Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CLIMA DA REGIÃO AMAZÔNICA CLIMATOLOGIA REGIONAL 2014/01 AMAZÔNIA • Maior extensão de floresta tropical da Terra; • Mais de 5 milhões de km2; Mapa da ecorregião amazônica definida pelo WWF. A linha amarela abrange cerca de bacia de drenagem da Amazônia. As fronteiras nacionais estão mostradas em preto. Imagem de satélite da NASA. Fotografia aérea de uma pequena parte da Amazônia brasileira próxima à Manaus, Amazonas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia •Descarga do rio Amazonas no Atlântico: ~ 220000 m3s-1 AMAZÔNIA • O papel da floresta na manutenção do equilíbrio dinâmico entre clima e vegetação é vital para a reciclagem de vapor d’água; • Importante regulador dos balanços de energia e hídrico; • Pode exercer influência sobre a circulação atmosférica e precipitação regional. Foto: http://www.cienciaempauta.am.gov.br/wp-content/uploads/2013/01/florestaamaz.jpg CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA VERÃO Baixa do Chaco CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA VERÃO Alta da Bolívia (AB) Vórtice Ciclônico do NEB (VCN) CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA VERÃO Zona de Convergência do Atlântico Sul - ZCAS CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA VERÃO • As frentes frias que vêm do sul estão associadas à atividade convectiva intensa e às chuvas sobre as regiões sul e oeste da Amazônia; CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA VERÃO • Fluxo intenso de umidade da Amazônia para latitudes mais altas na AS. Jatos em Baixos Níveis da AS CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA • Ventos alísios (verão e outono): transportam umidade do Atlântico para a Amazônia; CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA INVERNO • Enfraquecimento do fluxo sobre os trópicos; • JST mais intenso e mais próximo ao equador; • ZCIT mais ao norte; • Entradas de massas de ar frio de latitudes mais altas do HS (friagens) DISTRIBUIÇÃO DA CHUVA • Amazônia: significativa heterogeneidade espacial e sazonal da chuva; • A região Amazônica possui uma precipitação média ~2300 mm.ano-1 (pode exceder 5000 mm.ano-1) DISTRIBUIÇÃO DA CHUVA • Primavera: início da estação chuvosa no sul da Amazônia; • Verão: máximos de chuvas; • Outono: máximos na região central, desde o oeste até a foz do Amazonas; • Inverno: estação seca na Amazônia central e sul; máximo no extremo norte; JJA DJF MAM SON DISTRIBUIÇÃO DA CHUVA • Defasagem do período chuvoso da Amazônia (~ 6 meses): norte (acima do equador) em jun-jul e sul iniciando em dez; • Defasagem das cheias dos tributários das margens direita e esquerda do Amazonas; • Início de fim da estação chuvosa: deslocam-se gradativamente de sul para norte (sul – entre o equinócio de setembro e o início do verão; norte – próximo ao equinócio de março); • O final da estação chuvosa é mais regular que o início (sul – abril; norte – setembro); DISTRIBUIÇÃO DA CHUVA • A data de início da estação chuvosa independe da qualidade; • A variabilidade interanual do início e fim da estação chuvosa depende da ATSM no Pacífico ou no Atlântico Tropical; • Essa influência da ATSM é menos intensa no volume de chuva acumulada; TEMPERATURA DO AR • Altos valores de energia solar na superfície: a temperatura do ar mostra uma pequena variação ao longo do ano; • Exceção da parte mais ao sul (Rondônia e Mato Grosso): sofrem a ação de sistemas frontais (Friagens); • Média anual: temperaturas elevadas, com médias que chegam a 26-28° C (região central equatorial); TEMPERATURA DO AR • Inverno: friagens promovem a queda da temperatura (principalmente na parte sul); • Amplitude térmica sazonal: ~ 1-2°C (em média); • Belém (PA): apresenta a temperatura média mensal máxima de 26,5°C em Novembro e a mínima temperatura de 25,4°C em Março; • Manaus (AM): Setembro (27,9°C) e Abril (25,8°C). CICLO HIDROLÓGICO • O balanço hídrico na região