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Porttolio 4º periodo

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	03
2 Processos constitutivos das Políticas Sociais e os principais traços de sua formatação no Brasil	04
2.1 O serviço social e as politicas sociais: desafios contemporâneos l	08
3 Competência profissionais com relação à administração e o planejamento de politicas, serviços, programas e beneficios ...............................................................09
3.1 As funções do Assistente Social..........................................................................09
3.2 A assistência social e sua estruturação a partir da PNAS...................................10 
4. Direcionamento ético do serviço social frente a atual conjuntura política e social tendo como parâmetros os princípios contidos no atual código de ético serviço social..........................................................................................................................12
5 CONCLUSÃO	16
REFERÊNCIAS .........................................................................................................17
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o processo nas políticas sociais espaços privilegiados de atuação profissional do assistente social na realidade contemporânea, pois estas são expressões do Estado numa tentativa de dar respostas aos crescentes níveis de pobreza. 
No campo dos direitos sociais é perceptível a falta de acesso às políticas sociais, que estão cada vez mais focalizadas na extrema pobreza, ou seja, só têm acesso àqueles que estão na linha de pobreza, pois os que podem custear a educação, saúde, previdência, dentre outras políticas que são de responsabilidade do Estado passam a integrar o rol de cidadãos consumidores das políticas sociais.
Sendo a questão social e suas expressões, objeto ou matéria de trabalho do assistente social, esta se manifesta sob a forma de desigualdade social acirrada no contexto da sociabilidade capitalista: pobreza, desemprego estrutural, baixa escolaridade, altos índices de drogadição, etc., portanto, constitui-se um desafio ao exercício profissional do assistente social haja vista que as políticas sociais não propõem um real movimento de erradicação das desigualdades sociais.
O Serviço Social no Brasil é uma profissão ainda nova que, desde que surgiu em meados dos anos 30, tem sofrido grandes mudanças nos processos de trabalhos, desenvolvendo novas competências e saberes. Os Assistentes Sociais hoje estão presentes em todas as cidades brasileiras, atuando especialmente nas Políticas da Assistência Social, Saúde, Previdência, Habitação Popular, na área empresarial, na assessoria dos movimentos sociais.
Nesse sentido, este trabalho, vem problematizar o exercício profissional do assistente social no âmbito das políticas sociais, dentro de uma conjuntura de advento do neoliberalismo e com ênfase na particularidade brasileira.
Preparado para atuar nas Políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais, a profissão avançou muito na última década devido à implantação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e à padronização dos serviços em toda a esfera nacional. 
processos constitutivos das Políticas Sociais e os principais traços de sua formatação no Brasil
As políticas sociais na realidade internacional e na particularidade brasileira são contestadas pelos pensadores neoliberais, pois na concepção destes, incitavam e impulsionavam à crise do capital. 
Para Draibe o neoliberalismo se expande em dois momentos: em uma primeira fase que visava à superação da crise pela negação dos princípios socialdemocratas de regulação da economia e num segundo momento, tem dado uma maior ênfase nas políticas que sustenta do crescimento apoiado no aumento da competitividade sistêmica, e “no reforço à mecanismos de modernização e flexibilização das estruturas e fatores sociais, condizentes com as características das novas tecnologias” (DRAIBE, 1993, p. 92). 
Ainda de acordo com Draibe:
Nos países latino-americanos, submetidos (ou em vias de) aos rigores dos ajustamentos macroeconômicos e à devastação social que vêm provocando, a receita neoliberal parecia estar contida no conjunto de prescrições de reformas dos sistemas de proteção social, orientadas para a sua privatização, descentralização, focalização e programas (fundos) sociais de emergências (DRAIBE, 1993, p. 92).
