Buscar

Memoria - O Que e e Como Melhora-la.docx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEXTO V - Memória: O Que é e Como Melhorá-la 
Por Dra. Silvia Helena Cardoso
O que nos faz lembrar de uma detalhada história ocorrida no passado? Como deixamos fluir naturalmente as frases complicadas de longas canções? Por que nunca nos esquecemos de como se dirige um automóvel? 
Nestes exemplos, a memória surge como um processo de retenção de informações no qual nossas experiências são arquivadas e recuperadas quando as chamamos. É uma função cerebral superior relacionada ao processo de retenção de informações obtidas em experiências vividas. 
O termo  memória tem sua origem etmológica no latim e significa a faculdade de reter e /ou readquirir idéias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos anteriormente reportando-se às lembranças, reminiscências. 
A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela  forma a base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da experiência. 
Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências, portanto, está intimamente associada à aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através das experiências que foram armazenadas na memória; em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos. 
Esta intrigante faculdade mental forma a base de nosso conhecimento, estando envolvida com nossa orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades intelectuais e mecânicas. 
Assim, aprendizagem e memória são o suporte para todo o nosso conhecimento, habilidades e planejamento, fazendo-nos considerar o passado, nos situarmos no presente e prevermos o futuro. 
Tipos e Características da Memória
Pense na diferença entre memorizar a data de aniversário de alguns amigos versus aprender a andar de bicicleta. 
As diversas coisas que aprendemos e lembramos não são processadas sempre pelo mesmo mecanismo neural. 
Existem diferentes categorias de memórias, entre elas estão: 
A memória ultra-rápida cuja retenção não dura mais que alguns segundos. 
A memória  de curto prazo (ou curta duração), que dura minutos ou horas e serve para proporcionar a continuidade do nosso sentido do presente 
A memória de longo prazo (ou de longa duração), que estabelece engramas (ou traços duradouros (dura dias, semanas ou mesmo anos). 
Você acaba de ouvir o telefone ditado por alguém, mas em poucos segundos é incapaz de se lembrar de parte ou de todos aqueles números. Por que ? Esta memória é temporária e limitada em sua capacidade, sendo armazenada por um tempo muito curto no cérebro, da ordem de milisegundos a poucos minutos. É a memória de curta duração. 
Para que ela se torne permanente, ela requer atenção, repetições e idéias associativas. Mas, através de um mecanismo ainda não conhecido, você pode se lembrar subtamente de um fato esquecido, como aquele número de telefone que havia esquecido. Neste caso, a informação foi armazenada na memória de longa duração que é mais permanente e tem uma capacidade muito mais ampla. 
Para uma boa explicação sobre como é formada a memória de longa duração, veja o artigo do Prof. Izquierdo Os Labirintos da Memória. 
O processo de armazenar novas informações na memória de longa duração é chamado de consolidação. 
A memória para datas (ou fatos históricos e outros eventos) é mais fácil de se formar, mas ela é facilmente esquecida, enquanto que a memória para aprendizagem de habilidades tende a requerer repetição e prática. 
Uma elaboração do conceito da memória de curta duração que tem sido feita nos últimos anos é a memória operacional (veja abaixo), um termo mais genérico para o armazenamento da informação temporária. 
Muitos especialistas consideram memória de curta duração e memória operacional como a mesma coisa. 
Entretanto, uma característica chave que distingue uma da outra é, não somente o seu aspecto operacional, como também as múltiplas regiões no cérebro onde o armazenamento temporário ocorre. 
Isto implica que nós podemos não ser conscientes de todas as informações armazenadas ao mesmo tempo na memória operacional, nas diferentes partes do cérebro. Tomemos o exemplo de dirigir um carro. Esta é uma tarefa complexa que requer diversos tipos de informações processados simultaneamente, tais como a informação sensorial, cognitiva e motora. Parece improvável que estes vários tipos de informação sejam armazenados em um único sistema de memória de curta duração. 
Nossa habilidade de lembrar eventos não se reflete na operação de um único sistema de memória, mas em uma combinação de no mínimo duas estratégias usadas pelo cérebro para adquirir informação. Uma das estratégias é denominada de memória explicita, ou memória declarativa, requerendo participação consciente e envolvendo o hipocampo e o lobo temporal. a outra estratégia é a memória implícita, a qual não requer participação consciente, utilizando estruturas não corticais. Vejamos o significado de cada uma delas. 
Memória operacional - é crucial tanto no momento da aquisição como no momento da evocação de toda e qualquer memória, declarativa ou não. Através dela armazenamos temporariamente informações que serão úteis apenas para o raciocínio imediato e a resolução de problemas, ou para a elaboração de comportamentos, podendo ser esquecidas logo a seguir. Em outras palavras, ela mantém a informação viva durante poucos segundos ou minutos, enquanto ela está sendo percebida ou processada. Armazenamos em nossa memória operacional, por exemplo, o local onde estacionamos o automóvel, uma informação que será necessária até o momento de chegarmos até o carro. Esta forma de memória é sustentada pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal (a área do lobo frontal anterior ao cortex motor). Esses neurônios interagem com outros, através do cortex entorrinal, inclusive do hipocampo, durante a percepção, aquisição ou evocação. 
