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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PROF. DANIELLE SÓTER Disciplina: Epidemiologia No campo da saúde, a vigilância está relacionada às práticas de atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças. VIGILÂNCIA EM SAÚDE VIGILÂNCIA EM SAÚDE • A vigilância epidemiológica reconhece as principais doenças de notificação compulsória e investiga epidemias que ocorrem em territórios específicos. Além disso, age no controle dessas doenças específicas. • A vigilância ambiental se dedica às interferências dos ambientes físico, psicológico e social na saúde. As ações neste contexto têm privilegiado, por exemplo, o controle da água de consumo humano, o controle de resíduos e o controle de vetores de transmissão de doenças – especialmente insetos e roedores. • As ações de vigilância sanitária dirigem-se, geralmente, ao controle de bens, produtos e serviços que oferecem riscos à saúde da população, como alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e medicamentos. Realizam também a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como escolas, hospitais, clubes, academias, parques e centros comerciais, e ainda inspecionam os processos produtivos que podem pôr em riscos e causar danos ao trabalhador e ao meio ambiente. • Já a área de saúde do trabalhador realiza estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho. BASES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS • As primeiras intervenções estatais no campo da prevenção e controle de doenças, desenvolvidas sob bases científicas modernas datam do início do século XX e foram orientadas pelo avanço da era bacteriológica e pela descoberta dos ciclos epidemiológicos de algumas doenças infeciosas e parasitárias. • Organização de campanhas sanitárias que visavam controlar doenças que comprometiam a atividade econômica. Ex. Febre amarela, peste e varíola. BASES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS • Vigilância Epidemiológica passou a ser aplicada ao controle de doenças transmissíveis na década de 50. • Vigilância Epidemiológica: Observação sistemática e ativa de casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos (aplicada individualmente e não de forma coletiva). • Década de 60: erradicação de varíola com vacinação em massa da população e busca ativa de novos casos. BASES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS • 1968, 21ª Assembleia Mundial de Saúde: estabelecida abrangência do conceito além das doenças transmissíveis: malformações congênitas, envenenamentos na infância, leucemia, aborto, acidentes, doenças profissionais... • 1966-1973: Campanha de Erradicação da Varíola no Brasil e institucionalização das ações de vigilância no país. • 1980: Controle da Poliomielite no Brasil com erradicação em 1994. BASES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS • 1975: 5ª Conferência Nacional de Saúde o MS instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica. MS cria o primeiro manual de Vigilância Epidemiológica. • O SUS incorporou na Lei 8080/90 o conceito de vigilância epidemiológica como: “conjunto de ações que proporciona conhecimento, detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. PROPÓSITOS E FUNÇÕES • A vigilância epidemiológica constitui-se em importante instrumento para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como também para a normatização de atividades técnicas correlatas. • São funções da vigilância epidemiológica: • coleta de dados; • processamento de dados coletados; • análise e interpretação dos dados processados; • recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas; • promoção das ações de prevenção e controle indicadas; • avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; • divulgação de informações pertinentes. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES • O cumprimento das funções de vigilância epidemiológica depende da disponibilidade de dados que sirvam para subsidiar o processo de produção de INFORMAÇÃO PARA AÇÃO. • A qualidade da informação depende, sobretudo, da adequada coleta de dados gerados no local onde ocorre o evento sanitário (dado coletado). • É também nesse nível que os dados devem primariamente ser tratados e estruturados, para se constituírem em um poderoso instrumento – a INFORMAÇÃO – capaz de subsidiar um processo dinâmico de planejamento, avaliação, manutenção e aprimoramento das ações. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES • Tipos de dados: • Dados demográficos, ambientais e sócio econômicos • Dados de Morbidade • Dados de Mortalidade • Notificação de Surtos e Epidemias COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Tipos de dados: • Dados demográficos, ambientais e sócio econômicos: A disponibilidade de indicadores demográficos e socioeconômicos é primordial para a caracterização da dinâmica populacional e das condições gerais de vida, as quais se vinculam os fatores condicionantes da doença ou agravo sob vigilância. Dados sobre aspectos climáticos e ecológicos, também, podem ser necessários para a compreensão do fenômeno analisado. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Tipos de dados: • Dados de Morbidade: São os mais utilizados em vigilância epidemiológica, por permitirem a detecção imediata ou precoce de problemas sanitários. Correspondem à distribuição de casos segundo a condição de portadores de infecções ou de patologias específicas, como também de sequelas. Tratam-se, em geral, de dados oriundos da notificação de casos e surtos, da produção de serviços ambulatoriais e hospitalares, de investigações epidemiológicas, da busca ativa de casos, de estudos amostrais e de inquéritos, entre outras fontes. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Tipos de dados: • Dados de Mortalidade: São de fundamental importância como indicadores da gravidade do fenômeno vigiado, sendo ainda, no caso particular de doenças de maior letalidade, mais válidos do que os dados de morbidade, por se referirem a fatos vitais bem marcantes e razoavelmente registrados. Sua obtenção provém de declarações de óbitos, padronizadas e processadas nacionalmente. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Tipos de dados: Notificação de Surtos e Epidemias: Essa prática possibilita a constatação de qualquer situação de risco ou indício de elevação do número de casos de uma patologia, ou a introdução de outras doenças não incidentes no local e, consequentemente, o diagnóstico de uma situação epidêmica inicial, para a adoção imediata das medidas de controle. Em geral, esses fatos devem ser notificados aos níveis superiores do sistema para que sejam alertadas as áreas vizinhas e/ou para solicitar colaboração, quando necessária. Doenças Transmitidas por Alimentos COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: • Notificação • Laboratórios • Investigação Epidemiológica • Imprensa e População • Estudos epidemiológicos: inquérito e levantamento epidemiológico • Sistemas Sentinelas COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Notificação: é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. A listagem das doenças de notificação nacional é estabelecida pelo Ministério da Saúde entre as consideradasde maior relevância sanitária para o país. A portaria (http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=962) especifica as doenças de notificação obrigatória (suspeita ou confirmada), além das doenças ou eventos de “notificação imediata” (informação rápida – ou seja, deve ser comunicada por e-mail, telefone, fax ou Web). Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no Sistema Nacional de Agravos Notificáveis (Sinan). COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Notificação Os parâmetros para inclusão de doenças e agravos na lista de notificação compulsória devem obedecer os critérios a seguir: Magnitude – aplicável a doenças de elevada frequência Potencial de disseminação – representado pelo elevado poder de transmissão da doença Transcendência– expressa-se por características subsidiárias que conferem relevância especial à doença ou agravo (Ex. severidade) Vulnerabilidade – medida pela disponibilidade concreta de instrumentos específicos de prevenção e controle da doença Compromissos internacionais – relativos ao cumprimento de metas continentais ou mundiais de controle Ocorrência de emergências de saúde pública, epidemias e surtos COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Laboratórios: Os resultados laboratoriais vinculados à rotina da vigilância epidemiológica complementam o diagnóstico de confirmação de casos e, muitas vezes, servem como fonte de conhecimento de casos ou de eventos que não foram notificados. Também devem ser incorporados os dados decorrentes de estudos epidemiológicos especiais, realizados pelos laboratórios de saúde pública em apoio às ações de vigilância. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Investigação Epidemiológica: Os achados de investigações epidemiológicas de casos e de emergências de saúde pública, surtos ou epidemias complementam as informações da notificação, no que se referem a fontes de infecção e mecanismos de transmissão, dentre outras variáveis. Também podem possibilitar a descoberta de novos casos que não foram notificados. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Imprensa e População: Muitas vezes, informações oriundas da imprensa e da própria comunidade são fontes importantes de dados, devendo ser sempre consideradas para a realização da investigação pertinente. Podem ser o primeiro alerta sobre a ocorrência de uma epidemia ou agravo inusitado, principalmente quando a vigilância em determinada área é insuficientemente ativa. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Estudos epidemiológicos: inquérito e levantamento epidemiológico COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Estudos epidemiológicos: inquérito epidemiológico • O inquérito epidemiológico é um estudo seccional, geralmente realizado em amostras da população, levado a efeito quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes, em virtude de diversos fatores, dentre os quais se podem destacar: • notificação imprópria ou deficiente; • mudança no comportamento epidemiológico de uma determinada doença; dificuldade na avaliação de coberturas vacinais ou eficácia de vacinas; • necessidade de se avaliar eficácia das medidas de controle de um programa; • descoberta de agravos inusitados. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Estudos epidemiológicos: levantamento epidemiológico • É um estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços de saúde ou de outras instituições. Não é um estudo amostral e destina-se a coletar dados para complementar informações já existentes. • A recuperação de séries históricas, para análises de tendências, e a busca ativa de casos, para aferir a eficiência do sistema de notificação, são exemplos de levantamentos epidemiológicos. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Fontes de dados: Sistemas Sentinelas: Existem vários tipos desses sistemas, como, por exemplo, a organização de redes constituídas de fontes sentinelas de notificação especializadas, que já vêm sendo bastante utilizadas para acompanhamento e vigilância da situação de câncer e de influenza. • Outra técnica é baseada na ocorrência de evento sentinela. Evento sentinela é a detecção de doença prevenível, incapacidade, ou morte inesperada, cuja ocorrência serve como um sinal de alerta de que a qualidade terapêutica ou prevenção deve ser questionada. • Entende-se que, toda vez que isso ocorre, o sistema de vigilância deve ser acionado para que o evento seja investigado e as medidas de prevenção adotadas. FONTES DE DADOS • Censo – site IBGE www.ibge.gov.br, FONTES DE DADOS • SINASC ( Sistema de Informações de Nascidos Vivos Notificação compulsória: SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação www.funasa.gov.br; FONTES DE DADOS • Dados de morbidade do Sistema de Informações de Saúde do SUS (DATASUS), através do Sistema de informações hospitalares SIH-SUS; www.datasus.gov.br FONTES DE DADOS • Sistemas de informações ambulatoriais SAI-SUS; www.saude.gov.br FONTES DE DADOS • O Sistema de Informação de Agravos de Notificação • http://portalsinan.saude.gov.br/dados-epidemiologicos-sinan
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