Para a autora, as reformas econômicas ocorridas precisam ter sustentabilidade haja vista o agravamento da pobreza com a expansão do grande capital mundial, a mesma pondera que:
Esta estratégia parte do reconhecimento de que a pobreza, o não acesso de vastas camadas da população a bens e serviços básicos, agravou-se constituindo-se hoje entrave à modernização das economias e a sua conversão a formas mais descentralizadas, mais abertas, mais adaptáveis e dinâmicas do ponto de vista do ponto de vista tecnológico (p.93).
Noutras palavras, estas reformas estruturais devem ser também acompanhadas por reformas de cunho social que possibilitem a sua sustentação. Paralelamente, presenciamos com a expansão das diversas expressões da questão social, tais como o desemprego e visualizamos um novo ciclo expansivo de contrarreformas liberais, visando uma reforma constitucional com implicações no âmbito dos direitos socialmente conquistados. 
Em uma análise da política social no Brasil, especificamente tendo como lapso temporal a década de 1980 em diante com a promulgação da Constituição Federal, instala-se uma nova conjuntura na conquista dos direitos sociais a partir do que propõe a Carta Magna em seus fundamentos. 
Apesar dos ganhos, temos como entrave o surgimento do pensamento neoliberal nos países capitalistas periféricos como alternativa única de enfrentamento à crise estrutural, com particularidades nos países da América Latina, sendo o ajuste sintetizado no que se denominou de “Consenso de Washignton”, o qual previa um conjunto de regras e padrões do capitalismo a ser seguido por diversos países para integração à ordem do capital e aos organismos internacionais. 
Com o esgotamento do plano do Estado Nacional Desenvolvimentista, que determinava que o desenvolvimento econômico do país se sucederia com a aceleração da industrialização, temos que a política social no Brasil após a década de 1980, sofre inflexões a partir do surgimento do modelo neoliberal de ajuste, preludiado pelo governo de Collor de Mello e instalado na era Fernando Henrique Cardoso. 
A conjuntura acima destacada traz programas com recorte assistencial, e é marcada pela abertura da ideologia neoliberal no Brasil, tendo como direção principal: a privatização das empresas estatais; pela abertura a iniciativa privada no trato das políticas sociais, e é permeada pelos processos de reforma estatal, um deles ocorrido no governo de Fernando Henrique Cardoso, a exemplo do plano Bresser Pereira.6 Há uma nova desfiguração dos direitos sociais com o advento neoliberal no país e no âmbito da Seguridade Social brasileira esse processo se dá com corte direcionado às políticas da seguridade já no governo de Collor de Mello (1990-1992):
É nessa perspectiva mais ampla que se compreendem as investidas do governo Collor visando desfigurar a Seguridade Social; o Plano de Benefícios; o orçamento da Seguridade Social; Custeio e organização da Previdência Social; a Lei Orgânica da Saúde (LOS); o veto integral ao projeto de Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS); as contramarchas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBE); as novas distorções no financiamento do seguro desemprego; e os desvios na regulamentação do artigo 8º da Constituição Federal (referente aos direitos trabalhistas e à organização sindical) (FAGNANI, 2005, p.393).
Um forte marca presente nas políticas sociais como analisa Fagnani foi a sua “desorganização burocrática” (FANANI,2005, p. 412). As iniciativas presentes na era Collor eram intencionalmente direcionadas ao uso da política social como moeda de troca, sendo o Ministério da Ação Social (MAS) primordial no uso dessa estratégia:
As ações desenvolvidas pelo MAS tinham em comum a fragmentação de ações e programas; a pulverização de recursos em ações pontuais; a ausência de planejamento e de mecanismos de acompanhamento e controle; e a utilização preferencial da figura jurídica de convênios, mais ágeis e menos sujeitos a controle externo (FAGNANI, 2005, p. 412).
