solos. Parte fundamental do meio ambiente, a conservação do solo tem grande impacto também na manutenção e na reserva da água potável do planeta. Mas é preciso também atuar na recuperação dos solos degradados. Segundo estimativas da ONU, 30% das terras em todo o mundo têm alto ou médio grau de degradação, ou seja, essas áreas tiveram sua capacidade produtiva reduzida por ações naturais ou humanas, como erosão, impermeabilização, salinização ou poluição. Além disso, a demanda mundial por alimentos e água crescerá cerca de 40% em 30 anos. Desta forma, se o mundo não investir na recuperação e na conservação dos solos, terá de dar conta de uma demanda maior com menos áreas produtivas. PRÁTICAS INSUSTENTÁVEIS É sempre oportuno salientar que, na natureza, “é melhor prevenir que remediar”. Às vezes, os custos de recuperação são insuportáveis para a sociedade, e o que é pior, raramente consegue-se o retorno natural anterior à degradação. O processo de desenvolvimento das bacias hidrográficas brasileiras revela que os mais fortes e mais amplos impactos ambientais são muito recentes, tendo como causas de maior repercussão: a intensa, rápida e desordenada urbanização e início da industrialização a partir da década de 1950; o desmatamento como fonte de energia para a construção, e, principalmente, para a produção de carvão (insumo básico da siderurgia); o intensivo uso do solo para a agricultura (grãos) iniciado há apenas 25 anos, com eliminação da maior parte da cobertura vegetal (Cerrado); a consequente construção de uma rede ampla de estradas vicinais precárias (fonte de erosão), seja para a agropecuária, ou entre comunidades; a existência de pecuária com superpastoreio e consequente degradação das pastagens (compactação do solo); a construção de represas para geração de hidroeletricidade, com forte alteração do regime hídrico do rio e suas consequências. Tudo isso ocorreu sob paradigmas antigos, mas os processos nos quais se assentam as atividades urbanas, industriais, minerais, rurais, etc., geralmente ainda são insustentáveis. Portanto, o grande desafio é o da inserção da dimensão ambiental em todos os processos que, em síntese, existem por demanda da sociedade e que em sentido amplo atendem a objetivos socioeconômicos. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-impacto-da-degradacao-do-solo-na-agua--imp-,1731039 http://ambiente.maiadigital.pt/ambiente/biodiversidade-e/mais-informacao-1/sobre-a-importancia-dos-solos http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos/aguas-subterraneas/ciclo-hidrologico https://seer.sede.embrapa.br/index.php/RPA/article/viewFile/536/486
Compartilhar