Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundação Edson Queiroz Universidade de Fortaleza – UNIFOR RELATÓRIO DE ENSAIO DO ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA CBR PAVIMENTAÇÃO E DRENAGEM RAFAEL PAMPLONA E SOUZA MATRÍCULA: 1310892-7 FORTALEZA 2017 1. INTRODUÇÃO Este relatório tem como objetivo, apresentar o resultado do ensaio de CBR re- feito no dia 01/09/17, executado pelo Prof./Engenheiro: Jardel Andrade de Oliveira no Laboratório de Pavimentação e Drenagem da UNIFOR. No ensaio CBR (California Bearing Ratio) padronizado, é necessária à penetra- ção no solo até determinado ponto e a pressão necessária para que o mesmo pistão penetre a mesma quantidade em solo-padrão de brita graduada. Através do ensaio de CBR é possível conhecer qual será a expansão de um solo sob um pavimento quando este estiver saturado, e fornece indicações da perda de resistência do solo com a satu- ração. Com base nestes conceitos este relatório descreverá os procedimentos realiza- dos em laboratório e seus resultados. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo o Eng. Igor Donisete (2016), o ensaio de CBR é uns dos maiores alia- dos no que se diz respeito a qualidade e economia no piso industrial. Mesmo com um custo baixo em relação aos custos totais de uma obra, e com um tempo razoável para a apresentação e análise dos resultados, esse ensaio ainda é uma pulga atrás da orelha de alguns aventureiros, que preferem correr o risco de entregar um piso de baixa qua- lidade e que certamente irá apresentar fissuras, recalques e até uma vida útil abaixo do esperado. Falta de informação? Talvez! Antes de falarmos da parte técnica do ensaio, vamos conhecer um pouco so- bre a sua história. Em 1939 o ensaio do Índice de Suporte Califórnia, mais conhecido como ensaio de CBR (California Bearing Ratio), foi desenvolvido pelo engenheiro O. J. Porter, e posteriormente aprimorado pelo United States Corps of Engineers (USACE), com o objetivo de integrar no dimensionamento de pavimentos rodoviários, determi- nando a capacidade de suporte de um solo compactado. Em 1966, introduzido no Brasil pelo engenheiro Murillo Lopes de Souza, por ser um ensaio que melhor se adaptava à realidade brasileira na época, o ensaio de CBR rapidamente disseminou-se pelo país. Atualmente, é regido pela ABNT: NBR 9895/87. Adotado por uma grande parcela, se não todos, projetistas de pisos e pavi- mentos, órgãos rodoviários, o ensaio de CBR é determinado através da relação entre a pressão necessária para penetrar um pistão cilíndrico padronizado em um corpo de prova de um determinado solo, e a pressão necessária para penetrar o mesmo pistão em uma brita graduada padrão. Ou seja, ao se deparar com um resultado de CBR=10%, entende-se que aquele solo representa 10% da resistência a penetração da brita pa- dronizada. O ensaio também permite a obtenção de outro parâmetro importante relacio- nado com a durabilidade, que é o índice de expansibilidade do solo, pois em uma etapa do ensaio, o solo é imerso em água por no mínimo 4 dias, possibilitando a aná- lise da expansão da amostra ensaiada. O ensaio é dividido em três fases: • Compactação do corpo de prova: é realizada a compactação com energia pa- drão (Proctor), atentando-se ao número correto de golpes e camadas, corres- pondentes à energia desejada, normal ou modificada. É comum moldar no mí- nimo 5 corpos de prova, variando o teor de umidade para que seja possível ca- racterizar a curva do CBR (Figura 1). • Expansão: após a moldagem dos corpos de prova, é hora de obter os valores de expansão. Para isso, o conjunto já preparado para o ensaio, é imergido em água por no mínimo 4 dias, devendo ser realizado leituras no extensômetro a cada 24 horas. • Resistência à penetração: é retirado o corpo de prova, após o período de imer- são, e deixado a ser drenado naturalmente por 15 minutos. Logo em seguida, leva-se o corpo de prova para a prensa (Figura 2), onde será rompido através da penetração de um pistão cilíndrico, com uma velocidade de 1,27 mm/min. Utilizando um anel dinamômetro na prensa, registra-se os valores necessários para o cálculo das pressões de cada penetração. Para o cálculo é adotado as pressões lidas entre as penetrações de 2,54 e 5,08 mm. O resultado é determinando pela seguinte expressão: A pressão padrão dada na expressão acima, é 6,90 e 10,35 MPa para as