Nesse ínterim, tem se observado o veto à dispositivos importantes (como o veto integral à Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) na era Collor, sendo retomada a sua pauta apenas anos depois no período do Governo de Itamar Franco) na ótica dos direitos sociais e que o Estado neoliberal se mostra mínimo para os gastos com a proteção social e máximo para a expansão do livre mercado, reduzindo os custos com a seguridade social, e consequentemente gastos com a saúde, assistência social, educação etc. Estas passam a ser alvo de empresas privadas em um crescente processo de mercadorização no trato dos direitos. 
As ações de caráter clientelistas se estenderam ao governo de FHC, com ênfase nas reformas engendradas no Estado neoliberal no período. Esse processo, denominado de contrarreforma estatal brasileiro ocorreu sob a justificativa de o Estado ser burocrático e ineficiente, rígido e lento; e dessa maneira propôs-se uma reforma gerencial do Estado (Behring, 2008). Entretanto, a reforma do estado não possibilitou mudanças estruturais, haja vista que:
Deve-se distinguir a reforma do Estado, como projeto político, econômico e social mais ampla, da reforma do aparelho do Estado, orientada para tornar a administração pública mais eficiente (BERHING, 2008, p.178).
Dessa maneira, com a abertura das ideias neoliberais no Brasil, sob os moldes da contrarreforma do Estado brasileiro, encontramos modificações na política social brasileira, pois apesar desta ter tido avanços no Brasil em meio às lutas e desafios, a partir, sobretudo, do período de redemocratização brasileira na década de 1980 (pós-ditadura militar), resultando em avanços no âmbito social, culminando, por exemplo na instituição da assistência social como política pública integrante da Seguridade Social, vários processos de desmonte de direitos sociais vem sendo observados neste campo. Uma das principais características da política social no período de FHC à Lula, prioritariamente dentro da política de assistência social no contexto de sua expansão, tem sido a ampliação de programas com caráter focalizado à extrema pobreza, com rigorosos processos de seletividade, como ilustra Behring que faz um balanço da política social nos tempos recentes no Brasil, com destaque à política de assistência social:
Ao invés de política pública, responsabilidade do Estado e direito universal assegurado no âmbito da seguridade social, a assistência social é colocada no rol de políticas públicas pelo setor não estatal [...] Parcela significativa dos técnicos do Estado foram capacitados e formados na perspectiva do ajuste e na lógica das orientações das agências internacionais para a política social: a boa focalização, a otimização da relação custo-benefício, o estímulo ao setor privado e ao voluntariado (BEHRIN, 2008, p.162)
Nesse contexto, ganham força as perspectivas de voluntariado e ajuda mútua, redirecionando o atendimento da política pública aos chamado terceiro setor, através de ajuda mútua e de caridade, com sérias implicações aos direitos sociais na medida em que transfere a responsabilidade do Estado na condução das políticas sociais. Sendo, nesse sentido, os/as assistentes sociais afetados enquanto trabalhadores/as inseridos/as nas políticas públicas, e o exercício da profissão tem se tensionado pela lógica das orientações são colocadas diante da conjuntura de acirramento das desigualdades sociais. 
No Brasil, a questão social, expressa sobretudo, segundo Soares (2013), pelo desemprego estrutural, demandam políticas sociais de caráter universal e extensiva ao conjunto da classe trabalhadora através de uma ampliação da Seguridade Social à educação, lazer, segurança, aquém do que proposto pelo tripé Saúde/Assistência/Previdência Social. 
Se fizermos uma análise das formas de proteção social existentes na atualidade brasileira, observaremos que a nossa seguridade social também prevalece relacionada à acumulação capitalista, através do trabalho “[...] incluídos o processo de assalariamento, as necessidades de manutenção e reprodução do trabalhador e a reprodução ampliada do próprio capital” (MOTA, 1996). 
Sinteticamente, as políticas sociais brasileiras a partir da década de 1990 sofreram modificações, tornando-se focalizadas, com investimentos reduzidos, com a ideia de que os gastos sociais prejudicam o rumo da economia. Na prática, os princípios contidos na Constituição Federal Brasileira de 1988 não estão sendo efetivados, o princípio universalista do direito muito mais atende a lógica neoliberal.