Memória declarativa (ou explícita) é a memória para fatos e eventos, por exemplo, lembrança de datas, fatos históricos, números de telefone, etc.  Reúne tudo o que podemos evocar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Subcaracterizada em 
episódica- quando envolve eventos datados, isto é relacionados ao tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de setembro. 
semântica- Abrange a memória do significado das palavras (do latin "significado"). 
É a co-participação partilhada do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais. Usamos este tipo de memória ao aprender que Einstein criou a teoria da relatividade, ou que a capital da Itália é Roma.
Memória não-declarativa (ou implícita)  - Se difere da explícita (declarativa) porque não precisa ser verbalizada (declarada). É a memória para procedimentos e habilidades, por exemplo, a habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do sapato e da gravata, etc. Pode ser de quatro subtipos. 
memória adquirida e evocada por meio de "dicas" (Priming) (ou memória de representação perceptual) - que corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que ele significa. Um objeto, por exemplo, pode ser retido nesse tipo de memória implícita antes que saibamos o que é, para que serve, etc. Considera-se que a memória pode ser evocada por meio de "dicas" (fragmentos de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos gestos, odores ou sons). 
memória de procedimentos - refere-se às habilidades e hábitos. Conhecemos os movimentos necessários para dar um nó em uma garvata, nadar, dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-lo verbalmente. 
memória associativa 
memória não-associativa - Estas duas últimas estão estreitamente relacionadas a algum tipo de resposta ou comportamento. Empregamos a memória associativa, por exemplo, quando começamos a salivar pelosimples fato de olhar para um alimento apetitoso, por termos, em algum momento de nossa vida associado seu aspecto ou cheiro à alimentação. Por outro lado, usamos a memória não associativa quando, sem nos darmos conta, aprendemos que um estímulo repetitivo, por exemplo, o latido de um cãozinho, não traz riscos, o que nos faz relaxar e ignorá-lo. 
Adaptado de 1
O hipocampo e o cortex temporal (veja abaixo) parecem estar envolvidos na formação da memória declarativa, mas não na memória de procedimentos. Enquanto que certos núcleos do cerebelo e medula espinhal parecem ser necessários para a formação de memórias de procedimento, mas não intervêm na memória declarativa. Devido a esta organização anatômica, assume-se que a memória declarativa é controlada por mecanismos cerebrais superiores, enquanto que a memória de procedimentos parece depender de sistemas e regiões inferiores. 
 
Os Mecanismos Cerebrais da Memória
A memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro; ela é um fenômeno biológico e psicológico envolvendo uma aliança de sistemas cerebrais que funcionam juntos. 
O lobo temporal é uma região no cérebro que apresenta um significativo envolvimento com a memória. Ele está localizado abaixo do osso temporal (acima das orelhas), assim chamado porque os cabelos nesta região frequentemente são os primeiros a ser tornarem brancos com o tempo. 
Existem consideráveis evidências apontando esta região como sendo particularmente importante para armazenar eventos passados. 
O lobo temporal contém o neocórtex temporal, que pode ser a região potencialmente envolvida com a memória a longo prazo. 
Nesta região também existe um grupo de estruturas interconectadas entre si que parece exercer a função da memória para fatos e eventos (memória declarativa), entre elas está o hipocampo, as estruturas corticais circundando-o e as vias que conectam estas estruturas com outras partes do cérebro. 
O hipocampo ajuda a selecionar onde os aspectos importantes para fatos e eventos serão armazenados e está envolvido também com o reconhecimento de novidades e com as relações espaciais, tais como o reconhecimento de uma rota rodoviária. 
A amígdala, por sua vez, é uma espécie de "aeroporto" do cérebro. Ela se comunica com com o tálamo e com todos os sistemas sensoriais do córtex, através de suas extensas conexões. Os estímulos sensoriais vindos do meio externo como som, cheiro, sabor, visualização e sensação de objetos, são traduzidos em sinais elétricos, e ativam um circuito na amígdala que está relacionado à memória, o qual depende de conexões entre a amígdala e o tálamo. 
Conexões entre amígdala e hipotálamo, onde as respostas emocionais provavelmente se originam, permitem que as emoções influenciem a aprendizagem, porque elas ativam outras conexões da amígdala para as vias sensoriais, por exemplo, o sistema visual. 
O Córtex pré-frontal exibe também um papel importante na resolução de problemas e planejamento do comportamento. Uma razão para se acreditar que o córtex pré-frontal esteja envolvido com a memória, é que ele está interconectado com o lobo temporal e o tálamo. 
O Crescimento do Cérebro
O processo de memorização é complexo envolvendo sofisticadas reações químicas e circuitos interligados de neurônios. 
As células nervosas ou neurônios, quando são ativadas liberam hormônios ou neurotransmissores que atingem outras células nervosas através de ligações denominadas sinapses. 
Os fatos antigos naturalmente têm mais tempo de se fixar em nosso banco de dados e daí sua melhor fixação, o que não ocorre com fatos recentes, que têm pouco tempo para se fixarem e ainda podem ter sua capacidade de fixação alterada por razões relacionadas a variações de estado emocional ou a problemas de ordem física. 
