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( Direito) Direito Constitucional Marcosflavio

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www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Direito Constitucional – por Marcos Flávio Almeida
Apostila de Direito Constitucional
Assunto: 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
	
Autor:
MARCOS FLÁVIO ALMEIDA
 REVISTA E ATUALIZADA ATÉ A EMENDA Nº 35/2001
	 COM 154 QUESTÕES DE CONCURSOS
	 E MAIS 323 QUESTÕES DE FIXAÇÃO
SUMÁRIO
 APRESENTAÇÃ0..............................................................................................5
tEORIA GERAL
por que estudar teoria geral 	6
Conceito e objeto do direito constitucional	6
Conceito e elemntos constitutivos do Estado	6
Formas de Estado	7
Características do Estados Federal	 8
Formas de Governo : República e Monarquia	10 
Sistemas de Governo : Presidencialismo e Parlamentarismo	10
Regime Político	11 
Constituição : Conceito e Origens	11 
Classificação das Constituições	12
Poder Constituinte	13
Limitações ao poder de reforma da Constituição	14
Princípio da hierarquia das normas jurídicas	16
Princípio da supremacia da Constituição	16
Teoria da desconstitucionalização	17
Princípio ou teoria da recepção	17
Estudo de caso : O código Tributário Nacional	18
Constituição : Sentidos sociológico, Político e Jurídico	18
Classificação das normas jurídicas quanto ao conteúdo 	19 
Classificação das normas jurídicas quanto à eficácia	19
Questões de concursos	21
dos princípios fundamentais
 
2º PONTO : PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS	24
Questões de concursos	28 
dos direitos e garantias fundamentais
3º PONTO : DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS	30
Questões de concursos	57
Questões de concursos com jurisprudência	63
 
4º PONTO : DIREITOS SOCIAIS	66 
Questões de concursos	74 
 
5º PONTO : NACIONALIDADE	76
Questões de concursos	80
6º PONTO : DIREITOS POLÍTICOS	81
Questões de concursos	84
7º PONTO : PARTIDOS POLÍTICOS	85
Questões de concursos	86
da organização do estado
8º PONTO : ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA	87
Princípio da Autonomia	87
Criação de Territórios	87
Criação de Estados	88
Criação de Municípios	89
Vedação à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios	90
Questões de Concursos	91
 
9º PONTO : REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS	94
Competências da União	94
Competências dos Estados	95
Competências dos Municípios	98
Competências do Distrito Federal	99
Competência concorrente	100
Competência comum	102
Questões de concursos	104
10º PONTO : INTERVENÇÃO	108
Intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal	108
Intervenção dos Estados nos Municípios	110
Questões de concursos	112
 
da organização dos poderes
INTRODUÇÃO...............................................................................................................113
 
11º PONTO : PODER LEGISLATIVO	115 
Composição, Sistemas Eleitoras 	116
Legislatura, Sessão Legislativa	116
Imunidade	117
Comissões, Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI 	119
Atribuições do Congresso Nacional	121
Competência da Câmara dos Deputados	123
Competência do Senado Federal	124
Questões de concursos	127
12º PONTO : PODER EXECUTIVO	129
Quem exerce o Poder Executivo	129
Quem substituirá o Presidente da República em caso de vacância do cargo	129
Regras relativas à eleição e à reeleição	129 
Atribuições do Presidente da República	131
Questões de concuros	133
13º PONTO : PROCESSO LEGISLATIVO	135 
Espécies normativas	135
Fases do processo legislativo	143
Questões de concursos	150
14º PONTO : PODER JUDICIÁRIO	154
Órgãos, autonomia, garantia, vedações	155
Estatatuto da magistratura	155
Ingresso na carreira de Juiz e acesso aos Tribunais.	156
Competências administrativas dos tribunais	156
Questões de concursos	158
O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
15º PONTO : CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE	161 
Pressupostos básicos	161
Classificação	161
Normas objeto do controle de cosntitucionalidade	164
Sistema brasileiro de controle de constitucionalidade	165
Controle difuso	166
Controle concentrado	167
ação direta de inconstitucionalidade - ADIN	167
ação declaratória de constitucionalidade - ADC	169
ação de inconstitucionalidade por omissão	171
ação de inconstitucionalidade interventiva	172
controle de constitucionalidade pelos estados-membros	173
controle de constitucionalidade pelo distrito federal	174
controle de constitucionalidade de leis municipais	174
tópicos de controle de constitucionalidade	175
Questões de concursos	180
 GABARITOS..................................................................................................183
�
ANEXOS
Anexo 1 - Resumo da Jurisprudência do STF	188
Anexo 2 - Lei 9.868/99 : regulamenta a ADIN e a ADC	 195
Anexo 3 - Lei 9.882/99 : regulamenta a Argüição de desc. preceito fundamental	200
Bibliografia 	203
MENSAGEM
"Não espere para começar. Inicie. Mova-se adiante no caminho que acabou de escolher agora. O segredo é ir um passo de cada vez. Há um poder incrível na ação. Nunca existirá o momento ideal para qualquer coisa. Você precisa começar, mesmo que falhe ou precise de muita prática.
E depois que você começou, conte a todos para que escutem. Espalhe suas metas para os outros. As pessoas sempre perguntam o que você irá fazer; agora você tem uma resposta. E quando você disser para elas, isso irá ajudá-lo a ter mais clareza e compromisso, elas farão com que você tenha pressa. É o poder da busca de uma meta". 
	 (extraído do livro "Ah, se eu soubesse...Brasil ", de Richard Edler e Márcio Moreira, negócio editora). 
APRESENTAÇÃO : 
MARCOS FLÁVIO TENÓRIO DE ALMEIDA é Auditor (Conselheiro Substituto) do Tribunal de Contas de Pernambuco. Desde 1991 acompanha de perto o universo dos concursos públicos. Aprovado, dentro do número de vagas, em 13 concursos públicos, entre os quais figuram AFRF, Auditor-Fiscal do Trabalho, Analista do Banco Central e, por duas vezes, Auditor das Contas Públicas. Professor de Direito Constitucional, Direito Administrativo e Direito Civil do “Bureau Jurídico”. Além destas, ensina para concursos públicos as disciplinas Direito Tributário, Direito do Trabalho e Legislação Tributária do Recife. Professor da Escola de Contas Públicas do TCE/PE, na área de Direito Municipal, Direito Administrativo e Direito Constitucional. 
Email: marcosflavio@smartsat.com.br; 
CONCURSOS PÚBLICOS EM QUE OBTEVE APROVAÇÃO 
	CONCURSOS DE NÍVEL MÉDIO:	
	
1 - Escriturário - Caixa Econômica Federal, 1988.
	2 - Escriturário - Banco do Brasil, 1992.
	3 - Técnico de Auditoria das Contas Públicas - TCE/PE,1995.
	4 - Fiscal de Tributos Municipais - Prefeitura de Camaragibe,1995. 
	CONCURSOS DE NÍVEL SUPERIOR:
	
1 - Auditor das Contas Públicas - TCE/PE,1991, 7º colocado.
	2 - Auditor Financeiro do Tesouro Estadual - Secretaria da Fazenda, 1992, 3º colocado.
	3 - Auditor (Conselheiro Substituto) TCE/PE, 1993, 7º colocado.
	4 - Analista do Banco Central do Brasil - 1994.
	5 - Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF (ex-AFTN), 1994.
	6 - Auditor-Fiscal do Trabalho - 1994.
	7 - Auditor das Contas Públicas - TCE/PE,1995, 6º colocado.
	8 - Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura do Recife, 1995, 10º colocado.
	9 - Agente Fiscal de Tributos Municipais - Prefeitura de João Pessoa, 2000.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL 
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
Auditor (Conselheiro Substituto) – TCE/PE, desde 1995.
Auditor Financeiro do Tesouro Estadual - Sefaz/PE, 1992. 
Auditor das Contas Públicas – TCE/PE, 1991.
Escriturário - Caixa Econômica Federal, 1990.
 	