Nesse sentido, Behring (2008, p. 36) afirma que a política social “configura-se [...] como um terreno importante da luta de classes: da defesa de condições dignas de existência, face ao recrudescimento da ofensiva capitalista em termos de corte de recursos públicos para a reprodução da força de trabalho”.
O SERVIÇO SOCIAL E AS POLÍTICAS SOCIAIS: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS 
O Serviço Social, como uma profissão desenvolvida a partir das necessidades sociais, é requerida e fundada quando o Estado passa a tratar a Questão Social, não mais apenas pela coerção, mas pela via do consenso, modificando as suas bases de produção a cada mudança do modelo econômico capitalista, tendo no momento atual o seu maior agravamento, já que a reestruturação produtiva, com a flexibilização do trabalho, o transformou em dimensões nunca antes processadas, trazendo dois tipos de trabalhadores: os de emprego fixo e os temporários, subcontratos. 
Isto posto, entende-se que mesmo sendo as políticas sociais a área de maior intervenção do Assistente Social, a definição da Questão Social como elemento fundante da profissão se elucida por esta ser determinada pela relação do Estado e da sociedade, explicando e trazendo as políticas públicas como alternativa de apaziguamento das desigualdades sociais, originárias do modelo econômico. 
Na área das políticas sociais, as propostas neoliberais têm na sua determinação as reduções dos gastos sociais, onde há redefinição das políticas públicas com redução dos direitos sociais, seguindo a lógica focalista, descentralizada e privatista, com o enxugamento do Estado na esfera das políticas sociais e transferência de suas responsabilidades à sociedade. 
Ao desenvolver a análise da profissão do Serviço Social no mundo atual, coadjuvamos com Iamamoto (2009, p. 20) quando cita a necessidade de "romper com a visão focalista [...] olhar para o movimento de classes sociais e do Estado em suas relações com a sociedade". E que o profissional do Serviço Social, tem historicamente implementado políticas sociais, especialmente políticas públicas, mas no momento atual, a sua intervenção vai além da função de executores. Faz-se necessário trazer as demandas para a área da formulação das políticas sociais e ter como elemento fundante do seu conhecimento o desenvolver da capacidade de analisar criticamente a realidade, sendo este o seu meio de trabalho, ultrapassando a visão das técnicas como instrumental para sua intervenção, o que lhe possibilitará a apreensão das modificações nela contida, criando espaços e possibilidades ao profissional. 
Logo, percebemos que os assistentes sociais se deparam com desafios no decorrer do seu desenvolvimento enquanto profissão e não diferentemente na contemporaneidade, mas que é necessário elaborar estratégias de intervenção profissional, através de um exercício crítico e propositivo seja num mercado de trabalho cada vez mais exigente, seja na consolidaçãode um projeto profissional engajado na construção de uma nova forma de sociabilidade, sob a perspectiva da defesa intransigente dos direitos humanos.
3 COMPETENCIAS PROFISSIONAIS COM RELAÇÃO Á ADMINISTRAÇÃO E O PLANEJAMENTO DE POLITICAS, SERVIÇOS, PROGRAMAS E BENEFICIOS
	
	Devido à realidade social do Brasil, o campo de atuação do assistente é bem amplo. As instituições que contratam o profissional do Serviço Social são as entidades sociais, prefeituras, ONGs, escolas, fundações, sindicatos, sistema jurídico, penitenciário, de saúde, entre outros. Compreende os segmentos populacionais que necessitam de uma atenção especial como: terceira idade, pessoas incapacitadas, pessoas maltratadas (mulheres, menores, anciãos), reclusos, imigrantes, minorias étnicas, excluídos sociais, dependentes químicos, etc.
