Buscar

INQUÉRITO POLICIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.leonardodemoraesadv.com 1 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 
 
1 - Considerações iniciais 
O Direito Processual Penal busca o estudo e a normatização da persecução 
penal. 
 Persecução penal é a perseguição do crime, que possui 2 fases: IP (fase 
preliminar) e processo. 
Polícia, nos termos do art. 141 da CF, tem a seguinte classificação: 
a) Administrativa (ostensiva, de prevenção): visa evitar a prática de crimes. É 
exercida pela PM, fazendo ronda e se apresentando ostensivamente, através de suas 
vestes, veículos, presença física, etc, objetivando coibir a infração penal. Entretanto, 
ocorrendo o crime, surge a próxima espécie. 
b) Judiciária (repressiva, repressão): atua quando o delito já ocorreu. É exercida 
pela Polícia Civil (crimes estaduais) e pela Polícia Federal (crimes federais), nos termos do 
art. 144, §4º, da CF. As finalidades são investigar (buscar indícios de autoria + prova da 
materialidade (existência) do crime, para que o titular da ação penal decida ou não 
oferecê-la. 
Art. 144 - A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem 
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos 
seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 2 
 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
§ 4º - Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, 
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia 
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
 
Obs: A polícia judiciária é estruturada por Delegados de Carreira (concursados e 
bacharéis em direito). 
Obs2: Polícia civil auxilia o Poder Judiciário e elabora o IP. 
2 – Conceito 
É o procedimento administrativo preliminar (conjunto de diligências), presidido 
pela autoridade policial, que tem por objetivo apurar a autoria e a materialidade 
(existência) da infração. 
Finalidade: contribuir na formação da opinião delitiva do titular da ação. O 
legitimado ativo vai, com base no IP, oferecer ou não ação penal. 
O IP funciona como filtro que ajuda ao convencimento do titular da ação. Por 
isso, é instrumento meramente informativo. 
3 – Natureza Jurídica 
Natureza jurídica quer dizer: qual a essência do instituto? Dentro do 
ordenamento onde o instituto deve ser enquadrado? O instituto se encaixa em que 
classificação? 
É mero procedimento administrativo, de caráter informativo ao titular da ação 
penal. Rege-se pelas regras dos atos administrativos em geral. Não é processo. 
4 – Inquéritos não policiais 
- CPI: 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 3 
 
Súmula 397 do STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, 
compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a 
realização do inquérito. 
- IPM: compete a polícia judiciária militar apurar os crimes militares; 
- Inquérito civil: presidido pelo MP, visando reunir elementos para a 
propositura da ação civil pública; 
- Inquérito por crimes praticados por magistrados e membros do MP, que 
serão presididos pelos órgãos de cúpula de cada carreira (art. 33 da LOMAN e art. 41 da 
LONMP); 
- Investigações para quem tem foro por prerrogativa de função: as 
investigações correrão no Tribunal onde a respectiva autoridade tem tal prerrogativa. Ex: 
se Deputado Federal comete crime, investigação correrá sobre a presidência de um 
Ministro do STF; 
- Investigações pelo Ministério Público: prevalece a tese de que o MP pode 
realizar investigações criminais (inquérito ministerial), pois não se deseja a presidência do 
inquérito policial, mas apenas possibilitar a colheita probatória para viabilizar futura ação 
penal. O STJ e o STF tem se posicionado a favor das investigações pelo MP: 
STJ Súmula nº 234: “A participação de membro do Ministério Público na 
fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou 
suspeição para o oferecimento da denúncia. 
 
5 - Características 
a) Inquisitoriedade 
É a Forma de gestão do procedimento, forma de administrar o procedimento. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 4 
 
A inquisitoriedade se caracteriza pela concentração de poder em uma só 
pessoa, que é no Delegado de Polícia. 
A consequência é que não há contraditório e nem ampla defesa. Entretanto, 
tal posição é criticada atualmente, porquanto o interrogatório realizada no IP é meio de 
prova e meio de defesa. 
Obviamente, não poderá ser arbitrário, pois deverá observar a CF e lei (ex: 
busca e apreensão e interceptação telefônica devem ser precedidas de ordem judicial, não 
podendo o Delegado realiza-las de ofício). 
b) Discricionariedade 
O Delegado se movimenta o IP da forma que entender mais adequada, tendo 
em vista a mobilidade do crime. A forma de conduzir a investigação é dada pelo Delegado. 
Por este motivo, os requerimentos do advogado ao Delegado podem ser 
negados, como oitiva de testemunhas, diligências, etc. Entretanto, atuação de autoridade 
desta forma dará enseja a investigação mal feita, tornando-o mais legítimo. 
Obs: O exame de corpo de delito (prova do crime que deixa que vestígios) é o 
único requerimento do advogado (indiciado ou vítima) que não pode ser negado pelo 
Delegado, segundo art. 158 do CPP: 
Art. 158 - Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame 
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado. 
Juiz e MP requisitam (ordem) diligências, e se o Delegado não cumpre porque 
não quer responderá por prevaricação (não é Desobediência, pois este delito não se aplica 
a funcionários públicos, mas apenas aos particulares). 
Há posições firmes, a qual me filio, que aduzem que o fato do MP (como órgão 
acusador) requisitar provas e o indiciado requerer (pedir) viola o princípio da igualdade, 
pois está concedendo mais armas ao órgão acusador em total prejuízo para a defesa. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 5 
 