Você sabia que toda vez que você aprende alguma coisa ou adquire alguma experiência, as células do seu cérebro sofrem uma alteração e essa alteração refletirá em seu comportamento? 
Por exemplo, se você já passou por uma rua à noite e percebeu que ali haviam pessoas com aparência estranha e perigosa, você evitará passar por aquela rua novamente. Ou, se uma criança levou um choque ao colocar o dedinho dentro de uma tomada elétrica, ela nunca mais emitirá aquele comportamento. 
Nestes exemplos, o comportamento foi modificado em decorrência de uma experiência. Cada célula cerebral(ou neurônio) contribui para o comportamento e para a atividade mental, conduzindo ou deixando de conduzir impulsos. Todos os processos da memória são explicados em termos dessas descargas. 
Neurônio
	
	  Fig.1. A Estrutura do Neurônio. Um neurônio típico tem quatro regiões morfologicamente definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e terminais pré-sinápticos (5). 
Neurônios recebem sinais nervosos de axônios de outros neurônios. A maioria dos sinais é liberada aos dendritos (1). Os sinais gerados por um neurônio são enviados através do corpo celular (2), que contém o núcleo (2a), o "armazém" de informações genéticas. Axônios (3) são as principais unidades condutoras do neurônio. O cone axonal (2b) é a região na qual os sinais das células são iniciados. Células de Schwann (6), as quais não são partes da célula nervosa, mas um dos tipos das células gliais, exercem a importante função de isolar neurônios por envolver seus processos membranosos ao redor do axônio formando a bainha de mielina (7), uma substância gordurosa que ajuda os axônios a transmitirem mensagens mais rapidamente do que as não mielinizadas. A mielina é quebrada em vários pontos pelos nodos of Ranvier (4), de forma que em uma secção transversal o neurônio se parece como um cordão de salsichas. Ramos do axônio de um neurônio (o neurônio pré-sináptico) transmitem sinais a outro neurônio (o neurônio pós-sináptico) em um local chamado sinapse (5). Os ramos de um único axônio podem formar sinapses com até 1000 outros neurônios.
As alterações celulares decorrentes da aprendizagem e memória são chamadas de plasticidade. Elas se referem a uma alteração na eficiência das sinapses e podem aumentar a transmissão de impulsos nervosos, modulando assim o comportamento. 
 A experiência pode se dar por uma aprendizagem ativa ou pela convivência em lugares enriquecidos com indivíduos, cores, música, sons, livros, cheiros, etc. 
Em laboratórios científicos também foi possível demonstrar que ratinhos apresentam um número muito maior de células cerebrais interconectadas umas com as outras quando eles vivem em conjunto em uma gaiola cheia de brinquedos como rodinhas, bolas, etc., do que os ratos que vivem em uma gaiola sozinhos e sem nada para fazer ou aprender. 
Alguns dos maiores estudiosos do fenômeno da aprendizagem e memória na década de 40, Donald Hebb, de Montreal , e Jersy Konorski, da Polônia, foram os primeiros a acreditar que a memória deve envolver mudanças ou aumentos nos circuitos nervosos. 
Circuitos nervosos são conjuntos de neurônios que se comunicam entre si através de junções denominadas de sinapses.   
	
Retirado de Racicocínio Lógico Matemático, 2002. Tese de doutorado de Waldemar de Maio
Quando uma célula é ativada, é desencadeada a liberação de substâncias químicas nas sinapses, chamadas neurotransmissores, tornando-as mais efetivas. Pesquisas encontraram que neurônios "exercitados" possuem um número maior de ramificações (dendritos) se comunicando com dendritos de outros neurônios. 
Assim, para que as memórias sejam criadas, é preciso que as células nervosas formem novas interconecções e novas moléculas de proteína. 
Perda da Memória
A perda de memória pode estar associada a determinadas doenças neurológicas, a distúrbios psicológicos, a problemas metabólicos e também a certas intoxicações. A forma mais freqüente de perda de memória é conhecida popularmente como "esclerose" ou demência. A demência mais comum é a doença de Alzheimer que se caracteriza por acentuada perda de memória acompanhada de graves manifestações psicológicas como por exemplo a alienação. 
Estados psicológicos alteradoscomo o estresse, a ansiedade e a depressão podem também alterar a memória. 
A falta de vitamina B1 (tiamina) e o alcoolismo levam a perda da memória para fatos recentes e com freqüência estão associados a problemas de marcha e de confusão mental. 
Doenças da tireóide, como o hipotireoidismo, se acompanham de comprometimento da memória. 
O uso de medicação tranqüilizante ("calmantes") por tempo prolongado provoca a diminuição da memória e favorece também a depressão, o que leva a uma situação que pode se confundir com a demência. 
A vida sedentária com excesso de preocupações e insatisfações, bem como uma dieta deficiente, favorece a perda de memória. 
Contrariamente ao esquecimento comum ocorrido normalmente no dia-a-dia de nossas vidas, existem algumas doenças e injúrias no cérebro que causam séria perda de memória e também interferem com a capacidade de aprender.A esta inabilidade dá-se o nome de Amnésia. 