3.1 As funções do Assistente Social
	A intervenção profissional do assistente social pode ser caracterizada pelo atendimento às demandas e necessidades sociais de seus usuários, que podem produzir resultados concretos, tanto nas dimensões materiais, quanto nas dimensões sociais, políticas e culturais da vida da população, viabilizando seu acesso às políticas sociais (YASBEK, 2009). 
	Como profissional inserido na divisão sociotécnica do trabalho, o assistente social é demandado a desenvolver ações como gestor e executor de políticas sociais, programas, projetos, serviços, recursos e bens no âmbito das organizações públicas e privadas, operando sob diversas perspectivas, como no planejamento e gestão social de serviços e políticas sociais, na prestação de serviços e na ação socioeducativa (YASBEK, 2009). 
	No caso brasileiro, o setor público é o maior empregador dos profissionais de Serviço Social, principalmente na esfera municipal, na execução direta das políticas sociais (IAMAMOTO, 1999). No entanto, é sobre a intervenção profissional no âmbito do planejamento e da gestão que este artigo pretende centrar a discussão, tendo em vista a possibilidade de contribuir com as reflexões sobre o desenvolvimento de ações profissionais nesse eixo interventivo, tão pouco discutidas e reconhecidas como próprias do assistente social. 
	A intencionalidade do estudo, a partir da exposição dos principais resultados da investigação empírica realizada junto aos assistentes sociais de uma cidade do estado de Santa Catarina, foi caracterizar a intervenção profissional a partir do espaço de coordenação de um dos serviços de Proteção Social Básica da política municipal de assistência social. 
	A discussão do texto está organizada a partir de dois tópicos: inicialmente são contextualizados os materiais e métodos utilizados para a realização da investigação empírica e, em seguida, é apresentado brevemente o campo da Proteção Social Básica da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), que se constituiu o lócus de inserção dos assistentes sociais que participaram do estudo e as reflexões referentes à intervenção profissional no espaço do planejamento e da gestão de um dos serviços de assistência social.
3.2 A ASSISTÊNCIA SOCIAL E SUA ESTRUTURAÇÃO A PARTIR DA PNAS 
	
	No Brasil, a assistência social esteve historicamente vinculada à filantropia, à caridade e à ajuda, sendo diretamente relacionada com a solidariedade da igreja e de grupos com motivações religiosas. Por décadas os beneficiários dessa política social eram vistos como assistidos, como favorecidos e não como cidadãos que detinham o direito a utilizar os serviços e as ações oferecidas pelas entidades assistenciais. 
	Em fins da década de 1980 e início da década de 1990 é que se estabelecem os marcos regulatório e legal, que trazem importantes inovações para constituir a assistência social como política pública de direito. 
	Em linhas gerais, o primeiro marco legal foi a promulgação da Constituição Federal Brasileira em 1988 e nela a inclusão da assistência social, juntamente com as políticas de saúde e previdência social, no tripé da seguridade social, que a transforma em direito do cidadão e dever do Estado, voltada a quem necessitar, independente de contribuição, tornando-se de responsabilidade pública obrigatória (BRASIL, 1988). Ou seja, a Carta Constitucional concretiza o trânsito da assistência social para o campo dos direitos sociais a partir da universalização do seu acesso e da responsabilização do Estado pela organização e execução de uma política social na área com descentralização político-administrativa. 
	O segundo marco regulatório trata da sanção, em 1993, da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), que regulamenta os artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988 e trata da política de assistência social. A partir desse conjunto normativo, segundo Couto (2006, p. 28), a assistência social é afiançada como direito e definida como um tipo particular de política social, caracterizada por ser “genérica” na atenção específica dos usuários, “particularista” por ser voltada ao atendimento das necessidades sociais, “desmercadorizável” e “universalizante” por reforçar, com a inclusão de segmentos antes excluídos das políticas, o conteúdo de diversas políticas setoriais. Também traz o caráter “genérico da prestação de serviços e identifica que o atendimento deve ser voltado para as necessidades sociais básicas”, trazendo para a política as demandas da população que permaneciam invisíveis anteriormente (COUTO; SILVA, 2009, p. 34). 