IP não tem rito, pois é discricionário. 
c) Escrito 
Prevalece no IP a forma documental, de modo que os atos produzidos 
oralmente serão reduzidos a termo. 
O CPP é de 1941 e naquela época só havia papel. Hoje, por autorização do CPP, 
havendo estrutura tecnológica, os atos do IP poderão ser documentados, inclusive com 
captação de som e imagem (filma o depoimento). 
d) Sigilosidade 
Todos os livros falam que o objetivo é apenas a eficiência da investigação, 
contribuindo para melhor elucidar o crime. Objetivo antigo. 
Ocorre que, na verdade a sigilosidade tem o objetivo de preservar a imagem de 
quem é presumidamente inocente, impedindo que a imprensa divulgue imagens daqueles 
que ainda são investigados. 
Atualmente, IP deve ser protegido da imprensa, pois a notícia de que alguém 
cometeu crime (em tese) leva a formação de senso comum de que já é culpado, sem que 
exista sequer processo. Isto se dá pois é natural do ser humano discriminar (discriminação 
cultural) quem é indiciado ou quem é réu, sendo este o pior julgamento possível, pois não 
admite contraditório, ampla defesa. Assim, informação de investigação não deve vazar 
para a imprensa, sob pena de fulminar a imagem de quem é presumivelmente inocente. 
Existem dois tipos de sigilo (classificação): 
d.1) Sigilo externo: é aplicado aos terceiros desinteressados, que é a imprensa e apopulação. 
d.2) Sigilo interno: aplicado aos interessados. É frágil, pois não atinge o juiz, o MP e ao 
advogado, de modo que o advogado tem direito a acessar os autos do IP das provas que já 
foram documentadas (não tem direito de participar de investigação que ainda não fora 
realizada, como ir a determinado local ou ver a ocorrência de uma perícia). 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 6 
 
 
Ferramentas para combater o arbítrio: Art. 7º, XIV, Estatuto da OAB e Súmula 
vinculante 14 do STF, dão ao advogado o direito de acessar aos autos. Se não tiver acesso, 
caberá MS e/ou reclamação constitucional (esta direto ao STF): 
Súmula vinculante 14: É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO 
REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ 
DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR 
ÓRGÃO COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO 
EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA; 
Art. 7º, XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem 
procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, 
ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar 
apontamentos; 
O sigilo deve ser visto em prol da vítima e seus familiares (lembrar do caso 
Nardoni, pois a imprensa veiculou, sem qualquer base, que a vítima fora violada 
sexualmente pelo próprio pai). Por isso, o juiz pode decretar o segredo de justiça na 
expectativa de preservar a vítima, para que informações do IP não sejam compartilhadas 
com a imprensa, nos termos do art. 201, §6ª, do CPP: 
Art. 201, § 6º: O juiz tomará as providências necessárias à preservação da 
intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, 
inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, 
depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito 
para evitar sua exposição aos meios de comunicação. 
e) Oficialidade 
O IP é conduzido por uma autoridade, que é o Delegado. 
f)Oficiosidade 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 7 
 
O IP é instaurado de ofício pela autoridade policial, sem depender de 
provocação. Entretanto existem algumas ressalvas: 
- Ação penal pública condicionada à representação (tem de haver representação 
da vítima para instaurar IP, como se dá no crime de estupro); 
- Ação penal privada (tem de haver requerimento vítima para instaurar IP). 
g) Indisponibilidade 
Em nenhuma hipótese o Delegado poderá desistir do IP, ou seja, não lhe cabe 
arquivar a investigação, nos termos do art. 17 do CPP: 
Art. 17 - A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de 
inquérito. 
Consequência: todo o IP iniciado deverá ser concluído e remetido à autoridade 
competente. 
O arquivamento só de dá após parecer do MP e decisão do juiz. 
i) Dispensabilidade (art. 39, §5º) 
Para que o processo se inicie não é necessária a prévia realização do IP. 
Art. 39, 5º - O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com 
a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover 
a ação penal, e, neste caso, oferecerá a Denúncia no prazo de 15 (quinze) 
dias. 
Por isso existem inquéritos não policiais, que são aqueles presididos por 
autoridades estranhas à Polícia Judiciária, como o inquérito parlamentar (presidido pelas 
CPI’s) e o inquérito ministerial (o MP pode presidir inquérito, como recomenda para um 
crime praticado por policial – polícia investigando polícia não dá). 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 8 
 
