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Boas praticas em laboratorio

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Curso de Boas Práticas Laboratoriais
UNIFESP
Disciplina de Reumatologia
Preparo de soluções
parte I I
Silene Peres Keusseyan
Abril / 2011
“Nenhum trabalho é tão importante e tão urgente que 
não possa ser planejado e executado com segurança”
• Protocolo (logística para seus experimentos)
• Anote todos cálculos e informações sobre os reagentes
• todas soluções devem estar prontas para o uso pelo menos 1 dia 
antes doa realização dos ensaios
• Preparando soluções, determine:• Preparando soluções, determine:
- reagentes
- segurança (luvas, máscara, etc..)
- que água usar 
- utensílios plásticos e vidraria
- como e onde preparar
- como e onde estocar
ÁGUA NO LABORATÓRIO
Água no Laboratório
Água com Grau Reagente
• Empregada como reagente químico 
• No preparo de soluções para realização de ensaios clínicos
Processos para obtenção de Água com Grau ReagenteProcessos para obtenção de Água com Grau Reagente
1. FILTRAÇÃO: 
• pré-filtros de fibra de vidro ou algodão retém 98% de partículas 
• Pré- filtros de carvão ativado removem grandes quantidades de 
material orgânico e cloro
2. DESTILAÇÃO:
Processo mais antigo de purificação da água
• Envolve mudanças de fase: líquida para vapor e vapor para líquida 
• Materiais voláteis ficam no frasco de ebulição 
• Remove basicamente sais e outros compostos
3. DEIONIZAÇÃO:
Processo usado para produzir solventes 
Puros (principalmente água) isentos de íons
A. Resina de troca iônica = 
polímeros orgânicos derivados de 
estireno e divinilbenzeno, sob a forma estireno e divinilbenzeno, sob a forma 
de pequenas partículas esféricas ( Ø 
<0,5mm)
a) catiônica = trocam seus íons hidrogênio 
(H+) por contaminantes catiônicos
b) aniônica = trocam seus íons hidroxila 
(OH+) por contaminantes aniônicos
B. Osmose reversa 
• passagem da água sob pressão 
através de membrana que remove 
95 a 97% das substâncias 
orgânicas, bactérias e outras 
substâncias particuladassubstâncias particuladas
• Remove também 90 a 97% de 
minerais dissolvidos e ionizados
Água (solvente)
Açucar (soluto)
Sistema para obtenção de água pura para uso em
Laboratório 
Combinação de processos:
1. Filtro de carvão ativado para eliminar matéria orgânica
2. Deionizador para reter íons
3. Filtro para reter partículas e bactérias
Milli Q Direct-Q 3 
UV
Precisão e 
exatidãoexatidão
• Exatidão
Propriedade do método analítico de fornecer valores
muito próximos do valor real da amostra
“É a habilidade que o procedimento analítico tem para
fornecer o valor verdadeiro do analito”
• Precisão • Precisão 
Propriedade do método analítico de fornecer resultados
muito próximos entre várias repetições
“Concordância entre medidas repetidas realizadas
simultaneamente ou não”
Balanças
Balança
Instrumento para medir massa de um corpo = quantidade de matéria 
contida em um corpo = unidade de medida kilograma - Kg)
Qualidades de uma balança
Sensibilidade e precisão
• Sensibilidade (d) indica o valor mínimo de massa necessário para 
deslocar uma divisão na escala
• Precisão (e) fornece o desvio dos valores obtidos para a mesma 
massa 
Precisão
• ambiente em que se encontra e habilidade do operador
• correntes de ar
• variações de temperatura 
• vibrações 
• resguardar a balança do pó e de vapores ou sais corrosivos 
• nunca colocar materiais diretamente no prato da balança = • nunca colocar materiais diretamente no prato da balança = 
recipientes adequados
• materiais a temperatura ambiente
• no final da pesagem limpar a balança e a área circundante com 
pano macio ou pincel
• após a determinação da massa levar a balança a zero
Balança de Roberval
• Inventor “Gilles Personne de 
Roberval” – matemático e físico 
francês – 1669
• 2 pratos sustentados por uma haste
• Utilizada principalmente para verificar • Utilizada principalmente para verificar 
equilíbrio entre tubos para centrifuga 
com precisão
• Deve estar no ponto zero de equilíbrio 
antes de se iniciar a medida
Balança eletrônica
• Medidas com precisão
• Prato ou bandeja – material a ser 
pesado
• Células de carga – sobre a qual o 
prato exerce compressão
• sinal elétrico da compressão 
• microprocessador recebe o sinal 
Digimed DG2000 – 0,5g-2000g
• microprocessador recebe o sinal 
elétrico e o interpreta 
• mostrador exibindo a massa 
calculada
• Tara = zero
Nunca apoiar nada sobre o 
prato em repouso!