Fatores que podem causar perda total ou parcial da memória:
Concussão - é a perda imediata da consciência no momento do trauma, mas recuperável em 24 horas ou menos e sem seqüelas.
Alcoolismo crônico
Alcool. O alcoolismo é um dos mais sérios candidatos a afetar a memória. O alcool afeta especialmente a memória a curta duração, o que prejudica a habilidade de reter novas informações. Estudos mostraram que mesmo a ingestão de baixas quantidades de bebida alcoólica durante toda a semana interfere com a habilidade de lembrar. 
Drogas e Medicamentos
Medicação. Algumas drogas podem causar perda da memória: tranquilizantes, relaxantes musculares, pilulas para dormir, e drogas anti-ansiedade, particularmente os benzodiazepínicos que incluem o diazepam (valium) e lorazepam. Algumas drogas cardíacas, tais como o propanolol, que é usada para contralar a pressão alta (hipertensão) pode causar problemas de memória e depressão. 
Fumo. Já é conhecido que o fumo quebra a quantidade de oxigênio que chega ao cérebro e este fato muitas vezes afeta a memória. Estudos mostraram que fumantes de um ou mais pacotes de cigarros por dia tiveram dificuldades em lembrar de faces e nomes de pessoas em teste de memória visual e verbal, quando comparados com indivíduos não fumantes (Turkington, 1996). 
Cafeína. Café e chá têm um efeito muito positivo para manter a atenção e acabar com o sono, mas a excitação provocada por estas bebidas pode interferir com a função da memória. 
Tumor cerebral
O Tumor cerebral pode evoluir com problemas de memória além de outros sintomas próprios. 
Encefalite
Nas Encefalitese no acidente vascular cerebral também podem ocorrer problemas em diversas fases da memória. 
  
  
Como Melhorar a Sua Memória
Existem muitas coisas que você pode fazer para melhorar a sua memória, entre as quais o uso de determinadas técnicas mentais, e os cuidados com a nutrição e os medicamentos
.
Estimular a memória. Utilize ao máximo a sua capacidade mental. Desafie o novo. Aprenda novas habilidades. Se você trabalha em um escritório, aprenda a dançar. Se for um dançarino, aprenda a lidar com computador; se trabalhar com vendas, aprenda a jogar xadrez; se for um programador, aprenda a pintar. 
Isto poderá estimular os circuitos neurais do seu cérebro a crescerem. 
Prestar atenção. Não tente guardar todos os fatos que acontecem, mas focalize sua atenção e se concentre naquilo que você achar mais importante, procurando afastar de si todos os demais pensamentos. 
Exercício: pegue um objeto qualquer, por exemplo, uma caneta e se concentre nela. Pense sobre suas diversas características: seu material, sua função, sua cor, sua anatomia, etc. Não permita que nenhum outro pensamento ocupe a sua mente enquanto voce estiver concentrado na caneta. 
Relaxar. É impossível prestar atenção se você estiver tenso ou nervoso. 
Exercício: prenda a respiração por dez segundos e vá soltando-a lentamente. 
Associar fatos a imagens. Aprenda técnicas mneumônicas. Elas são uma forma muito eficiente de memorizar grande quantidade de informação. 
Visualizar imagens. Veja as figuras com os "olhos da mente". 
Exercício: 
Feche os olhos e imagine um bife frito, grande e suculento. 
Sinta o o aroma e a maciez da carne. 
Imagine-se cortando a carne com uma faca e um garfo e soboreando-a. 
Se a sua boca se encheu de água enquanto você visualizou esta cena, então você fez um bom trabalho! 
Faça exercícios com outros objetos como: um prato de sopa, uma taça de sorvete, uma torta de chocolate, em uma sala de dentista, em uma sala de exame, etc. 
Alimentos. Algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento apropriado da memória: tiamina, ácido fólico e vitamina B12. São encontradas no pão e cereais, vegetais e frutas. Alguns especialistas afirmam que vitaminas sintetizadas melhoram a memória, mas outros duvidam dizendo que estudos não comprovaram que estes nutrientes funcionam. 
Água. A água ajuda a manter bem funcionante os sistemas da memória, especialmente em pessoas mais velhas. De acordo com a Dra.Turkington, a falta de água no corpo tem um efeito direto e profundo sobre a memória; a desidratação pode levar a confusão e outros problemas do pensamento. 
Sono. Afim de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se permita sono suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo, o cérebro se desconecta dos sentidos e processa, revisa e armazena a memória. 
A insônia leva a um estado de fadiga crônica e prejudica a habilidade de concentrar-se e armazenar informações. 
Dicas tais como : tomar notas, organizar-se, usar um diário, manter-se em forma, check up regular da saúde, etc 
A contínua atividade intelectual como a leitura, exercícios de memória, palavras cruzadas e jogo de xadrez auxiliam a manutenção da memória. O estilo de vida ativo com atividade física feita com regularidade e uma dieta saudável são básicas para a manutenção da memória. 