NA INICIATIVA PRIVADA: 
Estagiário, Auxiliar de Custos,Analista de Custos e Economista, entre 1983 e 1990.	
1º PONTO – TEORIA GERAL 
Por que estudar teoria geral 
		Este primeiro ponto do nosso curso, que denominamos de Teoria Geral, destina-se a apresentar os aspectos doutrinários de Teoria do Estado e de Teoria da Constituição. Para termos uma idéia da necessidade desses conhecimentos basta atentarmos para o primeiro artigo da nossa Constituição, cuja redação é a seguinte: 
 
	A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito.
		 
		Para entendermos este artigo em toda a sua extensão precisaremos assimilar conhecimentos doutrinários indispensáveis que nos permitam responder a indagações tais como : O que é República Federativa? O que é Estado Democrático de Direito? Por que a união é indissolúvel?
Conceito de Direito Constitucional 
		“Ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado” (José Afonso da Silva). Para simplificar: ramo do Direito Público que estuda a Constituição.			
Objeto do Direito Constitucional
	O objeto de estudo do Direito Constitucional “é constituído pelas normas fundamentais do Estado, isto é, pelas normas relativas à estrutura do Estado, forma de governo, modo de aquisição e exercício do poder, estabelecimento de seus órgãos, limites de sua atuação, direitos fundamentais do homem e respectivas garantias e regras básicas de ordem econômica e social” (José Afonso da Silva). 	
	Simplificando: o objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição.
Conceito de Estado
	Costuma-se definir Estado como sociedade politicamente organizada. Fica mais fácil entender o Estado a partir do conhecimento dos elementos que o compõe. Desta forma, Estado é um ente constituído de um povo organizado sobre um território sob o comando de um poder soberano, para fins de defesa, ordem e bem-estar. 
Elementos constitutivos do Estado
 Povo * Território * Governo.
		Os autores divergem ao elencarem quais os elementos constitutivos do Estado. A maioria opta por estes três elementos. Quanto aos elementos povo e território há quase unanimidade. Existe alguma variação sobre o terceiro: é citada soberania, governo, poder soberano, poder estatal. “Não parece significativa a divergência, já que todos os conceitos se referem a uma mesma realidade” (Alexandre Mariotti).
Governo: com poder soberano independente frente aos demais Estados e supremo na ordem interna, conduzindo-se segundo a vontade livre de seu povo.
Povo: é o conjunto de pessoas unido ao Estado pelo vínculo jurídico da nacionalidade. São, no caso do Brasil, os brasileiros natos + os naturalizados (art. 12, CF/88).
Território: compreende o espaço terrestre; o espaço aéreo (coluna de ar existente sobre ele); o mar territorial (doze milhas marítimas a partir do litoral continental, lei 8.617, de 4-1-1993); as embaixadas brasileiras no exterior; as aeronaves e as embarcações brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem (art. 5º, do Código Penal). O jusfilósofo austríaco Hans Kelsen sintetiza: o território corresponde ao âmbito de validez da ordem jurídica. Melhor ainda é dizer que, no caso do Brasil, o território é o local onde a lei brasileira for aplicada.
Formas de Estado
Simples : Estado Unitário
Compostos : Confederação e Estado Federal 
		Os Estados, quanto a sua formação, classificam-se em simples e compostos, tal distinção surge “em função do grau de centralização e descentralização do poder político". 
 	 
		O Estado Unitário se caracteriza por não apresentar descentralização do poder político, que se concentra em uma única pessoa jurídica nacional. Por conseqüência, possui somente uma única ordem jurídica central, que se aplica em todo o território nacional (Alexandre Mariotti). Possui um centro de poder que se estende por todo o território e sobre toda a população e controla todas as coletividades regionais e locais (José Afonso da Silva). São exemplos, entre outros: França, Inglaterra, Chile, Uruguai e Paraguai.
		A Confederação é formada através de diversos Estados Soberanos colocados uns ao lado de outros, decorrente de um tratado internacional. Na Confederação os Estados mantêm soberania. Talvez por isto, Michel Temer não considera a Confederação como forma de Estado, haja vista que se “assenta em tratado internacional entre Estados soberanos (que não abdicam de sua soberania) e não em Constituição”. As 13 colônias americanas, logo após a conquista da independência da Inglaterra em 1776, formaram uma Confederação. 
		No Estado Federal (também conhecido por Federação) ocorre uma “sofisticada repartição de competências entre o Poder Central, denominado “União”, os Estados-membros e, no caso da Federação Brasileira, os Municípios e o Distrito Federal” (Leda Pereira Mota – Celso Spitzcovsky). 
		A origem do Estado Federal moderno, tal como o conhecemos na atualidade, é tipicamente norte-americana. Surgiu nos Estados Unidos, com a Constituição de 1787. 
		No Estado Federal há que se distinguir soberania e autonomia e seus respectivos titulares. O Estado Federal é o todo, dotado de personalidade jurídica de Direito Público Internacional, é o único titular da soberania como pessoa reconhecida pelo Direito Internacional. A União é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno. Os Estados-membros são entidades federativas componentes, dotadas de autonomia e também de personalidade de Direito Público interno (José Afonso da Silva). Os Municípios e o Distrito Federal, também possuem autonomia e são também pessoas jurídicas de Direito Público interno.
		O Brasil, após a proclamação da Independência (1822), adotou como forma de governo a monarquia e, enquanto forma de Estado, o Estado Unitário. O império do Brasil não possuía, descentralização política, apenas descentralização administrativa: seu território foi dividido em províncias, cuja estrutura foi consolidada na Constituição de 1824 (Alexandre Mariotti). A realidade histórica da República e do Federalismo tem por origem a derrubada da monarquia, em 15 de novembro de 1889. Adotou-se então como forma de governo a República e como forma de Estado o Estado Federal. Toda esta mudança de estrutura foi definitivamente consolidada com a Constituição de 1891.
Características do Estado Federal
		A doutrina aponta como características da existência de Estado Federal: 
Existência de uma Constituição como base jurídica do Estado.
	O Estado Federal surge de uma Constituição. A Constituição, como Lei Fundamental, representa, no Estado Federal, o pacto ou a aliança firmada pelas entidades que o integram. A Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, deu origem ao Estado Federal brasileiro atual. Logo no preâmbulo consta: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático (...)”. O artigo 1º, de forma definitiva sela o pacto ao afirmar: “A República Federativa do Brasil, é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”.
Autonomia das entidades federadas através da repartição constitucional de competências
		No Estado Federal, como união de coletividades políticas autônomas, existem vários centros decisórios. O artigo 18 da nossa Constituição afirma: “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”.
		A razão de ser do Estado Federal, como já vimos, reside na descentralização política, que significa repartição constitucional da capacidade de emissão de normas jurídicas,para que cada esfera de poder possa controlar as condutas dos agentes públicos e dos cidadãos em determinada comunidade jurídica. Assim, a Constituição distribui à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, diversas competências que estudaremos nos artigos 21 a 32.
Participação das vontades dos Estados-membros na vontade nacional 
		No Estado Federal o poder político é compartilhado pela ordem jurídica central (União) e pelas unidades federadas periféricas (Estados-membros). Para garantir a participação ativa dos Estados-membros na condução das atividades políticas de nível nacional, garante-se no Estado Federal, a existência de um poder legislativo bicameral, destacando-se : “ O Senado Federal compõem-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal e cada Estado e o Distrito Federal elegerão três senadores”. (CF/88, art. 46, caput, e §1º). A “Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo” (CF/88, art. 45, caput,); As palavras de Michel Temer esclarecem que “é no Senado, em face da paritariedade da representação, que se moderará a atividade legislativa da Câmara dos Deputados quando, nesta, a legislação tiver o objetivo de beneficiar determinadas regiões em detrimento do todo nacional. É no Senado que se promove o equilíbrio dos interesses federativos”.
Rigidez Constitucional
		Decorre da maior dificuldade no processo de emenda à Constituição do que de qualquer outra lei do país. Da rigidez da constituição surge a supremacia constitucional. Se você estiver muito curioso é só dar uma “olhadinha” no que diz o art. 60 da Constituição do Brasil. 
Ausência do direito de secessão (as partes não podem separar-se do todo)
		Exatamente em razão de a soberania ser atributo do Estado Federal e não dos Estados-membros é que estes não poderão se retirar do pacto federativo, pois não possuem mais soberania que legitime uma decisão separatista. A Constituição na primeira das cláusulas pétreas proíbe a extinção da Federação ao afirmar que não será objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir a forma federativa de Estado (art. 60, §4º, I). Ademais, no art. 34, inciso I, é enfática ao prever a hipótese de “ intervenção federal nos Estados e no Distrito Federal para manter a integridade nacional”. 
Existência de um órgão constitucional supremo incumbido do controle da constitucionalidade da leis 
		Tal característica decorre da Rigidez da Constituição e da Supremacia da Constituição em relação às demais leis. A existência de um órgão incumbido do controle de constitucionalidade ocorre apenas com uma Constituição rígida. De nada adiantaria a previsão de rigidez da Constituição sem o seu respectivo mecanismo de controle. 	Ademais, cabe ao Supremo Tribunal Federal exercer o papel de órgão solucionador de eventuais conflitos existentes entre os Estados-membros, ou entre estes e a União (CF/88, art. 102, I, f). No Brasil o Supremo Tribunal Federal -STF é o guardião da Constituição. 
 