Digimed DG2000 – 0,5g-2000g
e=0,1g e d=0,01g 
Marte A500 
carga máxima 500g
Balança eletrônica analítica 
Usada para se obter massas com 
precisão e exatidão
• relacionadas com sua localização 
= sala de pesagem com uma só 
entrada, poucas janelas, sem luz 
solar direta, sem correntes de ar solar direta, sem correntes de ar 
e pouco suscetível a choques e 
vibrações
• Tara = zero
Usar para pesar até 1 grama
Mettler Toledo AB 204
e=1mg e d=0,1mg 
Cuidados na pesagem
• Nível de bolha circular •Espátulas e barquinhas
Como misturar
Misturar corretamente
• Escolha o recipiente correto
• Adicione aproximadamente 70 - 80% do solvente
• Utilize bastões de vidro ou plástico para homogeneizar
• Soluções mais concentradas demoram mais para dissolver. 
agitador magnético e barras magnéticas (imã)
• Verifique se a solução pode ou não ser aquecida 
Velocidade !
• Só após acertar o pH complete o volume em frasco com aferição
Vidraria de laboratório
Becker
• usados para preparar soluções simples, 
dissolver diversas substâncias sólidas 
• vidro borissilicato (mais resistentes ao 
calor e a maioria dos produtos químicos) 
ou plástico 
• variedade de tamanhos e capacidades 
volumétricas (desde 10mL até vários litros)
• lateral com escala graduada que 
auxilia nas medições mas não é precisa 
indica volume aproximado
Balão de fundo chato
• usado para aquecer e preparar soluções, 
realizar reações com desprendimento 
de gases (destilação) de gases (destilação) 
• normalmente de vidro
• volume variável, sem precisão
Erlenmeyer
• armazenar e misturar soluções, cultivo de 
organismos e tecidos, titulações
• vidro ou plástico 
• parede em forma de cone invertido e 
boca estreita, evita evaporação e boca estreita, evita evaporação e 
respingos
• escala lateral graduada sem precisão
Balão volumétrico
• envolve a medição de determinada 
quantidade de líquido ou diluição de 
soluções com volumes precisos e 
exatos - traço de aferiçãoexatos - traço de aferição
• tamanhos variam de 5mL a 10L
• vidro ou plástico 
• não é usado para aquecer substâncias
Proveta
• plástico ou vidro
• sua principal característica é a presença 
de escala graduada em toda a sua 
extensão
• utilizada para medição de volumes de • utilizada para medição de volumes de 
líquidos, com escala de precisão
• diferentes volumes e graduações
Traço de aferição (menisco) 
As análises volumétricas que utilizam balão 
volumétrico, proveta, pipeta graduada = com 
linha de aferição, necessitam atenção 
especial na hora de definir o menisco
A superfície do líquido assume uma forma A superfície do líquido assume uma forma 
curva, a que chamamos menisco.
• medida correta - recipiente em superfície 
nivelada 
• parte de baixo do menisco = côncavo 
tangenciando a linha de graduação 
Funil
• Usado em transferências 
de líquidos e em 
filtrações de laboratório
Frascos para reativos
• para armazenamento de 
soluções
• cor âmbar (substâncias que se 
decompõem em presença da luz) 
ou brancos
• Autoclavação (nem todos)
Pipetas
Pipetas graduadas: medição e 
transferência rigorosa de volumes 
líquidos, escalas variáveis com 
Micropipetas: mono ou multicanal 
Medir volumes muito pequenos com líquidos,escalas variáveis com 
precisão
Pipeta Pasteur: quantidades pequenas e 
sem volume pré-definido 
Medir volumes muito pequenos com 
alta precisão variando de 1µL a 
1mL
Ponteiras:
adequação de 
volumes, com 
ou sem filtro, 
autoclaváveis
Acessórios para pipetas
potencial Hidrogeniônico
pH – potencial hidrogeniônico
• Índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio 
qualquer
• Escala de pH pode variar de zero (ácido) a 14 (base)
Medida de pH
• Papel tornassol • Fitas indicadoras de pH
Indicadores de pH
Substâncias orgânicas com propriedade de mudar de
coloração com a variação de pH do meio Ex: meios para 
cultura de células
pHmetro
Aparelho usado na medida de pH
Eletrodo + potenciômetro
Três pontos de calibração : 4, 7 e 9
Ajustes com NaOH 1N ou HCl 1N MP 225 Mettler Toledo 
com sensor de temperatura
Eletrodo gera leituras em milivolts quando 
submerso na amostra
Milivolts são convertidos para uma escala de 
pH
Eletrodo:
• mantido em solução KCl 3M
• deve ser lavado com dH²O e 
delicadamente seco a cada troca de solução
com sensor de temperatura
Eletrodo combinado
• Eletrodo indicador (externo) e um 
eletrodo de referência (interno) 
combinados em uma única unidade
• A – bulbo de vidro = membrana de 
vidro
• B – tubo com eletrodo interno
• C – eletrodo de prata- cloreto de prata 
+ solução HCl 0,1M
• D – tubo com eletrodo externo 
• E - eletrodo de prata-cloreto de prata + 
solução saturada KCl 3 M 
Manter imerso em solução KCl 3M
Lavar com dH²O secar delicadamente a 
cada troca de solução
Etiquetas de identificação
Rótulo, rótulo e rótulo!
