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Apostila - Economia 3: CPP e As questões centrais da Economia

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DISCIPLINA: ECONOMIA 
APOSTILA 3 - 2014
PROF. AIRTON JOSÉ VEGETTE 
CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
Vamos imaginar que uma economia produza apenas 2 tipos de bens: alimentos e roupas. Se todos os fatores de produção disponíveis fossem destinados à produção de alimentos, poderia ser obtida a quantidade de 10 toneladas de alimentos. Naturalmente, nessas circunstâncias, não seria obtida nenhuma peça de vestuário. Por outro lado, se todos os fatores de produção disponíveis fossem alocados na produção de roupas, poderiam ser obtidas 20 milhões de peças de vestuário. Neste caso, igualmente, não seria produzida, uma única tonelada de alimento.
Esse exemplo esclarece os limites que uma economia tem para produzir o necessário ao atendimento das necessidades das pessoas. No entanto, sabe-se que as pessoas gostariam de consumir roupas e alimentos. Neste caso, a economia empregaria seus recursos disponíveis na produção de 2 tipos de bens e, consequentemente, seriam obtidas quantidades menores de alimentos e roupas que as citadas anteriormente. 
Alternativa Alimentos Vestuário
 A 10 T 0
 B 7,5 T 5
 C 5 T 10
 D 0 T 20 
 
 
Trata-se de uma construção extremamente simples, que revela as escolhas que são oferecidas à sociedade em função da limitação dos recursos. No ponto A todos os fatores são utilizados para a produção de alimentos, e nenhum fator é utilizado para a produção de vestuários. No outro extremo, ou seja, o ponto D todos os fatores de produção são utilizados para a produção de vestuários e nenhum utilizado para a produção de alimentos. Entre estes dois extremos existem pontos intermediários que revelam a escassez dos recursos e, como consequência, a imperiosidade de “sacrifício” de unidades de produção de um bem quando se aumenta a produção de outro bem.
É importante observar que este exemplo é bastante simples. Não pode haver uma economia que produza apenas 2 tipos de bens, pela simples razão de que as pessoas têm mais do que 2 tipos de necessidades. Por isso, o raciocínio desenvolvido acima deve ser estendido para um grande e diversificado número de bens.
É importante frisar também que a curva de possibilidades de produção pressupõe o pleno emprego dos fatores de produção disponíveis, ou seja, todos os fatores, em toda sua extensão, devem ser empregados no processo de produção. Em razão disto, nenhuma quantidade acima da linha que une os pontos A e D, pois esta linha estabelece o limite máximo de disponibilidade e de emprego dos fatores de produção. 
AS QUESTÕES CENTRAIS DA ECONOMIA E A INSERÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES NOS AMBIENTES ECONÔMICOS
Ao tratarmos do problema econômico, defrontamo-nos, por um lado, com a limitação dos fatores de produção e, por outro, com a necessidade de satisfação dos ilimitados desejos dos indivíduos.
Esse conflito quantitativo e qualitativo compreende uma tomada de decisão sobre três aspectos, que constituem as questões centrais da economia: o que e quanto produzir?, como produzir? e para quem produzir?. Essas questões devem ser respondidas por todos aqueles que participam, de forma direta ou indireta, da condução da atividade econômica. Será a sociedade organizada e estruturada – por meio de instituições à prova de oportunismos dos mais diversos tipos – que irá conduzir o processo produtivo de modo a responder, de maneira adequada, a essas questões fundamentais.
Se à economia compete o equacionamento dos problemas, a aplicação das recomendações que essa ciência formula para sua solução compete à comunidade, porque, na maioria das vezes, intervêm fatores de natureza social, política, histórica, física, tecnológica etc., de influência decisiva nos resultados.
O QUE E QUANTO PRODUZIR?
A resposta a esta questão é proporcionada pelo conhecimento das máximas possibilidades de produção de que dispõe uma nação. Há que se considerar que, ao mesmo tempo em que se decide pela produção de um determinado bem ou serviço, um outro bem estará deixando de ser produzido ou um outro serviço não estará sendo prestado.