Amazônica é difícil de ser calculado, devido a falta de continuidade espacial e temporal das medidas da precipitação, inexistência de medidas simultâneas de vazões fluviais, desconhecimento do armazenamento de água no solo, etc. • Várias técnicas: método climatonônico (Molion, 1975), balanço hídrico (Villa Nova et al., 1976), e aerológico (Salati et al., 1979; Rocha, 1991). CICLO HIDROLÓGICO • Salati et al. (1979): a precipitação na região é uma composição da quantidade de água evaporada localmente (evapotranspiração) adicionada de uma contribuição de água advinda do Oceano Atlântico; – ~ 50 % do vapor d'água que precipita pelas chuvas é gerado localmente (pela evapotranspiração), sendo o restante importado para a região pela fluxo atmosférico proveniente do Oceano Atlântico. • A precipitação da bacia é ~ 11,9 x 1012 m3.ano-1 (Villa Nova et al., 1976) • A descarga fluvial do Rio Amazonas no Estreito de Óbidos é 5,5 x 1012 m3.ano-1 (Oltman, 1967); • A estimativa da evapotranspiração (método de Penman) ~ 6,4 x 1012 m3.ano-1 (Marques et al., 1980); Estes valores são totalmente coincidentes entre si, embora tenham sido obtidos por métodos e fontes diferentes. CICLO HIDROLÓGICO • Matsuyama (1992) (dados em pontos de grade do ECMWF – ciclo sazonal completo): – evapotranspiração (calculada pelo balanço hídrico) de 1139,1 mm (53% da precipitação de 2152,6 mm) – escoamento superficial foi calculado em 1013,5 mm; CICLO HIDROLÓGICO • Resumindo ... • Os fluxos do vapor d’água do Atlântico Equatorial associados aos ventos alísios são a principal fonte de umidade da bacia Amazônica; • Admitindo-se o Atlântico seja a única fonte de umidade, é impossível explicar o padrão de chuvas na Amazônia: papel da floresta na reciclagem de umidade; • Amazônia é a principal fonte de umidade para o Brasil central no período de setembro a fevereiro CICLO HIDROLÓGICO • O problema do fechamento do ciclo hidrológico: – Estudos sugerem que o ciclo hidrológico na Amazônia não é “fechado” e que a Amazônia é uma fonte de umidade para outras regiões da AS; – Problemas com medidas e estimativas podem contribuir para esse resultado. VARIABILIDADE DO CLIMA NA AMAZÔNIA • Impactos do ENOS na precipitação: – ENOS/Dipolo do Atlântico → ZCIT → precipitação – Norte: com anomalias negativas (positivas) de chuvas em anos El Niño (La Niña); – Esse comportamento pode ser diferente em alguns anos de El Niño: diferentes ENOS ou combinações com a TSM do Atlântico; SECA DE 2005 • Uma das piores registradas na Amazônia! • Não foi causada por El Niño, mas pelo aquecimento das águas do Atlântico Tropical Norte; • Marengo et al. (2008) REFERÊNCIAS • Cavalcanti et al. (2009) Tempo e clima no Brasil; • http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/cliesp10a/fish.html • Marques, J., Salati, E., Santos, J.M. Cálculo da evapotranpiração real na Bacia Amazônica através do método aerológico. Acta Amazônica, 10(2): 357 - 361, 1980; • Matsuyama, H. The water budget in the Amazon River Basin during the FGGE Period. Journal of Meteorological Society of Japan, 70(6): 1071 - 1083, 1992; • Molion, L.C.B. Climatonomic study of the energy and moisture fluxes of Amazon Basin with consideration of deforestation effects. PhD Thesis. Department of Meteorology, University of Winconsin. (PI INPE-923 TPT/035), 140 p, 1975; • Salati, E.; Dall'Olio, A.; Matsui, E.; Gat, J.R. Recycling of water in the Amazon basin: an isotopic study. Water Resource Research, 15(5): 1250 - 1258, 1979; • Rocha, E.J.P da. Balanço de Umidade na Amazônia durante o Fluamazon. Dissertação de Mestrado, USP, 121 p, 1991; • Oltman, R. E. Reconnaissance investigations of the discharge and water quality of the Amazon. In: Atas do Simp. Sobre Biota Amazonica. CNPq (organizador). Rio de Janeiro, Vol. 3, 163-185, 1967; • Villa Nova, N.A., Salati,E., Matsui, E. Estimativa da evapotranspiraçãona Bacia Amazônica. Acta Amazônica, 6(2): 215 - 228; 1976;
Compartilhar