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saude da criança

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PÉ TORTO CONGÊNITO.
Definição: O PTC é definido como uma deformidade caracterizada por mau alinhamento complexo do pé que envolve partes moles e ósseas, com deformidade em equino e varo do retropé, cavo e adução do médio e antepé. Com incidência aproximada de um para cada 1.000 nascidos vivos predominam no gênero masculino, na proporção de 2:1, e tem acometimento bilateral em 50% dos casos. São encontradas variações populacionais em relação à incidência sendo que, nos chineses, é cerca de 0,39 casos por 1.000 nascidos vivos, nos caucasianos um a três casos por 1.000 nascidos vivos, enquanto que nos havaianos ocorre em cerca de sete por 1.000 nascidos vivos. O pé torto congênito é uma deformidade no desenvolvimento embrionário e afeta músculos, ossos, tendões e vasos sanguíneos. O pé torto congênito pode ser dividido em duas vertentes: 
Unilateral: Quando apenas um dos pés é virado para dentro.
Bilateral: Quando ambos os pés são virados para dentro. Esse tipo é o mais comum.
Tipos: 
Postural: resultante de posicionamento errado dentro do útero, não apresenta rigidez e não tem eqüinismo de calcâneo, que é palpável na sua posição original. É um pé que reduz com facilidade e responde muito bem ao tratamento conservador em poucas semanas.
Pé torto idiopático: constitui-se na grande maioria dos casos de pé torto congênito e caracteriza-se por ser muito rígido, com deformidades bem-estruturadas, e não reduz com manipulações. Sua resposta ao tratamento conservador é bem menor. As estatísticas variam muito em relação aos resultados de tratamento conservador de pé torto congênito, devido principalmente a uma falta de critérios bem-estabelecidos e universalmente adotados para diagnóstico, tratamento, avaliação inicial. Por isso é muito difícil comparar resultados nesses pacientes.
Teratológicos: são principalmente decorrentes de mielomeningocele e a artrogripose múltipla congênita, nesses pacientes geralmente não há resposta ao tratamento conservador. São pés muitos rígidos, com a pele lisa e sem pregas ou dobras cutâneas e esses pacientes apresentam um índice muito alto de recidivas, mesmo com tratamento cirúrgico bem-estabelecido. O síndrômico é quando faz parte de uma síndrome bem definida (Freeman-Sheldon, Down, Pirre-Robin, Larsen) geralmente bilateral.
Causas: 
Não se conhece o fator principal que ocasiona o pé torto congênito, mas algumas teorias procuram explicar o mecanismo pelo qual se desenvolve a deformidade. De acordo com a teoria esquelética, o defeito primário estaria na deformidade de alguns ossos do pé. A teoria muscular fundamenta-se em achados de estudos ao microscópio eletrônico, que demonstram alterações de fibras musculares no Pé Torto Congênito. Conforme a teoria neurológica as alterações primárias estariam nos nervos periféricos. A teoria vascular baseia-se no fato de que anomalias arteriais em fetos e embriões podem determinar deformidades congênitas. Existe ainda a teoria da parada do desenvolvimento embrionário que defende a ideia de que o pé permaneceria em seu estado embrionário desde a quinta semana de gestação. Estudos realizados em famílias de pacientes com Pé Torto Congênito comprovam a importância da genética no aparecimento da deformidade, mas o exato mecanismo de herança ainda não foi determinado, talvez por existirem diferentes padrões de herança e causas. De qualquer forma a herança que mais tem sido considerada é a multifatorial, na qual há vários fatores envolvidos no desenvolvimento de uma deformidade congênita. 
Diagnóstico:
O diagnóstico é clinico, pois a doença é evidente logo ao nascimento. Aos raios-x, observa-se diminuição do ângulo formado entre o tálus e o calcâneo, sendo este parâmetro importante no tratamento, necessitando de estar próximo do valor normal para proceder-se a correção da deformidade em equino. O diagnóstico pré-natal pode ser feito por uma ultrassonografia a partir da 20ª a 24ª semana de gestação.
A avaliação deve se registrar os detalhes da história familiar e os antecedentes relativos ao parto. Deve se anotar se o paciente apresenta outras anomalias congênitas, tais como: espinha bífida oculta, luxação congênita do quadril ou presença de deformidade típicas da artrogripose. Os pés devem ser examinados, anotando-se a sua configuração, a extensão da deformidade e o grau de mobilidade, assim como o possível grau de correção passiva e ativa. Deve se avaliar a eficácia dos músculos responsáveis pela eversão e pela flexão dorsal. Os pés da criança devem ser fotografados antes de iniciar o tratamento, e depois a intervalos frequentes, até à alta do paciente. As radiografias, tiradas periodicamente durante o período de crescimento, revelam-se úteis porque mostram a posição exata das articulações.