	Um terceiro momento importante para a política de assistência social brasileira inicia com a realização da IV Conferência Nacional de Assistência Social, em 2003, que debateu a construção de um novo modelo de política social para a área, ao propor a estruturação dos serviços, programas, projetos e benefícios assistenciais a partir do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). 
	No ano posterior, em 2004, o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), respeitando as deliberações da referida conferência e reconhecendo que esta desenvolveu um amplo processo democrático de debate em todo o país, traduz suas principais deliberações e aprova a PNAS, que passa a regulamentar o SUAS. No mesmo ano a PNAS é editada e tornada pública pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). 
	Segundo o MDS (2010, p. 42), o SUAS “é um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do conteúdo específico da assistência social no campo da proteção social brasileira”. 
O SUAS é constituído pelo conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios no âmbito da assistência social prestados diretamente – ou por meio de convênios com organizações sem fins lucrativos – por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público (YASBEK, 2006, p. 130).
	A PNAS traz inúmeras inovações, dentre elas a estruturação da política de assistência social em níveis de proteção social com perspectiva socioterritorial, ou seja, as ações são executadas nos territórios, favorecendo a localização de uma rede de serviços voltada para a comunidade local (MDS, 2010). 
	A PNAS passa a determinar a forma como os serviços socioassistenciais do SUAS serão organizados, tendo por referência a vigilância social – que refere-se ao desenvolvimento da capacidade e de meios de gestão pelo órgão público gestor da assistência social para a identificação das formas de vulnerabilidade social da população e do território pelo qual é responsável –, a defesa social e institucional – que trata de como devem estar organizados os serviços de Proteção Social Básica e Especial, a fim de garantir aos usuários o acesso aos direitos socioassistenciais e à sua defesa – e a proteção social – que refere-se ao conjunto de ações, benefícios e auxílios utilizados na prevenção e como forma de reduzir o impacto das situações de vulnerabilidade e risco, na direção do desenvolvimento humano e social e dos direitos de cidadania (PNAS, 2004).
4. DIRECIONAMENTO ÉTICO DO SERVIÇO SOCIALFRENTE A ATUAL CONJUNTURA POLITICA E SOCIAL TENDO COMO PARAMENTROS OS PRIMCIPIOS CONTIDOS NO ATUAL CODIGO DE ETICA SERVIÇO SOCIAL
A época atual evidencia alterações profundas à sociedade, em decorrência do fenômeno da globalização dos mercados e do avanço do projeto neoliberal que preconiza mudanças estruturais profundas ao mundo do trabalho, nas funções do Estado e a descentralização das políticas sociais. O impacto trazido por todo esse processo acarretou o redimensionamento das profissões afetando as condições e as relações do trabalho profissional. 
Neste contexto, insere-se o Serviço Social como profissão que tem a questão social e suas múltiplas expressões como objeto de trabalho, fundamentando-se na contradição da sociedade capitalista, na qual a produção e reprodução das desigualdades sociais criam tensões, vivenciadas por sujeitos que a elas resistem e se opõem. 
Para Iamamoto (2004 p.27) é nesta tensão entre rebeldia e resistência que trabalham os assistentes sociais, “situados nesse terreno movidos por interesses sociais distintos, os quais não é possível deles abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade”. Daí a necessidade a partir de uma perspectiva crítica e refletir sobre a centralidade do trabalho na constituição dos indivíduos sociais e como categoria fundante do ser social, para compreensão dos fundamentos teórico-metodológicos e técnico-operativos do trabalho do assistente social, a partir de uma análise das categorias que mediam e conduzem à reflexão do exercício profissional. 
