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RESENHA CRITICA LIVRO NUNCA LHE PROMETI UM MAR DE ROSAS

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PSICOLOGIA 8º PERÍODO
ALUNAS: RACHEL MAUÉS DA SERRA FREIRE PAES – RA: C24471-6
 		 LUCIANA GOMES DO NASCIMENTO – RA: C2402H-0
		
PSICOPATOLOGIA ESPECIAL
RESENHA CRÍTICA 
DO LIVRO NUNCA LHE PROMETI UM JARDIM DE ROSAS
	
Manaus, AM
2017
LIVRO: NUNCA LHE PROMETI UM JARDIM DE ROSAS
AUTORA: HANNAH GREEN
O livro relata a história de internação em um hospital psiquiátrico de uma adolescente de 16 anos, de origem judia, chamada Deborah, que sofria de esquizofrenia hebefrênica, apresentando distorções do pensamento e das percepções (alterações qualitativas e quantitativas da senso percepção) e por afeto inadequado, de uma vida afetiva que não é o padrão normal das relações, com afetos contraditórios. Há um desinvestimento libidinal em si próprio e consequentemente no mundo externo, nas pessoas. Deborah tem alucinações visuais e auditivas e vivência um amplo processo de sofrimento e progressiva alienação mental. 
Essa história traz com detalhes a vida de pacientes com esquizofrenia, a patologia e os sintomas dessa doença o sofrimento e o impacto que ela causa não somente para o paciente como também para a família principalmente quando recebem a confirmação do diagnóstico.
Esquizofrenia é um transtorno mental crônico, que costuma se manifestar na adolescência ou no início da idade adulta, que tem como característica a desintegração em grande proporção dos processos de pensamento e a capacidade de resposta emocional, ocorrendo a separação do mundo interno e externo, causando um sofrimento demasiado, uma extrema dificuldade em lidar com a realidade. 
O mundo externo de Deborah, do qual ela não se sentia parte, era representado pela família, pelos amigos da escola e pelos seus conflitos de relacionamento. No seu interior criou um mundo através de seres místicos, cósmicos, grandiosos, extraordinários, onde ela se encontrava e se sentia bem. 
É perceptível a participação da família no desenvolvimento da doença desencadeada pela adolescente, um avô arrogante, autoritário e orgulhoso que não a permitia expressar seus sentimentos, o ambiente escolar onde era mal compreendida pelos seus professores e os amigos que o discriminavam por ser judia, considerando ainda as transformações corporais e emocionais da fase de adolescência. 
As experiências de Deborah nos levam a refletir em relação à vulnerabilidade psíquica do ser humano diante de alguns pequenos detalhes da vida; falta temporária da mãe, ainda quando bebês; das situações corriqueiras; das relações com os outros, da falta de diálogo com os pais, de um simples olhar ou comentário de um colega, enfim, do ambiente em que se vive. E o quanto esses pequenos grandes detalhes nos afetam interiormente. Algumas vezes, assim como a Deborah, nos questionamos em relação aos motivos pelos quais sentimos algo incomodando dentro de nós. Somos tomados pela angustia, por não sabermos lidar com estes sentimentos, sensações, medos, vazios, perdas, mas conseguimos ir em frente. 
Esta fase da vida dela ficou tão marcada em sua mente que, mesmo na adolescência, quando ela verbalizava os fatos à psiquiatra do hospital, ela sentia o mesmo frio. Também relatava da operação que fez quando tinha uns cinco anos, de um tumor na bexiga, que a fez sentir nojo de si mesma, podre e inválida.
 Havia uma cisão do mundo interno e externo e uma extrema dificuldade em lidar com a realidade, que doía muito. Persistiam os sintomas negativos, Deborah via e sentia tudo cinza, se culpava acreditando que não fazia nada direito; era o superego predominando nestes momentos.
 Nos anos que esteve no Hospital Psiquiátrico, Deborah passou por momentos bastante turbulentos, que a levaram a crises agudas, a explosões, a agressões perante aos outros e a si mesma, chegando a se queimar, a se machucar. Sentia sempre perseguida por seres estranhos, imaginários, que a incomodavam constantemente. Aos poucos, foi conseguindo verbalizar o que sentia nas sessões de psicoterapia, embora também sentisse raiva quando mostrava seu mundo interno. No início do tratamento, quando era incentivava a falar, Deborah se sentia muito mal, permanecia dias na cama, pois, o enfrentamento da realidade era doído demais para ela. Era difícil conversar, colocar para fora, mexer nos pontos mais doídos, os sentimentos eram tão intensos que parecia que ela ia explodir. Mas era preciso, para que ela se compreendesse e para que pudesse aprender a lidar com suas limitações a fim de construir uma vida melhor. Com a habilidade e o acolhimento da psiquiatra, e depois de muitas melhoras e pioras, Deborah apresentou uma melhora mais consistente e por conta própria, disse que não queria mais morar ali. 
 Surpreendo-me com este discernimento das pessoas com esta doença, pois muitas vezes elas tem consciência da fragilidade do estado que se encontram e após compreenderem o que pode ser feito, elas mesmas, antecipadamente, pedem auxílio a quem confiam. Foi o que aconteceu quando Deborah, ao sentir que iria ter um ataque no hospital, foi logo solicitando aos enfermeiros que a colocassem no casulo, ou seja, que a amarrassem com os lençóis. Tinha total consciência de si naquele momento. Por outro lado, às vezes tentava enganar os outros, mostrando-se “normal”, como aconteceu na entrevista de triagem. Neste caso, foi interessante porque Deborah, ao chegar ao hospital, na entrevista de diagnóstico inicial, tentou elaborar um discurso “normal”, para não ser classificada de louca e por uns momentos ela conseguiu, pois era muito inteligente. Porém, logo depois, começou a se mostrar, dizendo várias palavras que não existiam, coisas desconexas e assim por diante. 
 A adolescente tinha uma dificuldade muito grande em conviver com a realidade e quando algo acontecia que ela se frustrava, sentia tristeza, decepção, raiva ou medo, ela partia consciente ou inconscientemente para um mundo imaginário, fugindo totalmente das adversidades da vida. Era como se ela não quisesse ou não tivesse forças para agüentar. Mas não percebia que fugindo acabava sofrendo infinitamente mais. Até o momento em que Deborah disse aos seus perseguidores que “agora eu vou ficar no mundo real”.
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/reflexao-do-livro-nunca-lhe-prometi-um-jardim-de-rosas-de-hannah-green/107517#ixzz4u1XqREqd
Através da leitura do livro m e fez compreender o quanto o ser humano é f rágil, se faz necessário um comprometimento do profissional com o paciente, como um s er biopsicossocial, um envolvimento profundo com o ser humano em sofrimento, levando em conta toda sua historicidade, entre nós e o paciente apenas uma linha tênue separa o normal do patológico. Nosso compromisso enquanto profissionais é o de recuperar seus aspectos humanos, a colher, fortalece r o e go trabalho este realizado p ela psiquiatra proporcionando a adolescente demonstrar afeto e carinho pela mesma. Esclareceu-me as fases da doença até então para mim desconhecidos, e a possibilidade de um acompanhamento fora de hospital p siquiátrico, a f ormação, conhecimento, do psicólogo é de fundamental importância, para que seu trabalho
Resenha crítica apresentada como requisito parcial de obtenção de nota na disciplina de Psicopatologia Especial.
Orientação: Profª Patricia Góes
Orientadora: profª Tirza Almeida

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