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Metódos e técnicas de estudo ( resumos, resenhas, esquemas e fichamento)

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Trabalhos Acadêmicos: Resumos, 
Esquemas, Resenhas e Fichamentos
Metodos e Tecnicas de Estudo | 49
Objetivos
Ao final desta unidade, você será capaz de:
• Conhecer e identificar melhor a produção de um 
fichamento, resumo e resenhas;
• Saber manusear melhor os métodos de resumos e resenhas;
• Compreender a elaboração e produção das normas para a 
realização de resumos; 
• Identificar a função do esquema para a realização de 
trabalhos acadêmicos;
• Quando utilizar e como elaborar fichamentos acadêmicos de 
forma adequada para cada tipo de documento.
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1. Trabalhos Acadêmicos: Resumos, 
Esquemas, Resenhas e Fichamentos
1.1 Trabalhos Acadêmicos — Resumos
Neste conteúdo você aprenderá o que é um resumo e 
quais são os principais tipos de resumos; o que é um esquema, 
como fazê-lo e quais as diferenças entre um esquema de leitura 
e um esquema para produção de texto; o que é uma resenha, os 
tipos de resenha e os passos para sua elaboração; e as estruturas de 
fichamentos, seus elementos e como elabora-los.
As orientações apresentadas seguem as exigências 
metodológicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNR), 
principalmente das normas (NBR) 14724/2002, 10520/2002 e 
6023/2002, que regem a apresentação dos trabalhos acadêmicos.
Os pontos principais a serem abordados serão:
• Conhecimento das técnicas de produção de um resumo;
• Manuseio de informações em fichas, resumos e 
esquemas;
• Identificação das aplicações acadêmicas da resenha 
e compreensão dos principais passos para a sua 
elaboração;
• Identificação das aplicações acadêmicas e entendimento 
do passo a passo para elaboração de um bom fichamento.
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Resumo – Conceito e Tipos
Para Lakatos (2009),“um resumo consiste na capacidade 
de condensação de um texto, parágrafo, frase, resumindo-o a seus 
elementos de maior importância”.
“O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os 
resultados e as conclusões do documento. A ordem e a extensão 
destes itens dependem do tipo de resumo (informativo ou 
indicativo) e do tratamento que cada item recebe no documento 
original”. (ABNT, 2003, p. 2).
O resumo deve ser precedido da referência do documento, 
com exceção do resumo inserido no próprio documento, como é o caso 
de artigos científicos. Deve ser composto de uma sequência de frases 
concisas, afirmativas, evitando-se a enumeração de tópicos. Recomenda-
se o uso de parágrafo único ou de parágrafos que apresentem ideias 
completas. A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema 
principal do documento. A seguir, deve-se indicar a categoria do 
documento (memória, estudo de caso, análise da situação etc.) (ABNT, 
2003). Enfim, o resumo deve expor de maneira clara e sucinta as ideias 
do texto a que se refere.
Resumo
CríticoIndicativo
Informativo ou 
Analítico
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Segundo a NBR 6028, existem três tipos de resumo:
Resumo Indicativo
Indica apenas os pontos principais do documento, não 
apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não 
dispensa a consulta ao original. O corpo do resumo é formado de frases 
curtas, descrevendo sua natureza, forma e propósito.
Resumo Informativo ou Analítico
Informa ao leitor não somente as ideias, mas também as 
finalidades, metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal 
forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao original.
Resumo Crítico
Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um 
documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas 
uma determinada edição entre várias, denomina-se recensão. Além 
de apresentar as principais ideias do autor, apresenta também um 
julgamento sobre a obra em relação ao seu conteúdo, metodologia e 
desenvolvimento lógico das ideias.
A elaboração do resumo depende da qualidade do processo 
leitura. Logo, ao preparar um resumo você deve:
• Identificar a estrutura geral da obra e como o autor 
desenvolve as ideias;
• Reconhecer e delimitar as principais seções do texto;
• Explorar o significado das ideias apresentadas nas 
seções identificadas;
• Elaborar palavras-chave de acordo com os temas das 
principais seções;
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• Explorar a relação existente entre as seções do textos. 
Verificar, por exemplo, se elas se complementam, 
opõem ou contradizem.
Como se faz um resumo?
Conheça a forma mais adequada de se fazer um resumo:
Na composição do resumo, você deve evitar expressões como: 
o autor disse, o autor falou, segundo o autor, de acordo com o livro... 
Mantenha a clareza do texto e procure evitar símbolos, abreviações e 
formas rebuscadas de escrita. Também é desaconselhável a inclusão 
de fórmulas, equações e diagramas. Caso seja necessário, justifique sua 
inclusão e defina-os na primeira vez que aparecerem no texto.
Na hora da escrita, deve-se usar o verbo na voz ativa e na 
terceira pessoa do singular. As palavras-chave devem figurar logo abaixo 
do resumo, antecedidas da expressão “Palavras-chave:”, separadas entre 
si por ponto e finalizadas também por ponto.