Para o STF (posição consolidada), MP pode sim investigar (não presidir Inquérito 
Policial, mas sim inquérito ministerial). A CF traz implicitamente o poder de investigar para 
o MP. É a aplicação da teoria dos poderes implícitos, pois como a CF dá ao MP o poder de 
processar, também dá (implicitamente) o poder de investigar (quem pode o mais pode o 
menos). Existe, assim, a convivência harmônica com o IP, podendo até tramitar os dois ao 
mesmo tempo. 
Consequências do inquérito ministerial: 
- o promotor que investiga não é suspeito e nem está impedido de atuar na 
fase processual (entendimento da Súmula 234 do STJ); 
- O STF se valeu da teoria dos podes implícitos, pois se o MP tem o poder de 
processar, implicitamente poderá investigar, nos termos do art. 129, I, CF: 
Art. 129 - São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
 Entretanto, tal posição é criticada, porquanto não existem regras a serem 
seguidas para as investigações pelo MP, que só investiga quando quer e o que quer, 
normalmente casos midiáticos. 
6 – Prazo para a conclusão do IP 
1) IP conduzido pela Polícia Estadual: 
- Se o suspeito estiver preso: 10 dias. Prazo improrrogável, de modo que sendo 
ultrapassado a prisão deverá ser relaxada. 
- Se o suspeito estiver solto: 30 dias, prorrogáveis pelo tempo e pelas vezes que 
entender necessárias, pois a lei fala apenas que poderá ser prorrogado. Mas para isto é 
preciso de requerimento do Delegado e autorização do juiz, nos termos do art. 10 do CPP. 
Apesar da ausência de previsão, é necessária a oitiva do MP, porque este já pode estar 
satisfeito com o material já colhido. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 9 
 
Art. 10 - O inquérito deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o 
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, 
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a 
ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver solto, 
mediante fiança ou sem ela. 
2) IP conduzido pela Polícia Federal: 
- Se o suspeito estiver preso: 15 dias, prorrogáveis 1 vez por mais 15 dias, desde 
que haja requerimento do Delegado e autorização do juiz, nos termos do art. 66 da Lei 
5.010/66). 
- Se o suspeito estiver solto: 30 dias, prorrogáveis pelo tempo e pelas vezes que 
entender necessárias, dependendo de requerimento do Delegado e autorização do juiz 
(igual a Polícia Estadual). 
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze dias, 
quando o indiciado estiver prêso, podendo ser prorrogado por mais quinze 
dias, a pedido, devidamente fundamentado, da autoridade policial e 
deferido pelo Juiz a que competir o conhecimento do processo. 
Parágrafo único. Ao requerer a prorrogação do prazo para conclusão do 
inquérito, a autoridade policial deverá apresentar o prêso ao Juiz. 
3) IP para apurar crimes previstos na Lei de Drogas: 
- Se o suspeito estiver preso: 30 dias, que podem ser duplicados, a 
requerimento do Delegado, parecer do MP e autorização do juiz. 
 - Se o suspeito estiver solto: 90 dias, que podem ser duplicados, a requerimento 
do Delegado, parecer do MP e autorização do juiz, nos termos do art. 51, da Lei 11.343/06: 
 
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o 
indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 10 
 
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser 
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido 
justificado da autoridade de polícia judiciária. 
4) Inquérito para apurar crimes militares: 
- Se o suspeito estiver preso: 20 dias, sem prorrogação. 
- Se o suspeito estiver solto: 40 dias, prorrogáveis por mais 20 pela Autoridade 
Militar Superior (e não pelo juiz), nos termos do art. 20 do CPPM: 
Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado 
estiver prêso, contado esseprazo a partir do dia em que se executar a 
ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver 
sôlto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito. 
Prorrogação de prazo 
1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela 
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou 
perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à 
elucidação do fato. 
O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a 
ser atendido antes da terminação do prazo. 
5) IP para apurar crimes contra a Economia Popular: 
Suspeito preso ou solto, o prazo será de 10 dias, não admitindo prorrogação, de 
acordo como o art. 10, §1º, da Lei 1.521/51: 
Art. 10. § 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) 
deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias. 
 
Como é feita a contagem do prazo do IP: 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 11 
 
Se o indiciado estiver preso, o prazo é contado na forma do art. 10 do CP, ou 
seja, inclui-se o dia do começa na contagem (o dia em que efetivamente foi preso será 
incluído). Trata-se de norma processual penal material, pois lida com a liberdade. 
Se o indiciado estiver solto, o prazo é contado pelo art. 798, §1º, CPP, excluindo 
o dia do começo. 
 Nucci aduz que é possível o sistema de compensação no prazo: para indiciado 
preso, a persecução penal terá prazo de 15 dias (10 para o IP e 5 para denúncia). Assim, se 
a Polícia encerrar o IP em 12 dias (fora do prazo), mas o MP oferecer denúncia em 2, o 
prazo de 15 da persecução penal não fora ultrapassado e não haveria constrangimento 
ilegal por excesso de prazo. Posição absurda, por flagrante violação ao prazo estabelecido 
em lei e ao devido processo legal, em prejuízo do imputado. 
 