Formas de governo		
Monarquia : hereditariedade Inglaterra, Espanha e Japão 
	 		 vitaliciedade
República : eletividade Brasil, Estados Unidos, Portugal
			 temporariedade
Sistemas de governo
Parlamentarismo: 
chefia dual do Poder Executivo : há um chefe de Estado e há um chefe de Governo
 a permanência do chefe de governo depende da confiança do Poder Legislativo. 
	A esta segunda característica a doutrina denomina de responsabilidade política. No parlamentarismo a chefia de governo é exercida pelo primeiro Ministro. 
		O Brasil já teve duas experiências parlamentaristas na sua história constitucional. O parlamentarismo foi adotado durante o império, chegou ao fim com a Constituição de 1891, que adotou o presidencialismo. Mais recentemente o parlamentarismo ressurgiu por um curto período e durou apenas 1 ano e 4 meses (de 02/09/1961 a 23/01/1963) como solução encontrada para a crise política surgida com a renúncia do Presidente Jânio Quadros. 
Presidencialismo
chefia singular do Poder Executivo : o Presidente é ao mesmo tempo chefe de Estado e chefe de Governo
permanência do Presidente independe da confiança do Poder Legislativo.
 	No presidencialismo o Presidente da República exercerá o cargo por período fixo, não necessita da maioria parlamentar para manter-se no cargo. O Poder Legislativo só poderá afastar um Presidente da República no caso do cometimento de crime de responsabilidade ou de crime comum. Para quem tiver interessado nas regras constitucionais para se afastar o Presidente poderá encontrá-las nos artigos 85 e 86; 51, I, e 52, I, parágrafo único. O Brasil é fortemente Presidencialista desde a proclamação da República em 1889, sem qualquer experiência parlamentarista que possamos reputar de significativa. 
Regime político: democrático e ditatorial
democrático – há participação do povo no processo político
ditatorial – não há a livre participação do povo no processo político, as 
 eleições não são livres, 
		A nossa Constituição realça e traduz a democracia ao afirmar: “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (art. 1º, e parágrafo único). A expressão “diretamente” deve ser entendida à luz do art. 14, incisos I a III, mediante os instrumentos do plebiscito, referendo e iniciativa popular” (art. 14, I a III).
		Democracia direta é a forma inicial da democracia, tal como praticada na antiga Grécia. A participação dos cidadãos nas decisões políticas era exercida pessoalmente sem intermediários (em espaço público se reuniam, debatiam e decidiam o assunto em pauta). 
		Democracia representativa é a sua forma atual na qual a participação dos cidadãos na tomada de decisões políticas se dá por intermédio de representantes eleitos
		A CF/88, consagra como vimos a democracia representativa sem desprezar os instrumentos da democracia direta (plebiscito, referendo, iniciativa popular) pelo que origina uma forma de democracia mista ou semidireta. 
Constituição: conceito e origens 
		Conceito – é a lei fundamental do Estado, sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras (lembrem-se: no Brasil a Constituição é escrita), que regula a forma do Estado, a forma de governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese a constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado (José Afonso da Silva). Uma Constituição é a certidão de nascimento da estrutura jurídica do Estado. Instaura uma ordem jurídica absolutamente nova rompendo todos os vínculos com a ordem anterior.
		Origens – o surgimento das constituições está ligado ao constitucionalismo, movimento que se originou da luta pela liberdade diante de governos absolutistas e por um conjunto mínimo de preceitos asseguradores da tripartição das funções estatais (executiva, legislativa e judiciária) e dos direitos individuais a serem respeitados não só pelos governos, mas também pelos demais cidadãos. O marco histórico está ligado às Constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos, em 1787, após o curto período em que adotou a forma de Estado conhecida por Confederação, em seguida a independência obtida da Inglaterra pelas 13 colônias. Bem como a Constituição da França, de 1791, após a Revolução Francesa. 
Classificação das Constituições
Quanto à forma:
Escrita – codificada e sistematizada em um único texto solenemente estabelecido e emanado de um Poder Constituinte.
Não-escrita – conjunto de usos, costumes, jurisprudência documentos esparsos não codificados, reconhecidos pela sociedade como estruturadores Exemplo: Constituição da Inglaterra e a de Israel. Conhecida também como constituição costumeira.Quanto ao modo de elaboração:
Dogmática - conceito conexo com o de constituição escrita, sistematiza dogmas e idéias elaborados por um poder constituinte.
Histórica - resulta de lenta evolução histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado. Conhecidas também como constituição costumeira, constituição não-escrita. 
Quanto à extensão:
Sintética - prevê somente princípios e normas que regulam a forma de Estado e de Governo, estruturação dos Poderes, limites aos Poderes por meio de direitos e garantias individuais fundamentais. Conhecidas também como: constituição garantia, constituição material. 
Analítica - examina e regula todos os assuntos que entenda relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado, tais como : orçamento; saúde, previdência e assistência social; educação, cultura e desporto; ciência e tecnologia; comunicação social; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso; índios etc. Outros nomes : constituição formal, constituição dirigente. 
Quanto à origem:
Promulgada - surge através do trabalho de uma Assembléia Nacional Constituinte composta de representantes do povo eleitos com a finalidade de sua elaboração. Conhecidas como: democráticas ou populares. 
Outorgada - são impostas por um regime autoritário sem a participação popular. 
Quanto à estabilidade ou alterabilidade:
Rígida – é a constituição que só pode ser alterada através de processo legislativo especial, dificultoso e solene (como a nossa), distinto do que é estabelecido para elaboração das leis ordinárias. 
Flexível – é a constituição que permite ser modificada pelo mesmo processo legislativo para a elaboração das leis ordinárias. Modifica-se a Constituição como se modifica qualquer outra lei. Também são conhecidas como plásticas.
Semi-rígida - Possui parte rígida e outra flexível. Para sofrer modificação, uma parte do seu texto exige processo dificultoso, enquanto outra parte pode ser modificada pelo processo legislativo ordinário. Serve de exemplo a Constituição brasileira de 1824, que em seu art. 178 dizia: “É só constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos e Individuais dos cidadãos; tudo o que não é constitucional pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias”. 
	A Constituição Brasileira de 1988 é : ESCRITA; ANALÍTICA, DOGMÁTICA; 
 PROMULGADA; RÍGIDA.
PODER CONSTITUINTE
		A idéia de Poder Constituinte advém do pensador francês Sieyès, elaborada nos momentos que antecederam a Revolução Francesa, em sua obra "que é o Terceiro Estado". Discute-se, na doutrina, quem seja o titular do Poder Constituinte, para uns é o povo, para outros a nação. O que de fato importa é que o Poder Constituinte Originário se manifesta pela eleição de uma Assembléia Constituinte ou por uma revolução. Tem o poder de destituir o governo anterior e tem a capacidade de constituir um novo governo. Contém força normativa para editar normas jurídicas sem que nisto seja limitado pela normatividade anterior. 
								Originário
Espécies de poder constituinte :		 Derivado
								Decorrente
ORIGINÁRIO - é o poder de ELABORAR a Constituição, tem como características ser inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
Inicial - pois sua obra a Constituição é a base da ordem jurídica, ao criar o Estado.
Ilimitado e autônomo - porque não está limitado pelo direito anterior, não tendo que respeitar os limites postos pelo direito antecessor.
Incondicionado - por não está sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar sua vontade, não tem que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização. 
DERIVADO - também conhecido pelos nomes: poder reformador, poder constituinte de segundo grau, e poder constituído. Trata-se do poder de REFORMAR a constituição. A Reforma é gênero que pode dar-se sob a espécie de EMENDA, art. 60, da CF/88; ou sob a espécie de REVISÃO, art. 3º, do ADCT- Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. No Brasil o Poder Constituinte DERIVADO é exercido pelo Congresso Nacional. Este poder de reforma está inserido na própria Constituição, tem como características ser derivado, subordinado, e condicionado: 
 