1.2 Trabalhos Acadêmicos — Esquemas
Modos de Realização
Um esquema deve evidenciar o esqueleto da obra, a forma 
na qual o texto é organizado, suas ideias principais, suas questões mais 
importantes. Deve captar o conjunto das ideias que se deve considerar 
como mais relevantes em um texto, ressaltadas em uma forma organizada.
O esquema é um recurso utilizável tanto na leitura, para o 
aprendizado, quanto na produção de um texto. Fazendo o esquema de um 
texto, podemos perceber com mais clareza suas principais informações e 
visualizar melhor sua forma de organização.
A confecção de um esquema pode ajudar na compreensão 
de um texto e no aprendizado do tema a partir do assunto tratado. 
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Lendo-se um texto como um todo complexo, será mais fácil a 
compreensão se o subdividirmos em suas partes sucintas (introdução, 
desenvolvimento, argumentação e conclusão). Assim, poderemos 
distinguir, entre todas as informações contidas no todo, aquela 
particular que nos convém naquele momento. 
Podemos usar o esquema para destacar as ideias que mais 
interessam aos nossos objetivos.
Na escrita, podemos utilizar um esquema para selecionar 
e organizar as ideias. A partir do tema que desejamos abordar, é 
possível organizar a ordem das ideias antes de colocá-las no papel, 
organizando o texto coerentemente e proporcionando coesão entre 
as partes e uma leitura mais agradável e eficiente, além de elucidar 
o assunto tratado.
Algumas sugestões tornam-se bem-vindas na hora de organizar 
um bom esquema. Por exemplo, na leitura, o título e o nome do autor são de 
grande importância, além da data de construção do texto.
Leia o texto na íntegra no mínimo três vezes e, depois disso, 
faça as marcações das palavras-chave e das desconhecidas, anotando nas 
margens do parágrafo uma síntese. Isso o ajudará a fazer as relações 
de entendimento do texto, perceber a mensagem do autor, a ideologia 
expressa nas entrelinhas, os objetivos desejados com a mensagem e a 
relação com outros textos já lidos.
1.3 Trabalhos Acadêmicos — Resenhas
Como se faz uma Resenha?
A resenha é um tipo textual diferente do resumo, pois nela, 
além de se resumir as informações principais do texto, também se faz 
críticas aos assuntos abordados, buscando um diálogo com o texto de 
origem e também trazendo outras referências textuais para alimentar 
esse diálogo e aprofundar a crítica. Ou seja, para se fazer uma resenha 
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deve-se ler atentamente o texto e dialogar com ele. Às vezes é necessário 
entender um pouco do assunto tratado para que esse diálogo com o 
textoflua (MARCONI, LAKATOS, 2009).
O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: um 
livro, um filme, um álbum, uma peça de teatro ou mesmo um jogo de 
futebol. O leitor que pretende resenhar um texto não pode ser passivo 
perante ele, aceitando todas as informações, mas deve questioná-las, 
buscar outras fontes bibliográficas sobre o assunto para, então, partir 
para a crítica do texto de origem.
Resenhar não é apenas expressar a opinião diante de um texto, 
mas também pesquisar sobre o tema e expressar o seu ponto de vista a 
partir de outras fundamentações teóricas, outros autores, que podem ser 
a favor ou contra as informações do texto resenhado.
Medeiros (2009) aponta as características de uma resenha e as 
classificações:
Descritiva
Se refere à descrição da obra em seus aspectos físicos, quando 
foi feita, qual a natureza do texto, onde e quando foi publicada. Situa o 
leitor quanto ao caráter do texto como obra literária, artística, científica 
ou de outras naturezas.
Narrativa
Assemelha-se ao resumo, pois apresenta as características 
principais da obra. Descreve o desenvolvimento do assunto do texto, 
suas conclusões, os métodos empregadose pode até abordar aspectos 
relativos ao autor e suas pesquisas feitas para se chegar a tal texto. Esse 
aspecto narrativo permite que o leitor da resenha possa conhecer um 
pouco do texto original, suas características e temas abordados, para que 
a leitura da resenha possa ser mais completa e aprofundada.
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Dissertativa
Apresenta uma análise da obra, avaliando sua importância 
dentro do contexto em que ela se insere e às finalidades a que ela se 
propõe. Então, parte-se para a crítica da obra, onde ocorre o diálogo 
com ela e com outras referências bibliográficas, enriquecendo o caráter 
crítico da resenha.
Para se escrever uma boa resenha, é importante 
conhecer bem o texto-base e também o assunto 
abordado nesse texto. Conhecer, no sentido de 
entender, do que se trata o tema e também de 
conhecer outros textos do mesmo assunto para 
se embasar teoricamente. A condução da resenha 
depende do fio que o autor vai usar para chamar 
a atenção do leitor para os temas abordados e 
discutidos, e isso depende da consistência das 
argumentações utilizadas na resenha.