7 – Valor probatório 
O IP tem valor probatório relativo (valor probatório frágil), pois precisa de 
confirmação pelas provas colhidas durante o processo. Serve apenas como sustentação da 
ação penal, não se prestando sozinho para embasar condenação, já que os seus 
elementos foram colhidos de forma inquisitiva (sem contraditório). 
Assim: 
- As provas do IP devem ser renovadas ou confirmadas judicialmente, para que 
possam servir de base para a condenação; 
- Não é possível a condenação com base em provas exclusivamente colhidas no 
IP, nos termos do art. 155 do CPP: 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua 
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na 
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 12 
 
Provas cautelares (interceptação telefônica, busca e apreensão, etc), não 
repetíveis ou não renováveis (ex: perícia, exame de corpo delito, laudo de local de morte 
violenta, etc) e produção antecipada de provas poderão servir de base para a condenação. 
São necessárias quando existe risco de perecerem e de não poderem mais ser produzidas. 
Obs: provas exclusivas do IP podem ser usadas como elementos secundários de 
convicção do juiz, reforço conclusão do juiz. O que não pode é fundamentação exclusiva 
com as provas do IP. 
Na produção antecipada de provas, que é procedimento instaurado perante o 
juiz e durante o IP, sob o crivo do contraditório, ocorrerá quando a prova for 
imprescindível e que haja indícios de perecimento da mesma, nos termos do art. 225, do 
CPP: 
Art. 225 - Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por 
enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução 
criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de 
qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento. 
 
Obs2: Nas provas cautelares o contraditório é postergado para o processo. 
8 – Vícios do IP 
Segundo STF e STJ, os vícios do IP não tem o condão de contaminar o futuro 
processo, já que o IP é peça meramente informativa e dispensável. Consequência: os vícios 
do IP são endoprocedimentais, pois eles estão limitados ao próprio inquérito policial, não 
se estendendo ao processo. 
Posição equivocada, pois se, por exemplo: a ação penal for embasada somente 
por IP viciado (justa causa obtida mediante confissão sob tortura, ameaça à testemunhas 
etc), os vícios contaminarão sim, pela aplicação da teoria dos frutos da árvore envenenada. 
Processo será nulo. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 13 
 
9 – Peças inaugurais do IP 
Em regra, a inauguração se dá através de portaria, que é peça escrita e que 
indica o dia, local e hora do fato, nome do autor e da vítima. 
Outras peças: auto de prisão em flagrante, requisição do juiz e do MP, 
requisição do MJ, requerimento da vítima ou de seu representante legal. 
10 – Procedimento 
1ª Etapa: PORTARIA, que é a peça escrita que demarca o início da investigação. 
1º) Notícia crime (notitia criminis) é a comunicação da ocorrência de um delito 
à autoridade que possui atribuição para agir (vulgarmente chamada de queixa). 
- Legitimados para receber a notícia crime: Delegado, Ministério Público e juiz. 
a) Notícia crime direta (notícia crime de cognição imediata ou espontânea) é 
conhecimento do crime através das investigações policiais ou da imprensa. 
Obs: Notícia crime apócrifa (notitia criminis inqualificada) é aquilo que 
conhecemos como denúncia anônima, e não pode, por si só, dá ensejo à instauração de IP. 
Entretanto, segundo o STF, respeitada a devida cautela, funciona como ferramenta válida 
para a provocação da atividade policial, devendo apenas a Polícia averiguar se a mesma é 
verdadeira. 
b) Notícia crime indireta (ou de cognição mediata ou provocada) é o 
conhecimento do crime pela autoridade policial por meio de terceiros estranho à polícia. É 
prestada por alguém que não integra os quadros da polícia e se identifica. Estes terceiros 
podem ser: 
- Vítima ou seu representante legal, através de um requerimento (pedido). 
Tal requerimento deverá conter a narração dos fatos, o autor do crime ou seus 
sinais característicos, rol de testemunhas etc, nos termos do art. 5º, §1º: 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 14 
 
Art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, 
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo. 
§ 1º - O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões 
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os 
motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e 
residência. 
 Se o delegado se negar a instaurar o inquérito, a vítima ou representante pode 
apresentar recurso administrativo dirigido ao superior do delegado (Delegado Geral): 
§ 2º - Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito 
caberá recurso para o chefe de Polícia. 
- Ministério Público ou Juiz, através de requisição (ordem); 
- Qualquer do povo, restrita aos crimes de ação penal pública incondicionada. 
É chamada de delação e, por óbvio, não dará ensejo à instauração do IP nos crimes de 
ação penal pública condicionada e nos de ação penal privada: 
§ 3º - Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência deinfração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por 
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência 
das informações, mandará instaurar inquérito. 
- Representação da vítima (delatio criminis portulatória): nos crimes de ação 
penal pública condicionada à representação, sem esta o IP não poderá ser instaurado 
(condição de procedibilidade). Se o IP for instaurado sem representação, a vítima poderá 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 15 
 
impetrar MS por ser seu direito líquido e certo de não ver iniciada investigação seu sua 
autorização: 
§ 4º - O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
 
- Requisição do MJ: nos crimes de ação penal pública condicionada à requisição, 
sem este pedido não serão iniciadas as investigações policiais. 
c) Delatio criminis com força coercitiva é extraída da prisão em flagrante, na 
qual noticia o crime e já apresenta a pessoa presa. Pode ser notícia crime direta (se a 
própria polícia é quem prende) ou indireta (se a prisão em flagrante é realizada por 
qualquer particular). (art. 301 do CPP) 
2ª Etapa: Evolução, que se dá por meio de diligências determinadas pelo Delegado, dentro 
da linha de investigação traçada (discricionariedade). O CPP exemplifica algumas 
diligências (art. 6º e 7º) que o Delegado pode determinar, de acordo com a estratégia 
investigativa: 
Art. 6º - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a 
autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados 
pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e 
suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no 
Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser 
assinado por 2 (duas) testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 16 
 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e 
a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se 
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, 
familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo 
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que 
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. 
Art. 7º - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de 
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução 
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. 
 