Derivado - porque retira sua força do poder constituinte originário; 
Subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional, às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; 
Condicionado porque seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal. 
DECORRENTE - é também derivado, consiste na possibilidade que os Estados-membros têm de elaborar suas respectivas CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS, sempre respeitando os princípios estabelecidos pela Constituição Federal. 
Limitações ao poder de reforma da Constituição 
Reforma é gênero que compreende duas espécies: a emenda e a revisão.
Emenda à Constituição (art. 60)
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Revisão da Constituição (Art. 3º, do ADCT) 
	“Art. 3º do ADCT- A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral”.
	Esta revisão já foi realizada em 1993, submeteu-se a limitação material de que trata o art. 60, § 4º, e produziu 6 (seis) emendas constitucionais, numeradas de 1 a 6, denominadas emendas constitucionais de revisão.
	
Breves comentários: 
	
	São limitações formais ou procedimentais: 
a iniciativa restrita : só o Presidente da República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; ou mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (incisos I a III).
a discussão e votação nas duas Casas do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambas, 3/5 dos votos dos respectivos membros (§2º).
a promulgação será realizada pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (§3º).
em caso de rejeição a matéria não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (§5º). 
sessão legislativa – é período de reunião anual do Congresso Nacional que vai de 15/fev a 30/jun e de 1º/ago a 15/dez (CF, art. 57, caput,).
São limitações circunstanciais (§1º) : 
	São períodos conhecidos como estados de legalidade extraordinária: intervenção federal (CF,art. 34), de estado de defesa (CF,art. 136) e estadode sítio (CF, art. 137) durante estes períodos a Constituição não poderá ocorrer emenda (§1º, do art. 60, da CF), 
		
	
São limitações materiais: (§4º, I a IV)
as cláusulas pétreas como são conhecidas impedem que sequer seja objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir :
a forma federativa de Estado;
o voto direto, secreto, universal e periódico; 
a separação dos Poderes,
os direitos e garantias individuais 
Essas normas (cláusulas pétreas, núcleo duro) não podem ser modificadas pelos agentes políticos investidos do poder constituinte derivado. Assim, não pode haver emendas constitucionais supressivas sobre os quatro assuntos aqui relacionados. 
Questão (TCU/2000) Assinale a opção correta:
 
a) é pacífico entre nós, que não existem limitações implícitas ao poder constituinte de reforma.
b) uma proposta de emenda à Constituição que tenda a abolir uma cláusula pétrea não pode 
 sequer ser levada à deliberação do Congresso Nacional
c) as emendas à Constituição expressam meio típico de manifestação do poder constituinte 
 originário.
d) a Constituição de 1988 contemplou ao Presidente da República a titularidade para 
 promulgação das Emendas Constitucionais.
e) o poder de reforma ou de emenda é um poder ilimitado na sua atividade de constituinte de primeiro grau.
Princípio da hierarquia das normas jurídicas
		Michel Temer, Ex-Presidente da Câmara dos Deputados e autor do livro Elementos de Direito Constitucional, ensina que : “ No Direito uma norma indica a forma de produção de outra norma, bem como o seu conteúdo. Cada comando normativo encontra respaldo naquele que lhe é superior, eis um exemplo : “ O chefe da Seção de uma repartição pública indefere requerimento por mim formulado. Expediu ele comando individual. Sendo assim, devo verificar se tal preceito firmado por aquele agente público é consoante com normas superiores. Devo compatibilizar aquela ordem com a portaria do Diretor de Divisão (se houver); esta com a Resolução do Secretário de Estado; a Resolução com o Decreto do Governador; este com a Lei Estadual; a Lei Estadual com a Constituição do Estado (se tratar de Federação); esta com a Constituição Nacional” . 
		“Assim, milhares de Ordens de Serviço, Portarias, Resoluções, Decretos, Leis, se reduzem a poucos artigos da Constituição. Ao fazer o percurso abica-se na Constituição. Esse é o fundamento de validade de todo o sistema normativo infraconstitucional ”. 
		Em resumo, podemos afirmar que o princípio hierárquico das normas jurídicas ensina que as normas legais se sobrelevam umas às outras, formando uma figura cujo formato assemelha-se ao de uma pirâmide. O que significa dizer que a criação de uma norma jurídica é determinada por outra. A Constituição se encontra no pico da pirâmide, representa o ápice do ordenamento jurídico de maneira que o conteúdo de todas as leis lhe deve obediência material e formal. Deriva daí o Princípio da Supremacia Constitucional.
		Uma coisa é bom que fique logo clara : não existe hierarquia entre leis federais, leis estaduais e, no caso do Brasil, leis municipais e lei do Distrito Federal, o que de fato existe são campos específicos de atuação, que iremos tratar ao estudarmos repartição constitucional de competências, 9º ponto desta apostila, pág. 94.
Princípio da supremacia da Constituição
		A doutrina distingue supremacia material e supremacia formal da Constituição. A supremacia material advém do conteúdo da Constituição e significa que a constituição é a lei suprema do Estado, pois é nela que se encontram a Organização do Estado, a Organização dos Poderes os Direitos e Garantias Individuais e por este fato se verificará sua superioridade material em relação às demais normas jurídicas. A supremacia material é reconhecida inclusive nas constituições flexíveis e costumeiras. 
		
		A supremacia formal está relacionada ao modo especial de sua mudança ser diferenciado e mais dificultoso do que o das demais normas do ordenamento jurídico, independentemente da matéria tratada. A supremacia formal só se verifica no caso de Constituições rígidas. 
Questão (TCU/2000) Em relação à supremacia material e formal das constituições, podemos afirmar:
a) A formal é reconhecida nas constituições flexíveis.
b) A material está relacionada à produção de um documento escrito.
c) A material tem a ver com o modo como as normas constitucionais são elaboradas.
d) A formal resulta da situação da Constituição no topo da hierarquia das normas, 
 independentemente da matéria tratada
e) A jurisdição constitucional está concebida para proteger a supremacia material, mas não a 
 supremacia formal da Constituição.
Teoria da desconstitucionalização
Antes de qualquer coisa, cumpre esclarecer que a teoria da desconstitucionalização não é aceita pelo ordenamento jurídico brasileiro. De acordo com esta teoria as normas da Constituição anterior, não incompatíveis com a nova Constituição, continuam válidas e em vigor, embora com status infraconstitucional (perdem o status de Constituição e passam a valer com leis). 
Princípio ou teoria da recepção
		A TEORIA DA RECEPÇÃO é um processo pelo qual a nova Constituição recebe as leis já existentes oriundas da ordem jurídica anterior, se o conteúdo das mesmas forem com ela compatíveis (compatibilidade material), evitando o trabalho quase impossível de se elaborar toda a legislação infraconstitucional novamente.
		