A diminuição da memória que ocorre na 3a. Idade, na maioria das vezes é absolutamente benigna, mas freqüentemente, por falta de melhor informação, angustia o idoso que tem dificuldade de aceitá-la como um fato normal. A perfeita compreensão do fato inexorável e a utilização de uma agenda para as anotações dos fatos recentes, ajudam a conviver satisfatoriamente com o problema. 
Uma excelente oportunidade para o resgate e desenvolvimento de potencialidades presentes durante toda a vida, é a participação em grupos educativos e terapêuticos. 
Exercícios cerebrais feitos de maneira rotineira apresentam efeitos muito positivos sobre a memória. 
Semelhante ao que ocorre com exercícios musculares realizados para se manter a forma física, a atividade cerebral também deve ser realizada com freqüência, sempre procurando estimular nossos principais sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição, bem como nossa memória e inteligência. 
Esse tipo de exercício pode ser denominado "Fitness" Cerebral, que é a capacidade de se manter um estado adequado, em forma. 
O declínio de nossas funções mentais que ocorre com a idade, se deve em grande parte à falta de atividade mental que com freqüência segue paralelamente ao envelhecimento. Vários trabalhos científicos realizados em diversos países demonstram claramente que o declínio mental que ocorre com a idade pode ser evitado. 
O conceito de que a função faz o órgão aplica-se tanto ao "fitness" muscular quanto ao "fitness" cerebral. 
Devemos identificar nossas diversas habilidades mentais e exercitá-las sempre com regularidade. 
Devemos estimular nossas percepções, nossa memória (recente e antiga), noções espaciais, habilidades lógicas e verbais, etc. 
Os exercícios cerebrais nada mais são do que estímulos às funções cerebrais que podem estar decadentes devido à idade e que já foram ativas no passado. A ativação deve ser feita diariamente, durante as atividades normais, como o caminhar, durante as refeições ou mesmo durante as compras. 
Todo dia procure observar um objeto ou pessoa e desenhe suas principais características. 
No fim de semana procure recordar as figuras. É um tipo de exercício de memória. 
Procureidentificar ingredientes dos alimentos pelo gosto e pelo cheiro. Faça isto diariamente e depois procure recordar dos mesmos. 
Memorize os preços das coisas sempre que possível e procure recordá-las mais tarde. 
Procure identificar as pessoas pela voz ao usar o telefone, por exemplo. Memorize números de telefones. 
Memorize no fim do dia as pessoas com quem falou Depois, procure lembrar-se do mesmo para toda semana. 
Utilize sempre de anotações para consultas posteriores. 
diária: 
 
Psiquismo: 
Estar relaxado e emocionalmente bem, é fundamental para manter uma boa atenção de conservar a memória. A tensão e a ansiedade prejudicam a memória. A depressão dificulta muito o processo de memorização. 
Atividade física: Os exercícios feitos regularmente trazem benefícios importantes para o processo de memorização. Uma simples caminhada diária é o suficiente. 
. 
LEMBRE-SE: 
Não existem medicamentos específicos para o tratamento da perda da memória. A Gingko Biloba é a droga hoje em dia mais utilizada numa tentativa de diminuir a perda da memória ou mesmo regredir um quadro já instalado. 
Ela é extraída de folhas de uma árvore muito comum na Europa e nos Estados Unidos, sendo muito popular na Alemanha, onde tem seu uso aprovado oficialmente. É conhecida há centenas de anos, tendo ampla gama de efeitos, atuando em problemas cardiovasculares, neurológicos e metabólicos. É uma substância que atua na circulação cerebral, sendo muito utilizada na velhice, com a finalidade de melhorar problemas de memória, dificuldades de concentração e confusão mental. Tem sido utilizada nas fases iniciais da Doença de Alzheimer, no combate aos problemas cognitivos próprios da doença, melhorando o comportamento. 
Infelizmente esses resultados são muito discutidos e controversos. Não se sabe bem como age, mas parece ativar a circulação cerebral melhorando o aproveitamento do oxigênio pelas células nervosas. 
Então, para conservar ou melhorar sua memória, a melhor maneira é EXERCITÁ - LA ! 
Bibliografia
 1. Bear, M.F.; Connors, Barry W. e Paradiso, Michael - Neuroscience: Exploring the Brain. Em: Memory Systems, pp514 a 545. Editora Williams & Wilkins, 1996. 
2. Bear, F.M.; Connors, B.W and Paradiso, M.A. - Structure of the Nervous System. In: Neuroscience. Exploring the Brain - F.M. Bear.; B.W Connors, and M.A. Paradiso (eds.) - Williams & Wilkins pp.152-185, 1996 
3. Turkington, C. - Improve your memory through your lifestyle. Em: C. Turkington (ed.). 12 Steps to a Better Memory.Editora Macmillan. 12:129-140, 1996. 
TEXTO V I_ Introdução ao conceito de Memória por Roberto Godoy (neurocirurgião)
Há duas maneiras pelas quais o cérebro adquire e armazena informações: memória de procedimento e memória declarativa. Essas duas formas divergem tanto no que diz respeito aos mecanismos cerebrais envolvidos como nas estruturas anatômicas
A memória de procedimento (também chamada implícita) armazena dados relacionados à aquisição de habilidades mediante a repetição de uma atividade que segue sempre o mesmo padrão. Nela se incluem todas as habilidades motoras, sensitivas e intelectuais, bem como toda forma de condicionamento. A capacidade assim adquirida não depende da consciência. Somos capazes de executar tarefas, por vezes complexas, com nosso pensamento voltado para algo completamente diferente.