Vejamos cada uma das providências: 
I - Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - Apreender os objetos: importante, pois todos tais objetos acompanharão os 
autos do IP (art. 11, CPP). É indispensável que tais objetos sejam periciados, para verificar a 
natureza e eficiência, nos termos art. 175 do CPP: 
Art. 11 - Os instrumentos do crime, bem como os objetos que 
interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. 
Art. 175 - Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a 
prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência. 
III – Colher todas as provas; 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 17 
 
IV – Ouvir a vítima: frise-se que não está compromissada a dizer a verdade, pois 
não é testemunha. Mas se der causa a instauração de investigação ou processo contra 
pessoa que saber ser inocente, responderá por responderá por denunciação caluniosa (art. 
339 do CP): 
Denunciação Caluniosa 
Art. 339 - Dar causa a instauração de investigação policial, de processo 
judicial, intauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação 
de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de 
que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
A vítima pode ser conduzida coercitivamente a ser ouvida na Delegacia, nos 
termos do art. 201, §1º, do CPP: 
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado 
sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, 
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. 
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o 
ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. 
V – Interrogatório: terá direito ao silêncio (art. 5º, LXIII, CF), sendo facultado ao 
suspeito a presença de advogado. Por esse motivo, não pode a autoridade policial impedir 
o acompanhamento do interrogado por advogado: 
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado; 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 18 
 
Ressalte-se que o termo de interrogatório deverá ser assinado pelo indiciado e 
por 2 testemunhas que tenham ouvido a sua leitura e na presença do indiciado, evitando 
distorções entre as declarações e o que fora registrado. 
Apesar de haver teses em sentido contrário, não se pode obrigar ao indiciado o 
seu comparecimento coercitivo para prestar seu depoimento, em razão da garantia 
constitucional ao silêncio (torna sem lógica o comparecimento coercitivo) e por ser o 
interrogatório meio de defesa, não se justificando assim o seu comparecimento 
obrigatório. 
VI – Reconhecimento de pessoas ou coisas, e acareações: quando necessário, 
nos termos dos arts. 226 a 230 do CPP: 
Art. 226 - Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de 
pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: 
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a 
descrever a pessoa que deva ser reconhecida; 
II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, 
ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-
se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; 
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o 
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a 
verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade 
providenciará para que esta não veja aquela; 
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito 
pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e 
por duas testemunhas presenciais. 
 
Art. 227 - No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas 
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável. 
 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 19 
 
Art. 228 - Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o 
reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em 
separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas. 
Art. 229 - A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e 
testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa 
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas 
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. 
 
Art. 230 - Seausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das 
de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da 
divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se 
subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar 
onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta 
e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem como o 
texto do referido auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a 
testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha 
presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora 
prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente. 
 
VII – Realização de exame de corpo de delito e outras perícias necessárias: 
sempre que a infração deixar vestígios, a prova da materialidade será feita pelo exame de 
corpo de delito. A inexistência deste exame não pode ser suprida pela confissão do réu: 
Art. 158 - Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame 
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado. 
Excepcionalmente, em não sendo possível tal exame (ex: corpo desaparecido, 
corpo jogado ao mar - não justificando a inexistência de médico perito), a materialidade 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 20 
 
poderá ser demonstrada pela prova testemunhal (prova indireta), nos termos do art. 167 
do CPP: 
Art. 167 - Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem 
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
VIII – Identificação do indiciado e a juntada de folha de antecedentes: a 
identificação criminal através dos sinais e dados pessoas serve para diferenciá-lo das 
demais pessoas. Antes, mesmo que identificado por documento (identificação civil), o era 
criminalmente (súmula 568 do STF). 
Com advento da CF/88, o identificado civilmente não será identificado 
criminalmente, salva nas hipóteses previstas em lei (art. 5º, LVIII). A primeira lei que 
regulamentou foi a 10.054/2000. Entretanto, atualmente a regulamentação se dá pela Lei 
12.037/09 (revogou expressamente a antiga Lei), com as seguintes regras: 
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação 
criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei. 
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes 
documentos: 
I – carteira de identidade; 
II – carteira de trabalho; 
III – carteira profissional; 
IV – passaporte; 
V – carteira de identificação funcional; 
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 21 
 
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos 
documentos de identificação civis os documentos de identificação 
militares. 
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer 
identificação criminal quando: 
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente 
o indiciado; 
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com 
informações conflitantes entre si; 
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, 
segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de 
ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério 
Público ou da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes 
qualificações; 
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da 
expedição do documento apresentado impossibilite a completa 
identificação dos caracteres essenciais. 
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser 
juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que 
consideradas insuficientes para identificar o indiciado. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 22 
 
Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade 
encarregada tomará as providências necessárias para evitar o 
constrangimento do identificado. 
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o 
fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em 
flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. 
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal 
poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil 
genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 5o-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser 
armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por 
unidade oficial de perícia criminal. 
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em 
atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo 
criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou 
absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento 
definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a 
retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que 
apresente provas de sua identificação civil. (EM CASO DE NEGATIVA, O 
REMÉDIO CABÍVEL É O MANDADO DE SEGURANÇA). 
 