		Explica-se: com o advento de nova constituição, todas as leis anteriores perdem seu antigo fundamento de validade (a antiga constituição) para ganhar novo fundamento (a nova constituição). Ao serem recebidas, as leis ganham a natureza que a nova Constituição atribuir as matérias de que elas tratam. Assim, leis anteriores tidas por formalmente ordinárias podem passar a ter conteúdo e eficácia de leis complementares; decretos-lei podem passar a ter natureza de leis ordinárias. 
Estudo de caso: O Código Tributário Nacional
		A lei 5.172, de 25 de outubro de 1966, dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de Direito Tributário aplicáveis a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Na realidade, a referida lei tramitou e foi aprovada como lei ordinária porque a Constituição de 1946 não contemplava a espécie normativa lei complementar. A Constituição de 1988 fixa a competência da lei complementar para estabelecer normas gerais em matéria tributária (CF/88, art. 146, III). O princípio ou teoria da recepção fez com que a lei 5.172/66 fosse recepcionada no que o seu conteúdo for compatível com a CF/88. 
Em resumo: O Código Tributário Nacional, lei n. 5.172/66, é lei formalmente ordinária no nascedouro, entretanto, face à teoria da recepção, tem “eficácia de Lei Complementar”. Assim, só por Lei complementar poderá ser modificada.
Perspectiva da Constituição: sentido sociológico, sentido político e sentido jurídico 
Sentido sociológico – construído por Ferdinand Lassale, em sua obra "Que é uma Constituição?", para ele a constituição deve ser a soma dos “fatores reais de poder que vigoram num país, sendo esta a constituição real e efetiva”. Esses fatores são de ordem econômica, política, militar, religiosa, sindical, etc. Quando a Constituição escrita se distancia da Constituição efetiva não passa de “uma folha de papel”. Neste caso prevalecerá sempre a vontade daqueles que titularizam o Poder, pois este não deriva da “folha de papel”, da Constituição escrita, mas dos fatores reais de poder vigentes na sociedade. 
Sentido político – proposto por Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, para ele a Constituição é fruto de uma decisão política fundamental. Assim é conteúdo próprio da Constituição o que diga respeito à forma de Estado, à forma de Governo, aos órgãos do Poder e à declaração dos direitos individuais. Tudo o mais, embora possa estar escrito na Constituição,é lei constitucional. Assim percebemos: o que para Carl Schmitt é conteúdo próprio da Constituição podemos chamar de norma materialmente constitucional, o mais que assumiu forma constitucional, porque inserido na Constituição, é norma formalmente constitucional, e poderia ser tratado na legislação infraconstitucional . 
Sentido jurídico – defendido por Hans Kelsen, em seu livro "Teoria pura do Direito", a constituição é considerada norma pura, puro dever-ser, sem qualquer pretensão à fundamentação sociológica, política ou filosófica. Para Válber de Moura Agra “A Constituição é vista por Kelsen como o substrato validante de normas infraconstitucionais. Ela tem a função de estruturar um ordenamento de forma lógica e sistêmica, evitando antinomias que fragilizariam sua eficácia. Ele vê o ordenamento jurídico como um sistema hierarquizado, em que cada norma inferior é validada por uma norma superior, até chegar na norma básica que é a Constituição” (Fraudes à Constituição, pág. 43). Todo o trabalho de Kelsen foi no sentido de mostrar que o Direito é uma ciência autônoma, que dispõe de métodos próprios, portanto, “pura”. Kelsen toma a palavra Constituição em dois sentidos: no lógico-jurídico e no jurídico-positivo. No sentido jurídico-positivo equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas. No conceito lógico-jurídico a constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, e aí assume o papel de fechamento do sistema. 
Classificação das normas constitucionais quanto ao conteúdo
Normas materialmente constitucionais - são as que versam sobre forma de Estado e de Governo, estruturação dos Poderes, limites aos poderes em respeito aos direitos e garantias individuais fundamentais. Na origem do constitucionalismo apenas as normas que tratassem destes temas eram consideradas constitucionais.
Normas formalmente constitucionais - Considera norma constitucional sob o aspecto formal toda aquela que se encontre no texto da Constituição. Além das normas acima, são também constitucionais as que tratam de: orçamento, saúde, previdência e assistência social; educação, cultura e desporto; ciência e tecnologia; comunicação social; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso; índios etc. 
	 Hoje em dia essa distinção perdeu importância porquê o critério de modificação do texto é o mesmo para todas as normas sejam materiais ou formais. Ao contrário da nossa 1ª Constituição de 1824 que, sendo semi-rígida, fazia essa distinção para efeito de identificar qual o procedimento para alteração do seu texto. 
Questão (Juiz do Trabalho/MT) Uma norma se diz materialmente constitucional porque:
Está inserida na Constituição.
É formalmente Constitucional.
Caracteriza uma constituição rígida-
Diz respeito à estrutura política do Estado, à organização de seus órgãos e aos direitos fundamentais. 
Classificação das normas constitucionais quanto à Eficácia
	
		No Brasil a classificação mais aceita pela doutrina e pela Jurisprudência, inclusive adotada pelo Supremo Tribunal Federal-STF, pertence a José Afonso da Silva. Este autor classifica as normas constitucionais em: normas de eficácia plena, normas de eficácia contida e normas de eficácia limitada.
Normas de eficácia plena - são aquelas que têm aplicabilidade imediata. Produzem efeitos desde a entrada em vigor da Constituição. São bastante em si, não necessitam da intermediação do legislador infraconstitucional. Ex: O artigo 37, III da CF/88 : “o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez por igual período”. 
Normas de eficácia contida - são aquelas que têm aplicabilidade imediata, Produzem efeitos desde a entrada em vigor da Constituição, mas podem ter os seus alcances reduzidos pela atividade do legislador infraconstitucional, nos termos que a lei estabelecer. Por exemplo: CF/88, art. 5º, XIII - “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Art. 5º, LVIII, “o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. O raciocínio é o seguinte : enquanto as leis não forem produzidas é totalmente livre o exercício de qualquer trabalho ofício ou profissão; bem como não será permitida a identificação criminal daquele que tiver identificação civil. Ao ser editada, tal lei ela poderá conter, reduzir, restringir a eficácia deste dispositivo. Normas de eficácia contida estão presentes no art. 5º, incisos VII, XXXIII, entre outras, etc.
Normas de eficácia limitada - são aquelas que não têm aplicabilidade imediata, pois, só produzirão efeitos após a edição da lei que lhes desenvolva a aplicabilidade. Por exemplo: CF/88, no art. 192, §º 3º, dispõe que : “ As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar”. A interpretação deste dispositivo é a seguinte: enquanto não for editada a lei prevista, a norma constitucional não poderá ser aplicada. José Afonso da Silva subdivide as normas de eficácia limitada em norma de eficácia limitada de princípio institutivo pois prevêem a criação ou estruturação de órgãos: art. 5º, XII, parte final; arts. 18, §4º, 125, §3º; 131; 134, parágrafo único. E em normas de eficácia limitada de caráter programático: 196; 215 ; 195, §7º. 
QUESTÕES 1º PONTO - TEORIA GERAL 
	 			 		 