Qualquer frasco com qualquer substância (mesmo água) deve ser
rotulado! Mesmo que você esteja deixando a bancada por “um minuto”
ÁGUA DESTILADA SOLUÇÃO ESTOQUE
PBS 0,01M [20X ]
NaOH 5N
12/04/11 
ÁGUA DESTILADA
12/04/11 NPS PBS 0,01M [20X ]
12/04/11 SPK
TRIS-HCl 1M pH 6,8
12/04/11 SHR
Triton X-100 5% em dH2O
12/04/11 SPK 
Gelatina 1% em PBS
12/04/11 SPK
SOLUÇÃO ESTOQUE [5X]
TAMPÃO DE TRANSFERÊNCIA BLOT
12/04/11 Átila 
SOLUÇÃO DE USO
TAMPÃO TRANSFERÊNCIA BLOT
12/04/11 Átila usado II
12/04/11 
SHR
Diluições
Terminologia
• Amostra teste - parte representativa do que será estudado
• Amostra padrão – amostra com composição definida, 
característica em estudo exatamente conhecida
• Amostra controle – simula a composição química e as 
característica físico/químicas das amostras teste, avalia as medidas característica físico/químicas das amostras teste, avalia as medidas 
efetuadas nas amostras teste
• Analito – substância em análise nas amostras teste Ex: glicose
• Soluto e solvente - Uma solução é sempre composta de duas 
coisas: uma que dissolve, que chamaremos de solvente (Ex: água, 
PBS), e outra que é dissolvida, que chamaremos de soluto (Ex: 
sal, soro). 
Diluindo
Diluições seriadas
Para reduzir concentrações de um reagente, amostras de céluas, de 
um padrão ou amostra teste 
Ex: titulação de amostras teste para IFI, reações de aglutinação e outras
Ex: base 10
Tubo 1 – diluição 1:10 = 
1mL soluto puro + 9mL de solvente (10mL final)= 
(/10) 0,1mL + 0,9mL (1mL final) = (/10) 0,1mL + 0,9mL (1mL final) = 
(/10) 0,01mL + 0,09mL (0,1mL ou 100µL final) =
(x5) 0,05mL + 0,45mL (0,5mL ou 500µL final)
Tubo 2 – diluição 1:100 = 1mL da diluição 1:10 + 
9mL de solvente 
Tubo 3 – diluição 1:1000 = 1mL da diluição 1:100 
+ 9mL de solvente 
Tubo 4 – diluição 1:10000 = 1mL da diluição 
1:1000 + 9mL de solvente 
1:10
SOLUTO SOLVENTE
Diluições seriadas
• Base 2 ( vol/vol ) = 1:2 = 1+1 = 100µL + 100µL, etc...
Tubo1 – diluição 1:10 = 1+9 = 1mL soluto puro + 9mL de solvente (10mL 
final) 
Tubo 2 – diluição 1:20 = 1mL da diluição 1:10 + 1mL de solvente 
Tubo 3 – diluição 1:40 = 1mL da diluição 1:20 + 1mL de solvente
Tubo 4 – diluição 1:80 = 1mL da diluição 1:40 + 1mL de solvente 
Tubo 5 – diluição 1:160 = 1mL da diluição 1:80 + 1mL de solvente 
Tubo 6 – diluição 1:320 = 1mL da diluição 1:160 + 1mL de solvente 5mL
Diluições seriadas
• Sem base definida Ex: 
1:100 = 1 + 99
500 / 100 = 5 → diluição base 5 = 1:5 = 1+4
1:500 = ?
1000 / 500 = 2 → diluição base 2 = 1:2 = 1+1
1:10001:3 1:1000
1500 / 1000 = 1,5 → diluição base 1,5 =1 + 0,5 !!!
1:1500
1:3000
1:4000
OBSERVAR O VOLUME FINAL DESEJADO E OS VOLUMES QUE 
SERÃO RETIRADOS PARA REALIZAÇÃO DE OUTRAS DILUIÇÕES, 
DEVE SOBRAR O SUFICIENTE PARA UTILIZAR NO ENSAIO
1:3
Sugestão de leitura
• “Na Bancada - Manual de iniciação científica em laboratório de 
pesquisas biomédicas”, Kathy Baker, Editora Artmed, 2002
• www.goldanalisa.com.br/.../Garantia_e_Controle_da_Qualidade_no
_Laboratorio_Clinico.pdf_Laboratorio_Clinico.pdf
Homero Jackson Lopes – MG, 2003
• “Boas Práticas de Laboratório” , Maria de Fátima da Costa Almeida, 
Editora Difusão, 2008
Bom trabalho!

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