RECONSTITUIÇÃO DO CRIME (REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS): 
Art. 7º - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de 
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 23 
 
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. 
O indiciado não é obrigado a participar e nem a comparecer à reconstituição 
do crime, em razão do princípio da não auto-incriminação (STF). Proíbe-se, assim, a 
condução coercitiva. 
Frise-se que a ausência a reconstituição não levará a decretação da prisão 
preventiva. 
Não haverá reprodução simulada quando houver ofensa à moralidade e à 
ordem pública. Ex: reprodução simulada no crime de estupro. 
 
3ª Etapa: encerramento. O inquérito se encerra com o relatório, que a peça 
essencialmente descritiva, que aponta as principais diligências realizadas e justifica as 
diligências que não foram feitas por algum motivo relevante. O Delegado não pode emitir 
juízo de valor (o indiciado cometeu o crime, há provas que apontar para o indiciado, por 
exemplo), pois a opinião delitiva cabe ao titular da ação penal. 
Após o inquérito será remetido ao Ministério Público (em alguns Estados, é 
remetido ao Judiciário). 
Quando os autos forem emitidos ao MP, este que terá 3 opções: 
a) MP percebe que existem indícios de autoria e materialidade: oferecerá denúncia. 
b) MP entende que não existem indícios de autoria ou não existe materialidade, mas percebe 
que há esperança de que tais elementos possam ser colhidos: requisitará novas 
diligências. 
c) MP entende que não há crime a apurar ou absolutamente não existem elementos 
indiciários contra alguém: pedirá o arquivamento ao juiz (Obs: há violação do sistema 
acusatório, pois nesta etapa a opinião delitiva cabe ao MP, não devendo haver 
interferência do juiz). Neste caso, o juiz poderá: 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 24 
 
1º) Concordar com o arquivamento, homologando-o. O MP não pode arquivar sozinho e 
nem pode o juiz de ofício. Assim, só poderá haver arquivamento se o MP requerer e o juiz 
homologar (é ato complexo); 
2º) Discordardo arquivamento (art. 28, CPP), remetendo os autos para o PGJ (princípio da 
devolução, pois devolve a decisão de não arquivar ao chefe do órgão – trata-se de função 
anômala, pois o juiz está fiscalizando o princípio da obrigatoriedade – absurda violação ao 
princípio da independência funcional do MP), que terá 4 alternativas: 
- Requisitar diligências; 
- Ele mesmo oferece denúncia; 
- Designar outro membro do MP para oferecer a ação penal (este está obrigado a 
oferecer denúncia, pois atua por delegação do PGJ – violação absurda do princípio da 
independência funcional); 
- Ou pode insistir no arquivamento (neste caso, o juiz estará obrigado a arquivar): 
Art. 28 - Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a 
denúncia, requerer o arquivamento de inquérito policial ou de quaisquer 
peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as 
razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao 
procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, 
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
Obs: O arquivamento na Justiça Federal tem pequenas diferenças: se o Juiz 
Federal não concordar com o arquivamento, remeterá os autos para a CCR (Câmara de 
Coordenação e Revisão do MPF), que apenas opinará sobre a matéria, pois a decisão 
caberá ao PGR a quem compete a decisão final. O PGR pode delegar tal função a outro 
órgão do MPF ou a própria CCR. 
Obs2: Arquivamento nos casos de atribuição originária do PGJ e do PGR: Ex: 
Senador investigado pelo PGR e este entende que é caso de arquivamento – neste caso, a 
decisão de arquivar do PGJ ou do PGR não possui ninguém acima para remeter. Assim, 
quando se tratar de atribuição originária do PGJ ou do PGR, prevalece o entendimento de 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 25 
 
que essa decisão administrativa de arquivamento não precisa ser submetida à análise do 
Tribunal, já que este não teria a quem devolver (princípio da devolução). Entretanto, nos 
casos em que a decisão de arquivamento for capaz de fazer coisa julgada formal e material é 
indispensável a análise do Tribunal competente. 
11 – Arquivamento do IP: hipóteses 
Apesar da omissão da lei, é possível, da mesma forma, o arquivamento do TCO. 
Tal arquivamento ocorrerá nos seguintes casos: 
a) Ausência de pressupostos processuais ou das condições da ação. Ex: Estupro depende 
de representação da vítima (condição específica da ação) – se não houver representação o 
IP será arquivado. 
b) Falta de justa causa (lastro probatório suficiente ao oferecimento da ação penal). Ex: 
falta de elementos quanto à autoria. 
c) Atipicidade formal ou material do fato. Ex: fato não se adequa nenhuma infração penal. 
Ex2: princípio da insignificância. 
d) Causa excludente da ilicitude. Obs: o STF (HC 95211) entendeu que o arquivamento 
com base neste fundamento só faz coisa julgada formal, de sorte que novas investigações 
podem ser iniciadas, pois foi detectado em alguns casos diligências direcionadas com o fim 
de reconhecer excludente de ilicitude (ex: caso do Delegado que matou e as investigações 
foram direcionada para reconhecer legítima defesa a favor da autoridade policial). 
e) Causa excludente da culpabilidade, ressalvada a hipótese de inimputabilidade do art. 
26 do CP, já que o suspeito deve ser denunciado, porém, ao invés de ser condenado, 
deverá ser aplicada a absolvição imprópria (impõe medida de segurança). 
f) Causa extintiva da punibilidade. 
11.1 - Coisa julgada na decisão de arquivamento 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 26 
 