1 - (Delegado/96-MG) Como forma de Estado, forma de Governo, Sistema de Governo e Regime Político, o Brasil adota, respectivamente :
	a) federalismo, república, presidencialismo e democracia
	b) federalismo, república, democracia, e presidencialismo
	c) democracia, república, semipresidencialismo e democracia
	d) federalismo, república, semipresidencialismo e democracia
	e) estado unitário, monarquia, parlamentarismo e autocracia 
2 - (Fundação Carlos Chagas - Auditor das Constas Públicas/1995 TCE-PE) Tendo em vista as classificações oferecidas pela doutrina, conclui-se que uma constituição pode ser ao mesmo tempo : 
	a) promulgada ou democrática e outorgada
	b) dogmática e histórica
	c) rígida e flexível
	d) escrita e flexível
	e) escrita e costumeira
3 - (Fundação Carlos Chagas - Auditor das Contas Públicas/1995,TCE-PE) As normas constitucionais positivas que tratam da forma de Estado e de Governo, da estruturação do poder e dos direitos e garantias individuais são denominadas : 
	a) constituição em sentido sociológico 
	b) constituição dogmática
	c) materialmente constitucionais
	d) formalmente constitucionais
	e) norma única ou fundamento da Constituição	
4- (Procurador da República/1997) As constituições podem ser classificadas segundo a doutrina, em :
	a) rígidas : aquelas que somente podem ser modificadas mediante plebiscito ou por Assembléia Constituinte eleita para tal fim	 
	b) flexíveis : as que podem ser reformadas mediante processo de emenda à Constituição exercido pelo Poder Constituinte derivado 
	c) rígidas : aquelas que somente podem ser modificadas por meio de processo distinto do de elaboração de leis ordinárias, realizado pelo Poder Constituinte derivado com as limitações estabelecidas no próprio texto da Constituição 
	d) flexíveis : as que permitem alteração pelo intérprete de suas normas, por não terem caráter dogmático, sendo desnecessária ruptura constitucional
5 - (Procurador da República/1995) O Poder Constituinte Derivado exercido pelo Congresso Nacional para reformar a Constituição :
	a) é limitado apenas pelas cláusulaspétreas
	b) não é inicial, mas é ilimitado e autônomo 		 
	c) é condicionado e secundário, mas tem limitações apenas materiais
	d) tem limitações circunstanciais e substanciais
6 - (TTN/92) A Federação brasileira é formada pela união :
	a) indissolúvel dos Estados e do Distrito Federal
	b) voluntária dos Estados e Municípios e do Distrito Federal
	c) indissolúvel dos Estados e Municípios
	d) voluntária dos Estados e do Distrito Federal
	e) indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal
7 - (ESAF/AFTN/90) A constituição do Brasil é :
	a) flexível e histórica 
	b) escrita e rígida	
	c) semi-rígida e costumeira
	d) escrita e flexível
	e) dogmática e semi-rígida
8 – (Fiscal de Contribuições Previdenciárias/INSS/98) Responda abaixo com “C” para as proposições corretas e com “ E” para as que estiverem erradas :
(1) Conforme a doutrina moderna, em uma república, idealmente, os que exercem funções políticas representam o povo e decidem em seu nome, mediante mandatos renováveis periodicamente.
(2) A constituição que se segue a um movimento revolucionário que conquista o poder, com ruptura da ordem jurídica anterior, é tida como obra do poder constituinte originário.
(3) Uma constituição que se origina de órgão constituinte composto por representantes do povo denomina-se constituição outorgada. 
(4) Constituições, como a brasileira de 1988, que prevêem a possibilidade de alteração do seu próprio texto, embora por um procedimento mais difícil e com maiores exigências formais do que o empregado para a elaboração de leis ordinárias, classificam-se como constituições semi-rígidas. 
(5) Como é típico do princípio republicano, o chefe do Poder Executivo brasileiro, durante a vigência do seu mandato, pode ser responsabilizado por crimes políticos, embora não o possa ser por crimes comuns 
9 – (Procurador Autárquico do INSS/98) Julgue as alternativas abaixo com “C” para as proposições corretas e com “ E” para as que estiverem erradas :
(1) Uma vez que no Brasil são reconhecidas, ao lado dos preceitos expressos no corpo constitucional, normas constitucionais implícitas, é correto afirmar que o ordenamento constitucional brasileiro apresenta também uma constituição não-escrita. 
(2) Toda Constituição escrita é rígida.
(3) Toda norma constitucional, qualquer que seja o tipo de constituição, é dotada de supremacia sobre as demais, em todos os aspectos.
(4) A rigidez das constituições é o pressuposto do controle da constitucionalidade.
(5) A conseqüência precípua da supremacia das normas constitucionais consiste em que todas as normas do ordenamento jurídico e todo o exercício do poder e das competências têm de se conformar com os preceitos constitucionais. 
10 – (Delegado da Polícia Federal/1998) – Julgue os itens abaixo com “C” para as proposições corretas e com “ E” para as que estiverem erradas :
(1) A doutrina constitucionalista aponta o fenômeno da expansão do objeto das constituições, que têm passado a tratar de temas cada vez mais amplos, estabelecendo, por exemplo, finalidades para a ação estatal. Considerando a classificação das normas constitucionais em formais e materiais, é correto afirmar que as normas concernentes às finalidades do Estado são apenas formalmente constitucionais. 
(2) As normas constitucionais do ponto de vista formal, caracterizam-se por cuidar de temas como a organização do Estado e os direitos fundamentais.
(3) As normas constitucionais que consagram os direitos fundamentais consubstanciam elementos limitativos das constituições, porquanto restringem a ação dos poderes estatais.
(4) O controle de constitucionalidade das leis pressupõe a existência de uma constituição plástica 
11 – (Delegado da Polícia Federal /98) Em relação ao Estado brasileiro julgue os itens abaixo com “C” para as proposições corretas e com “ E” para as que estiverem erradas :
(1) O Brasil é uma república federativa, de modo que os componentes da federação, notadamente os Estados-Membros, detêm e exercem soberania.
(2) A adoção, pelo Brasil, do princípio republicano em lugar do monárquico produz conseqüências no ordenamento jurídico, tais como a necessidade de meios de legitimação popular dos titulares dos Poderes Executivos e Legislativo e a periodicidade das eleições.
(3) Não há, no sistema constitucional brasileiro, uma rigorosa divisão de poderes; as funções estatais é que são atribuídas a diferentes ramos do poder estatal, e de modo não-exclusivo. 
(4) O princípio que repousa sob a noção de Estado de direito é o da legalidade.
(5) No Estado democrático de direito, a lei tem não só o papel de limitar a ação estatal como também a função de transformação da sociedade.
2º PONTO - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Breves comentários:
As noções básicas para entendermos os conceitos acima já estudamos no ponto relativo à teoria geral, faremos apenas um breve lembrete:
República – forma de governo que se caracteriza pela eletividade e temporariedade dos mandatos.
Federativa – forma de Estado cujas principais características são a descentralização do poder político, repartição constitucional de competências, participação das vontades parciais na vontade nacional, constituição rígida e órgão incumbido do controle de constitucionalidade das leis.
Brasil – nome do país.
união indissolúvel – impede a secessão (separação).
Estado Democrático de Direito – onde governantes e governados têm condutas pautadas em leis livremente votadas. 
a Soberania – poder supremo dentro dos limites territoriais do Estado Brasileiro e independente em relação aos demais estados.
a Cidadania – parcela do povo que é titular de capacidade eleitoral. Povo são os brasileiros natos e naturalizados. População é o somatório dos brasileiros natos, naturalizados, estrangeiros e apátridas. 
a Dignidade da pessoa humana – valorização ao extremo da pessoa humana. No corpo da Constituição iremos estudar diversos direitos que se originam deste fundamento. 
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa – realça o fundamento ordem social e econômica e estabelece o capitalismo. 
O pluralismo político – fundamento da democracia, expressa a tolerância e o respeito à liberdade de expressão.
Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Breves comentários
Ao afirmar que “todo poder emana do povo” o parágrafo destaca o fundamento do regime político democrático. O exercício do poder dar-se-á por meio de “representantes eleitos” (democracia representativa), ou “diretamente nos termos desta Constituição” (democracia direta). Os instrumentos da democracia direta se encontram no capítulo dos direitos políticos (art. 14, I a III), são o plebiscito, o referendum e a iniciativa popular.
Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Breves comentários: 
O Estado brasileiro adota como princípio fundamental a separação dos poderes, que ganhou dimensão definitiva na Europa a partir das idéias de Montesquieu, deixando para trás o Absolutismo até então vigente.
Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Breves comentários. 
Trata-se de finalidades, de objetivos fundamentais, de norte, de direção, enfim são intenções e programas a serem perseguidos pelo Estado Brasileiro. A sua consecução, ou não, estará diretamente relacionada às pressões que as diversas forças interessadas exercerem sobre a formulação e execução das políticas publicas. 
Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Breves comentários: 
Trata-se, em sua maioria, de princípios do Direito Internacional Público.
Independência nacional – é princípio que representa a face externa da soberania nas relações internacionais.
Prevalência dos direitos humanos – os direitos humanos são alçados internacionalmente numa hierarquia superior aos demais direitos. Autorizam, em situações extremas, até a intervenção internacional (através da ONU) em Estados soberanos, a exemplo do que ocorreu recentemente na Iugoslávia. 
Autodeterminação dos povos – o povo (aquele que tem um vínculo jurídico com determinada ordem jurídica) tem direito de determinar-se de acordo com suas próprias escolhas.
Não-intervenção – princípio que está diretamente relacionado ao princípio da independência. 
Igualdade entre os Estados – princípio também diretamente relacionado com o da independência. 
Defesa da paz – como princípio, em suas relações externas, o Estado brasileiro repudia o conflito armado e busca deliberadamente uma convivência pacífica.
Solução pacífica dos conflitos - decorrente natural da defesa da paz.
Repúdio ao terrorismo e ao racismo – deixa claro o posicionamento contrário do Brasil em relação a atos de violência praticados por grupos revolucionários radicais; e posicionamento favorável à igualdade das raças.
Cooperação entre os povos para progresso da humanidade – princípio que demonstra a disposição do Estado Brasileiro em interagir com os demais Estados em busca do progresso.
Concessão de asilo político – princípio que garante acolhida aos que buscam refúgio por motivos políticos.
Parágrafo único - A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
	Breves comentários: 
		A América Latina é constituída por aqueles países do continente americano (compreende: América do sul, América central e América do norte) colonizados por povos cuja língua deriva do latim (português, espanhol, francês, italiano, entre outros). 
		Por curiosidade, desta integração econômica, política, social e cultural, de que trata o parágrafo único, estaria excluído os Estados Unidos, que têm origem anglo-saxônica. Anglo-saxão (significa inglês arcaico). 
QUESTÕES 2º PONTO - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
(TTN/92– AM). A federação brasileira é formada pela união
indissolúvel dos Estados e do Distrito Federal
voluntária dos Estados e Municípios e do Distrito Federal
indissolúvel dos Estados e Municípios
voluntária dos Estados e do Distrito Federal
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal
(TTN/98). Assinale a assertiva que não contém um princípio fundamental do Estado Democrático de Direito fundado pela Constituição de 1988.
a fidelidade partidária
a cidadania
a dignidade da pessoa humana
a soberania
o pluralismo político
(TTN/94-SP). É (são) objetivo(s) fundamental(tais) da República Federativa do Brasil:
prevalência dos direitos humanos
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
defesa da paz
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais
independência nacional
(TTN/94-PE). Assinale a hipótese em que não figura um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, adotados explicitamente ao Título I da Constituição.
Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
Economia de mercado livre da ingerência estatal.
Pluralismo Político.
Cidadania.
Soberania
(TTN/94-PE). A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo seguinte princípio:
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
Construção de uma sociedade livre, justa e solidária
pluralismo político
garantia do desenvolvimento nacional 
concessão de asilo político
(MPU/93). É objetivo da República Federativa do Brasil dentre outros:
solução pacífica dos conflitos
autodeterminação dos povos
prevalência dos direitos humanos
cidadania
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais
(MPU/93). A República Federativa do Brasil tem por fundamento, dentre outros, 
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
garantir o desenvolvimento nacional
a autodeterminação dos povos
construir uma sociedade livre, justa e solidária
a defesa da paz 
(MPU/93). A República Federativa do Brasil tem por princípio nas relações internacionais, dentre outros, 
erradicar a pobreza e marginalização social
a concessão de asilo político
a cidadania
pluralismo político
a dignidade da pessoa humana
 (AFTN/96). Assinale a opção correta.
Entre os princípios fundamentais da ordem constitucional, no que respeita as relações internacionais, não se encontra a concessão de asilo político.
texto constitucional reconhece expressamente a possibilidade de transferência de parcela de soberania a entes supranacionais.
A igualdade entre os Estados é princípio fundamental da República Federativa em suas relações internacionais.
direito editado por autoridades supranacionais integra a ordem jurídica brasileira independentemente de qualquer processo de recepção ou de transformação.
Os princípios gerais de direito internacional público têm preeminência em relação ao direito positivo ordinário do sistema constitucional brasileiro.
�
3º PONTO - DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
	Breves comentários: 
 
