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Resumo INTERNATIONAL REGIMES JHON RUGGIE

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International Regimes, Transacrions, and Change: Embedded Liberalism in the PostWar Economic Order - JOHN G. RUGGIE (1982)
O autor se propõe a analisar a ordem econômica do pós-guerra, com foco na formação e no estabelecimento de novo regimes internacionais para o comércio e as finanças, e como o sistema criado evoluiu nas décadas seguintes.
SOBRE A DEFINIÇÃO DE REGIMES INTERNACIONAIS
Ruggie adota a definição de Krasner: Regimes internacionais são instituições sociais ao redor das quais as expectativas dos atores convergem em uma determinada área das relações internacionais.
Para Ruggie os regimes internacionais tem uma “qualidade intersubjetiva”, na medida em que se expressam nessa convergência máxima de expectativas e discrição delimitada, e nesse sentido, os regimes podem ser interpretados como parte da “linguagem da ação estatal”. Ruggie usa dessa analogia para afirmar que os regimes podem ser conhecidos não apenas por uma descrição de seus elementos concretos, mas também pela sua “gramática generativa”, ou seja, pelos princípios subjacentes de ordem e significado que moldam a sua formação e transformação.
Componentes analíticos dos regimes internacionais: princípios, normas, regras e procedimentos.
	Na medida em que os regimes internacionais encarnam princípios sobre fatos, causalidade e integridades, assim como direitos políticos o obrigações que são tomadas como legitimas, os regimes internacionais se inserem no campo da autoridade politica – e nesse sentido divergem de outras instituições sociais, como a linguagem. A formação e transformação dos regimes internacionais pode representar a manifestação concreta da internacionalização da autoridade politica. 
SOBRE O FUNCIONAMENTO DOS REGIMES E A PROPOSTA TEORICA DO TEXTO
Visão “tradicional”: se as capacidades econômicas estão tão concentradas a ponto de existir uma hegemonia, uma ordem liberal e aberta vai emergir como ordem internacional econômica, caracterizada pela centralidade na racionalidade de mercado, dando maior escopo a essas forças do que constrangimentos. Segundo o autor, esses são os regimes “fortes”, uma vez que restringem as ações autointeressadas dos Estados, sendo essa força suportada pelas capacidades do hegemona. Da mesma forma, essa concentração se desfaz, a previsão é que a ordem liberal também decline, enfraquecendo os regimes, sendo substituídos por arranjos mercantilistas. 
Historicamente, a ordem estabelecida pela supremacia britânica no século XIX e a estabelecida pelos EUA após a II Guerra ilustram ordens liberais com regimes fortes; já o período entre guerras seria um exemplo do corolário “Obscuro” desse modelo explicativo.
Ruggie acredita que essa visão não é o suficiente para a compreensão dos regimes econômicos internacionais, e principalmente, sua formação e transformação. A partir disso, o autor desenvolve três argumentos teóricos distintos da visão tradicional da ordem econômica do pós guerra:
A estrutura da internacionalização da autoridade politica: qualquer que seja, representa uma fusão do poder com algum propósito social legitimo que pretende explicar as diferenças de conteúdo entre as ordens econômicas eu tomaram forma no sistema internacional (embedded liberalism). Apesar de existir um hegemona e serem denominadas como ordens liberais, as ordens econômicas sob a hegemonia inglesa e americana são distintas em conteúdo e no seu proposito social. 
A relação entre os regimes econômicos internacionais e fluxos de transação: enquanto as explicações convencionais se limitam a analise da correlação entre hegemonia e fluxos de capital (marxismo e realismo); ou a relação entre o nível de aderência a um regime e o tamanho de tais fluxos, para Ruggie, há uma relação de complementaridade. Os regimes econômicos internacionais proporcionam um ambiente tolerante para a emergência de tipos específicos de fluxos de transação que os atores tomam como complementários à fusão particular de poder e propósito que é embutido dentro desses regimes
Mudanças de regimes, e mudanças dentro do regime: a visão convencional estabelece uma fonte de mudança de regime – ascendência ou declínio de uma hegemonia- e duas direções para essas mudanças- maior abertura ou fechamento. Esse espectro pode ser expandido, não necessitando necessariamente de uma variação conjunta direta entre poder e proposito. 
Exemplos: a) uma situação na qual há um poder superior cujo programa econômico difere de seus rivais; b) não haver nenhum poder hegemônico e nenhuma congruência de proposito social (período entre guerras); c) existe hegemonia e convergência de propósitos (Bretton Woods); d) não há poder hegemônico, mas existe uma convergência de proposito social.
A última possibilidade é a de maior interesse do autor, tendo em vista que permite que ele faça uma formulação mais refinada sobre a formação e transformação de regimes. No caso, a persistência de um regime sem um poder central pode significar uma mudança nos componentes instrumentais dos regimes – regras e procedimentos- mas não em seu marco normativo, ou seja, nas normas e nos princípios, que por sua vez, são relacionados com o proposito embutido nos regimes: norm-governed(same senso of purpose) X norm-transforming change. Isso leva Ruggie a concluir que a ordem pós 1971 tem passado por uma mudança “norm-governed’,com uma visão sobre um total colapso do Sistema de Bretton Woods e direcionamento para uma ordem mercantilista. 
ILUSTRAÇÃO HISTÓRICA DOS ARGUMENTOS TEÓRICOS
A estrutura da autoridade internacional
A primeira ruptura: na sociedade europeia do séc. XIX a atividade econômica foi isolada e imputada a uma razão econômica distintiva. Essa ruptura, no que se pode chamar de equilíbrio entre “autoridade” e “mercado” transformou as relações entre Estado e sociedade, pela redefinição dos propósitos sociais da utilização do poder do Estado. Segundo Ruggie, o Estado passou a ser o instituidor e o garantidor do mercado autorregulado.
