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TRABALHO
JOSUÉ GONÇALVES DOS SANTOS
DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE
Ementa: DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE. RETIRADA DE SÓCIO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 
APURAÇÃO DE HAVERES A PARTIR DA CITAÇÃO (DATA-BASE). SE TRATA DE SOCIEDADE 
FORMADA EM CARÁTER FAMILIAR E PESSOAL, NA QUAL O INTUITO PERSONAE PREVALECE 
SOBRE O INTUITO PECUNIAE, SENDO POSSÍVEL A SUA DISSOLUÇÃO PARCIAL E A APURAÇÃO DE 
HAVERES COM BASE NO SEU BALANÇO ESPECIAL, COMO DETERMINA O ART. 1.031 DO CC E A 
SÚMULA 265 DO STF. PRAZO DE PAGAMENTO QUE DEVE O OBSERVAR CONTRATO SOCIAL DE 
FORMA PREFERENCIAL. CORREÇÃO E JUROS MORATÓRIOS - CONFORME PRECEDENTE DESTA 
CÂMARA, SOBRE O VALOR INFORMADO NA PERÍCIA COMO DEVIDO EM SEDE DE APURAÇÃO DE 
HAVERES INCIDIRÁ CORREÇÃO MONETÁRIA PELO IGP-M, ACRESCIDO DE JUROS DE 1% AO MÊS A 
CONTAR DA ENTREGA DO LAUDO. DEDUÇÃO DE VALORES JÁ RECEBIDOS PELO RETIRANTE. 
INCLUSÃO DE VALOR SITUADO FORA DOS HAVERES A SEREM APURADOS. DERAM PARCIAL 
PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70070810858, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Alex Gonzalez Custodio, Julgado em 23/11/2017).
JÚLIA ALMEIDA GODOY, GABRIELA ALMEIDA GODOY e CLARISSA ALMEIDA 
GODOY ajuizaram ação de dissolução parcial de sociedade contra o SANATÓRIO SÃO 
JOSÉ LTDA. e LUIZ ANTÔNIO SAINT PASTOUS GODOY narrando, em síntese, que 
eram filhas de Jacintho Saint Pastous Godoy e Erika Maria Worobjow Almeida, 
falecidos em 21 de Fevereiro de 2010 e 15 de Julho de 2011, respectivamente. 
Disseram que Jacintho era sócio do Sanatório São José Ltda. em conjunto a 
seu irmão, o réu Luiz Antônio, sempre atuando juntos na direção da sociedade. Após 
o falecimento de Jacinto, o réu Luiz Antônio pressionou a viúva Erika a assinar uma 
alteração contratual, o que foi efetivado, passando a administração da sociedade a ser 
exercida exclusivamente por ele mesmo, sendo que, com o óbito de Jacintho e Erika, 
as autoras viram-se obrigadas a se envolver nas atividades societárias do sanatório, 
tendo ingressado no contrato social. 
Referiram a quebra da affectio societatis sob o argumento de que o demandado 
Luiz Antônio mantinha postura irredutível e centralizadora, não aceitando as 
sugestões que lhe eram endereçadas. Falaram que os balanços que lhes eram 
entregues eram duvidosos e que a situação financeira era instável e preocupante, 
restando afastadas das atividades societárias. Salientaram que o réu, na condição de 
médico, utilizava o Sanatório para desenvolvimento de atividades profissionais 
próprias, em prejuízo às demais sócias. Frisaram a inocorrência de acordo entre as 
partes paradissolução da sociedade, pois houve divergência sobre os reais valores 
envolvidos. Na condição de detentoras de 50% do capital social, sustentaram o direito 
que tinham à percepção de haveres.
Os réus Disseram que o Sanatório São José era empresa idônea, cumpridoras 
de suas obrigações legais, trabalhistas e tributárias. Referiram não ter existido pressão 
para que Erika assinasse qualquer alteração contratual, o que fez de posse de suas 
plenas faculdades mentais, não obstante em tratamento de saúde. Insurgiram-se 
contra a alegação de documentação divergente e falta de informações concretas, 
frisando a inexistência de atitudes autoritárias por parte do sócio remanescente. 
Frisaram que o sócio Luiz Antônio não obtinha lucros próprios às expensas do 
Sanatório e que a proposta das autoras de venda de sua participação societária no 
valor de R$ 1.600.000,00 foi aceita, propondo-se o pagamento mediante a permuta 
de imóvel de sua propriedade. Reclamaram da questão das antecipações de lucro, 
aduzindo que não concordavam com a retirada mensal porque o Sanatório acumulava 
dívidas no valor de R$ 5.000.000,00. 