Tratamento fisioterapêutico
O tratamento deve ser iniciado logo após o nascimento, para que essa criança tenha uma resposta adequada ao tratamento, pois nessa época existe muita elasticidade ligamentar e ainda não ocorreram alterações secundárias adaptativas. A proposta fisioterapêutica visa à correção de todas as deformidades, manter o aspecto anatômico normal e esteticamente corrigido, promover mobilidade funcional e fazer com que esse paciente tenha inicio da marcha na idade normal.
Liberação da Fáscia Plantar: A fáscia plantar é uma densa tira de tecido conjuntivo fibroso que se origina na tuberosidade do calcânea e se inserem nas articulações metatarso-falangianas, esses pacientes apresentam muita tensão nessa região, com isso é importante liberar essa fáscia para devolver a elasticidade e flexibilidade e por fim melhorar a movimentação funcional dos músculos e tecidos moles. Pode ser realizados técnicas de deslizamento superficial, deslizamento profundo e fricções circulares e transversais.
Mobilização articular: A correção passiva consiste em uma reposição fechada, gradativa, das articulações desalinhadas a técnica deve ser frequente, repetitiva e aplicada com delicadeza, esta técnica visa corrigir as deformidades e também aumentar a atividade biológica do liquido sinovial, dessa forma restaurando a mobilidade intra-articular promovendo uma melhora na mobilidade. Primeiro deve se fazer mobilização na metade posterior do pé corrigindo o equinismo, logo depois na região metatarso e na região abaixo do tálus com ênfase de corrigir a adução e a inversão.
Alongamento: O alongamento deve ser feito para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e subsequente melhora a amplitude de movimento, para esses pacientes deve ser feito alongamentos suaves de todos os músculos do complexo tornozelo e pé.
Gesso Seriado: O gesso seriado é usado para tentar corrigir as deformidades existentes e é empregada logo nos primeiros dias de tratamento, até que se consiga um certo grau de correção da posição de pronação e adução do pé. É aplicado três a quatro vezes ao dia com intervalos de dez minutos, lembrando que é importante mobilizar o pé antes de usar o gesso seriado.
Órtese de Denis Browne: O uso da órtese de Denis Browne é utilizada para manter a correção já obtida com os outros recursos. Consiste em um par de botinhas presas sobre placas de metal que repousam sobre uma barra transversa. As pernas são mantidas em rotação externa e os pés em eversão e flexão dorsal, a órtese deve ser usada durante a noite.
 
TORCICOLO CONGÊNITO.
Definição: O torcicolo congênito (TC) é definido como uma contratura unilateral do músculo esternocleidomastoideo que, em geral, se manifesta no período neonatal ou em lactentes. Em crianças com TC, a cabeça fica inclinada para o lado do músculo afetado e rodada para o lado oposto. A sua incidência é de 1: 250 recém-nascidos e a etiologia ainda não estão esclarecida. As hipóteses relativas à etiologia da condição se relacionam ao tocotraumatismo cervical, à isquemia arterial com hipofluxo sanguíneo para o esternocleidomastoideo, à obstrução venosa do esternocleidomastoideo, ao mau posicionamento intrauterino e à hereditariedade. É a forma mais comum de “pescoço torto”.
Causas: Apesar de o TC ser uma doença bemcaracterizada e haver consequências estéticas desfavoráveis para crianças não tratadas precocemente, ainda não há um consenso sobre sua etiologia. Estudos tentam associar estatisticamente a causa do TC com o histórico obstétrico. Uma das possíveis causas e principal fator da patogênese do TC pode ser o trauma no parto.
Quadro Clínico: O quadro clínico do torcicolo é diferente de acordo com a idade do paciente e se o acometimento é unilateral ou bilateral.
Recém-nascidos: O torcicolo nem sempre está presente, e o exame clínico evidencia apenas uma leve inclinação lateral da cabeça e, mais frequentemente, rotação pura da cabeça e face na direção oposta ao músculo comprometido. Duas ou três semanas após o nascimento pode desenvolver-se uma massa fusiforme de consistência endurecida e indolor, localizada no interior do músculo esternocleidomastóideo, que na maioria dos casos regride espontaneamente, no espaço de dois a três meses. Em alguns pacientes, o tumor pode persistir por mais de seis meses e produzir torcicolos até a idade de 9 a 15 meses.