Por outro lado, a memória declarativa (também chamada explícita) armazena e evoca informação de fatos e de dados levados ao nosso conhecimento através dos sentidos e de processos internos do cérebro, como associação de dados, dedução e criação de idéias. Esse tipo de memória é levado ao nível consciente através de proposições verbais, imagens, sons etc. A memória declarativa inclui a memória de fatos vivenciados pela pessoa (memória episódica) e de informações adquiridas pela transmissão do saber de forma escrita, visual e sonora (memória semântica).
Analisando a memória quanto ao tempo de armazenamento das informações, pode-se classificá-la em memória de trabalho, memória de curto prazo e memória de longo prazo.
A memória de trabalho, que alguns acreditam ser parte da memória de curto prazo, atua no momento em que a informação está sendo adquirida, retém essa informação por alguns segundos e a destina para ser guardada por períodos mais longos ou a descarta. Quando alguém nos diz um número de telefone para ser discado, essa informação pode ser guardada se for um número que nos interessará no futuro ou ser prontamente descartada após o uso. A memória de trabalho pode, ainda, armazenar dados por via inconsciente.
A memória de curto prazo trabalha com dados por algumas horas até que sejam gravados de forma definitiva. Este tipo de memória é particularmente importante nos de cunho declarativo. Em caso de algum tipo de agressão ao cérebro enquanto as informações estão armazenadas neste estágio da memória, ocorrerá sua perda irreparável.
A memória de longo prazo é a que retém de forma definitiva a informação, permitindo sua recuperação ou evocação. Nela estão contidos todos os nossos dados autobiográficos e todo nosso conhecimento. Sua capacidade é praticamente ilimitada.
Não há uma estrutura ou uma determinada porção do cérebro reconhecidamente depositária de informações, embora se acredite que o lobo temporal esteja envolvido com a memória dos eventos do passado. Entretanto, são conhecidas várias estruturas cerebrais envolvidas com a aquisição e o processo de armazenamento de dados.
Mecanismos da memória
Ainda não se conhece definitivamente o mecanismo, ou os mecanismos, pelo qual o cérebro adquire, armazena e evoca as informações.
Não obstante, alguns modelos são propostos para explicar essa função do cérebro humano. 
O primeiro dos modelos propostos, tem como base a atividade elétrica cerebral. Assim, a informação seria guardada em circuitos elétricos, ditos reverberantes. Evidência desse mecanismo é obtida pela existência de conexões neuronais recorrentes, ou seja, ramificações da célula nervosa (neurônio) que voltam ao seu próprio corpo, reestimulando-a. É possível que esse mecanismo esteja presente na manutenção das informações nas memórias de trabalho e de curto prazo. 
O segundo modelo baseia-se na produção de substâncias químicas que conteriam um código relacionado às informações. Esse modelo supõe que os neurônios possam sintetizar ARN (ácido ribonucléico) e que esta substância conteria um código da memória da mesma forma que o ADN (ácido desoxirribonucléico) contém a codificação genética. Embora se tenha verificado aumento da síntese de ARN em fases de aprendizado, atualmente acredita-se que essa síntese seja responsável mais pelo funcionamento celular que pela criação de um código químico, de forma a ter-se relegado a um segundo plano essa hipótese.
Outro modelo pressupõe a alteração das conexões entre os neurônios, sendo denominado modelo conexionista. Todos os neurônios emitem ramificações que se comunicam com outros neurônios, tendo umas, caráter estimulante e outras, caráter inibitório para a célula a que se destinam. A transmissão do impulso nervoso é feita no ponto de encontro dessas ramificações com a célula alvo, ponto esse denominado sinapse. Haveria alteração da função sináptica criando novos circuitos neuronais e seriam esses circuitos que codificam as informações. Esse modelo tornou-se bastante plausível depois que se comprovou, experimentalmente, o aumento da resposta sináptica com a aplicação de estímulos repetitivos. Assim, acredita-se que o substrato da memória é o aumento da função sináptica (hipertrofia) ou a criação de novas sinapses. Esse modelo é bastante interessante, pois, além de esclarecer como são guardadas as informações, permite explicar, também, a atenuação das lembranças, fenômeno conhecido por todos e que seria devido à diminuição da função sináptica causada pelo desuso.
A memória humana e a escrita 
O ser humano desenvolveu a capacidade de transmitir conhecimento a seus semelhantes. Talvez tenha sido essa capacidade que permitiu sua sobrevivência como espécie e, certamente,foi ela que lhe deu a supremacia na escala evolutiva. 
Nos primórdios da civilização bastou que esse conhecimento fosse transmitido por uma linguagem que misturava sons e gestos. Como isso era transmitido de geração em geração e como quem conta um conto aumenta um ponto, criaram-se histórias fantásticas. Surgiram as lendas das quais até hoje temos notícia.