		No caput se encontra o Princípio da Igualdade formal ou princípio da isonomia. O que se veda (proíbe) são diferenças arbitrárias, discriminações absurdas, pois, tratamento desigual em casos desiguais, na medida em que desigualam (igualdade material), é exigência tradicional do próprio conceito de justiça . Assim, só se tem por violado este princípio quando o elemento discriminador não se encontra a serviço de uma finalidade acolhida pelo direito. 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Traduz a igualdade entre os sexos permitindo apenas as diferenças que a própria constituição trouxer (de que é exemplo a licença: paternidade de 5 dias para o homem; maternidade de 120 dias para a mulher).
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
O inciso traz a tona o princípio da legalidade, um dos alicerces do Estado de Direito. Decreto, portaria não se prestam a determinar obrigações de fazer ou deixar de fazer. 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumanoou degradante;
Já estudamos que a dignidade da pessoa humana se constitui em um fundamento da República federativa do Brasil, pois bem, este inciso é corolário daquele fundamento. 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
A liberdade de pensamento decorre do direito à liberdade, constante no caput deste artigo, e é própria dos Estados Democráticos de Direito. 
A proibição ao anonimato é necessária para, sabendo-se quem seja o autor, o eventual prejudicado defender-se e peticionar eventual indenização pelo abuso do direito de manifestação do pensamento.
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Este inciso assegura ao ofendido o direito de resposta. A proporcionalidade deve ser observada mediante a utilização do mesmo meio da ofensa (exemplo: se a ofensa foi por jornal o direito de resposta será por jornal); a indenização, através de ação judicial própria, Dano material (abrange os danos emergentes e os lucros cessantes). Dano moral (diz respeito à intimidade, é desnecessário saber-se se a terceira pessoa tomou conhecimento). Dano à imagem (atinge a pessoa em suas relações externas, ou seja, a maneira como ela é vista por outras pessoas). 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Tratam-se de coisas distintas. Uma diz respeito a liberdade de consciência e de crença. Outra trata do respeito ao exercício do culto religioso. A terceira garante proteção aos locais onde são realizados os cultos. 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Entidades de internação coletiva são hospitais, asilos, presídios, quartéis etc. Tendo em vista que os internos não podem ir até os locais onde está a sua religião, o Poder público está obrigado a permitir que isso aconteça nos locais em que se encontram internados. 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
A norma é notadamente de eficácia contida. A lei dirá qual a prestação alternativa que terá que ser cumprida por aquele que, se eximir, por motivo de crença religiosa (ex: um budista) ou de convicção filosófica (um pacifista) ou política (um marxista), da obrigação legal a todos imposta (ex: serviço militar). Só será privado de direitos caso se recuse a cumprir a prestação alternativa.
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Complementa este inciso o §2º, art. 220, da Constituição que “veda toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. No entanto, compete à lei federal exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e de televisão, informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada, bem como estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas de rádio e televisão que desrespeite os valores éticos e sociais (art. 21, XVI, c/c art. 220, §3º, I e II, art. 221, I e IV). 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
O direito a privacidade decorre do direito à liberdade, de que trata o caput. São válidos os comentários feitos quando discutimos o inciso V. 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
De todos os incisos que comentamos, este é sem dúvida o mais solicitado pelos concursos. Temos que deixar claro: 1 – em caso de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro, pode-se entrar sem consentimento do morador a qualquer hora do dia ou da noite; 2 – afora três hipóteses, só durante o dia com autorização judicial (cuidado : com as cascas de banana do tipo “autorização policial” autorização do promotor”). Sabendo disto você não errará a questão. 
Quanto a questão do dia, o art. 172 do CPC dispõe que : “os atos processuais realizar-se-ão das 6 às 20 horas”.
Flagrante delito: o art. 302 do CPP : “ considera-se em flagrante delito quem : está cometendo a infração penal; acaba de cometê-la; é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser ele autor da infração; é encontrado, logo depois com instrumentos, que façam presumir ser ele autor da infração” . 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
 Inciso reiteradamente solicitado nos concursos, ao qual você deverá dar a máxima atenção. Em face de sua importância vou reproduzi-lo: É inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por (1) ordem judicial, nas (2) hipóteses e na forma que a lei estabelecer para (3) fins de investigação criminal ou instrução processual penal
No tocante as comunicações telefônicas existe exceção desde que satisfeitas, ao mesmo tempo, as seguintes condições : a) ordem judicial; b) lei que estabeleça as hipóteses e; c) seja para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Não esqueçam: trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, assim, só poderá o juiz ordenar nas hipóteses da lei, e enquanto esta não for editada, não poderá o juiz expedir tal ordem. 
A lei 9.296/96 , de 24.7.1996, regulamentou este inciso e no art. 2º, afirmou que não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer destas hipóteses : 
Não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
A prova puder ser obtida por outros meios disponíveis;
fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 
JURISPRUDENCIA DO STF : 
 