Assim, a terra destinada à produção da cana-de-açúcar não poderá ser alocada para a produção de alimentos. Portanto, se não houver uma expansão da fronteira agrícola, o plantio da cana-de-açúcar implica na não-produção de alimentos naquela porção de terra. Se a cana-de-açúcar substitui algum tipo de alimento anteriormente produzido ali, haverá mesmo uma diminuição da produção de alimentos como conseqüência da decisão de produção de álcool ou açúcar derivados da cana-de-açúcar.
Cumpre às autoridades econômicas papel histórico de estimular a produção em determinadas regiões, para atendimento a política econômica de crescimento e mesmo desenvolvimento econômico dessa região e da nação como um todo, com vistas ao bem-estar da coletividade.
COMO PRODUZIR?
Esta questão está estreitamente relacionada às possibilidades tecnológicas de produção. Competirá à sociedade como um todo a adoção de técnicas de produção que combinem, da maneira mais adequada possível, seus recursos humanos e patrimoniais. A resposta a esta questão deve considerar o dilema homem versus máquina, de tal forma que a introdução da técnica no aparelho produtivo não implique em desperdício do potencial humano e, por outro lado, a sociedade não deverá recusar o emprego de técnicas que possam significar aumento da eficiência produtiva. 
PARA QUEM PRODUZIR?
Esta é a questão que merece maior atenção por parte daqueles que respondem pela política econômica. Consiste em decidir de que maneira será distribuída, por toda a sociedade, a produção obtida. Em outras palavras, de que maneira aqueles que participam do processo produtivo irão usufruir do resultado de seu trabalho. Trata-se, portanto, de um equacionamento – e de uma solução – do problema da distribuição da renda, da qual deriva o consumo. 
A participação da sociedade na determinação do produto deve estender-se igualmente à determinação da distribuição mais justa dos bens, superando o desnível que se verifica em muitas regiões do planeta, quando uma grande escassez contrasta com a acumulação evidente em outros setores e segmentos da sociedade. 
Esse desnível foi a causa que promoveu as lutas de classes sociais consubstanciadas nos acontecimentos mais importantes dos últimos tempos.
Tem-se portanto que, do ponto de vista da economia, o ideal seria a adequada combinação entre:
uma estrutura produtiva eficiente, obtida graças a uma solução ótima das questões “o que e quanto produzir” e “como produzir”;
uma justa e efetiva distribuição da produção, solucionando, de maneira eficaz, o problema “para quem produzir”.
Como agentes econômicos, às organizações, responsáveis por produção, pagamento de salários, recolhimento de tributos e outras atividades de cunho essencialmente econômico, competem as ações com vista à solução ótima das questões fundamentais da economia, conforme apontado. 
O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO
Qualquer que seja a forma de organização da atividade econômica de uma comunidade – economia de mercado, economia planificada centralmente ou um sistema misto -, os seus objetivos são muito semelhantes: busca-se otimizar a satisfação do individuo, de um lado e, de outro, maximizar a eficiência produtiva. 
Esta operacionalidade do sistema econômico deve ser analisada com base em todos os fatores e forças que interferem nos fluxos de mobilização de recursos e de produção dosbens e serviços oferecidos e demandados (consumidos).
Podemos, pois, entender o sistema econômico como a forma pela qual a sociedade se organiza, visando solucionar os seus problemas de produção, circulação e distribuição de riqueza.
A forma como a sociedade irá conduzir a solução das questões “o que e quanto produzir”, “como produzir” e “para quem produzir” dependerá da sua própria organização social e econômica, apoiada em distintas concepções filosóficas e políticas. 
Assim, em algumas sociedades será o livre mecanismo das forças de mercado que irá determinar o que, quanto, como e para quem produzir; em outras, no entanto, a decisão sobre tais questões competirá a uma agência ou órgãos de planificação central. E outras sociedades operarão sob a forma de um sistema misto. 
Os três sistemas econômicos mais representativos nos dias de hoje são:
os sistemas de livre iniciativa empresarial;
os sistemas de planificação central da economia;
os sistemas mistos.
Estes sistemas são resultado da evolução por que passaram as formas de organização da atividade econômica, em busca do sistema ideal de eficiência produtiva aliada a uma eficiência distributiva da produção.
Este ciclo evolutivo, iniciado por um sistema em que prevalecia a tradição e autoridade, passa pelo mercantilismo, pelo liberalismo que antecedeu a concepção socialista e prossegue rumo a uma combinação que elimine as idéias radicais das duas formas de organização prevalecente nas economias modernas.