Durante a era do gelo a humanidade sobreviveu graças à caça de grandes animais, mas ela terminou. O ambiente mudou radicalmente e o ser humano foi obrigado a encontrar outras fontes de alimentação. Daí surgiu a agricultura e, com ela, a sedentarização, a organização social em cidades e o acúmulo de riquezas.
A humanidade percebeu que não havia mais como confiar somente na memória e, por volta do ano 3.100 a.C., surgiu a escrita. No princípio, era um simples rol de riquezas estocadas em armazéns, mas logo o homem começou a usá-la com finalidade religiosa, cultural e comercial. 
Com o grande salto cultural dado pelos gregos no período clássico, a escrita tornou-se o principal instrumento na transmissão do saber e, paralelamente, um instrumento de poder político. No entanto, a escrita não foi aceita por todos. Platão, através de Sócrates em seu diálogo com Fedro, nos traz ao conhecimento uma lenda egípcia. Thot, deus a quem era consagrada a ave íbis, inventou os números e o cálculo, a geometria e a astronomia, o jogo de damas e os dados, e a escrita. Durante o reinado de Tamuz, o deus ofereceu-lhe suas invenções, dizendo-lhe para ensiná-las a todos os egípcios. Mas Tamuz quis saber de suas utilidades e, enquanto o deus explicava, o faraó censurava ou elogiava, conforme essas artes lhe parecessem boas ou más. Quando chegaram à escrita Thot disse que aquela arte tornaria os egípcios mais sábios e lhes fortaleceria a memória. No entanto, Tamuz respondeu-lhe que a escrita tornaria os homens esquecidos, pois deixariam de cultivar a memória. Ao confiar apenas nos livros, só se lembrariam de um assunto exteriormente e por meio de sinais, e não em si mesmos. Os homens tornar-se-iam sábios imaginários.
Nesse mesmo diálogo, Sócrates considera a escrita como algo que limita o pensamento, que engessa as idéias. Um discurso escrito, dizia ele, será sempre o mesmo, repetido inúmeras vezes sem que se possa agregar novas idéias.
Ironicamente, se hoje sabemos muito da filosofia de Sócrates é porque Platão a escreveu.
Analisando a questão frente a nossos conhecimentos sobre a memória humana, podemos, no entanto, afirmar que escrever é uma forma salutar de ampliar nosso banco de dados. Salutar porque é preciso esquecer para poder lembrar. Explicando, nossa memória não pode guardar absolutamente todas as informações que lhe chegam, sob risco de bloqueio. É armazenando somente o que interessa e associando convenientemente os dados estocados que a memória pode ser evocada.
De qualquer forma, a escrita está aí, imutável ao longo do tempo (a não ser, claro, em algumas dessas péssimas traduções com que por vezes nos deparamos), pronta para ser consultada quando precisamos e, sobretudo, liberando o cérebro humano para a associação dos conhecimentos armazenados e a criação de novas idéias.A título de ilustração, sabe-se que com treinamento intenso e adequado, uma pessoa pode reter uma seqüência de 50, 100 algarismos. No entanto, com papel e lápis qualquer um terá a mesma seqüência guardada, com um mínimo de esforço.
Finalizando, não podemos nos esquecer do que dizia Confúcio......Bem, ele dizia......O que mesmo ele izia?........Acho que me esqueci, teria sido melhor escrever
Amnésia
A amnésia é uma entidade patológica provocada por diversas causas em que o indivíduo perde a capacidade de reter informações novas (amnésia anterógrada) ou de evocar as antigas (amnésia retrógrada). 
As amnésias são sempre causadas por agressões ao cérebro que podem ter caráter transitório ou permanente, sendo algumas delas destacadas a seguir.
Síndrome de Korsakoff. Essa doença foi descrita como decorrência de alcoolismo crônico, podendo, no entanto, decorrer de outras causas. A amnésia é o sintoma predominante nessa síndrome, sendo caracteristicamente do tipo anterógrado.
Amnésia traumática. As pessoas que sofrem um trauma de crânio de certa intensidade, muito freqüentemente, esquecem-se dos fatos que ocorreram minutos antes do trauma (amnésia retrógrada) e, também, dos fatos que ocorrem após o trauma (amnésia anterógrada), embora não percam a consciência. Há uma certa relação de proporcionalidade entre a intensidade do trauma e o tempo de amnésia. 
Amnésia global. Essa forma de amnésia está relacionada com um grave e difuso comprometimento cerebral. Há, de forma definitiva, amnésia tanto anterógrada quanto retrógrada, ou seja, o indivíduo perde a capacidade de reter novas informações e de evocar seu estoque antigo de informações. Tal situação ocorre em demências, traumas muito graves e intoxicações por monóxido de carbono.
Amnésia global transitória. Nessa situação a amnésia dura algumas horas, não ultrapassando um dia, e a recuperação é completa. O indivíduo tem comportamento normal, porém não retém nenhuma informação durante o episódio, ou seja, tem amnésia anterógrada completa, permanecendo uma lacuna na memória dessa pessoa depois da recuperação. A causa desse problema não está, ainda, totalmente esclarecida, parecendo estar ligada à isquemia transitória afetando as partes internas do lobo temporal. Essa patologia tem curso benigno, sendo excepcional um segundo episódio. 