Medeiros (2009) classifica as resenhas em dois tipos, que 
levam em consideração o critério de apresentar ou não o caráter 
dissertativo na resenha:
1. A Resenha Descritiva vai apresentar características 
descritivas e narrativas em sua estrutura. Medeiros (2009) 
aponta a seguinte estrutura de resenha descritiva:
2. Nome do autor (ou dos autores), título e subtítulo da obra.
3. Se tradução, nome do tradutor.
4. Nome da editora.
5. Lugar e data de publicação da obra e número de 
páginas e volumes.
6. Descrição sumária de partes dos capítulos e índices.
7. Resumo da obra, objeto, objetivo, gênero, tom do texto.
8. Métodos utilizados (como o autor defente sua obra), ponto 
de vista que defende.
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9. Note que a resenha descritiva não apresenta 
argumentações de quem a escreve, ou seja, não há a 
característica dissertativa.
Resenha Crítica
A resenha crítica apresenta os mesmos elementos da 
resenha descritiva, mas, além disso, apresenta a característica 
dissertativa. Ou seja, ela possui críticas positivas e negativas 
aos assuntos abordados no texto, sendo que essas críticas são 
sustentadas por argumentações do autor da resenha, funcionando 
como provas daquilo que ele está afirmando. O fio condutor da 
resenha crítica baseia-se nessas argumentações e no modo como o 
autor da resenha dialoga com o texto analisado. A resenha crítica 
permite que o autor dela traga para seu texto outros autores, 
suas teorias e pesquisas para confrontar ou apoiar as ideias do 
texto resenhado. Dessa forma, as afirmações e argumentações da 
resenha podem ser fundamentadas teoricamente, deixando de ser 
apenas opiniões do autor da resenha para ser uma forma de diálogo 
teórico e científico, em que o diálogo é bastante rico e proveitoso 
para quem o lê.
1.4 Trabalhos Acadêmicos — Fichamentos
Passos para a Construção de Fichamentos
As fichas são excelentes meios de estudo para diversos 
profissionais e também para os estudantes. Com elas, é possível 
ordenar o estudo de forma mais concisa e ter uma visão geral 
do que está sendo estudado. O conteúdo das fichas pode ser 
bastante diverso, podendo conter resumos, anotações de conteúdo 
e descrições de uma aula. Enfim, informações relevantes sobre 
determinado assunto.
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Há elementos que podem ajudar na estruturação do 
fichamento, que o deixarão mais rico e coeso. Conheça alguns passos 
estruturais de um fichamento que Medeiros (2009) aponta:
PASSO 1
Faça um cabeçalho
Nele, deve haver o título da ficha, que pode ser genérico. Caso 
sejam várias fichas de determinado assunto, é interessante numerá-las.
PASSO 1
Referências bibliográficas
Liste, logo abaixo do cabeçalho, as referências bibliográficas 
utilizadas para a elaboração da ficha. Essa listagem é importante para que, 
caso você queira fazer um estudo mais aprofundado, consulte a bibliografia.
PASSO 3
Texto
É onde se desenvolve a ficha. Nesta fase, há o resumo da obra 
estudada, ou da aula, assim como anotações diversas referentes ao conteúdo. 
É interessante que o texto seja conciso, para que mais 
informações possam ser colocadas, mas podem aparecer citações 
de autores o que enriquece o material, assim como podem 
ocorrer anotações diversas para facilitar a leitura da ficha, como 
comentários, conclusões da leitura ou lembretes.
As fichas podem ser ótimos instrumentos para o estudo. 
Você pode fichar um capítulo estudado ou um texto e pode usar esse 
fichamento para ter uma visão geral de seus estudos, agrupando diversas 
fichas de um mesmo assunto.
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Síntese
Neste material vimos o que é um resumo, os tipos de resumo 
e como fazer para elaborá-los. Vimos, também, o que são os esquemas, 
os tipos de esquema e as etapas para sua elaboração. Destacamos que 
não há regras fixas para a confecção de esquemas e resumos, pois são 
instrumentos de estudo e aprendizado acadêmico a serem utilizados 
pelos alunos como forma de estudo individual e, caso solicitado, como 
atividade acadêmica a ser apresentada aos professores. Você aprendeu, 
ainda, novas formas de registrar os conhecimentos adquiridos ao 
logo da caminhada acadêmica utilizando a técnica da resenha e do 
fichamento. Descobrimos que existem as resenhas descritivas e críticas e 
exploramos os passos para suas elaborações. Por fim, aprendemos sobre 
os fichamentos e seus elementos constitutivos.
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Leitura Complementar
Leia a matéria publicada no Portal UOL: “O caminho da boa 
resenha”. Disponível em : http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/122/
artigo234185-1.asp
Leia uma resenha publicada na Revista Galileu sobre Steve 
Jobs (criador da Apple). Disponível em: http://revistagalileu.globo.
com/Revista/Common/0,,EMI341011-17770,00-RESENHA+JOBS+A
+HISTORIA+DO+GENIO+DA+APPLE.html
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Referências Bibliográficas
BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas, SP: 
Papiros, Cedes: São Paulo: Ande; Anped, 1992. 
FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3. ed. Brasília: 
Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material 
de Ensino, 1962. 
HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H. 
Holt and Co., 2004. 
JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de 
Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

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