Coisa julgada é a decisão judicial contra a qual não cabe mais recurso, tornando 
a decisão imutável. 
A coisa julgada pode ser formal (imutabilidade da decisão judicial dentro do 
processo em que foi proferida – os efeitos da imutabilidade estão restritos ao processo no 
qual a decisão foi proferida, sendo endoprocessual, podendo ser iniciadas novas 
investigações) ou material (imutabilidade da decisão judicial dentro e fora do processo em 
que foi proferida – os efeitos da imutabilidade não estão restritos ao processo no qual a 
decisão foi proferida, sendo extraprocessual, não podendo mais ser iniciadas as 
investigações). 
A coisa julgada material tem como pressuposto a coisa julgada formal. 
Das hipóteses acima, faz coisa julgada formal: ausência de pressupostos 
processuais ou condições da ação; falta de justa causa; causa excludente de ilicitude 
(podem ser realizadas novas investigações, para não ocorrer o absurdo de investigações 
direcionadas - corrente do STF). 
Das hipóteses acima, faz coisa julgada material: atipicidade formal ou material; 
causa excludente de culpabilidade; extinção da punibilidade (salvo certidão de óbito falsa). 
 
11.2 - Desarquivamento do IP e oferecimento da denúncia 
Nos casos em que a decisão de arquivamento só faz coisa julgada formal, é 
possível que ocorra o desarquivamento do inquérito e o início de novas investigações, 
mediante o surgimento de provas novas. 
Desarquivamento é reabertura das investigações. 
Para o desarquivamento basta a notícia de provas novas. Ex: não saque quem 
atirou em B e arquiva o IP – surge nova testemunha e diz que viu quem matou – 
desarquivamento e reabre as investigações. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 27 
 
Art. 18 - Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá 
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
Obviamente não se confunde o desarquivamento com o oferecimento da 
denúncia, pois esta só será possível através do surgimento de provas novas, ou seja, 
provas capazes de alterar o contexto probatório. 
STF - Súmula nº 524 
Arquivamento do Inquérito Policial - Ação Penal Reiniciada - Novas 
Provas - Admissibilidade 
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento 
do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem 
novas provas. 
 
Essas provas novas para oferecimento da ação penal podem ser divididas em: 
- Prova formalmente nova: é aquela que já era conhecida, mas ganhou nova 
versão após o arquivamento. Ex: testemunha que foi ameaçada no 1º depoimento e no 2º 
depoimento falou a verdade. 
- Prova substancialmente nova: é aquela que estava oculta na época da decisão 
do arquivamento. Ex: arma ou corpo encontrado depois do arquivamento. 
Contra a decisão de arquivamento não cabe recurso, em regra. Inclusive, não 
cabe ação penal privada subsidiária da pública, pois esta só cabe em caso de inércia do MP. 
Ocorre que, existem casos em que do arquivamento caberá recurso: 
- Crimes contra a economia popular e contra a saúde pública (Lei 1.521/51, art. 
7º): cabível recurso de ofício (reexame necessário): 
Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados 
em processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 28 
 
pública, ou quando determinarem o arquivamento dos autos do respectivo 
inquérito policial. 
- Contravenção penal do jogo do bicho e corrida de cavalos fora do 
hipódromo: cabe RESE (Lei 1.508/51, art. 6º, parágrafo único); 
- Arquivamento do IP de ofício: é erro in procedendo do juiz e ato tumultuário 
caberá correição parcial; 
- Arquivamento nas hipóteses de atribuição originária do PGJ: cabe pedido de 
revisão ao Colégio de Procuradores (LOMP Lei 8.625/93, art. 12).11.3 - Classificação do arquivamento: 
a) Arquivamento implícito: ocorre quando o MP deixa de incluir na denúncia 
algum fato delituoso (objetivo) ou algum investigado (subjetivo), sem se manifestar 
expressamente quanto ao arquivamento. Não é admitido pela doutrina e jurisprudência, 
cabe ao juiz aplicar o art. 28 do CPP, remetendo os autos ao PGJ. 
Ex: IP traz elementos contra “A” e “B” – O MP denuncia apenas “A”, e não “B” – 
teria ocorrido o arquivamento implícito de “B” – os Tribunais não admitem. 
b) Arquivamento indireto: ocorre quando o MP entende que não é competente 
para a matéria e o juiz entende que há competência para a matéria, de forma que este 
recebe tal manifestação como se fosse pedido de arquivamento. Assim, se este entender 
que é competente, deve mandar os autos para o PGJ. É admitido pela doutrina e 
jurisprudência. 
Ex: MP aduz que o crime não é de competência da Justiça Estadual e o juiz 
entende que é sim da Justiça Estadual – o MP estaria indiretamente arquivando o IP, 
devendo o juiz mandar para o PGJ (art. 28 do CPP). 
c) Arquivamento por juízo absolutamente incompetente: para os Tribunais, tal 
decisão de arquivamento é capaz de fazer coisa julgada formal e material, a depender do 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 29 
 
