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Universidade Paulista – UNIP ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS CASA CURUTCHET – ESTUDO DE CASO PRINCIPAL CASA DE VIDRO – ESTUDO DE CASO LIVRE Marina Carvalho Der Boghossian RA: D472194 Turma: AU1A40 Data: 16/11/2017 CONCEITOS APRENDIDOS NO SEMESTRE O semestre foi bastante inusitado e desafiador ao meu ponto de vista. Entrar em uma turma que já está no segundo semestre é um desafio e tanto, mas isso foi um estimulo para que, apesar de não ter tanta noção de algumas coisas técnicas da arquitetura, ficasse no mesmo ritmo dos alunos que já tinham começado. No primeiro projeto pude perceber quais são realmente as necessidades dos usuários que vão habitar a casa. Antes de fazer um projeto, imaginar como o usuário se sentiria ao entrar naquela casa e conviver naquele ambiente, se alguns espaços dentro da casa são realmente necessários. Pude ver que não há necessidade de cômodos grandes, espaços grandes, uma pessoa pode habitar bem em uma residência de poucos metros quadrados, ter tudo que ela precisa ali e se sentir bem. No segundo projeto, partimos para uma parte mais técnica, na qual teríamos que fazer cálculos de escada, rampa, área da casa, instalações hidráulica, inclinação de telhado. Isso foi de grande importância e mais uma vez novos desafios, porque teríamos que pensar realmente como arquitetos agora, não só como morador, usuário, como foi feito no projeto anterior. Serviu para aprimorar nosso conhecimento, nos amadurecer como estudantes e não nos limitar ao fazer um projeto. CASA CURUTCHET – FICHA TECNICA • Proprietário: Dr. Pedro Domingo Curutchet • Arquitetos do projeto: Le Corbusier Colaborador: Arq. Bernhard Hoesli • Direção da obra: Arq. Amancio Williams Arq. Simón Ungar Eng. Alberto Valdés • Superfícies Terreno: 180 m2 Construção: 345 m2 • País: Argentina • Cidade: La Plata • Inicio de Obra: Julio de 1950 • Finalização de Obra: 1954 • Única obra de Le Corbusier na América Latina • Considerada um patrimônio mundial tombada pela UNESCO Terraço Interno – 3° pavimento. Fonte: Veredes CASA CURUTCHET • Em 1929, Le Corbusier viaja à Argentina com um grupo de Arquitetos modernos. Os três pilares da Arquitetura Moderna da época eram luz, ar e sol. • Pouco tempo depois da viagem, ele aceita fazer um projeto de uma casa com um consultório para um médico, na cidade de La Plata, porém não podendo viajar para a Argentina, contou com a ajuda de outro arquiteto, o argentino Amancio Willians, que ficou na direção da obra. Fachada da casa. Fonte: Pinterest Janela da casa em fita Fonte: tecnne • A casa representa todos os 5 pontos de Le Corbusier para uma arquitetura moderna: Planta Livre, Fachada ivre, Janela em Fita, Terraço Jardim e Pilotis. • A interação entre os ambientes externos e internos, entre o espaço público e privado e o jogo de iluminação natural provocado na casa são um dos pontos que chamam mais atenção no projeto. • Isso fica bem explícito na passagem de ambientes, no jogo de espaços vazios, na árvore que possui no meio da casa e nos acessos, como a rampa que começa no exterior e vai para o interior PISO TÉRREO Fonte: Autor TERCEIRO PISO Fonte: Autor ENTRE PISO Fonte: Autor SEGUNDO PISO Fonte: Autor Perspectiva da fachada da casa Fonte: Autor A Casa Curutchet foi dividida basicamente em 4 níveis. No piso térreo ficam o pátio, a entrada da rampa e a garagem. No entre piso fica o consultório. No segundo piso ficam a sala de estar, a sala de jantar, a cozinha e a dispensa. No terceiro piso ficam os quartos do casal, dos filhos e o quarto de hóspede, bem como os banheiros. O que chama atenção no terneiro piso são a volumetria do banheiro: as paredes são de formato arredondado. No terceiro piso também