O Supremo Tribunal Federal decidiu que a Constituição de 1988 não recepcionou a legislação anterior (art. 57, II, “e”, Lei 4.117/62, Código Brasileiro de Aeronáutica) sobre escuta telefônica, portanto, é ilícita a prova obtida por este meio, ainda que precedida de ordem judicial, enquanto ausente a edição da lei exigida constitucionalmente (a lei nº 9.296/96, foi editada para regulamentar o inciso XII, parte final do art. 5º , da Constituição Federal em 24.07.96).
	Em caráter excepcionalíssimo poderão ocorrer restrições aos direitos indicados neste inciso, (estado de defesa e estado de sítio), art. 136, § 1º, b e c, e art. 139, III, respectivamente. 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Trata-se de norma constitucional de eficácia contida. Enquanto não for promulgada a lei é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão. Exemplo qualquer um de nós pode exercer a profissão de pedreiro; o mesmo não acontece com as profissões de engenheiro, médico ou advogado, pois, nestas, só poderemos exercê-las se atendermos as qualificações e os requisitos, estabelecidos nas leis respectivas. 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercícioprofissional;
Qualquer pessoa tem o direito constitucional de ser informado sobre aquilo que não estiver protegido por sigilo oficial. Por outro lado determinadas informações que poderão comprometer quem as forneça, para que cheguem a público o Constituinte assegurou ao profissional de imprensa o direito de manter o sigilo a respeito de quem as forneceu. 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
 Este inciso não tem provocado controvérsias nos concursos. Quando consta, requer apenas o uso da memória do candidato. Para William Douglas “ implicitamente a reserva legal (passaporte, pagamento de taxas, etc). se refere aos estrangeiros que queiram entrar ou sair do país em tempo de paz e aos brasileiros e estrangeiros que pretendam circular entrar ou sair do território nacional em tempo de paz ....qualquer cerceamento da liberdade de locomoção com ilegalidade ou abuso de poder será coibido pela impetração de habeas corpus ”.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Este inciso, apesar de bastante solicitado nos concursos, não tem originado interpretações complexas Muito cuidado: esse prévio aviso não é requerimento ou pedido; é comunicação e tem por objetivo não prejudicar outra reunião já marcada para o mesmo local. Por reuniões entenda-se, entre outras, passeatas de protestos, comícios, procissões. 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
 Estes cinco incisos cuidam de associações. Vamos comentá-los em bloco, destacando os principais aspectos de cada um. 
 Associações são pessoas jurídicas de direito privado, têm existência distinta da dos seus membros (art. 16, I , c/c art. 20, Código Civil). A Constituição afirma ser livre (sem interferência do Poder Público) a criação e o funcionamento das associações; determina que os fins hão que ser lícitos; não permite que as pessoas sejam forçadas a associarem-se ou a permanecerem associadas; proíbe as de caráter paramilitar (que imita a estrutura militar sem dela fazer parte); só poderão ter suas atividades suspensas por decisão judicial e exige trânsito em julgado da sentença (aquela da qual já não caiba recurso) , para dissolvê-las compulsoriamente. 
 Quanto à legitimidade ativa para representar seus filiados, segundo a interpretação de William Douglas, exige-se autorização expressa do associado, específica para cada ação judicial ou procedimento extrajudicial. Daí decorre se tratar de representação processual e não de substituição processual. Diferentemente dos sindicatos, pois estes, em ações coletivas, poderão exercer substituição processual, desde que haja previsão em lei. 
No tocante às cooperativas a sua criação será regulada por lei, no entanto, também é indevida a interferência estatal em seu funcionamento.
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Estes incisos, e os demais que tratam do direito de propriedade, são muitíssimos solicitados em concursos. Em face disto dedique toda a sua atenção. 
A Constituição ao assegurar o direito de propriedade, adota o sistema econômico capitalista. A propriedade, entretanto, terá que atender a função social. E quando se considera que a propriedade cumpre a função social? Bem, para você saber basta ler o § 2º, do art. 182, para conhecer a função social da propriedade urbana; e ler o art. 186, I a IV, para conhecer a função social da propriedade rural. 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
É muito importante que você distinga as palavras-chaves sublinhadas. As hipótese de desapropriação são necessidade pública, utilidade pública, ou por interesse social e requer, em regra, indenização justa, prévia e em dinheiro. No entanto, há exceções.
	A parte final do inciso XXIV, ressalva os casos previstos na Constituição. E que casos são esses? Tratam-se dos casos de indenização para fins de : reforma urbana ; reforma agrária; e cultivo de plantas psicotrópicas (nome bonito para....). Nos dois primeiros casos requerem indenização justa e prévia. Se você estiver sentindo falta do dinheiro, poderá até se encontrar “liso”, mas estará sendo muito esperto. No último caso a desapropriação será sem qualquer indenização. Vejamos: 
É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica, para área incluída no plano diretor, exigir desapropriação de solo urbano não edificado, subtilizado ou não utilizado, mediante o pagamento em títulos da dívida pública, com emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 anos (CF, inciso III, do §4º, do art. 182)
Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir do segundo ano de sua emissão (CF, art. 184, caput). Atenção, as benfeitorias úteis e as necessárias serão indenizadas em dinheiro (art. 184, §1º). 
As glebas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas (significa o mesmo que desapropriadas) sem qualquer indenização e destinadas ao assentamento de colonos (CF, art. 243) 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Este inciso, quando solicitado nos concursos, sempre vem acompanhado de algumas “pegadinhas”. Estará errada uma questão que afirmar que "a indenização, no caso de iminente perigo público terá que ser “prévia”; ou então que "haverá direito do proprietário à indenização “independente” da existência de dano. Basta ficar atento e você acertará a questão. 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Este inciso, ao contrário do anterior, não requer maiores exigências de esperteza. Trata-se como diz Gabriel Dezen Júnior de exceção a regra geral da penhorabilidade dos bens dados em garantia de financiamentos. 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
Este inciso também não provoca controvérsias. Dedique especial atenção ao fato do direito autoral perdurar por toda a vida do autor e ainda ser transmissível aos seus herdeiros. A lei nº 9.610, de 19.2.1998, que consolida a legislação sobre direitos autorais, no art. 41, dispõe que : “os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1º de janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil”. Para a lei “autor é a pessoa física

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