fundamento do arquivamento (ex: MP Estadual pede arquivamento em crime militar com 
fundamento em atipicidade da conduta, faria coisa julgada formal e material). 
Ex: Crime militar (competência da Justiça Militar) foi arquivado por juiz estadual. 
12 – Trancamento do IP 
É medida excepcional, cabível nos seguintes casos: 
- Manifesta atipicidade formal ou material (princípio da insignificância) da 
conduta; 
- Causa extintiva da punibilidade; 
- Ausência de manifestação da vítima requerendo a instauração do IP nos crimes 
de ação penal privada ou pública condicionada à representação. 
O instrumento a ser utilizado é o Habeas Corpus quando houver risco á 
liberdade de locomoção, ou Mandado de Segurança quando não houver risco a liberdade 
de locomoção. 
13 – Investigação criminal pelo MP 
Existem algumas teses contra a investigação ministerial: 
- Violação ao sistema acusatório, pois cria desequilíbrio entre acusação e defesa 
(paridade de armas); 
- MP pode requisitar a instauração do IP e diligências, mas não pode presidir IP; 
- A atividade investigatória é exclusiva da Polícia Judiciária (art. 144, §1º, IV, CF); 
- Não há previsão legal de instrumento para as investigações do MP, violado 
assim o princípio da legalidade; 
- Ausência de regras para a condução da investigação ministerial. 
 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 30 
 
Teses a favor da investigação ministerial (prevalece): 
- Não há violação ao sistema acusatório, pois os elementos colhidos pelo MP 
serão submetidos ao contraditório judicial. Além disso, a defesa também pode realizar 
investigações (investigação criminal defensiva); 
- Teoria dos poderes implícitos: origem nos EUA no caso (1819): quando a lei 
concede uma atividade fim a determinado órgão ou instituição, a lei também concede a 
ele os meios para atingir a tal finalidade. Serve para evitar corporativismo. Adotada pelo 
STF; 
- Polícia judiciária não se confunde com polícia investigativa: esta ocorre quando 
investiga infrações penais; já a polícia judiciária ocorre quando a polícia cumpre 
determinações do Poder Judiciário; 
- Procedimento investigatório criminal (PIC): é o instrumento de natureza 
administrativa e inquisitorial instaurado e presidido pelo MP, cuja finalidade é apurar a 
ocorrência de infrações penais de natureza pública, fornecendo elementos para o 
oferecimento ou não de denúncia; 
- Súmula 234 do STJ: “A participação de membro do Ministério Público na fase 
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento 
da denúncia.” Implicitamente, admite investigação pelo MP; 
- Resolução 13 do CNMP: disciplina investigação criminal pelo MP. 
14 – Controle externo da atividade policial pelo MP 
Art. 129 - São funções institucionais do Ministério Público: 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
É a fiscalização exercida pelo MP em relação à atividade policial, buscando 
analisar o andamento das investigações, a preservação dos direitos e garantias 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 31 
 
constitucionais dos investigados ou presos que estejam sob custódia da autoridade 
policial, e o se as determinações judiciais estão sendo cumpridas. 
Esse controle externo decorre do sistema de freios e contrapesos ligado ao 
regime democrático, não acarretando qualquer subordinação dos organismos policiais ao 
MP. 
Tal controle é exercido das seguintes formas: 
a) Difuso: é aquele realizado por membros do MP com atribuições criminais: 
- Controle das ocorrências policiais. Ex: A é pego com 2 cigarros de maconha e é 
enquadrado como tráfico; desaparecimento de IP´s, etc; 
- Prazos de inquéritos policiais. Ex: IP fica 1 ano sem que o Delegado peça 
prorrogação. 
- Verificação da qualidade dos inquéritos. 
- Verificação de bens e valores apreendidos. 
- Propositura de medidas cautelares pela autoridade policial. 
b) Concentrado: é aquele exercido pelo órgão do MP com atribuições 
específicas para o controle externo da atividade policial: 
- Propositura de ações de improbidade administrativa. 
 - Propositura de ação civil pública na defesa de interesses difusos, como 
superlotação de delegacias. 
- Requisições e recomendações. 
- Termo de ajustamento de conduta (TAC). 
- Visitas as unidades prisionais. 
- Acompanhar as comunicações das prisões em flagrante. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 32 
 
Resolução nº 20 do CNMP 
15 – Investigação criminal defensiva 
É o conjunto de atividades investigatórias desenvolvidas pela defesa em 
qualquer fase da persecução penal, inclusive antes do oferecimento da peça acusatória, 
objetivando a colheita de elementos informativos que possam ser utilizados para 
beneficiar o investigado em contra ponto a investigação policial. 
É perfeitamente possível, porém o particular não é dotado de poderes 
coercitivos, nem tão pouco lhe é permitido violar direitos e garantias fundamentais. 
Os depoimentos realizados em cartório são exemplos de investigação feita pela 
defesa, requerendo a juntada aos autos.

Outros materiais