Amnésia pós-operatória. Há cerca de 50 anos, um neurocirurgião americano, para poder tratar um paciente com crises convulsivas que não melhorava com remédios, fez uma cirurgia retirando, de ambos os lados, certas partes do lobo temporal (hipocampo e porção medial). Esse paciente obteve um controle das crises, mas ficou com amnésia anterógrada muito intensa e, até hoje, põe-se em dúvida se o benefício obtido valeu pelo déficit adquirido. Quanto à lembrança de fatos e conhecimentos anteriores à cirurgia, esse paciente não sofreu alteração.
Esquecimento
Ao contrário da amnésia em que há perda de uma capacidade, o esquecimento é uma falha na retenção ou na evocação dos dados da memória. 
Trata-se de fenômeno muito comum que, em maior ou menos grau, ocorre com qualquer pessoa. 
No entanto, é cada vez maior o número de pessoas que se sentem incomodadas com o problema e que buscam solução. A principal questão no que se refere ao esquecimento é saber sua causa. Alguns postulam que ocorre uma debilitação dos traços de memória com o passar dos anos. Outros, no entanto, acreditam que novos conhecimentos podem interferir prejudicando a memória. O desuso provocaria um enfraquecimento dos circuitos da memória, conforme o modelo conexionista, tornando cada vez mais difícil o acesso a essas informações. Isto pode explicar parte do problema, mas não todo ele. É fato que com o passar da idade as pessoas têm mais dificuldade para lembrar de fatos passados, porém essa dificuldade é mais intensa para os fatos recentes enquanto fatos remotos marcantes, ainda que não utilizados com freqüência, podem ser lembrados facilmente, inclusive em detalhes. Considerando-se a interferência, sabe-se que um novo aprendizado pode interferir com um antigo que lhe guarde alguma semelhança ou que lhe possa ser associado. Assim, a cada nova informação haveria modificação naquelas já sedimentadas. O acúmulo de informações ao longo do tempo faria com que pessoas de mais idade tivessem maior dificuldade em relação à evocação da memória. Nenhuma dessas causas explica totalmente a ocorrência do esquecimento, mas não podem ser descartadas como componentes do problema. Há, no entanto, um outro importante aspecto a ser considerado. Não é possível evocar uma informação se ela não foi devidamente arquivada. Para que o ser humano possa reter na memória uma determinada informação, é necessário que sua atenção esteja voltada para isso. Sem atenção, não há qualquer possibilidade de se guardar um fato e sem guardá-lo, não há como recuperá-lo depois.O combate ao esquecimento deve levar em consideração a atenção e o poder de concentração, bem como os fatores que os facilitam ou os dificultam. Também se deve atentar para os fenômenos do desuso e da interferência de novos aprendizados.
Fatores interferentes 
O cérebro humano está sujeito a estímulos externos através dos sentidos, a estímulos internos advindos do organismo e a estímulos de ordem emocional. Há quem acredite que o ser humano só consegue pensar porque há uma interação desses estímulos.
Com a atenção e o poder de concentração não é diferente. Assim, há fatores externos e internos que facilitam ou dificultam a atenção. 
O interesse pessoal sobre determinado assunto faz com que certas pessoas possam quase que decorar informações com uma única e simples leitura. É de conhecimento geral que quanto maior o interesse mais facilmente se aprende. 
A vivência de fatos com alta carga emocional, faz com que os mesmos permaneçam para sempre na memória. São os chamados fatos marcantes na vida de uma pessoa que, mesmo ocorrendo uma única vez, não são jamais esquecidos. 
Por outro lado, as preocupações com os problemas diários, a ansiedade e, em muitos casos, a depressão, são fatores que turvam a atenção e, como conseqüência, impedem a retenção de informações novas, gerando a impressão de que a “memória está falhando”. 
Esses fatores normalmente não afetam diretamente a memória mas sim a atenção e a concentração. No entanto, quando muito intensos podem provocar alterações temporárias da memória. É o caso dos conhecidos “brancos” que ocorrem em situações de ansiedade intensa. Há, ainda, um outro fator ao qual se começa a dar atenção. Trata-se da relação e possível interferência entre as memórias explícitas e implícitas.
Toda atividade humana, inclusive as puramente intelectuais, tendem a ser automatizadas. Muitas de nossas atividades são repetidas diariamente e ao longo do tempo vão deixando de ser conscientes passando a ser executadas sem que dediquemos a elas a menor atenção. Com o passar da idade, a maioria das pessoas passa a só executar atividades e tarefas que já realizou um sem-número de vezes e isso, evidentemente, dificulta sua atenção e, conseqüentemente, a retenção na memória dos fatos ocorridos e das informações veiculadas nesse período. Esse fenômeno é mais comum do que se imagina, e tem como exemplo a leitura automática, em que o leitor ao cabo de uma página não consegue se lembrar de uma linha sequer. A maioria das pessoas com problema de esquecimento, na realidade nada tem de errado com sua memória, mas sim com os mecanismos que levam a informação até a memória.

Outros materiais