pode-se encontrar uma biblioteca e o terraço jardim, que possui vista privilegiada para o parque que fica na frente da casa. CASA CURUTCHET – CONSTRUÇÃO DA MAQUETE DE ESTUDO Corte dos materiais Fonte: Autor Os materiais utilizados para a construção da maquete foram: • Papel Matiê – utilizado nas paredes internas e externas, escadas e rampa. O material foi escolhido através de pesquisas em várias lojas e este foi o que achamos que mais se assemelhou a estrutura da casa e que era fácil de trabalhar. • Palitos de churrasco – utilizados para fazer a estrutura da casa: os pilotis. O diâmetro dele se assimilava com o dos pilotis da casa, na escala 1:75. Revestimos de tinta branca para que ficasse mais próximo dos originais. • Papel camurça verde – utilizado para fazer a parte externa que ficava no centro da casa. O material se assemelhava com a grama que há nesse local da casa. • Fio de cobre grosso – utilizado para a elaboração da árvore. O material é firme e de coloração semelhante às estruturas de uma árvore (galhos e tronco), por isso achamos adequado utilizá-lo nessa situação. • Espuma de poliéster – utilizada para fazer a copa da árvore. A volumetria criada pela espuma se assemelha à copa da arvore. Pintamos com tinta spray verde para que a cor se assemelhasse com a cor real das folhas das árvores • Acetato – utilizado para ilustrar as janelas em fita da casa. A escolha do material foi por conta da semelhança com o vidro. Montagem do primeiro pavimento Fonte: autor Construção do segundo pavimento Fonte: Autor Elaboração do terceiro pavimento Fonte: Autor Grupo reunido medindo o segundo pavimento Fonte: Autor Construção do terceiro pavimento Fonte: Autor Vista lateral da maquete finalizada Fonte: autor Vista aérea da maquete finalizada Fonte: autor Vista dos fundos da maquete finalizada Fonte: autor Vista frontal da maquete finalizada Fonte: autor CASA DE VIDRO • Arquiteta: Lina Bo Bardi • País: Brasil • Cidade: São Paulo (Morumbi) • Tombada pelo CONDEPHAAT e IPHAN como patrimônio histórico • Ano de construção: 1951 • A casa também abriga o Instituto Lina Bo e P. M. Bardi • Área do jardim: 7000m² • Materialidade: Vidro e Metal • Estrutura: Concreto Fonte: Autor • Por conta da quantidade de vidros, caixilhos e dos materiais utilizados na construção da casa, e também por ela ser rodeada de árvores (o que promove a umidade e o acumulo de água), a casa necessita de manutenções periodicamente. Porém, os administradores do instituto tomam todo o cuidado para que os reparos não façam com que a casa perca sua essência. • O Instituto promove diversas atividades no espaço, como encontros de vários arquitetos e estudantes, palestras, visitas, exposições, publicações para pesquisa e vídeos. • A casa é dividida basicamente em duas partes: A primeira contem o salão de estar e jantar, o que chama atenção nesses cômodos são as grandes aberturas de vidro. No centro desse salão se encontra um pátio, no qual foi mantida uma árvore da vegetação local, que reforça ainda mais a ideia de Lina da casa ter contato com a natureza. A segunda parte é formada pelos dormitórios, que estão do lado oposto à sala, formando um corredor que dá acesso à cozinha. •Lina usou várias referências de Le Corbusier para a construção do seu projeto. Como não queria mudar o aspecto natural do terreno, fez a construção de concreto apoiada sob pilotis. Outro ponto da construção de Le Corbusier utilizado pela arquiteta foi o jogo de iluminação e opacidade promovido pelas janelas em fita e pelos vazios na casa. • Inicialmente, a casa foi criada para ser residência da arquiteta e de seu marido e também para abrigar o Instituto de Arte Contemporânea. Vista de trás da escada Fonte: autor • Após a morte do casal, mais precisamente