Na construção deste entendimento as categorias: trabalho e alienação, instrumentalidade e mediação, e cotidianidade, foram eleitas como base desta reflexão. O trabalho constitui-se em uma atividade fundamental através do qual o homem se afirma como ser social e cria meios de atender à satisfação de suas necessidades e a possibilidade de “poder produzir mais do que o necessário para reproduzir a si mesmo sob condições sócio-determinadas” (GUERRA, 2000, p. 8).
Nesta perspectiva, surge a alienação por constituir-se em produto da história humana, resultante da reprodução social submetida aos padrões individualistas e mesquinhos da sociedade burguesa, na qual os homens não se reconhecem como sujeitos da ação e onde indivíduos de outra classe social apropriam-se da riqueza produzida através da classe trabalhadora. 
Para superar a alienação aborda-se a instrumentalidade buscando-se conduzir à reflexão do tema no exercício profissional do assistente social, não no que se refere aos instrumentos e técnicas que facultam o agir profissional, mas como um modo de ser adquirido e apropriado pela profissão, integrante do seu processo de trabalho que segundo Guerra (1999) é construído e reconstruído quotidianamente, e na abrangência de que as respostas às demandas postas e o alcance dos objetivos, pode atribuir ao Serviço Social uma possibilidade concreta de reconhecimento social como profissão. 
Neste sentido a instrumentalidade pode ser vista como uma mediação que permita a passagem de ações apenas instrumentais a uma prática profissional crítica e competente. Martinelli (1993, p. 137), numa reflexão sobre o tema mediação, considera que ela se expressa “pelo conjunto de instrumentos, recursos, técnicas e estratégias pelas quais a ação profissional ganha operacionalidade e concretude. São instâncias de passagem da teoria para a prática, vias de penetração nas tramas constitutivas do real”.
Desta forma, a mediação possibilita ao profissional direcionar uma prática crítica ou alienada, produtiva ou reiterativa, que depende do projeto-político ao qual se vincula, à correlação das forças sócio-institucionais e da sua leitura conjuntural de realidade e, ainda, compreender as particularidades do exercício profissional e as singularidades do cotidiano. 
A reflexão ética, na prática profissional, não objetiva responder às necessidades imediatas, mas efetivar uma sistematização crítica do cotidiano, a fim de ampliar as necessidades, além das ditadas pelo “eu”, desenvolvendo possibilidades dos indivíduos se realizarem como individualidades livres e conscientes, e tornarem-se sujeitos da ação. 
Liberdade entendida como princípio fundamental da ética e irrestrita a todos os homens. Significando também oportunidades de escolhas racionais no processo de trabalho, no qual o assistente social através da instrumentalidade dos processos de trabalho efetiva mediações que conduzem a novas formas de pensar e agir profissionais. 
A prática profissional com um caráter de complacência, bondade, e direcionada por um comportamento moral com o dever de garantir o mínimo, o possível, e não o necessário fortalece a submissão e ao não reconhecimento do outro enquanto sujeito de direitos conduzindo a uma visão fragmentada da realidade por parte do profissional. 
Esta visão contribui para criar condições nas quais as mediações necessárias não se estabelecem, e a prática se reduz a ações pontuais, focalizadas e emergenciais e em total consonância com a política neoliberal atual.
 Assim, fica evidente que o trabalho do assistente social deve ser considerado como um processo, e como tal está implícito ao movimento dialético da realidade, portanto necessita a superação da visão fragmentada, através da apropriação teórica - metodológica crítica e do investimento na capacitação permanente. 
Assumir uma direção social voltada para o projeto ético-político profissional do Serviço Social significa um amadurecimento da categoria profissional para entender a construção das dimensões que o materializam, e envolvem a ampliação dos conhecimentos teórico-metodológicos, a organização da categoria, a reafirmação dos compromissos e princípios assumidos, e o amparo legal das ações em instrumentos jurídico-legais da profissão. Dimensões nas quais, as relações estabelecidas devem ser sempre permeadas pela reflexão ética.