Disseram, ainda, que as autoras mantinham elevado padrão financeiro 
independentemente do valor que o Sanatório lhes alcançava. Concordaram com a 
dissolução parcial da sociedade seguida da respectiva apuração de haveres, cuidando-
se para que esta se realizasse de maneira que preservasse a continuidade da empresa. 
Solicitaram, ainda, a revisão da liminar concedida, bem como a decretação de 
segredo de justiça.
O que vem a resultar aqui a dissolução da sociedade não é o fato de o sócio 
ter falecido, e sim o fato de posteriormente um dos sócios, o que resta vivo, ter 
descumprido regras de comvivência e não prestando contas, nem, aceitando sugestões 
de administração, pois segundo relatado, detinha o controle da sociedade. Com isso 
conforme cita Requião1 aconteceu acordo com os herdeiros para eles continuar 
inicialmente na sociedade, o que não foi possível posteriormente.
1 O Código Civil, recusa a dissolução da sociedade em face da morte ou da incapacidade 
superveniente do sócio, nos artigos 1028 e 1030. A morte provoca a liquidação da quota de capital 
pertencente ao sócio, salvo disposição contrária do contrato, podendo ainda regular-se a substituição 
do sócio falecido por acordo com os herdeiros. Os sócios remanescentes é que poderão, em face da 
morte, proferir a dissolução da sociedade. Neste caso, é a vontade dos sócios que determina a 
dissolução, não a morte propriamente dita. (REQUIÃO, 2014, pág. 428)
Não aconteceu oposição ao fim da sociedade, por parte dos réus, o que 
aconteceu é que na sentença o juiz colocou como data base do fim da sociedade, a 
data da publicação da mesma, sendo que a jurisprudencia entende como o dia que 
foi solicitado ou ajuizado tal pedido, contudo sem notificação extrajudicial 
comprovada, os desembargadores deixaram a data da citação, reformanfdo em parte a 
sentença, observando assim o artigo 605 do Novo CPC.
A reforma da sentença nessa parte então deixou a decisão alinhada com a 
doutrina e a juspudencia majoritaria hoje referente ao assunto, com a decisão os 
haveres deverão ser quitados em três anos, visando no caso a preservação da 
empresa, onde o melhor é a continuidade da atividade.
Quanto aos lucros obtidos durante o processo estes devem ser compensados 
caso haja dívidas dos sócios junto a empresa, ou senão distribuidos conforme cota 
social de cada um, mantendo assim também aqui o alinhamento conforme a 
jurispredência, não trazendo prejuizos a nenhuma das partes.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
APELAÇÃO CÍVEL. PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL REJEITADO. FALÊNCIA DECRETADA. AÇÃO 
REVOCATORIA MOVIDA PELO MP. BASEADA NOS ARTIGOS 130 E 135 DA LEI 11.101/05. APÓS 
ORDEM DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA EMPRESA FALIDA. BENS DOS 
SÓCIOS. REVOGAÇÃO DE ATOS FRAUDULENTOS. DILAPIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO. CONFIRMAÇÃO 
DOS REQUISITOS: CONLUIO FRAUDULENTO E EFETIVO PREJUÍZO. JUÍZO DE PROCEDÊNCIA 
MANTIDO. AGRAVOS RETIDOS. À UNANIMIDADE, NÃO CONHECERAM DOS AGRAVOS RETIDOS E 
NEGARAM PROVIMENTO AOS APELOS. (Apelação Cível Nº 70073495871, Sexta Câmara Cível, 
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luís Augusto Coelho Braga, Julgado em 23/11/2017).
O Ministério Público ajuizou ação a presente ação revocatória, com pedido de 
sequestro de bens, em face de Espólio de Arcélio Francisco Radavelli, Marines 
Radavelli, Celso Antônio Radavelli, Neiva Bonacina Radavelli, Olvidio Antonio 
Favaretto e Isolde Becker Favaretto, registrando, de antemão, que fora concedida a 
desconsideração da personalidade jurídica da empresa Monibel Indústria e Comércio 
de Alimentos Ltda. e, no entanto, ao buscarem bens junto ao patrimônio dos sócios e 
do espólio do filho Guilherme, afirmou que houve verdadeira dilapidação do 
patrimônio, por meio de alienações de bens, em relação as quais busca a revogação, 
apontando o artigo 130 da Leide Falências e Recuperação de Empresas e o prejuízo 
suportado pela massa falida. Mencionou que o passivo supera o ativo, destacou o 
consilium fraudis, requereu a declaração de ineficácia das alienações dos bens 
listados.