O país em que essa ruptura foi mais profunda na época foi a Inglaterra, sua supremacia econômica mundial está relacionada a expansão dessa nova ordem econômica. Esse arranjo não sobreviveu a primeira guerra mundial, apesar das tentativas de restauração.
Alguns eventos que evidenciaram a erosão desse modelo e uma nova ruptura:
O abandono do padrão ouro
Emergência de movimentos em massa de direita e esquerda
Greves generalizadas
Crise de 29 e o lançamento do New Deal
Corporativismo na Italia
Novamente, as relações entre Estado e sociedade passaram por uma mudança profunda (tentativa do Estado de impor um controle social mais amplo e direto sobre as forças de mercado). Nesse contexto, uma nova ordem econômica emerge após o fim da II Guerra. 
Fica uma noção de contradição entre livre mercado X Estado ativo domesticamente. O debate de como conciliar a segurança da economia doméstica, sem sacrificar os benefícios das relações econômicas internacionais permeou a formulação da nova ordem pós 1945. 
Pensadores da época: Keynes, Polany e White. Fora as diferenças entre os argumentos desses autores, segundo Ruggie, todos estavam certos sobre o estabelecimento de uma nova balança entre “mercado” e “autoridade”; e sob a premissa de que, em certo grau, a ordem econômica internacional do pós-guerra teria que refletir essa mudança
Transformações no poder X propósitos
O exemplo da relação entre o proposito social e o regime monetário internacional: O caso da ascensão e declínio do padrão ouro.
O padrão ouro internacional restou não apenas da supremacia material da Inglaterra, mas também se assentou no fato de que as autoridades nacionais monetárias estavam inclinadas a seguir o mercado- e indiretamente ao Banco da Inglaterra- ao invés de se voltar para objetivos nacionais independentes. 
O que aconteceu no período entre guerras?
Para Ruggie, a Inglaterra ocupou um papel de liderança na tentativa de reestabelecer o regime do padrão ouro, mas os resultados foram contraproducentes. No período entre guerras houve uma tendência crescente para formular a politicamonetária internacional em conformidade com as politicas sociais e econômicas domésticas. O problema era achar um sistema internacional de intercambio compatível com os requerimentos da estabilidade doméstica. Nesse contexto, Ruggie conclui que os esforços de restauração falharam porque o antigo regime se colocava em contraposição com as transformações no papel mediador do Estado entre mercado e sociedade, que alteraram fundamentalmente, o proposito social da autoridade domestica e internacional. 
O compromisso do “embedded liberalism”
Diferente do nacionalismo econômico de 1930, seria multilateral no caráter; e diferente do liberalismo do padrão-ouro e livre comercio, tal multilateralismo seria predicado a partir do intervencionismo domestico. A solução – o novo sistema- deveria adquirir a natureza de um compromisso.
As negociações foram marcadas pelas propostas das duas grandes economias mundiais da época (Inglatera e EUA). Apesar das divergências, a essência do compromisso estava presente.
Fora os detalhes das negociações e os instrumentos resultantes (Bretton Woods), é importante ressaltar que o argumento do autor é a relação entre as transformações de poder e de proposito social. Ruggie afirma que o fato de uma ordem multilateral ganhar aceitação refletiu o extraordinário poder dos EUA, Por outro lado, esse multilateralismo foi acoplado a uma busca pela estabilidade doméstica, e uma passou a condicionar a outra, refletindo a legitimidade compartilhada de uma série de objetivos sociais para os quais o mundo industrial havia se mudado, de forma desigual, mas como uma “entidade singular”. 
FLUXOS DE TRANSAÇÃO COMPLEMENTARES
Tendo argumentado que os regimes do pós- guerra para as finanças e o comércio institucionalizaram o marco normativo do “embedded liberalism”. Ruggie passa a examinar até que ponto, e como, esse marco se reflete no caráter das transações econômicas internacionais que emergiram.
Rugie analisa o impulso em direção a liberalização no período anterior a 1914, e o período desde o final dos anos 50 e da deca de 60, quando a Europa e os EUA passaram a experimentar uma expansão econômica que passou a demandar mercados mais amplos através de um comercio mais livre. Os desenvolvimentos foram distintos para cada época, mostrando a relevância do porposito social embutido na ordem econômica. 
Explicar profundamente as diferenças entre a divisão internacional do trabalho no período antes de 1914 e após 1950 requereria relaciona-los a uma serie de fatores causais potenciais. Entre eles, os mais frequentes são: as diferenças entre os níveis de desenvolvimento econômico e tecnológico, a evolução da organização global do capital no ultimo século, os efeitos das diferenças na configuração do poder interestatal nas duas eras, e as respectivas consequências externas de rupturas nas relações domesticas entre sociedade e Estado. 
Os regimes internacionais não são determinantes nesses resultados, mas por outro lado, também cumprem um papel importante de mediação.
Os regimes internacionais econômicos não determinam as transações econômicas internacionais. Para verificar tais determinantes é necessário analisar de maneira mais profunda as características struturais básicas da ,economia politica mundial. Por outro lado, os regimes internacionais fazem um papel de mediadores através da provisão de um ambiente tolerante para a emergência de certos tipos de transação, mais especificamente transações que são percebidas como complementares ao marco normativo dos regimes.

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