pene- trações de 2,54 e 5,08 mm respectivamente. Considera-se o resultado final, aquele que obtiver o maior valor de CBR. Quando recebemos um relatório do laboratório de controle tecnológico, ge- ralmente tem a sua apresentação concisa, contendo sempre os valores da massa espe- cífica aparente máxima seca, CBR e expansão. Em relatórios mais completos, estes va- lores vêm acompanhados de gráficos, onde encontramos estes mesmos índices em re- lação a umidade do solo ensaiado. Os resultados dos ensaios, são variáveis de acordo com a textura (granulome- tria) do solo e da constituição mineral de suas partículas, tornando-se difícil a previsão do CBR. Podemos entretanto afirmar que os siltes e outros solos expansíveis, apresen- tam baixos valores de CBR, inferiores a 6%, enquanto que solos finos em geral, inclu- indo solos arenosos, apresentam valores de CBR entre 8% e 20%. Já os solos grossos, como pedregulhos e as britas graduadas, situam-se em patamares de 50% a 100%, po- dendo atingir valores mais elevados. Como parâmetros de projeto, pisos e pavimentos rígidos requerem CBR > 8%, enquanto que os pavimentos flexíveis exigem valores de CBR > 12%. Diferente dos índices de CBR, os índices de expansão não afetam diretamente no dimensionamento de pisos e pavimentos, porém a sua avaliação é imprescindível, pois um solo potencialmente expansivo, poderá provocar manifestações patológicas irreparáveis. Segundo o manual de pavimentação do DNIT, os valores usuais de expan- são são categorizados de acordo com o tipo de função estrutural exercida, conforme a seguinte classificação: • Sub-base: Expansão < 1 %, • Subleito: Expansão < 2 %, e • Reforço do subleito: Expansão < 2 %. Mas as questões são: Por que realizar este ensaio? E se os resultados forem inferiores as especificações do projeto, como proceder? De forma concisa, evitar recal- ques é o principal motivo, por estar relacionado diretamente com o dimensionamento da estrutura. Caso tenhamos resultados insatisfatórios, o projetista responsável irá avaliar a situação e dimensionará um reforço do subleito para suprir as necessidades da obra. De modo geral, o ensaio demanda funções de elevada importância no dimen- sionamento de pisos e pavimentos em fundação direta, pois com a análise correta dos dados obtidos a partir deste ensaio, obtêm-se uma estrutura economicamente viável, preservada de possíveis manifestações patológicas relacionadas à capacidade de su- porte ou possíveis expansões do solo. 3. FOTOS DO ENSAIO Figura 01 – Técnico moldando o corpo de prova Fonte: Matheus Gomes (aluno da turma). Figura 02 – Corpo de prova submerso para ensaio de expansão Fonte: Matheus Gomes (aluno da turma). Figura 03 – Técnico executando o ensaio de penetração. Fonte: Matheus Gomes (aluno da turma). 4. RESULTADOS amostra 01 MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA MÁXIMA: 1,956 g/cm3 UMIDADE ÓTIMA: 10,8 % cilindro n 3 VOLUME (cm³) = 2319 PESO (g) = 4034 No. DE GOLPES = 12 P.DA AMOSTRA (g) = 6000 P. DA AMOSTRA + CILINDRO (g) 8541 8796 9060 8978 8895 PESO DA AMOSTRA (g) 4507 4762 5026 4944 4861 MASSA ESPECÍFICA ÚMIDA (g/cm3) 1,944 2,053 2,167 2,132 2,096 CÁPSULA No. 1 2 3 4 5 P.BRUTO ÚMIDO (g) 48,54 49,96 71,95 77,90 69,87 P. BRUTO SECO (g) 46,25 46,98 66,34 70,95 62,35 P.DA CÁPSULA (g) 13,25 12,48 14,33 14,20 14,25 P. SOLO + ÁGUA(g) 35,29 37,48 57,62 63,70 55,62 ÁGUA (g) 2,29 2,98 5,61 6,95 7,52 SOLO (g) 33,00 34,50 52,01 56,75 48,10 UMIDADE ( % ) 6,94 8,64 10,79 12,25 15,63 MASSA ESP. SECA (g/cm3) 1,817 1,890 1,956 1,899 1,813 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO - PROCTOR NORMAL Dados do Cilindro Resultados Valores coletados no ensaio 1.800 1.820 1.840 1.860 1.880 1.900 1.920 1.940 1.960 1.980 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 M . E SP EC ÍF IC A SE C A (g /c m 3) U M I D A D E ( % ) CURVA DE COMPACTAÇÃO 5. BIBLIOGRAFIA DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPOR- TES – DNIT 172/2016 – ME Solos – Determinação do Índice de Suporte Califór- nia utilizando amostras não trabalhadas – Método de ensaio. Rio de Janeiro. 2016. ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS -NBR 9895/2016 – SOLO – Índice de Suporte Califórnia. Rio de Janeiro. 2016. LPE Engenharia. Disponível em: “http://lpe.tempsite.ws/blog/index.php/ensaio- de-indice-de-suporte-california-cbr/”. Acesso em: 19 set. 2017
Compartilhar