Os requeridos apresentaram contestação, sendo Olvídio Antônio Favaretto e Isolde 
Becker Favaretto, com preliminar de falta de capacidade jurídica e ilegitimidade ativa 
ad causam do autor, inépcia da inicial e incompatibilidade de pedidos. No mérito, 
sustentaram, basicamente, excesso de medidas, que os imóveis jamais pertenceram à 
massa falida e que jamais praticaram simulação na aquisição dos imóveis em 2006 e 
2010.
Por sua vez, os requeridos Celso Antônio Radavelli e Neiva Bonacina Radavelli 
suscitaram preliminar de carência de ação e inépcia da inicial. Destacaram, em suma, 
que o imóvel adquirido pertencia às pessoas físicas dos sócios e não à empresa que 
faliu, realizado o negócio fora do termo legal da Falência, decretada em 02/10/2008, 
sem fraude e prejuízo de credores.
Os requeridos Arcélio Francisco Radavelli e Marinês Radavelli contestaram a ação, 
arguindo preliminar de ilegitimidade ativa do Ministério Público e, no mérito, em 
resumo, que as alienações dos imóveis tiveram como objetivo único aportar recursos 
no caixa da empresa MONIBEL, devidamente registrados em sua escrituração contábil.
Sentença procedente. Com o advento do Novo CPC, os agravos retidos não tem 
mais previsão legal, em suma foi indeferido as apelações em 2ª instância.
Conforme Coelho2 os bens constantes na empresa são delas, não podendo os sócios 
retirar ou alienar estes bens, para fraudar credores, nem para diluir o valor de 
mercado da mesma.
Com o advento da Desconsideração da personalidade jurídica ficou comprovado 
que os sócios praticamente deixaram a pessoa jurídica apenas com o local do 
estabelecimento, daí decorre a importância deste dispositivo para que credores não 
fiquem desamparados frente a tamanha fraude.
O processo inicial era de pedido de recuperação judicial, feito em 2006, 
convertido em falência posteriormente pois não havia como recuperar frente a 
tamanha dívida conste. 
Seguindo a jurispredência e também a doutrina abordada, a referida decisão 
mantém então a segurança jurídica, para inibir que sócios de empresas ao verificarem 
que não terão mais como adimplir suas dívidas, sem tentar sequer negociar com os 
credores, se beneficiem de fraudes para então dar o calote.
Mesmo com o advento do Novo CPC que manteve esse entendimento, separando 
bens de sócios e da empresa, deixando resguardado o direito de credores ou até a 
legitimidade do Ministério Público que verificando que alguma empresa está tentando 
fraudar, use da desconsidere a personalidade jurídica e adentre nos bens dos sócios.
Em suma, entendo que deve-se presumir a fraude na manipulação da autonomia 
patrimonial da pessoa jurídica se demonstrada a confusão entre os patrimônios dela e 
deum ou mais de seus integrantes ocorre assim a fraude.
Constante salientar que deve ser usada apenas em casos excepcinais, como no 
presente estudado, porém demostrada aqui os requisitos para a desconsideração, 
seguiu o que já é sedimentado na doutrina, e com a devolução dos 10 bens ao 
espólio da massa falida e com o valor de outro, fica sanada pelo menos parte de 
valor para que os credores, possam ser ressarcidos anos depois de pelo menos parte 
do que tem por direito de receber.
REFERÊNCIAS
COELHO, Fábio Ulhôa.Curso de direito comercial. Volume 2. 16ª Ed. São Paulo: 
Saraiva, 2012.
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial , v. 2. 31 ed. Saraiva, 2014.
2Os bens integrantes do estabelecimento empresarial, e outros eventualmente atribuídos à pessoa 
jurídica, são de propriedade dela, e não de seus membros. Não existe comunhão ou condomínio 
relativamente aos bens sociais; sobre estes os componentes da sociedade empresária não exercem 
nenhum direito, de propriedade ou de outra natureza. É apenas a pessoa jurídica da sociedade a 
proprietária de tais bens. No patrimônio dos sócios encontra-se a participação societária, representada 
pelas quotas da sociedade limitada ou pelas ações da sociedade anônima. (COELHO, 2012, pág.24)

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