Crianças Maiores de 1 ano: Nestes pacientes, a cabeça encontra-se inclinada em direção ao lado comprometido, com a mandíbula e a face rodadas em direção contrárias. A persistência da deformidade provoca achatamento e assimetria da face, com desnivelamento dos olhos e orelhas, que se situam em um nível inferior ao lado normal. O ombro do lado afetado torna-se elevado, e frequentemente existe uma escoliose cervicodorsal. A rotação e inclinação lateral do pescoço estão diminuídas, enquanto que a flexão e a extensão usualmente são normais.
Diagnóstico:
O diagnóstico diferencial da causa do torcicolo é crítico para o fisioterapeuta, não apenas para confirmar que o diagnóstico correto foi feito, mas também para garantir que o paciente tem indicação para fisioterapia.
Torcicolo congénito Vs Torcicolo congénito postural (TCP). Um paciente com TCP tem sinais que se assemelham a torcicolo congénito, mas sem massa palpável no ECM. Pacientes com TCP têm uma diminuição da capacidade de rodar ou flexionar lateralmente de forma ativa a cabeça, mas têm amplitude normal cervical de forma passiva.
Alterações da visão. Os lactentes com torcicolo ocular tendem a apresentar os sinais posturais do torcicolo, sem restrições na amplitude de movimento cervical. Pacientes com insuficiência dos músculos extra-oculares em um olho tendem a adotar uma postura de cabeça anormal, especificamente uma inclinação da cabeça, para alcançar uma visão binocular clara e evitar a diplopia.
Alterações ósseas. Incluindo subluxação de C1-C2, também conhecida como síndrome de Grisel. Infecções comuns incluem infecção respiratória superior, otite, faringit, sinusite, adenite cervical, e abcesso retrofaríngeo. Quaisquer processos inflamatórios na região cervical superior que irrita os músculos cervicais, nervos ou vértebras, incluindo trauma e intervenção cirúrgica, podem produzir espasmo reflexo, resultando em torcicolo.
Alterações neurológicas. Tumor da fossa posterior, siringomielia, e um tumor da medula espinhal podem causar torcicolo. Os sintomas associados a estas condições podem incluir dores de cabeça, náuseas, vómitos, e sinais neurológicos positivos. Uma avaliação neurológica completa deve ser realizada durante a avaliação inicial do fisioterapeuta, incluindo itens da Neonatal Behavioral Assessment Scale, avaliação da resposta auditiva e visual, consolabilidade, agilidade, atividade mão-boca, controlo da cabeça durante o pull-to-sit, resposta a um pano sobre o rosto, reflexo de Landau e reflexos tónicos simétricos do pescoço.
Tratamento:
Em cerca de 80% dos casos, a fibrose não é suficiente para requerer cirurgia corretiva. Em crianças com menos de 1 ano de idade, o tratamento do torcicolo muscular congênito consiste em exercícios de estiramento muscular. Os exercícios podem ser divididos em duas etapas e devem ser realizados por duas pessoas. Uma das pessoas fixa ambos os ombros e a outra segura a cabeça com uma mão na base do crânio e a outra em torno da mandíbula da criança. A cabeça da criança é então tracionada suavemente. A primeira etapa consiste em tracionar a cabeça da criança com o intuito de afastá-la dos ombros e em seguida realizar uma rotação da cabeça em direção ao lado oposto, de tal forma que a mandíbula aproxime-se do ombro oposto ao músculo lesado. Esta posição deverá ser mantida por 10 segundos. A segunda etapa consiste em tracionar a cabeça, incliná-la ligeiramente para frente e rodá-la ligeiramente para o lado oposto à lesão. Em seguida o pescoço da criança é inclinado lateralmente até que a orelha esteja em contato com o ombro. O estiramento é mantido durante 10 segundos. Estes exercícios devem ser repetidos no mínimo 5 vezes, em 2 ou mais sessões diárias. Também deve ser dada orientação para o preparo do quarto do recém-nascido. O berço deve ser colocado junto à parede e a criança colocada de tal forma que para olhar os estímulos tenha que movimentar a cabeça para o lado da lesão, ou seja, o lado não lesado deverá estar voltado para a parede, quer esteja em decúbito ventral, quer esteja em decúbito dorsal. Dessa forma pode-se conseguir estiramento do esternocleidomastóideo sem necessidade de cirurgia.

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