em 1987, a Casa de Vidro foi tombadacomo patrimônio histórico do estado de São Paulo e desde 1995 é sede do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi. LEGENDA: 1 – Entrada 2 – Biblioteca 3 – Sala 4 – Vazio 5 – Lareira 6 – Refeitório 7 – Quarto 8 – Closet 9 – Cozinha 10 – Quarto Empregados 11 – Sala Empregados 12 – Lavanderia 13 – Varanda 14 – Pátio 15 - Depósito Corte AA Fonte: Autor Planta piso térreo Fonte: Autor Planta piso superior Fonte: Autor VISITA Croqui rápido da vista da entrada da casa Fonte: Autor No dia 26 de outubro de 2017, realizei uma visita ao local para poder viver a experiência real do trabalho. Chegando no local tive a sensação de paz e harmonia, por conta da grande quantidade de árvores, da interação da casa com a natureza. Ao entrar na residência, pude perceber como a casa conversa com o ambiente externo, com a natureza que rodeia a casa. Os vidros nos quais a casa é revestida quase que por completa, nos trazem a sensação de que estamos no meio da floresta, achei essa interação muito interessante. A paisagem é incrível. O vidro também promove um jogo de iluminação natural muito interessante: A casa recebe toda a iluminação do sol, porém as árvores que rodeiam a casa não deixam que os raios batam diretamente na casa, fazendo com que a casa não esquente, então ela está sempre fresca porém bem iluminada. Entrando na casa, também é possível visitar o instituto Lina Bo Bardi, no qual contém acervos importantes, registros da arquiteta, bem como várias de suas importantes obras. No instituto também pude conhecer um pouco da história de Lina, sua chegada ao Brasil, seu amor pelo país foi tanto que ela decidiu se naturalizar brasileira. Esse trabalho foi de grande enriquecimento dos meus conhecimentos sobre a arquiteta e sobre a arquitetura em geral, meu ponto de vista sobre várias tecnicas da arquitura foram aprimorados ao visitar essa obra. BIBLIOGRAFIA • CZAJKOWSKI, Jorge et al. Comportamiento higrotérmico de la casa Curutchet de Le Corbusier en La Plata, Buenos Aires, Argentina. Actas ENTAC, v. 6, 2006. • BROADBENT, Geoffrey. La Casa Curutchet. Revista 47 al fondo n 11 año 2004. • CORONA MARTÍNEZ, Alfonso. Algunas observaciones sobre la casa Curutchet en La Plata y el rol de los casos particulares en la obra de Le Corbusier. PEREZ OYARZUN, Fernando. Le Corbusier y Sudamérica: viajes y proyectos. Santiago de Chile: PUC, p. 148-154, 1991. • REQUENA RUIZ, Ignacio. Arquitectura adaptada al clima en el movimiento moderno: Le Corbusier (1930-1960). 2011. • https://www.archdaily.com.br <Acesso em 15/10/2017> • http://casacurutchet.fullblog.com.ar/ficha-tecnica.html <Acesso em 12/10/2017> • http://comoprojetar.com.br/o-que-sao-os-5-pontos-de-uma-nova-arquitetura-de-le-corbusier-descubra-como- aplica-los-na-arquitetura-contemporanea/ <Acesso em 13/09/2017> • http://www.usjt.br/arq.urb/numero-09/04-renato-anelli.pdf <Acesso em 15/10/2017> • GAMEREN, Dick Van. A casa de vidro de Lina Bo Bardi. Recuperado em Setembro/2016 de: www. vitruvius. com. br, 2000. • CAMPELLO, Maria de Fatima de Mello et al. Lina Bo Bardi: as moradas da alma. 1997. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. • COMAS, Carlos Eduardo. Lina Bo Bardi. Risco: Revista de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (Online), n. 20, p. 91-92, 2014. • AFONSO, Sonia. Urbanização de encostas: projetando a arquitetura da paisagem. Paisagem e Ambiente, São Paulo, n. 14, p. 43-78, dec. 2001. ISSN 2359-5361. Disponível em: <http://www.periodicos.usp.br/paam/article/view/134133>. Acesso em: 15 out. 2017. doi:http://dx.doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i14p43-78. • institutobardi.com.br/ <Acesso em 15/10/2017>
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