SISTEMA DE LIVRE INICIATIVA EMPRESARIAL
Neste sistema impera a propriedade privada dos bens de produção, ao lado de decisões sobre o que e quanto produzir fundamentadas no mercado e nos preços. As atividades econômicas são, portanto, dirigidas e controlada unicamente por empresa privadas, que competem entre si. Daí a alcunha de “economia de mercado”, porque o mercado é o habitat natural das empresas.
As empresas estariam dispostas a oferecer seus produtos à medida que houvesse possibilidades de obtenção de lucros. Ao lado da propriedade privada dos meios de produção, os lucros seriam a segunda grande determinante de uma filosofia liberal.
A perspectiva de lucro resume-se, portanto, à oferta de bens no mercado. Essa oferta se orientaria pela demanda de bens que suprissem as necessidades dos indivíduos. É de se supor, então, que o livre jogo da oferta e da procura, em que imperasse a livre concorrência, seria fundamental para a operação da atividade econômica.
Nestas circunstâncias, a intervenção do Estado seria perturbadora e prejudicial. Ao Estado competiria zelar pelo livre funcionamento do mecanismo dos preços e do mercado, sem interferir em nenhum aspecto de produção.
Neste sistema, a decisão sobre “o que e quanto produzir” seria tomada pelos consumidores e produtores; a decisão sobre o “como produzir” seria determinada pela competição entre os produtores, em busca de maior produtividade e redução de custos; a questão sobre “como distribuir” seria solucionada pela capacidade de aquisição dos bens produzidos, Isto é, cada indivíduo irá apossar-se da quantidade de bens e serviços conforme sua disponibilidade de recursos financeiros. 
 
SISTEMA DE PLANIFICAÇÃO CENTRAL DA ECONOMIA
Por este sistema, as respostas às questões básicas competem ao Estado, que se encarregaria de direcionar e controlar o processo produtivo, através de empresas públicas.
Este direcionamento e controle far-se-ia com base nos interesses coletivos, que prevaleceriam sobre os individuais.
Desaparecem segundo esta ordem econômica, a propriedade privada dos meios de produção e a instituição do lucro. A meta não é obtenção de lucros, mas proporcionar o máximo de bem-estar geral. Todos os meios de produção seriam socializados, isto é, de propriedade coletiva, administrada pelo Estado.
Um complexo sistema de planificação determinaria “o que produzir” prioritariamente. Todas as possibilidades de produção seriam equacionadas e utilizadas de forma a obter um aproveitamento integral de todos os recursos na solução do problema “como produzir”. A questão “para quem produzir”, que traz em si o problema da distribuição da renda, seria solucionada pela quantidade e qualidade do trabalho executado, independentemente das necessidades do trabalhador.
O Estado se encarregaria de proporcionar, a preços baixos ou gratuitamente, os serviços básicos relacionados à saúde, educação, transporte e moradia, assegurando a todos o direito inalienável ao trabalho. A participação ativa de todos os trabalhadores no processo econômico substituiria a competição entre as unidades produtivas, no sentido prevalecente no regime de livre iniciativa.
SISTEMAS MISTOS
Não se nota, nem nunca se notou o funcionamento pleno de formas puras de economia de mercado ou de economias socialistas. A intervenção do Estado se processa até mesmo em economias tipicamente capitalistas e em economias socialistas existem certas formas de propriedade privada da terra. 
Observa-se, nos sistemas mistos, a coexistência entre o setor público e o setor privado. Muitos aspectos da economia são controlados pelo Estado, mediante leis, decretos, regulamentos, portarias, etc. Através de criação de empresas ou de subsídios, controle de créditos, incentivos fiscais e outras formas, o Estado praticamente decide “o que e quanto produzir?” de vários setores da economia. O “como produzir?” se dá primordialmente no setor privado, atendendo aos ditames da concorrência. A questão “para quem produzir?” é respondida, de modo geral, pelo livre mecanismo dos preços, porém o Estado se encarrega de proporcionar alimentação, ensino, hospitalização, assistência jurídica e outros serviços às camadas inferiores de renda. 
Além disso, o Estado controla certos preços e impõe determinados padrões de remuneração (salário mínimo, por exemplo) e recolhimentos compulsórios (os encargos sociais de uma folha de pagamentos, por exemplo).

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