CONCLUSÃO
	Tendo como problemática a discussão do Serviço Social como profissão condicionada pelo contexto de sociabilidade do capitalismo, permeado por desigualdades sociais. Dentro dessa discussão, podemos afirmar que as políticas sociais, terreno privilegiado de atuação profissional do assistente social, tem sofrido mudanças a partir do advento do neoliberalismo e dos ditames do “Consenso de Washington”, tornando-se focalizadas na extrema pobreza. 
Na particularidade brasileira, observamos que a realidade em que se insere os assistentes sociais é de uma conjuntura adversa à garantia dos direitos socialmente conquistados, pois este contexto caminha na contracorrente do amplo acesso aos sistemas de proteção social, cada vez mais focalizados na extrema pobreza. 
Podemos constatar, a partir disso, o terreno tenso de atuação profissional, com fortes implicações às condições e relações de trabalho materializadas no cotidiano profissional nos distintos espaços sócio-ocupacionais.
Com a criação do SUAS - Sistema Único de Assistência Social, as políticas assistenciais estão mais bem estruturadas, entretanto nos municípios pequenos, as mudanças acontecem com mais lentidão. mas os sonhos não podem deixar de existir, pois são eles os impulsionadores da profissão. 
O Assistente social depara-se com muitas dificuldades no enfrentamento das inúmeras questões sociais que há, mas não pode ficar acuado frente aos obstáculos e limitações - precisa conquistar espaço junto às políticas públicas, consciente de sua responsabilidade perante a população usuária. 
O Serviço Social de hoje sintetiza o desafio de decifrar os novos tempos para que deles possa ser contemporâneo. Para isso é necessário um novo perfil de profissional, que deve ser criativo, inventivo, capaz de entender o tempo presente, afinado com a análise dos processos sociais, os homens, a vida, contribuindo para moldar os rumos da história.
REFERÊNCIAS
ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir & GENTILI, Pablo (orgs.) Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. 
BEHRING,Elaine Rossetti. Brasil em contra-reforma: desestruturação do Estado e perda de direitos. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2008.
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2011. CARVALHO, Raul de; IAMAMOTO, Marilda Vilela. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. São Paulo: 1983. 
COUTO, B. R. A Assistência social como política pública: do sistema descentralizado e participativo ao Sistema Único da Assistência Social – SUAS. In: MENDES, J. M. R. et al. (Org.). Capacitação sobre a PNAS e SUAS: no caminho da implantação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. p. 26-37. 
_____; SILVA, M. B. A política de assistência social e o Sistema Único de Assistência Social: a trajetória da constituição da política pública. In: MENDES, J. M. R.; PRATES, J. C.; AGUINSKY, B. G. O Sistema Único de Assistência Social: entre a fundamentação e o desafio da implementação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009. p. 31-43.
DIAS, E. F. A liberdade (im)possíel na ordem do capital. Reestruturação produtiva e passivização. Campinas, IFCH/UNICAMP, 1997. 
DRAIBE, Sônia M. As políticas sociais e o neoliberalismo: reflexões suscitadas pelas experiências latino-americanas. São Paulo: Revista USP, n. 17, 1993. 
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Sistema de Ensino Presencial Conectado
nome do cursO
cibele correia da silva
IALY VICENTE DE ALBUQUERQUE
JACILENE MARIA DA SILVA
PAUlA NASCIMENTO LIMA
SERVIO SOCIAL E AS POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL
Paulista/PE
2017
cibele correia da silva
IALY VICENTE DE ALBUQUERQUE
JACILENE MARIA DA SILVA
PAUlA NASCIMENTO LIMA
SERVIO SOCIAL E AS POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL
Atividade de produção de texto em grupo apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para aprovação na cadeira de atividades interdisciplinares do o 4º período do Curso de Serviço Social.
Paulista/PE
2017

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